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História Entre você e eu (Clexa) - Zorba


Escrita por: Swgd

Capítulo 9 - Zorba


Clarke PDV

-Eu quero você Clarke.

Encarei Lexa de forma divertida.

-Digo - Ela pigarreou encarando um ponto qualquer - Eu quero a sua companhia.

Senti meu coração pulsar um pouco mais forte em meu peito. Era completamente inesperado a sua presença na porta de minha casa, e apesar de não saber como agir frente a ela, sentia que todo o meu corpo se exaltava de felicidade por ver-la. 

-Te convido para subir... para um café, xá..? - Disse, prendendo um sorriso nos lábios.

-Não sou sua tia para me convidar para um xá - Ela repreendeu divertida - Sou eu que vim te fazer um convite.

-Aé? Pois vejamos a proposta. 

-Eu não poderia te contar - Disse convicta - É uma surpresa...

Ri, balançando a cabeça, concordando. Era estranha a forma com a qual agia. Lexa parecia pela primeira vez disposta de toda formalidade que geralmente possuia. Sua áurea estava mais leve. Ainda assim, eu com toda minhas inseguranças, a seguia de forma automática. Eu não fazia idéia de qual eram seus planos, ou de quão longe poderiam ir as coisas.

Apesar de Lexa claramente não haver sido o meu primeiro relacionamento com mulheres, a sua grande segurança em tudo que fazia me deixava perdida. Desde que eu havia aceitado a minha sexualidade, eu havia estabelecido a mim mesma que iria me afastar de todo e qualquer joguinho sentimental existente. A explicação para essa linha de raciocínio tão obvia era oriunda de meu medo de desperdiçar mais um dia de minha sofrendo por um amor impossível. 

Mesmo assim, aceitei a proposta. Guardei minhas compras de forma rápida e regressei ao portão. Lexa me puxou pela manga da blusa e tomamos um taxi, praticamente rumo a fronteira da cidade. 

Eu não conseguia parar de olhar para ela, a qual possuía uma expressão cordial no rosto. Tinha um sorriso puxado em seus labios rosado, como se traçasse um plano mental em sua cabeça. 

-Sentiu saudades Lexa? - Questionei  sarcasticamente, inclinando-me para ela.

-Pode ser... Algo assim.


Lexa PDV

Clarke me encarava como se tentasse entender o porque da minha aparição repentina. E a verdade era que: 

Não havia uma razão, apenas a  incompreensível necessidade de ver-la.

Durante a noite, um fato curioso de percepção me quitou o sono. Como se houvesse tido uma epifania repentina acerca do que passava em minha vida. Após um longo período em que tudo em mim havia se fechado, contar para Clarke parte de minha história revelava que o pulsar que eu sentia no peito quando acercava dela não era algo fácil de ignorar. 

Também não conseguia parar de todos os breves momentos que haviamos tido, e todos os diálogos carregados de sinceridades. Clarke havia visto o pior de mim e, a possibilidade de que ela pudesse se afastar derrepente me atemorizava. 

Estacionamos em uma rua estreita de um bairro distante da cidade de nova york. Até o ar da localidade parecia melhor do que a densa atmosfera que carregava a cidade. Abri a porta do recinto para Clarke, movendo meu corpo por detrás do seu.

-O que vai fazer? - Perguntou com um sorriso tenso.

-Calma... Só fecha os olhos!

Ela me obedeceu sem resistência. A tomei pelo braço, guiando em passos calmos, até o final da escada. Parei por um instante, pondo as mãos em seus olhos. Clarke sorria.

-Anda Lexa! - Disse com falsa irritação - Se demorar mais eu juro que...

-Jura que...

Tirei as mãos dos seus olhos, lhe devolvendo a visão. Ela mirava ao seu redor, encarando o terraço em sua finitude branca. Mais embaixo, a vista do pequeno lago artificial, permitia que a água, como um espelho, refletisse em todo lugar. Bem longe, no horizonte, uma cadeia montanhosa preenchia a vista de qualquer espectador.

-É... lindo -Ela finalmente disse.

Sorri satisfeita.

-O entardecer é a minha parte preferida - Falei puxando uma cadeira para que ela se sentasse.

Sentamos numa mesa central do pequeno e lugarenho local, e com rapidez um garçom nos veio atender. Pedi o vinho da casa e alguns pães recém assados e, mais do que depressa nos trouxe a ordem.

Depositei o vinho branco nas taças, enquanto Clarke me olhava com uma expressão divertida no rosto enquanto devorava uma fatia acompanhada de tomates e azeite de oliva.

-Comida mediterrânea - Deduziu.

- Estamos em uma cantina grega.

Ela sorriu entendendo minhas intenções. Não a podia levar para conhecer a grecia, mas poderia a levar para jantar em um dos melhores restaurantes de comida mediterrânea grega que haviam. 

-Esta tentando me imprecionar...

-Estou te agradecendo - Falei, embora realmente estivesse.

-Você não tem que me agradecer Lexa.

-Talvez não, mas eu queria fazer isso

Ela ascendeu o seu cigarro calmamente, tragou, e soprou a fumaça inclinando o seu rosto para cima.

-Você é muito persuasiva... e bonita também -Falou - Mas devia parar de flertar comigo.                  

Senti meu corpo tenso. Clarke riu da minha reação. Era raro que me deixassem assim tão sem reação... Geralmente eu causava esse tipo de desconforto nas pessoas e não elas a mim.

-Certo?! - Ela falou, um pouco mais contida. 

Concordei, exitante. "Certo?" "Errado?". E porque ela havia me ligado após o final de semana? E porque havia me beijado no carro? Ela não queria?!

Clarke tragou mais uma vez, e me observou com preocupação. 

-Por favor não fique com raiva... - Ela falou tocando a minha mão - Isso é meio novo pra mim.

-Sair com mulheres? -Perguntei descrente. 

-Não - Ela parou, dando um sorriso debochado - Eu digo... Bem - Pigarreou, movimentei minhas mãos incentivando sua fala - Não quero ser o tipo que sai com garotas comprometidas só para elas se descobrirem sexualmente. Eu não consigo ser do tipo desapegada Lexa. Eu não consigo dormir com alguém e depois fingir que nada aconteceu depois... Entende?!

Minha boca abriu em surpresa. Algo em mim reconheceu o padrão de todas as histórias ruins que tinham por ai. Mas eu nunca havia pensado nessa pespectiva. Não quando tudo o que havia pensado, dês da clareira, era que algo nela me gerava a necessidade de estar perto. Ponto, sem nenhuma condicionante. 

 -Eu pareço alguem que precisa se descobrir? - Perguntei em um tom mais arrogante que eu gostaria - E eu não sou assim... Ou talvez sou. Mas você definitivamente não representa isso para mim - completei. 

-E porque eu me sinto assim Lexa?

Tomei o vinho, ganhando tempo, por não saber  o que responder. Eu sabia exatamente do que estava falando. Afinal, era verdade.

-Eu gosto de estar com você Clarke -falei, um tanto sem coragem -E tão pouco sei o que estou fazendo. 

Clarke então se inclinou até a mim, e eu pude sentir sua respiração contra o meu rosto. Sentia por dentro certa alegria por ela estar cedendo, e por finalmente estar tão próxima como desejava.

-Eu também - Ela disse sorrindo -  Creio que somos duas pessoas totalmente estupidas por não saber o que faz.

Abri a boca para responder quando derrepente nossos olhos se desviaram para a mesa a frente, o qual batiam palmas de forma animada. Um senhor, se levantou acenando para os músicos se aproximarem,  cochichou em seu ouvido os quais imediatamente iniciaram a música folclórica grega. O homem foi até o centro do local, dançando alguns passos tradicionais da Zorba que logo foram seguidos pelos demais. Foi então,  que em um piscar de olhos, formaram uma roda do homem, batendo palmas no ritmo da música que sonada do violino. Clarke olhou para o que acontecia deslumbrada

-Não vamos querer perder isso - Gritou, já que sua voz havia sido abafada pelo barulho local -É uma tradição  -Explicou -Temos que dançar também. 

Ela me puxou pela mão nos agregando a larga roda que formava. Entrelassamos nossas mãos aos demais, imitando os passos que todos os demais pareciam conhecer muito bem. Pratos eram lançados ao nosso entorno enquanto as pessoas gritavam "opa"  em comemoração.

Clarke PDV

Enquanto dançávamos, eu havia notado certas coisas em Lexa. Primeira: Seu senso de coordenação motora era horrivel Segunda: Ela era uma pessoa doce, mas que na maior parte do tempo preferia ser arrogante, sendo um grande distrativo da real verdade.

Eu não  acreditava que ela havia dado atenção a um sonho tão bobo quanto o meu de conhecer a grecia. O local, claramente não era no mediterrâneo europeu mas era o mas o terraço imitava o clima a perfeição. 

 Ainda assim, eu podia contabilizar meus grandes fracassos da noite. O primeiro havia sido em falhar, miseravelmente, em me afastar de Lexa. Claramente, a minha tentativa de criar barreiras havia durado dois segundos quando ela, com seus lindos olhos verdes acizentados, revelou que gostava de passar o tempo comigo. Era impossível ser amiga dela, não com tanta tensão sexual rolando. Mas eu também sabia o perigo que isso implicava...

Meu outro fracasso pessoal,  talvez tão grande quanto o primeiro, foi ter comido Kebabs, em um momento o qual ainda tentava ser vegetariana.

Retornamos a varanda, para observar o sol alaranjado deitar a altura das aguas. O vento beijava o nosso rosto e toquei timidamente as mãos de Lexa, puxando seu corpo que se encolhia de frio. Ainda era estranho ter esse tipo de contato, de forma tão consciente mas, o seu olhar consentido me dava essa liberdade. 

-Fico feliz que tenha aceitado vir - Ela disse.

-Eu estava tentando me manter longe Lexa, mas você não tem facilitado - Disse sorrindo

Lembrei que na noite do ensaio havia feito de tudo para não beija-la. Algo que me doeu tanto que somente por ver-la interactuando com Vicent me fez sentir vontade de sair dali. Mas a encarando de perto com suas feições tão perfeitas e ternas, senti que meu senso moralista havia me abandonado.


Notas Finais


Eu nem sei o que deixar como notas finais mais espero que gostem do capitulo.


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