Finais felizes existem no mundo real? Se existem, desconheço. Tantas guerras, ódio e traições me fazem ficar duvidosa de que no fim, tudo dará certo. As vezes, chego a pensar que os “evoluídos” na verdade são os animais e que por dó eles nos deixam acreditar que somos “superiores”.
Loucuras e desvaneio a parte, estou aqui sentada na minha aconchegante poltrona que fica ao lado da minha cama de casal e é bem próxima da grande janela que se encontra aberta. Hora e meia eu beberico meu café encanto admiro o céu noturno, tão estrelado. Um sentimento nostálgico me toma por completo, sinto-me uma criança que por insônia, se senta na cama e imagina como seria viver no espaço.
Minha realidade está bem longe disso, já não sou mais uma criança e não posso me dar o luxo de sonhar. Por horas evitei encarar a pessoa que dorme tranquilamente atrás de mim, chegando a roncar. Meu, até então, esposo, diz algo enquanto ainda dorme e eu finalmente, ou devia dizer infelizmente, o encaro. Olhando ele assim não consigo acreditar que não seja mais o mesmo homem pelo qual me apaixonei á alguns anos atrás. Certamente caminhávamos para um divorcio, doloroso e avassalador.
Ele se remexe na cama, ficando de frente para mim. Ali está ele, sereno e tranquilo, dormindo o seu sono do descanso. Ali está ele, tão perto e ainda assim, tão longe. Me pergunto, será que ali realmente está ele? Nos últimos meses não passamos de dois estranhos que moram na mesma casa e que, por ironia do destino, dormem na mesma cama. Ali está ele, o homem que tanto amei e hoje, tanto faz.
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