História Entre Vampiros e Lobisomens - Você não sabe como eu te odeio

-Por que demoraram tanto ?-As palavras do meu pai me fizeram ter um calafrio percorrido por toda a minha espinha,meu pai quando se tratava de família unida ele era bem rígido,Aiyra permanecia quieta como se também tivesse sentido a mesma sensação da sua voz no seu corpo.

-Desculpa pai nos atrasamos para o almoço.

-Que isso não se repita vem vamos almoçar-A mesa de comida estava farta,variada com os tipos de comida que minha mãe tinha feito,parecia como se fosse uma ocasião especial.

O almoço foi tranquilo,acho que logo passou a inquietude do meu pai por não chegarmos na hora que ele queria,ele logo se descontraiu rindo com toda a família,eu e Aiyra nos entreolhamos,ela pede para eu me aproximar e logo ela sussurra no meu ouvido que queria falar comigo acho que já sabia o motivo,era o vampiro o Victor o fato de eu não ter deixado ela o atacar,Victor mesmo assim não tinha demonstrado nenhum movimento bruto algo que poderia fazer Aiyra recuar por medo do que possa acontecer.Logo que acabamos o almoço ajudamos nossa mãe a arrumar as coisas,talheres,pratos,copos em geral.

-Aiyra cuidado !-Um copo escorrega da minha mão,Aiyra sem perceber o ocorrido começa a ir em direção ao armário atras de mim para guardar os pratos,eu a empurro fazendo eu pisar em cima de um caco de vidro.

-Mana!?

-Ai!-Gemi de dor ao sentir a perfuração do caco,logo o meu sangue começou a sair da pele,minha mãe manda eu sentar para poder fazer os curativos,assim que eu tiro o caco de vidro fincado na minha pele vejo que a ponta que estava perfurada estava coberta de sangue,uma ardência subiu nas minhas veias uma dor insuportável,eu não aguentava mexer o pé pois a perfuração tinha sido bem no meio do pé,aonde nós o dobrássemos.

-Está doendo mana ?

-Que pergunta é essa filha,claro que deve estar doendo.-Minha mãe se põe na minha frente tomando conta da situação,eu não conseguia falar,minha voz falhava ao ponto de apenas assenti com a cabeça.

-Desculpe...-Minha mãe limpa o local e logo começa a fazer os curativos Aiyra me ajuda a ir até o quarto,nossa mãe nos libera de terminar os afazeres doméstico.

-Está bem agora mana ?

-Estou sim Aiyra tudo bem...Aiyra o que queria falar comigo ?-Me finjo de desentendida pensando que poderia me livrar do verdadeiro assunto Aiyra "fecha" a cara trocando seu foco agora direto para mim

-Por que não quis que eu atacasse aquele vampiro,eu ia conseguir machucá-lo!

-Aiyra não era necessário,ele não faria nada de mal a nós duas.

-Como pode confiar em um vampiro?!-Quando ouço isso meu coração começa a palpitar será que eu realmente acreditava em um vampiro,minha mente começou a girar mil pensamentos começaram a surgir,Victor não parecia querer meu mal ou algo do tipo ele já demonstrou quando me salvou que queria o meu bem,ou talvez aquilo poderia ser só um pretexto para que eu pudesse acreditar nele,eu não sei em que pensamento eu posso me estabilizar porque cada um tem seus prós e contras.

-E-Eu não confio nele,só não queria causar fofocas que um vampiro estava perto da aldeia.

-Sabe que isso é errado não sabe ?-Sim eu sabia mas também sabia a olhar para ele que o que ele menos queria era nos atacar,Aiyra parecia brava de certo modo ao me ver tendo essas conclusões,eu que sempre a apoiei nesse assunto.

-Sei....Mas esquece isso,se ele fosse nos atacar ele já teria atacado.

-Humpf..Só você mesmo,só porque consigo agora dominar minha transformação.-Aiyra cruza os braços em forma de decepção.

-Terá muitas chances ainda Aiyra só esperar.-Eu a abraço,o assunto tinha se acabado ali.

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Assim que acabo de ver a Luna e sua irmã saindo penso em voltar para casa,o clima de lá não era dos mais agradáveis mas era o único clima que tinha,ou pelo menos que agora predominava na maioria das vezes.Acho que estou conseguindo ter a confiança da Luna,hoje por exemplo ela evitou a irmã dela de me atacar,eu acho que isso poderia ser um progresso..Ou só coisa da minha cabeça acho que a família dela é mesmo voltada no ódio contra vampiros.

-Posso saber onde estava,me preocupei.-Clara parava quieta na minha frente,o vento balançava seus longos cabelos louros,seus olhos estavam arregalados como se estivesse mesmo preocupada,mas eu sabia que ela tinha mudado,só pelo fato de querer morar comigo e com os meus irmão,se é que posso chamá-los assim.

-Eu só estava dando uma volta.-Menti,tá eu admito que queria conversar com a Luna,acreditava que ela poderia me ajudar,mas a irmã dela estava junto,tive receio de contar para ela com uma menina loba querendo me atacar logo atrás.

-Também poderia dar uma volta-Ela abre um sorriso e coloca suas mãos para trás do corpo aonde eu não possa ver.-Não seria nada de mais afinal,estou com fome.

-Você não mataria alguém não é ?

-Depende do caso-Ela dá um sorriso e antes que eu perceba ela já havia sumido da minha frente.

-Clara!-Vou correndo atrás dela,do jeito que ela está com certeza faria uma loucura,eu admito que tenho medo do quão agravante poderia se tornar essa sua loucura,a encontro em um perímetro um pouco longe da minha casa,a loucura dela tinha se tornado vontade de matar,em sua frente estava um garoto,ele não se remexia não gritava até parecia que estava em transe-Clara para!-Ela me olha e para de morder o menino,quando consigo ver o seu rosto eu o reconheço....Era o Dake,tentei escutar se ainda havia batimentos cardíacos mas era tarde demais,ele já estava morto,Clara apenas me olhava com a mão na boca limpando o sangue que tinha escorrido.-Por que fez isso ?

-Ai qual é eu disse que estava com fome.

-Como o trouxe para cá.

-Consegui deixá-lo em transe idaí,aposto que você nunca deixou alguém em transe,nem que seja para pegar um copo de água para você-Ela sorria,achava graça da situação mas não gostaria nem de pensar quando a Luna descobrisse isso,ela com certeza teria um ódio imenso por mim e por todos os outros,agora que eu achava que conseguia mudar a sua cabeça.

-Não.

-Tente então,você irá adorar,poder ver que todos estarão a sua disposição e além do mais,as tuas ordens.

-Não quero tentar nada!-Digo com brutalidade chegando ao ponto de gritar,ela me olha com receio e assustada,acho que nunca me ouviu falar daquele jeito.

-Como quiser,não serei eu que arrumarei essa bagunça...Boa sorte-Ela some me deixando com o cadáver no chão jogado como um boneco de pano,quando começo a pegar seu corpo ouço uma voz familiar vindo em minha direção,essa voz chamava pelo Dakota,logo consigo reconhecer de quem era a voz,Dakota continuava no meu colo quando Luna aparece do meio da floresta,ela andava com dificuldade em seu pé direito as vezes se apoiando em troncos de árvore,quando seus olhos encontraram-se os meus e logo percebendo de quem se tratava o cadáver no meu colo Luna arregala os olhos com eles já começando a marejar.

-O-O que ?!-A voz dela saiu fraca e trêmula quase não dando para escutar,em um momento para o outro Luna pula em cima de mim tirando Dakota dos meus braços.-O que você fez!-Ela gritava com uma voz estridente,conseguia decifrar seu rosto,estava angustiado,um turbilhão de emoções passavam-se por ele,raiva,tristeza,ódio,rancor coisas que não sabia mais como reagir.

-Luna por favor.

-Vai embora!

-Luna..

-Eu disse vai embora!-Ela se lança acima de mim me atacando no braço-Não tem mais nada que você possa fazer,além do mais acho que já fez o bastante.

-Luna não fui eu.

-Vai embora Victor,e de pensar que por um segundo achei que você era diferente,você não tem o mínimo de compaixão pelas pessoas ao seu redor,você finge ser dócil para depois arrancar as felicidades das pessoas e esperança em acreditar em você,você não sabe como eu te odeio Victor-Essas palavras doeram mais em mim do que qualquer coisa,dou um passo pra trás,Luna se encontrava chorando debruçada no corpo do Dakota,eu apenas não aguentava ver aquela cena que por culpa da Clara me faz sentir um lixo.

Vou indo embora ouvindo os gritos da Luna ao querer que o Dakota volte,me sentia tão mal,percebo o que passavam os familiares e amigos com as pessoas que eu matei,eu estava me odiando como vampiro vendo a Luna chorar,mesmo não sendo nada dela ou até mesmo sentindo nada por ela,a culpa que na verdade era da Clara me envolveu por completo.