1. Spirit Fanfics >
  2. Era pra ser você - Sariette >
  3. I'm gonna pick up the pieces

História Era pra ser você - Sariette - I'm gonna pick up the pieces


Escrita por: Danvers_Luthor1

Notas do Autor


Bom.... eu tava boiola por essas duas e como a gente só passa sofrimento.......

Capítulo 1 - I'm gonna pick up the pieces


Fanfic / Fanfiction Era pra ser você - Sariette - I'm gonna pick up the pieces

I'm gonna pick up the pieces

 

 

"Nada acontece por acaso. O universo sempre tem um plano secreto para as nossas vidas, mesmo que nós não entendemos".

 

Cinco anos antes

 

 

Poder era algo que ele almejava desde pequeno. Não suportava perder nada para ninguém e queria sempre tudo para si. Sua mãe disse que ele era o gênio da família, aquele que levaria o nome deles ao posto mais alto e nunca sairia de lá. Aquelas palavras serviram de inspiração para alcançar seus objetivos. Porém, chegar no alto e poder olhar de cima para o resto do mundo não era um caminho fácil. Poucos conseguiam. Seu pai, que fundou a empresa e ficou à frente dela até o dia da sua morte, sabia disso. Foi sem escrúpulos e remorso que ele construiu o seu império. Seu herdeiro, que agora olhava a cidade do ponto mais alto com um copo de whisky na mão e o sorriso presunçoso no rosto, não pensava diferente. Em seu tempo como CEO da companhia da família fez de tudo ao seu alcance para mantê-los no topo, indiferente com quem o atrapalhasse.

 

Fez muitos inimigos, isso era óbvio. Enfrentou diversos processos de reles mortais querendo tirar algo dele. Mas ele era grande demais para isso, grande demais para o mundo, e nada poderia pará-lo. Ele queria tudo, ele iria conseguir tudo.

 

Washington Freire. O menino de ouro da mamãe e a pior pessoa do universo para o todo resto, bebeu um gole do seu whisky e sorriu. Estava dando uma festa em comemoração a última fusão realizada com a sua companhia. Tudo arquitetado com muito carinho e cuidado para que nenhuma armação fosse descoberta. Estava mais uma vez, mais rico que os maiores empresários do país. Agora, pensava em dar um passo maior na sua carreira, já que era o melhor nos negócios, decidiu que era o melhor também para todo o país.

 

- Washington Freire Presidente, gostei. – Falou para si mesmo e desfrutou da sua bebida. Ouviu algo atrás de si e olhou lentamente. – Não esperava companhia.

A pessoa não falou nada. Se aproximou mais um pouco e então apontou uma arma para Washington.

 

- Isso é uma brincadeira? – Washington riu friamente como sempre. Detestava quando as pessoas perdiam a noção e cometiam aqueles deslizes usando armas e facas para tentar matá-lo. Ele ouviu a arma sendo destravada. – Qual é, nós sabemos que você não tem coragem para isso.

 

Washington deu um passo para frente e então ouviu o tiro. Não ele não sentiu dor, ele não sentiu nada. Olhou para o seu peito e viu o sangue manchando a camisa branca. Mais dois tiros vieram em sua direção o acertando novamente. Washington cambaleou para trás e escorou na bancada da sacada. Agora sentia a dor. Dor para respirar, dor para se mover, dor até para implorar pela vida. Dor era só o que ele era naquele momento. Antes de apagar, ele viu o olhar frio da pessoa que puxou o gatilho. Só para ter certeza que não teria chances de sobreviver, o corpo de Washington Freire foi jogado da cobertura.

 

Não era exatamente o momento de pico e poucas pessoas passavam pela rua. Mas todos que estavam perto ouviram o som do carro quebrando e um corpo se espatifando em cima dele. Os seguranças do evento que ocorria na Empresa Freire’s correram para ver o que estava acontecendo, e não levou nem um minuto para um deles dizer:

- É o Washington Freire!

 

---

 

Sarah acordou com a irmã derrubando a casa. Levantou correndo e chegou na cozinha a tempo de ver Carla limpando a sujeira que tinha feito ao tentar puxar alguma coisa do armário. Respirou fundo e virou as costas voltando para o seu quarto, mas no caminho conseguiu ouvir a mais velha reclamando com ela por montar armadilhas nos armários com a comida. Não respondeu. Ainda estava morrendo de sono.

 

Tinha passado mais da metade da noite trabalhando e a outra metade se divertindo. Precisava preparar todos os papéis para a audiência do dia, e também se preparar. Não seria uma batalha fácil e ela tinha prometido para a cliente que conseguiria vencer. Ia afastar de uma vez por todas o traste do pai da criança, ia manter o pequeno em segurança e ele jamais iria ver o filho de novo. Ela seria perfeita naquele tribunal, tão perfeita que tinha certeza que o réu iria sair de lá algemado para responder por acusações de violência doméstica.

 

Depois que tinha toda essa parte certa, ela foi para o bar relaxar um pouco. Uma bebida levou a outra, e mais uma e quando percebeu já estava flertando com uma mulher mais ou menos da sua idade. Um flerte levou a uma conversa mais longa, e logo levou Sarah à cama da desconhecida. Voltou para casa com o dia quase amanhecendo e por isso nem prestou muita atenção ao barulho que a irmã fazia ou as suas reclamações. Por breves minutos.

 

- Céus Sarah, levanta que já passou da hora. - Carla abriu a porta do quarto da caçula chamando por ela em um tom urgente.

 

- Me deixa dormir pelo amor da mamãe! – Resmungou escondendo a cabeça embaixo do travesseiro.

 

- Sarah, se você quiser carona até o tribunal, levanta essa bunda dessa cama AGORA! Eu preciso voltar para a delegacia. – Para dar mais ênfase a sua fala, ela saiu batendo a porta do quarto da irmã com toda força. Era mesmo para tirar a caçula da cama a qualquer custo.

 

A loira xingou baixo e procurou pelo relógio ao lado da cama. Sim, era sempre bom ir de carona com Carla para o tribunal, afinal se o trânsito ficasse lento demais bastava a irmã pisar fundo no acelerador e ligar as sirenes que logo elas chegavam ao destino. Porém, naquele dia o que fez a loira saltar da cama em desespero foi o fato de só ter 40 minutos para chegar no tribunal para a sua grande audiência.

 

Assim que entrou no carro, Sarah ligou as sirenes.

- O que você está fazendo? – Carla desligou.

 

- Eu tenho que estar no tribunal em 20 minutos. – Ligou de novo e olhou para a irmã implorando. – Por favor.

 

- Quem mandou ficar fora de casa até às 5 da manhã. Onde diabos você estava? – Manteve as sirenes ligadas e saiu rápido, cortando a frente de alguns carros e passando por outros que abriam espaço para o carro da detetive.

 

- Eu conheci alguém, sexo casual. – Deu de ombros enquanto dava uma última olhada nos papéis do caso.

 

- Inacreditável. – Resmungou. – Você não sabe do que está acontecendo na cidade então?

 

Sarah parou de olhar para os papéis e encarou a irmã sem entender o que ela queria dizer. Sempre tinha algo acontecendo em Nova York. Grande ou pequena, sempre tinha.

 

- Alguém que eu deveria saber morreu? – Acabou perguntando.

 

- Washington Freire.

 

- O QUE? Washington Freire está morto? – Falou em alto tom dentro do carro. – Como?

 

- Alguém deu três tiros no peito dele e depois o jogou da sacada da sua sala na Freire’s. – Carla comentou e olhou de lado para a cara chocada que a irmã fazia. – E nem preciso dizer que temos uma lista de quase toda cidade como suspeitos.

 

- Uau, nunca pensei que veria esse dia. Um Freire assassinado. Você precisa contar tudo. – Ela olhou sorrindo para a irmã. Assim como 99,9% da população da cidade não era fã dos Freires. Todos sabiam que eles faziam coisas inescrupulosas e que nunca foram pegos. Para Sarah, sendo uma advogada que só queria fazer justiça no mundo, saber que aquele tipo de pessoa era praticamente inatingível a deixava com raiva e frustrada. Nunca pegou nenhum caso contra os Freires, mas aquela chama da justiça que o pai costumava dizer que ela tinha, ardia de vontade de encarar aquela gente no tribunal. Seria poético uma advogada como ela, que faz pro-bono destruí-los perante a justiça.

 

- Eu vou contar. – Carla parou o carro em frente ao tribunal. – Hoje à noite, por hora, você pode se interessar por uma das suspeitas que estamos levando para depor essa manhã. – Ela sorriu para a caçula. – Juliette Freire.

 

- Nem conheço o caso direito e ele só fica melhor a cada instante. – Sorriu. – Obrigada pela carona sis e – Se abaixou ainda com a porta aberta. – Quando você pegar ela, me manda uma mensagem dizendo se ela é mesmo tão bonita quanto nas fotos e na tv.

 

Carla fez uma careta para Sarah e um gesto para que ela fechasse logo a porta do carro. Não queria se atrasar para chegar na delegacia e pegar a sua namorada e também colega de trabalho. 

 

Era a primeira vez que as duas eram designadas juntas para lidar com um homicídio. E não era apenas um homicídio comum, era a morte do homem mais rico e odiado de toda a cidade. Além do seu capitão, tinha a forte pressão da mídia também para que aquele caso fosse resolvido o mais rápido possível.

 

---

 

Juliette não dormiu nada. Estava em choque. Seu irmão tinha sido friamente assassinado dentro da empresa da família. A melhor equipe de segurança e a mais bem paga não foram suficientes para evitar que alguém armado entrasse na festa e chegasse ao irmão. 

 

Washington era o alvo, o fato dele ter sido jogado do 30º andar deixava isso bem claro. Queriam ele morto e queriam ter certeza que não teria salvação.

 

Não tinha como salvá-lo. A queda deveria ter quebrado todos os ossos dele, e lógico, os três tiros à queima roupa que ele recebeu antes de cair também ajudaram o trabalho a ser bem feito. Ela não acreditou quando ouviu que um homem tinha caído do prédio e que era Washington. Porém, quando ela o viu, a certeza a acertou com toda força. Seu irmão mais velho estava morto. E assim como Washington estar morto atraía as atenções, ela e sua mãe também foram alvos: todos queriam avaliar as suas reações.

 

Juliette não tinha ideia de como reagir. Seria muita hipocrisia se debulhar em lágrimas, afinal todos sabiam que ela e Washington viviam em pé de guerra dentro e fora da empresa. A admiração que sentia pelo irmão quando era pequena foi embora conforme ela ia crescendo e percebendo do que o mais velho era capaz para conseguir o que queria. Ela chegou a acusá-lo de matar o próprio pai, mas isso nunca foi levado a sério. Juliette era apenas uma adolescente em luto e só estava colocando a sua raiva para fora. Agora ela não sentia raiva, não sentia nada. Estava vazia e assim como a própria mãe, não esboçou nenhuma reação em nenhum momento.

 

As duas estavam em silêncio, fitando o nada, sentadas lado a lado, enquanto as pessoas vinham e iam falando com elas, fazendo perguntas, oferecendo bebidas. Nenhuma esboçava uma reação.

 

- Senhora...senhorita. – A voz era calma e controlada, diferente de todas as outras que tinham tentando abordá-las antes. Em uma sincronia sinistra elas levantaram o olhar para o homem. – A polícia já tem duas certezas: Washington foi assassinado e o assassino estava na festa.

 

- Washington está morto há 12 horas e essas são as certezas da polícia? – Juliette comentou em tom de deboche. – É, eles vão pegar o assassino rapidinho.

 

Enquanto ela cruzava os braços e se encostava no sofá respirando fundo, Lilian finalmente se moveu também. Ela ficou em pé e deu alguns passos pela sala, antes de se virar para o advogado da companhia.

 

- Eles têm principais suspeitos?

 

O homem respirou fundo, certamente constrangido por ter que responder aquela pergunta. Olhou para as duas e disse com pesar.

 

- Vocês duas foram vistas brigando com o Washington ontem, inclusive na festa.

 

- Tá de brincadeira comigo? – Juliette se irritou e ficou em pé. – Tão me acusando de matar o meu irmão?

 

- Você matou? – Lilian perguntou encarando a filha. Estava lá no seu olhar a fagulha de ódio que ela sempre sentia quando olhava para Juliette.

 

- Somente você acharia uma coisa dessas. – Respondeu com raiva e mágoa.

 

- Você vivia infernizando a vida do seu irmão, qual seria a grande surpresa se decidisse tirar a vida dele?

 

- Washington era um lunático Lilian. – Gritou de volta. – Eu vivia brigando com ele por todas as coisas terríveis que ele fazia e como ele manchava o nome da empresa do meu pai.

 

- Seu irmão era um visionário. Todas as suas ideias podem parecer absurdas agora, mas Wash...

 

- Era um bandido. Um criminoso que você e todos do conselho mantinham no poder por causa dos bolsos cheios. – Replicou elevando drasticamente o tom de voz e perdendo o controle. Era incrível o que sua mãe podia fazer com ela em apenas algumas poucas palavras trocadas.

 

- Ele nunca deveria ter deixado você voltar para essa empresa. Você traiu seu irmão.

 

- Eu fiz o que era certo, e Washington não me deixou voltar, eu voltei porque essa empresa também é minha e eu não vou parar meu trabalho só porque dois dos três Freires restantes não tem um pingo de honestidade na cara. – Praticamente rosnou para a mãe. Antes que a resposta de Lilian viesse com a mesma intensidade, as batidas na porta chamaram a atenção deles.

 

Dois homens e duas mulheres estavam ali parados olhando com curiosidade para as duas. Os olhos de Juliette caíram até as cinturas e ela viu os distintivos brilhando. "Perfeito" foi a primeira coisa que pensou. As duas principais suspeitas foram flagradas em uma briga por quatro detetives.

 

- Desculpa interromper a conversa animada de vocês. – Uma das mulheres tomou a frente e falou de forma sarcástica. – Eu sou a detetive Braz, meus parceiros Andrade, Morris e Reed e nós precisamos que vocês nos acompanhem até a delegacia para uma conversa.

 

- Minhas clientes estão passando por uma perda gigante e ainda assim elas concordaram em colaborar com tudo o que a polícia precisa saber. – O advogado tomou a frente. – E você pode fazer as suas perguntas aqui.

 

- Eu respondo aqui, ela – Olhou para Juliette com rancor e raiva queimando nos olhos. – Vocês podem levar.

 

- O que? – Juliette respondeu assustada.

 

- Sra Freire...

 

- Você é meu advogado e da empresa, Juliette se vira. – Explicou friamente e virou as costas indo para o bar.

 

Todos os olhares da sala caíram sobre a Freire mais nova que ainda estava sem reação. Sem advogado. A mãe tinha tirado a chance de defesa dela. A jogava para os leões para ser devorada viva. A razão principal delas não terem saído da Freire’s ainda era o tanto de repórteres e fotógrafos que estavam atrás delas querendo o primeiro clique pós morte do CEO da companhia. Algumas fotos já haviam sido vazadas para a imprensa, através dos celulares dos convidados da festa, mas nenhuma era oficial ou de boa qualidade. Passaram a noite escondidas, juntas, sem dizer nada era verdade, mas estavam juntas. Mais próximas do que ficaram a vida inteira e agora Lilian arrenegava. Só faltava acusá-la de ter matado o irmão para a polícia.

 

Juliette olhou para o advogado que apenas abaixou a cabeça colocando as mãos no bolso e se aproximando da mãe Freire. O terror deveria estar refletido nos seus olhos já que ela notou a pena que os detetives sentiram naquela hora por presenciar aquela cena. Ela engoliu em seco e abriu os braços completamente sem saber o que fazer. A detetive que tinha falado antes se aproximou.

 

- Srta Freire, você pode nos acompanhar e chamar um advogado de lá se desejar. É só uma conversa, você não está sendo acusada de nada, entendeu?

 

Juliette balançou a cabeça em silêncio. A detetive se virou para os seus colegas, pediu que dois tomassem o depoimento de Lilian e que outro viesse com ela para a delegacia. No saguão principal Juliette percebeu que algumas pessoas ainda estavam usando a roupa de festa e falavam com alguns policiais ou apenas esperavam. A maioria fazia parte do conselho da Freire’s. Um rosto conhecido se destacou no meio das expressões fechadas e desconfiadas que a encaravam. Com apenas um sinal ela pediu para a amiga se aproximar.

 

Braz tentou impedi-la, mas Juliette implorou com educação para falar com ela. A detetive permitiu, mas ficou ali parada ouvindo as duas.

 

- Minha mãe me deixou sem advogados, ela disse que eles não podem me acompanhar. Eu preciso de um advogado, Cam.

 

- Relaxa, eu vou chamar um e ele te encontra na delegacia, não diga nada até lá.

 

Antes de sair do prédio, Braz pediu que o parceiro trouxesse o carro até a frente e que os seguranças fizessem uma corrente de proteção para manter os curiosos e a mídia afastados. Ela ainda tirou seu blazer e cobriu a cabeça de Juliette, passando um braço ao redor do seu corpo e a escoltando até o carro. Óbvio que era impossível impedir as fotos e a chuva de perguntas, mas Juliette passou sem levantar os olhos e sem dizer nada.

 

---

 

- Eu nem acredito doutora, nós vencemos. – A mulher de aparência mais velha falou com um sorriso no rosto e os olhos cheios de lágrimas. – Meu menino está a salvo.

 

- Ele tá sim. – Sarah sorriu gentilmente e abraçou sua cliente. Foi uma batalha grande. O ex-marido da senhora Gutierez tinha conseguido um advogado muito bom para defende-lo. Mas como o dinheiro não compra a justiça, Sarah adorava repetir aquela frase cada vez que alguém perguntava por que ela trabalhava pro-bono, ela contornou a situação e conseguiu o que queria. Suas provas eram tão sólidas e seus argumentos tão bons, que o senhor Gutierez nem chegou a ser chamado para depor. Muito antes disso a advogada já tinha destruído a sua defesa e atacava com segurança a ponto de conseguir que a juíza formalizasse a acusação de violência doméstica e tirasse o pátrio poder do homem sobre o filho.

 

- Eu jamais vou conseguir agradecer por isso, o que você fez...

 

- Era o certo a se fazer. Vai pra casa, abrace o seu filho, recomece a sua vida, é a melhor forma que você pode me pagar. – Sorriu de forma carinhosa. Acompanhou a cliente até um táxi, que ela mesma pagou e despediu-se com a certeza que tinha feito as coisas certas.

 

- Bom trabalho, Andrade. – A voz conhecida falou atrás da loira, que ainda sorrindo se virou para cumprimentar a velha amiga.

 

- Obrigada Kerline. Não sabia que iria estar aqui hoje com o acontecimento do ano. –Foi uma leve brincadeira com a morte do grande Freire. As duas sorriram.

 

- Te pago um café? – A amiga ofereceu e com um aceno positivo de Sarah, elas começaram a caminhar até a barraca do café. – Grant tá louco para ficar com créditos disso, imagina colocar uma Freire atrás das grades, vai consolidar a carreira dele na promotoria.

 

- Você chega lá. – Deu um encosto de leve no ombro de Kerline como forma incentivadora.

 

Enquanto Kerline ainda era advogada, as duas se enfrentaram no tribunal algumas vezes, a pior de todas foi na vez que Sarah defendeu um cliente que acusava a Queen's Industry de ameaçar de forma física e psicológica um negociante do bairro em que Sarah vivia e mantinha seu escritório, para vender a propriedade para a companhia. Mesmo a vitória da loira não abalou a amizade das duas que teve início nos tempos de faculdade.

 

- Eu preciso te fazer duas perguntas. – Kerline disse e parou ao lado da barraca de café. Antes que Sarah tirasse o dinheiro do bolso, ela falou que pagaria para as duas. Voltaram a caminhar com os seus cafés.

 

- Não vou trabalhar para a promotoria, interesse zero.

 

- Eu sei, não é isso. Nem é sobre trabalho. – Diante do sorriso da loira, Kerline continuou. – Primeiro, minha irmã me obrigou a perguntar se a sua irmã tem namorada.

 

Sarah gargalhou. No dia da sua formatura, ela e Kerline fizeram uma festa juntas para celebrar, afinal ambas tinham famílias pequenas e vários amigos em comum. Naquela mesma noite, Carla e Vitória acabaram ficando. Foi a primeira vez que a Andrade mais velha ficou com uma mulher, e dali para frente ela acabou percebendo que era só de mulheres que ela gostava. Aparentemente, Vitória ainda tinha uma queda pela detetive.

 

A gargalhada de Sarah foi o suficiente para Kerline entender a resposta. Ela riu também e apenas deu de ombros olhando para a amiga indicando que não tinha culpa da pergunta que a irmã a pediu para fazer por aí.

 

- E a segunda, podemos sair pra beber e conversar algum dia? – Implorava um pouco no seu tom de voz. – Eu preciso de uma amiga que não vai ficar me perguntando a cada cinco segundos porque eu terminei com Arthur Picoli.

 

- Hoje à noite, Mckinley's às 21h. Vou te dar um porre. – Riu para a outra. Caminharam até o prédio da promotoria, que ficava apenas a uma quadra do tribunal, e só então Sarah chamou por um táxi para levá-la até o seu escritório.

 

---

 

Mesmo tendo tomado o café com Kerline, Sarah parou na cafeteria dos West. Foram eles os clientes que enfrentaram os Picolis no tribunal, após sofrerem diversas ameaças e atentados para venderem o local. A vitória que a advogada conseguiu garantiu uma boa indenização para Joe West e sua família, que puderam reformar o seu estabelecimento e ter um aumento nos lucros. Mesmo com a quantia ganha e o pagamento que recebeu, o fato de Sarah ter comprado aquela briga e nunca ter desistido da família, foi o que deu a ela passe livre para cafés e donuts pelo resto da vida. Como amava as duas coisas, não ficava um dia sem ir para o escritório e passar ali para pegar seus mimos gratuitos.

 

Já aproveitava sempre para bater um papo com a família West e ficar por dentro do que estava acontecendo no bairro. Por serem a única cafeteria da região e a melhor em comparação com as dos outros bairros, era ali o ponto de encontro de jovens e idosos e que permitia a Sarah ficar próxima da comunidade para poder ajudar. Todos ali conheciam ela e seu sócio, Gilberto Nogueira. Os dois advogados pro-bono que aceitavam todo caso que houvesse alguém injustiçado ou sofrendo por qualquer razão. Os dois também já tinham conseguido certa fama nos tribunais. Os pobres advogados dos injustiçados e renegados. Eram muitas vezes a chacota dos colegas, mas no fundo ninguém queria enfrentar a dupla no tribunal. Eles eram um pé no saco e muito difíceis de se derrotar.

 

Claro que com toda a caridade que faziam, dinheiro era sempre um problema. Nunca cobravam nada dos seus clientes, e ganhavam porcentagens pequenas em vitórias no tribunal. Nem todas envolviam dinheiro, por isso quando o cliente precisava pagar, mandava comida para os dois. A única certeza que eles tinham na carreira era que fome nunca passariam.

 

 

Sarah entrou no escritório com um sorriso enorme. Fez uma pequena comemoração com a secretária Lumena, outra cliente que tinha aceitado o serviço para pagar o esforço que a dupla fez para inocentá-la quando ela precisou.

 

- Parabéns Sarah. Eu queria ter visto a cara daquele desgraçado quando você acabou com ele no tribunal. – Lumena comentou parada na porta da sala da advogada.

 

- Na próxima você deve ir comigo, eu vou adorar ter uma assistente principalmente quando o Gil não puder ir comigo. – Tirou o terninho que tinha usado no tribunal e sorriu. – E falando no diabo...

 

- Isso, outra boa notícia, ele tá na sala de reunião com um possível cliente, eles estão lá há um tempo, esperando por você. – Ela apontou para a porta da sala que ficava em frente a Sarah. O escritório era minúsculo, a sala da advogada também era a do sócio, e a chamada sala de reunião, era o espaço que eles deixaram vazio e colocaram uma mesa para conversar com os clientes.

 

A loira respirou fundo e sorriu para a secretária. A empolgação dela indicava que poderia ser um cliente realmente com dinheiro para pagar o serviço dos dois. Sarah bateu na porta e entrou sorrindo. Olhou a mulher que tinha parado de falar quando ela entrou e tinha os olhos carregados de preocupação. Sarah avaliou apenas as roupas da outra e teve certeza que só elas seriam o suficiente para pagar o aluguel do lugar por uns três meses.

 

- Bom dia. – Sarah falou e colocou a mão no ombro de Gil em cumprimento ao seu sócio.

 

- Sarah, essa é Camila De Lucas. – Apontou para a frente. – Camila, Sarah Andrade, a melhor advogada da cidade.

 

- Ele sempre diz isso para inflar o meu ego. – Sarah brincou e apertou a mão da mulher. – Lumena mencionou que você está precisando de ajuda srta De Lucas, como podemos ajudá-la?

 

- Juliette Freire está na delegacia agora, suspeita de matar o próprio irmão. Ela precisa de um advogado, nós vamos pegar o caso.

 

 

 

 

 

Ok, eu tô tão decepcionada com a Sarah e a relação Sariette no programa, que eu resolvi terminar de cavar minha cova e assinar meu atestado de óbito postando essa fic. Espero que vocês gostem.

 



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...