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História Era pra ser só mais um dia de trabalho normal. - Casados.


Escrita por: LeopoldoNatsu

Notas do Autor


Por favor leiam as notas finais.
Espero que gostem e me deixem saber.

Capítulo 23 - Casados.


 

 

 

- Yuuri Katsuki aceita se casar com Otabek Altin? – Perguntou o Juiz de Paz.

- Sim.

- Otabek Altin aceita se casar com Yuuri Katsuki?

- Sim.

- Eu os declaro casados.

Beijaram-se pra selar o compromisso e sorriram virando para os outros que se encontravam ali recebendo em seguida a felicitações de todos.

Minako e Chris haviam sido as testemunhas e estavam presentes também, o seu namorado, Phichit que é o advogado do novo casal e Yuri que empurrava a cadeira de rodas de Ryota-chichi.

- O que acontece agora Phichit? – Perguntou Yuuri ansioso.

- Vou entregar o registro do casamento e ver se consigo adiantar o máximo possível à autorização para que possam ir busca-los.

- Quanto tempo? – Perguntou Otabek.

- Já tinha entrado com a documentação assim que saiu a autorização do casamento, então é apenas isso que estava faltando, acalmem-se, estão casados agora, vão comemorar pelo amor de deus. – Respondeu dando uma piscada para os dois que apenas sorriram. – Encontro vocês no restaurante daqui a pouco.

- Obrigado por isso. – Agradeceu Yuuri.

O homem acenou, saindo em seguida.

Foram a um restaurante pequeno e aconchegante perto do consulado mesmo, não era uma coisa a se comemorar em grande estilo, apenas um almoço para trazer boa sorte, já que a grande comemoração ainda não tinha uma data definida, mas seria no dojo da família Katsuki-Altin.

O almoço foi cheio de ansiedade e expectativa, tentavam conversar sobre algo, mas falhavam miseravelmente, pois perdiam o foco olhando para a porta a espera de boas notícias.

- Já volto. – Disse Yuri de repente, levantando e indo para fora do restaurante.

Victor estava parado na esquina olhando para o local quando viu o sair pela porta, virou e começou a andar na direção oposta do lugar, mas acabou sendo alcançado segundos depois.

- Porque não entra e comemora com a gente?

- Não há o que comemorar. – Respondeu seco.

- Não faça isso, pare com esse ciúmes bobo, olhe para si, está horrível.

- Apenas não consegui dormir a noite direito, só isso.

- Vai continuar a mentir para você até quando? Até quando vai sustentar esse seu orgulho idiota?

- Não é orgulho Yuri, como pode aceitar esse casamento?

- É orgulho sim e está com ciúmes do Otabek, quando vai entender que não tinham tempo para entrar com outro pedido para que você se casasse com Yuuri?

- Poderia ter pago os melhores advogados para adiantar os papeis ou fazer com que fossem mandados para uma outra região do Canadá, onde poderia conseguir os dois sem precisar se casar. – Argumentou em tom serio.

- Se não vai voltar, pare de nos seguir, pare de segui-lo, está machucando o Yuuri, já se passaram dez dias desde o pedido de casamento.

- Não quero machuca-lo, quero faze-lo feliz, quero ele para mim. – Seus olhos encheram de lágrimas que não foram derramadas.

- É seu.

- Não é o que diz aquele maldito papel que assinaram hoje.

- Pelo amor, e se fosse o Chris? Ou a Minako? Então estaria tudo bem, não estaria? Seu problema é com o Otabek, sente ciúmes dele desde sempre.

Victor saiu andando sem responder.

- Vai perdê-lo por que está criando esse monstro dentro de si. – Gritou Yuri em russo.

Victor parou e olhou para o garoto.

- Ele também tem sentimentos, converse, esclareça as coisas, pergunte, fale, grite, mas não fique em silêncio, foi o que me disse quando eu estava sentido com Otabek, lembra? – Deu meia volta e andou em direção ao restaurante enquanto Victor ficou parado no mesmo lugar.

Phichit entrou no restaurante e quando o viram levantaram-se em expectativa e Yuuri procurou pela mão de Otabek inconscientemente que aceitou dando um aperto de leve.

- Podem ir busca-los em uma semana.

 

Dez dias antes:

- Deve estar na bolsa dele, desgraçado. - Passou pela porta esbarrando em Victor que ainda estava parrado ali, se sua intuição estivesse certa com certeza estaria na bolsa ou no lixo, foi em direção á dispensa onde deixavam os descartes e começou a revirar o saco de papel para reciclagem, depois de ler alguns achou o que estava procurando. – Eu sabia! Desgraçado, filha da puta.

Victor e Yuri que havia seguido o homem estavam de queixo caído, Otabek não era de falar palavrões e muito menos de se exaltar com alguma coisa.

- Precisamos conversar. – Disse para os outros dois.

Os dois russos se entreolharam e o seguiram até a sala que fez sinal para que os dois sentassem no sofá enquanto se sentava na mesinha de centro de frente a eles.

- O que está acontecendo? Nunca vi você soltar palavrões muito menos se exaltar dessa forma. – Disse Victor com preocupação.

- Esse documento é a autorização para que eu me case com Yuuri.

- O QUE? – Gritou Yuri.

- Deixe-me explicar está bem, por favor, então conversaremos. – Pediu acariciando o rosto do menino.

- Fale de uma vez. – Interrompeu Victor zangado.

- Há algum tempo atrás ouve um acidente muito grave perto daqui, um carro capotou e dentro havia um casal de turistas canadenses, quando chegamos lá os dois ainda estavam vivos, mas devido aos ferimentos sabíamos que não resistiriam por muito mais tempo, enquanto o enfermeiro que nos acompanhava atendia a mulher, Yuuri estava atendendo o homem que parecia esta pior e dizia frases desconexas e apenas conseguiu entender que pedia para salvar a esposa porque estava gravida, correu para verificar e descobriu ser verdade, conseguimos leva-la viva até o hospital e a única coisa que ela dizia era pra que salvasse seus bebes e que cuidasse deles, depois de vários exames verificou que estava de cinco meses e mesmo que se fizessem o parto à chance de sobreviveram era praticamente nula por serem gêmeos, Yuuri fez de tudo para salvar a mãe, mas acabou falecendo três dias depois, mas aquele japonês de coração enorme já estava envolvido de mais pra desistir, conseguiu uma autorização para mantê-la ligada a maquinas até que os bebes estivessem prontos para nascer. – Explicou.

 Yuri olhava para Otabek com olhos arregalados e Victor apenas o observava com atenção redobrada.

– Quando as crianças nasceram Yuuri entrou com um pedido de adoção, mas aqui no Japão as coisas não são fáceis para estrangeiros, mesmo se você nascer aqui não é considerado japonês então a adoção foi negada, tentou uma segunda vez e o resultado foi o mesmo e acabou descobrindo que as crianças assim que completassem um ano iriam ser mandadas para o Canadá. Quase entrou em desespero o coitado, que acabou encontrando os parentes dos dois turistas que disseram que nenhum deles tinha interesse em ficar com elas, instaurou uma ação com os documentos que abririam mão e autorizavam a adoção por Yuuri, mas novamente foi negado. Foi então que o namorado do Chris que é advogado disse que estava fazendo as coisas erradas, que precisava entrar com o pedido no Canadá e não aqui, e ai ele procurou Jean, já que o pai dele trabalha no governo canadense, que avisou que ajudaria, mas que a lei do canada para adoção na respectiva região onde elas haviam sido declaradas só é permitida a casais, Minako se ofereceu para casar com Yuuri, que não aceitou, porque na época ela estava namorando e jamais aceitaria que terminasse por causa dele, e é ai que eu entro, não importa se é um casal hetero ou homo, eu estava sozinho e Yuuri já havia feito muito por mim, insisti tanto que acabou aceitando, mas aqui também não é permitido casamentos gay e foi outra batalha na justiça, varias negativas, estávamos correndo contra o tempo, haviam passado alguns meses e logo seriam deportadas, procuramos novamente o pai de Jean que nos orientou a pedir o casamento pelo Canadá porque lá é permitido e com isso conseguiríamos a adoção, esse pedido foi feito alguns dias antes do Yuri chegar aqui, e depois recebemos a lista com os documentos que precisaríamos enviar, entramos com o pedido e também para que as crianças fossem deixadas aqui até que tudo fosse resolvido o que foi concedido e a autorização deve ter chegado há alguns dias.

- Pelo que sei não precisa ser casado para adotar uma criança no Canadá. – Irritou-se Victor.

- Dependendo do lugar não, mas seriam mandadas para a região onde tem os familiares, mesmo que essas pessoas as tivessem rejeitado e lá a lei prevê que precisa ser um casal.

- Por isso ele está estranho? – Perguntou Yuri.

- Preciso que entendam que isso tudo aconteceu antes de vocês chegarem aqui e mesmo que tenhamos entrado com os papeis quando você já havia sido encontrado por Yuuri, não tinha ideia de que me apaixonaria e Yuuri nem se quer sabia da existência de Victor.

- Poderiam ter nos contado. – Cuspiu Victor.

- Poderíamos, mas Yuri não estava bem, veio à doença do meu pai e tudo acabou passando rápido de mais, quando tocou no assunto da casa, Yuuri pediu para conversar comigo a respeito e neguei essa conversa até hoje porque tinha certeza de que ia dizer que queria desistir, por você, por Yuri e por mim, preciso que entenda uma coisa, nunca o escutei reclamar de nada nessa vida muito menos de desejar ter algo, essas crianças são seu único sonho e como amigo vou ajudar a realizar, minha opinião não mudou quanto a isso, iremos nos casar e adotar aquelas crianças, isso tudo veio antes de vocês, e Yuri, desde que achei esses papeis estou orando para que entenda essa situação, porque perder você não é mais uma opção.

- Vão se separar depois? Quanto tempo? – Perguntou olhando direto nos olhos de Otabek.

- Precisamos ficar juntos até sair à adoção definitiva que deve demorar entre um ano e um ano e meio, depois nos separamos oficialmente.

- Tudo bem então, eu espero. – Respondeu com lagrimas nos olhos, mas não deixou que elas caíssem.

Victor levantou e foi em direção à cozinha, tomou um copo de água, sentia sua boca seca e seu coração parecia não bater, ficou lá parado por alguns minutos para tentar se acalmar e voltou para a sala.

- Esse casamento é só fachada?  - Perguntou com o rosto sério.

- É claro que sim, nunca tivemos nada, jamais senti algo que não fosse amizade e acho que ele já deixou claro isso também.

- Ele morre de ciúmes. – Disse Yuri entre risinhos.

- Olha quem fala, também tem ciúmes do Yuuri. – Zangou-se indo sentar novamente ao seu lado.

- Sinto ciúmes sim, mas não do Yuuri, ele deixou claro no dia em que conversou comigo que o que sente pelo Otabek é o mesmo que sinto por você, não tem como sentir ciúmes disso.

Victor bufou, encostando-se ao sofá e cruzando as pernas e os braços em sinal de defesa.

- Entendo que esteja nervoso Otabek, mas precisa se acalmar pra poder ter uma boa conversa quando Yuuri chegar. – Pediu Yuri sentando-se ao lado do namorado.

- Ia desistir de tudo sem me consultar, se não tivesse desconfiado perderíamos o prazo e tudo iria por água abaixo. – Sentia-se nervoso e por mais que respirasse fundo, não conseguia se acalmar.

- Por isso não queriam comprar a casa, porque agora serão uma família. - Seu tom era triste e não passou despercebido por Otabek e Victor.

- Não! Não é isso, quando recebemos as orientações do pai de Jean, trabalhamos duro, fazíamos horas extras por que vimos um Dojo que está à venda, iriamos comprar e transformar em uma casa, e é uma propriedade muito bonita aqui perto e o dono é amigo do pai do Yuuri e concordou em nos vender.

- Porque não falou isso antes? Entendo que não quisesse me contar sobre o casamento, mas deveria ter nos dito sobre o lugar, já estaríamos com a reforma quase que pronta. – Queixou-se Yuri.

- Como eu diria que a casa precisaria de quartos a mais do que estavam planejando?

- Entendi! Podemos ir vê-lo amanhã? – Perguntou e depois se virou. - Victor a casa precisará de mais dois quartos, isso se já incluiu o do Ryota-chichi, se não acrescente mais três. – Yuri percebeu que ele não tinha escutado suas palavras e deixou para conversar no dia seguinte quando fossem visitar a propriedade, puxou Otabek dando um beijo em seus lábios. – Dá pra ficar calmo? Yuuri deve estar chegando.

Mal terminou de dizer as palavras e escutou a porta abrir.

Yuuri chegou em casa e encontrou os três conversando na sala, cumprimentou Victor com um selinho e os outros dois com um aceno, indo em direção ao quarto.

Otabek levantou e foi atrás dele abrindo a porta que estava fechada.

- Victor você mexeu nas minhas ... – Interrompeu a fala quando viu que era Otabek.

- Pode me explicar porque isso estava no lixo? – Perguntou jogando os papeis em cima da cama.

- Otabek...

- Otabek o que Yuuri? Estamos brigando por isso a mais de um ano. – Gritou.

- As coisas mudaram. – Murmurou.

- Não pode jogar um sonho fora, só porque algumas coisas mudaram. – Disse com a voz ainda exaltada.

- Não estou jogando fora.

- Isso estava no lixo. – Pegou os papeis da cama e jogou em Yuuri.

- Eu...

- Há meses atrás quando entrei por aquela porta trazendo os papeis iniciais do processo você ficou feliz, não parava de sorrir, porque aquilo era o sinal de que conseguiríamos isso. – Apontou para os documentos em sua mão. - Nós estamos fazendo planos a mais de ano, estamos trabalhando duro para juntar dinheiro para que isso fosse possível, nós fomos até mesmo ver o Dojo para comprar, tivemos discussões por causa das reformas que íamos fazer lá, quantas brigas nós tivemos em relação ao modo de como íamos conduzir as coisas caso recebêssemos a aprovação?

- Eu sei, eu sei disso, acha que está sendo fácil para eu desistir? – Gritou, sentindo seus olhos nublarem.

- Não tem o direito de desistir de uma coisa por outra pessoa, nem se quer me consultou, esse sonho também é meu, nós o construímos juntos.

- Eu sei... – Sussurrou caindo de joelhos, chorando.

- Yuuri! – Puxou o ar algumas vezes para tentar se acalmar, ajoelhando a sua frente. – Desde que tudo aconteceu, a mais de um ano atrás, passamos dias e noites planejando, indo atrás de documentos, cada dia que passava era um dia a mais de ansiedade, quando recebemos a primeira negativa, nós não desistimos, assim como não desistimos na segunda, tivemos que praticamente implorar para Jean nos ajudar, você sabe o quanto aquilo foi difícil para mim, mas ainda assim fiz, por você e por mim mesmo.

- Eu sei... – Yuuri agora chorava de soluçar.

- Então porque jogou os papeis fora? – Perguntou com a voz cansada.

- Já estava pensando em desistir, quando vi você e o Yuri juntos naquele dia na cozinha me senti egoísta, não posso te tirar isso, e também tem o Victor, esse sonho é só nosso, as coisas mudaram, mas toda vez que vou até lá, meu coração diz que não posso, que eu preciso seguir sonhando, mas...

- Eu sei que as coisas mudaram, eles entraram nas nossas vidas e isso não estava planejado, mas não acha que eles entenderiam? Acha que Victor não o ama o suficiente para entender que esse é o seu sonho e te apoiar?

- Eu não sei. – Chorou.

- Olhe para mim – Pediu Otabek, enxugando as lagrimas dele com as mãos. – Realmente quer desistir de tudo isso?

- N-não...

- Katsuki Yuuri, quer se casar comigo? – Perguntou Otabek com um sorriso no rosto.

Yuuri não conseguiu dizer nada, soluçava sem parar.

- Ele aceita. – Disse Yuri da porta.

Só então o japonês percebeu que Yuri e Victor estavam parados na porta do quarto, mas não soube disser desde quando.

- Precisa parar de aceitar as coisas pelos outros. – Ralhou Victor com Yuri.

- Se não enrolassem tanto para responder perguntas simples não teria que fazer isso. – Disse enquanto ia sentar ao lado de Otabek. – Sempre quis ter um irmão mais novo pra poder fazer de empregado. – Sorriu maligno fazendo Yuuri soltar uma risada.

- Bem agora que o Yuri aceitou meu pedido por você, se me der licença vou comemorar meu noivado. – Piscou para o japonês.

- Se pensa que vou ser seu amante, está muito enganado. – Falou dando um soco no braço de Otabek.

- Como assim não vai? Estava até mesmo pensando em comprar um guarda-roupa maior para esconder você dentro quando Yuuri chegar do trabalho. – Fez-se de indignado.

- Não vou entrar em armário nenhum Otabek, não vou deixar que traia o Yuuri, não mesmo, se esse casamento durar um ano, apenas tome cuidado para não se apaixonar pelas suas mãos. – Disse levantando e indo em direção à porta.

- Como é que é? Hey, Yuri, espere ai, entendeu que esse casamento é de mentira, né? Eu ainda sou seu namorado, Hey volte aqui, vamos conversar. – Disse Otabek correndo atrás.

 

- Acho que Otabek está com problemas.  – Sorriu Yuuri ainda ajoelhado no chão.

- Porque não me contou? – Perguntou Victor ainda parado na porta.

- Victor...

- O que sou para você?

- O homem que amo.

- Se realmente fosse, teria me contado.

- Não contei por que não sabia se ia dar certo entre nós dois, o tempo passou e senti medo de que não aceitasse, não são só as crianças, tem o casamento com Otabek, se pedisse pra que desistisse de tudo, eu desistiria mesmo sabendo que me arrependeria depois.

- Tem ideia do quanto suas palavras me magoam, saber que está disposto a desistir de algo importante, invés de me incluir.

- Não! Não! Você não entendeu. – Levantou depressa indo até ele. – Não tem ideia de quantas vezes inclui você nesse sonho, Victor, você é a coisa mais importante que tenho, apenas senti medo, desde que começamos a conversar, nunca tocamos em nenhum assunto relacionado à adoção ou até mesmo crianças, não sabia como contar, não sabia nem mesmo como iniciar esse assunto, e até hoje quando vai falar algo sobre o Otabek sempre diz “seu namorado”.

- Isso soa como desculpas, sempre contei coisas da infância de Yuri e ainda que não tivesse contado era apenas chegar e dizer que precisava conversar, sem contar nas milhares de vezes que tentei conversar sobre a casa que vamos comprar, e hoje descobri que estava sempre se esquivando por já ter uma em mente. – Sentia-se magoado e traído, sua voz saia forte em tom de acusação. – Tem ideia de como estou me sentindo agora?

 - Desculpe. – Pediu abaixando o rosto. – Não contar foi uma decisão errada e assumo a responsabilidade por isso.

- Entendo Otabek não querer contar a Yuri, tenho certeza que ele não aguentaria, mas você. – Desviou do outro que ainda estava parado a sua frente de cabeça baixa foi em direção ao guarda-roupa colocando algumas peças em uma mala e saiu sem dizer nada.

Yuuri fechou a porta quando Victor saiu e escorreu por ela chorando baixinho.

 

- Quando vou poder conhecer as crianças? – Perguntou Yuri a Otabek.

- Amanhã, ligo onde elas estão e marco um horário pra visita.

Yuri estava sentado no colo de Otabek de frente a com uma perna de cada lado, viram Victor entrar e ir em direção à porta de saída.

- Victor espera. – Pediu Yuri levantando rápido e indo atrás. – Onde está indo? Cadê o Yuuri?

- Estou indo para o hotel, amanhã ligo para resolvermos onde iremos morar. – Saiu batendo a porta.

Yuri voltou a sentar no colo de Otabek e sorriu.

- Três dias pra voltar com o rabo entre as penas, quer apostar? – Perguntou o moreno erguendo uma sobrancelha.

- Três dias? Não conhece o tamanho do orgulho que aquele homem tem e o ciúmes que ele sente de você, duas semanas se algum milagre acontecer.

- E então quer apostar?

- Se eu ganhar, irá vestir seu uniforme de piloto pra mim. – Falou o com um sorriso nada inocente no rosto.

- Se eu ganhar, quero você dançando só pra mim.

- Aceito. – Apertaram as mãos para selar a aposta.

- Vou ver como está o Yuuri.

- Espero aqui, pedirei comida enquanto isso. – Respondeu, achando melhor deixar Otabek conversar com o amigo sozinho.

 

Otabek seguiu para o quarto e quanto tentou abrir a porta não conseguiu, percebeu que não estava trancada e escutou o choro vindo do outro lado.

- Sou eu, vamos conversar. – Pediu.

O silencio foi à única resposta que recebeu.

Sentou no chão e encostou-se à porta.

- Deveria ter conversado com você quando pediu e contado a Victor, fiquei com medo, por que sabia que desistiria por ele. – Suspirou fundo tentando achar dentro de si ao menos um pouco de culpa por isso. – Yuuri, te conheço melhor que ninguém, sei que se desistir das crianças com o tempo se arrependerá e o que sente por Victor agora não irá durar muito tempo, vai sentir culpa e acabará o culpando por isso.

- Não importa mais, ele foi embora.

- Amanhã estará de volta, só precisa digerir as coisas.

- Não vai voltar, é orgulhoso de mais pra isso.

- Então vai atrás dele.

- Se eu for e ele me pedir pra que desista, não sei se conseguiria, nunca desejei tanto algo, sabe disso, aquelas crianças são a minha felicidade

- Estamos sem tempo, caso contrario era só entrar com os documentos para que vocês dois se casassem.

- Sei disso, já conseguimos que os deixassem aqui além do tempo inicial e isso foi um milagre.

- Amanhã é sua folga, vamos aproveitar para resolver os papeis da compra do Dojo.

- Vai precisar ir até a prefeitura da sua província para providencias os documentos restantes.

- Amanhã cedo ligo lá e vejo se posso fazer o pedido por telefone para que possam ir adiantando e depois vou apenas buscar quando estiver pronto, vem o interfone está tocando deve ser a comida que Yuri pediu.

- Como ele está?

- Adorando a ideia de ter irmãos mais novos.

- Quero ver quanto tempo essa animação irá durar quando ele a conhecer.

- Estou sorrindo por dentro com isso, não tem ideia do quanto.

Escutou a porta abrir e levantou puxando o amigo pra um abraço.

- Vai dar tudo certo, ele vai voltar, não se preocupe com isso. – Sussurrou no ouvido do japonês.

- Obrigado por isso. – Apertou o abraço ainda mais.

- Hey, a comida está esfriando. – Disse Yuri colocando apenas a cabeça para dentro do corredor.

Os dois homens se soltaram e Otabek pode perceber um leve sorriso no rosto do amigo.

- Vou lavar o rosto e já vou.

A animação de Yuri durante o jantar em relação as crianças e a casa nova animou Yuuri, o fazendo se sentir melhor.

 

 


Notas Finais


Quero mais uma vez agradecer a todos que comentaram o capitulo anterior e dizer que vou responder a vocês , corretamente, espero que não tenham ficado chateado com a brincadeira do "fugindo para a montanha"
Espero que gostem e me deixem saber.


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