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História Equalize - Capítulo Único


Escrita por: flaneur

Notas do Autor


Cara, to nervosa. Primeira vez que participo de um concurso de fanfics, eu acho. Da última vez que fiz fic sob pressão foi na gincana da EXO Planet BR ueheuhe
Quase desisti da fic na última hora, mas simbora. Espero que gostem, boa leitura!

Capítulo 1 - Capítulo Único


A música fora feita para ser apreciada. Era o que Kim Jongin acreditava quando a ouvia. Pensava consigo que, de tão bela, a música só poderia obter uma resposta à altura; e ela se traduzia na dança. Quando começou a aprender balé – como uma consequência apaixonante por causa das aulas de jazz que vinha tendo desde os seus dez anos de idade – percebeu o quão belo era ver a música representada na dança, para além de acordes e resultados sonoros de movimentos em cima de um instrumento. A dança era a legenda da música, ou visse versa; o importante era que as duas coisas eram complementares.

Quando aprendeu a apreciar a boa música e entender a importância de sua existência, Jongin compreendeu que seria impossível fugir dela mesmo que quisesse. Quando via um filme de comédia e uma música animada começava a tocar, era impossível não se animar junto. Mesmo que o filme fosse ruim. Quando estava bem, mas escutava uma melodia melancólica, era impossível não sentir aquele sentimento o tomar até que chegasse ao ponto de se perguntar como ficou daquele jeito. A música tinha poder e ela, junto da dança, se tornava uma arma de controle em massa.

A música ditava o rumo da vida das pessoas sem que elas percebessem e com Jongin isso parecia ser mais, porque ele tinha consciência daquilo.

Então ele dançava, dançava em agradecimento pela dádiva que era compreender a imensidão do som. E ele dançava com alma, técnica e uma paixão inexplicável por aquilo que fazia.

Jongin certamente não era um gênio da música, não tocava nenhum instrumento e também não possuía tal interesse, contudo sua paixão pela dança lhe parecia suficiente até então como manifestação de seu interesse. E, ah, na sua dança com certeza havia genialidade.

Ele dançava com tantos sentimentos o contornando que parecia uma energia emanar de seu corpo enquanto movimentos precisos e harmoniosos eram expostos ou no palco ou na sala de prática da academia de dança onde estudava.

E o melhor era poder fazer isso durante todos os dias, mesmo que por pouco tempo. No último mês o rapaz havia arrumado um emprego de meio período por insistência de seus pais, que julgavam que a dança era apenas um hobby que estava sendo levado a sério demais. O sr. e sra. Kim não queriam ser controladores em relação ao filho, mas tinham suas preocupações com o tempo e a vida, e como Jongin parecia não demonstrar o mesmo, viram-se na obrigação, como pais, de orientar o filho na busca por algo mais. Não eram rígidos, tanto que continuavam a pagar as aulas de dança para o filho, apenas exigiam um pouco mais de compromisso consigo mesmo e a vida profissional em troca.

Mas Jongin não se preocupava de fato, dando razão às neuroses de seus pais. O rapaz era desleixado no trabalho, circunspecto. Pouco falava, talvez conversasse com uma ou duas pessoas, e sempre tratando-se de assuntos exclusivamente relacionados ao ambiente. Ele não via necessidade de aprofundamento no relacionamento dentro do local, afinal era apenas um funcionário de meio período em uma loja especializada em equipamentos esportivos e de esportes ele não entendia absolutamente nada.

Contudo, vez ou outra aquele ambiente de pouca importância parecia lhe consumir, como se o tirasse de sua paz e o fizesse temer as paredes. Sempre se sentia mal ali, afinal da única vez que revelou sua paixão por dança acabou sendo alvo de comentários maldosos.

Jongin realmente não via nada de errado em dançar, assim como muitos outros. Era sua paixão, oras! As pessoas possuíam interesses dos mais variados e com certeza o amor pela dança era de longe o menos estranho entre esses. Mas o rapaz ainda tinha que lidar com olhares enviesados em sua direção. Eles transpareciam ódio, confusão e algumas vezes até nojo; não era porque dançar era nojento, claro, mas sim porque era Jongin. Um homem que dançava. Dançava ballet.

Certamente o moreno julgava aquele tipo de tratamento como sintomas de um preconceito arraigado à cultura que, por cegar os olhares, fazia com que o considerado errado fosse extremamente menosprezado e atacado. E o modo como buscava lidar com tal situação era simplesmente o desdém. Jongin não dava atenção aos olhares, aos cochichos ou aos xingamentos em alto e bom som. Ele simplesmente buscava apaziguar seu coração quando o sentia inundar pela ira ou pelo medo. E era assim que ele vinha agindo desde então.

Os únicos momentos em que a paz de fato reinava em seu ser eram quando estava no palco observando ou dançando. Era seu lugar preferido de todo o mundo.

Nada poderia se igualar à dualidade que um auditório poderia representar; em dias de performance ele estava sempre cheio de pessoas ansiosas e sorridentes, em outros era apenas uma sala grande, cheia de cadeiras e propícia para a propagação do eco. Jongin gostava das duas situações. A primeira porque, obviamente, se apresentar para um público era extremamente renovador depois de alguns anos já fazendo aquilo. O frio na barriga nunca o abandonara, apesar de já ser um veterano, e isso lhe deixava animado, fazia-o se sentir vivo. A segunda situação era ótima para poder pensar. O auditório vazio lhe dava espaço e conforto, o moreno tinha plena certeza de que se algum dia tivesse que sair de casa, aquele seria o primeiro lugar aonde buscaria abrigo. Ali era a sua igreja.

E, naquela terça-feira de maio, sem grandes expectativas ou possibilidades interessantes para desfecho do dia, Jongin resolveu que seria uma boa ideia treinar até mais tarde. Oras! Já passava das seis e ninguém – nem mesmo o zelador – havia aparecido para limpar ou trancar o lugar e, segundo sua ideologia mais recente adotada, mais especificamente, após as 17h, ele só sairia do auditório arrastado.

Tudo estava bastante silencioso por não haver ninguém para acompanhá-lo com o piano; ele também não tinha a música de sua apresentação no celular, portanto, sobrara para o moreno dançar sem música, apenas com a lembrança da melodia em sua cabeça. Ele tinha uma grande técnica, isso ninguém poderia negar, além de tudo, ele também sabia deixar o amor pela dança transparecer em cada sutil passo dado naquele palco. Jongin talvez tenha nascido para aquele lugar.

O moreno movia sua cabeça circularmente enquanto suas mãos vagavam como pluma pelo ar, seus pés eram ágeis e facilmente poderiam ser perdidos de vistas caso quem visse não prestasse muitíssima atenção. E aquilo poderia ter continuado por mais tempo caso o barulho alto de cadeiras caindo não tivessem assustado o Kim e o feito parar imediatamente.

- Quem é? – Ele perguntou automaticamente. Seus olhos assustados procuraram pela pessoa com certa urgência. Seu coração acelerado só veio a obter calma quando conseguiu identificar o rosto na entrada do auditório. – Ah! – Ele soltou aliviado. – Está procurando alguém? – Perguntou solicito. Não conhecia o rapaz que estava parado no fundo do salão, então julgou que ele ou estaria perdido ou buscando por alguém.

- Ahn... – O intruso sentiu-se um pouco envergonhado por estar ali e por também ter observado por tempo demais o outro dançar. Já estava ali há alguns minutos, o suficiente para se perder em pensamentos enquanto seus olhos não conseguia desviar da figura alheia. – Estou procurando minha irmã, ela faz ballet aqui. – A voz dele denotava uma seriedade compatível com sua expressão.

Mesmo de longe Jongin conseguia identificar a áurea do outro e a junção disto, mais ao tom de sua fala contribuíram para a composição de uma primeira impressão. O Kim manteve o sorriso simpático.

- Qual o nome dela? – Indagou enquanto aproximava-se um pouco mais da borda do palco.

O rapaz também se aproximou, apenas um pouco. Jongin conseguiu identificar os cabelos num tom loiro, mas com a raiz escurecida, e lisos jogados sobre sua testa em uma franja infantil. O rosto possuía linhas retas e duras; seus olhos, mesmo que pequenos e muito curiosos, não possuíam o ar infantil que poderia se adequar perfeitamente aos seus traços. Ele era alto, Jongin supôs que talvez fosse da sua altura ou maior até, mas suas suposições analíticas se encerraram por ali.

- Soohyun. – Murmurou. – Oh Soohyun. – Explicou.

Jongin ouviu o nome e pensou por um momento, olhando para cima como se isso o ajudasse a buscar a informação em sua memoria.

- Ah! – Exclamou. – Soohyun! Vocês são um pouco parecidos, acho que ela está no segundo andar. – Falou cordial. – A turma dela teve que mudar de sala por causa da dedetização que estão fazendo nas salas do primeiro terceiro andar. – Pensou mais um pouco. – Ahn... Acho que a aula dela ainda não terminou. – Murmurou erguer seu pulso e verificar o relógio prata que estava com os ponteiros acomodados na parte interna de seu braço. – Ainda é cedo. – Explicou.

- Eu sei. Ela esqueceu o celular em casa e ela sempre liga para eu vir buscá-la. Apenas vim entregar antes da minha aula. – O outro explicou, mas logo depois perguntou-se o porquê de estar fazendo aquilo.

- Ah, sim. Entendo. – Jongin disse por fim e esperou que o outro dissesse apenas um obrigado e fosse embora – como normalmente ocorria após receber uma informação solicitada –, mas o garoto apenas ficou ali parado lhe encarando.

- Você dança bem. – Murmurou.

- Obrigado. – Jongin sentiu-se um pouco constrangido. Será que ele havia visto por muito tempo? – Não sabia que estava olhando.

- Me desculpe. – Agora era o outro quem se sentia envergonhado. – Meu nome é Oh Sehun. Acho que nunca te vi por aqui. – Disse enquanto escondia ambas as mãos nos bolsos dianteiros da calça jeans justa.

- Eu geralmente só fico aqui de tarde. – Jongin explicou. – Eu sou Jongin. – Sorriu. – Você dança também ou apenas a sua irmã? – Perguntou ao supor, mais uma vez, que o rapaz tivesse algum interesse no local além de falar com sua irmã, já que ficara lhe observando.

- Eu? – Sehun sorriu sem graça, pela primeira vez mostrando uma reação diferente. – Não. Apenas achei bonito. Dança não é algo que me atrai, particularmente. – Explicou-se.

- Ah, entendo. Você deveria aparecer mais vezes, temos apresentações das turmas todo final do mês. – O moreno convidou ao sentar-se na beirada do palco, deixando suas mãos entre as pernas jogadas no ar. – Sua irmã deve se apresentar, tenho alguns colegas na turma dela, acho que estão se preparando para isso.

- Talvez eu venha. – Concordou.

Jongin o encarou por mais um tempo e ergueu as sobrancelhas e riu, não sabia mais o que fazer ou dizer.

- Ahn... Você não tem que procurar a sua irmã? – Sugeriu incerto.

- Eu estava pensando que... – Sehun começou ao se aproximar um pouco mais. Contudo, ele parou e olhou seu relógio de pulso. – Certo. Acho que você tem razão. – Sentiu-se um pouco constrangido pela cena e também por ter notado que estava atrasado agora para a sua aula. – Obrigado pela informação.  – Murmurou e Jongin apenas fez uma breve mensura, deixando seus olhos seguirem o outro enquanto ele seguia para fora do lugar.

- Até. – Jongin murmurou já quando estava sozinho. Sorriu e negou com a cabeça. Apesar do momento de estranheza, não podia dizer que seu dia tinha terminado de fato como imaginava. Voltou a checar as horas em seu relógio mal acomodado em seu braço e suspirou.

Querendo ou não estava realmente tarde e ele precisava ir para casa antes que sua mãe ficasse desesperada. Desta forma, arrumou suas coisas e organizou o que havia tirado do lugar antes de finalmente encerrar seu dia de ensaio.

Algumas semanas após o encontro estranho, Jongin reparou que o tal Sehun apareceu mais vezes do que já tinha reparado antes. Não se lembrava de realmente ter visto o rapaz antes de conhecê-lo, mas, a partir do momento em que começou a notar a presença dele na academia de dança, perguntou-se se realmente estava tão aéreo aquele tempo todo por não ter o notado, já que ele estava ali quase todos os dias lhe acenando num cumprimento singelo.

Contudo, suas preocupações com o fato de notar a presença de alguém se dissiparam no momento em que o rapaz lhe procurou com o estranho pedido para que o ensinasse a dançar. Jongin achou engraçado porque a irmã do mesmo fazia aulas ali também e caso ele estivesse interessado em aprender algo era apenas se matricular. Também era cômico, pois foi impossível não imaginar Sehun esperando receber aulas de lambada ou salsa ao invés de ballet e jazz. Mas o mais alto apenas explicou que queria aprender por curiosidade e não poderia pedir para sua irmã por ter uma espécie de orgulho próprio o impedindo.

Não recusou. O garoto parecia ser alguém agradável e mesmo que parecesse meio forçada a sua aproximação, não deixou de sentir-se útil por alguém pedir sua ajuda em algo. Era algo mútuo. Marcaram aulas semanais.

Quando tiveram a primeira aula, Sehun explicou que, quando mais novo, interessara-se um pouco pelo assunto, mas não tivera coragem de falar com seus pais sobre. Jongin explicou-lhe que dançar não tinha nada de mais e que, caso ele realmente tivesse interesse em aprender aquilo de verdade, deveria investir. Sehun apenas lhe sorriu.

Na segunda aula Sehun ficou preocupado com um dos passos. Ele disse que poderia se machucar e Jongin acabou tirando sarro dele por isso. Os dois brigaram.

A terceira aula chegou e Jongin duvidou que o rapaz alguns meses mais novo aparecesse. Mas lá estava ele, adentrando a sala de dança com a expressão costumeiramente séria em seu rosto.

- Bom dia. – Murmurou um pouco acanhado. Não sabia se estavam bem. Sehun parecia bastante sensível às suas brincadeiras da semana anterior e Jongin acabou sentindo-se mal e um pouco idiota por ter achado que já teriam intimidade o suficiente para brincarem com coisas como “você parece uma garotinha medrosa”.

- Bom dia. – Sehun o respondeu enquanto largava sua mochila no chão e umedecia os lábios antes de voltar-se ao moreno. – Podemos tentar o passo da semana passada de novo? Treinei em casa e acho que consigo. – Sua expressão não mudava e aquilo afligiu o menor. Não sentia-se confortável daquela maneira, oras.

- Ainda está chateado comigo? – Arriscou perguntar.

Sehun engoliu em seco.

- Não. – Disse simplesmente.

- Me desculpe. Eu imaginei que não teria problemas brincar. Foi uma piada idiota. – Disse sinceramente ao outro.

- Tudo bem. Acho que levei a sério demais. É que... – O garoto desviou os olhos pequenos para o chão por um momento antes de novamente tomar coragem para encarar as esferas amendoadas de Kim Jongin. – Eu me sinto confuso com... Coisas. – Confessou com a voz um pouco mais baixa do que antes.

Jongin não compreendeu.

- O quê? Com o que está confuso, Sehun? – Aproximou-se um pouco. Estava preocupado.

- Nada. – O outro se moveu e, consequentemente, se afastou um pouco do Kim. – Vamos apenas ensaiar. – Mudou de assunto e o moreno permaneceu perdido em sua confusão, mas não o pressionou. Talvez realmente eles não fossem íntimos o suficiente.

Jongin seguiu até o pequeno aparelho de som no canto da sala, ao lado da tomada do local e apertou o play. A música clássica começou a inundar o ambiente e Sehun respirou fundo antes de arriscar-se a iniciar a coreografia que vinha treinando com o mais velho. Este último não conseguia ficar apenas olhando e sempre acabava dançando junto do outro, guiando-o nos passos que deveriam ser executados.

Como Jongin poderia se classificar como professor? Ele era... Vejamos... Rígido? Sim, provavelmente mais rígido do que imaginara. Era exigente também. Então era óbvio que Sehun irritava-se constantemente com as chamadas de atenção que recebia e com os petelecos em sua nuca por simplesmente dedicar muita força e nenhuma delicadeza aos seus passos.

Delicadeza. Aquilo irritava o mais novo.

“Não sou delicado porra nenhuma”, repetia em pensamento.

- Sehun, você está pisando com muita brutalidade. Mais sutil! – Jongin avisou e desta vez deu um peteleco na barriga do rapaz.

- Eu não consigo! – O mais novo bateu o pé irritado e parou de dançar. – Eu não consigo fazer isso igual uma garota ou igual a você! Eu não sou delicado! – Exaltou-se e Jongin ficou primeiramente assustado antes, é claro, de revirar os olhos.

- Não precisa ser uma garota para ter harmonia. Eu tenho harmonia e sou homem. – Garantiu.

O loiro apenas o encarou sem mudar a expressão de irritação.

- Ah, tudo bem. – Jongin suspirou. – Vem cá. – Ergueu os braços e chamou pelo mesmo.

Sehun travou. Encarou os braços do menor por um momento antes de seguir os olhos para o rosto dele. Jongin o chamara para dançar?

Seguiu, ainda que receoso, até o moreno. Olhou-o dentro de seus olhos amendoados. Pareciam duas bolas brilhantes e Sehun ficou um pouco surpreso por estar tão perto.

Jongin não sentia a mesma atmosfera, apenas um pouco de desconforto pelo modo como Sehun agia perto de si.

O moreno devolveu o olhar. Aquilo era realmente estranho, mas ele resolveu não comentar. Tinha uma leve impressão de que Sehun talvez fosse homossexual ou bi, mas não era algo que sairia perguntando por aí ou questionando. Então apenas ignorava os olhares.

- Hey. – Chamou a atenção do loiro e este apenas concordou ao desviar os olhos para seus pés.

Ambos começaram a acompanhar a melodia. Jongin tinha se cobrava paciência para com o seu aluno. Giraram em torno do próprio eixo e pela força empregada por Sehun acabaram se desequilibrando por um momento.

Mas o Oh o segurou firmemente pela cintura. Outra vez aqueles olhos lhe encararam e desta vez o Kim sentiu tudo. Era como se ele quisesse chegar até a sua alma. Era incômodo.

Os lábios do loiro se partiram, mas som algum foi emitido. Sehun sentiu-se inundar-se de coragem e de forma rápida colou sua boca na do moreno.

Jongin assustou-se de supetão e empurrou o outro.

- O que você está fazendo? – Jongin murmurou em estado de alerta, dando passos para trás. O suficiente para sentir-se seguro a uma distância adequada do outro.

Sehun não falou nada, apenas fechou os olhos por um momento.

- Desculpe. – Sua voz era baixa. Ele parecia atordoado.

- Por que me beijou, Sehun?! Você não pode sair beijando as pessoas dessa maneira! – Jongin arguiu irritado.

- Desculpa! – o mais novo praticamente gritou em resposta. As veias em seu pescoço estavam saltadas e ele respirava em desordem, seu peito subindo e descendo em sua camisa justa. – Você... Você é tão... – Sua expressão era de raiva mesclada à clara confusão mental. Ele parecia perdido em suas próprias ideias. – Eu o vi dançando... E o modo como você age... Ah, pelo amor de Deus. – Sehun disse de forma cínica. – Não é como se nunca tivesse beijado um cara antes. – Acusou.

- Você está louco?! – Jongin defendeu-se. – Eu sou hétero! – Seus olhos estavam assustados.

- Hétero?! – Sehun riu e aproximou-se um passo. Jongin afastou-se na mesma precisão. – Você dança ballet! – Disse ao rir com escárnio. – Você é uma bixa! – Disse de forma ofensiva e Jongin sentiu-se atacado pelo mais novo.

- Eu não sou gay. – O moreno disse simplesmente. – E você está passando de todos os limites agora. – Disse sério. Passou o polegar pelos lábios, limpando um pouco de saliva que o beijo afoito do outro deixara no local. Jongin olhou para suas coisas e seguiu até elas. – Dançar não tem nada a ver com ser gay ou hétero. Você obviamente está com algum problema e eu não quero fazer parte disso. – Saiu falando enquanto começava a socar seu moletom e calça dentro de sua bolsa. Levantou-se junto dela e voltou a encarar o mais novo. – Não confunda a arte com qualquer outra coisa. Dançar é minha vida. Desculpe-me se você entendeu errado, mas eu não estou interessado em homens. Por favor, não me procure mais.

Jongin seguiu até a saída da sala de dança, mas antes que pudesse puxar a porta de correr seu pulso foi segurado.

- Você está sugerindo que eu seja bixa? – Sehun parecia ter se ofendido com sua própria confusão e o moreno o olhou irritado.

Sua bolsa lateral caiu no chão no exato momento em que ele puxou com força seu braço do aperto do outro. Sua mão livre fechou-se automaticamente em um punho e a velocidade em que ele correu até o queixo de Oh Sehun foi incalculável.

O loiro cambaleou e caiu de bunda no piso de madeira. Estava tonto, algo esperado após um soco naquela região. Jongin sabia que ele demoraria a se recuperar do nocaute.

- Eu não tenho nada contra e também nada a ver com sua opção sexual. E eu também não tenho que lidar com suas palavras rudes. Não sou eu que saio beijando caras por aí. – Destacou. – E mesmo se o fizesse, não sairia beijando você. – Garantiu e novamente pegou sua bolsa para sair da sala, tendo êxito desta vez.

Sehun sentia sua mente turva. O soco havia sido forte, mas as palavras ainda puderam ser distinguidas. Ele entendeu, mas sua confusão era como um furacão. Um verdadeiro redemoinho.

Seus olhos semicerrados e confusos observaram a porta aberta por onde o Kim havia ido e sua boca seca se abriu.

Quando viu Jongin pela primeira vez imaginou que poderiam ser iguais.

Mas quem via o moreno sabia que nada poderia se equalizar na mesma sintonia que ele. Não adiantava se enganar. Kim Jongin era arte e não era destinado àquelas que não conseguiam a compreender.


Notas Finais


Eu queria dedicar pra Helen, amorzinho da minha vida <3 Entrei no concurso por ela mesmo, então ela é praticamente obrigada a ler as fics a partir de agora :3
Obrigada por ler e tchau!


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