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História Era uma vez no Oeste! - Revelações: Parte dois


Escrita por: Miima

Notas do Autor


Oláaa,
Demorei um pouco mais dessa vez, porque estou adiando o término dessa fic, amo ela demais <3
Temos mais revelações né, ficou curtinho, mas acho que tá legal <3
espero que gostem!

Capítulo 14 - Revelações: Parte dois


Fanfic / Fanfiction Era uma vez no Oeste! - Revelações: Parte dois

Capítulo 14:

 

Revelações: Parte dois

 

Permaneci abraçado ao Aoi durante algum tempo. De certa forma eu queria passar algum conforto a ele. Mesmo que meu coração também estivesse em pedaços pela história trágica que ele havia me contado.

- Já que você me contou o seu motivo para vir para Utah. Contarei o porquê de eu não gostar desse lugar. – Rompi o silêncio e dei um longo suspiro. Era a primeira vez que eu contaria algo tão pessoal.

- Vou ouvir. – A voz profunda me acalmou.

- Como você mesmo disse eu costumava vir para cá e visitar os meus avós. Eu vinha sempre com a minha mãe. – Comecei, sentindo a nostalgia me pegar de jeito. – Meu pai não dava muita importância para o relacionamento com a família, por isso, vinhamos apenas eu e ela. Eu adorava visitá-los, sentia-me bem por ter pessoas tão velhinhas e que me amavam tanto. Minha avó fazia uma torta de maçã incrível. – Sorri com o pensamento. – Certa vez em uma dessas visitas, a última para ser mais exato, minha mãe foi morta pelo próprio amante. – Senti uma amargura enorme me invadir ao me lembrar daquele dia. – Eu fiquei tão decepcionado por saber que ela traía o meu pai. Eu sempre acreditei que nós éramos a família perfeita. Quando ela morreu eu me senti pior por descobrir que ela tinha um amante. Fiquei com raiva. Meu pai me disse que ela sempre foi uma vadia e aquilo doía demais. – Controlei as lágrimas para que elas não caíssem, mas minha voz denunciava meu estado atual. – A partir desse momento eu mudei o meu comportamento. Comecei a ir mal na escola e a me envolver com gente ruim. Saía praticamente todas as noites e bebia até não aguentar mais. Foi aí que meu pai decidiu me trazer para a fazenda, mas aí você me encontrou e- 

- E te roubei para mim! – Senti um beijo quente em minha bochecha e fechei os olhos, apreciando o contato. – Sinto muito, docinho.

Senti meus músculos relaxarem e eu não podia negar que sentia-me bem na presença dele. Agora era ele quem estava me confortando.

- O seu irmão... – Comecei, mas não tive coragem de continuar. Era um assunto completamente pesado.

- Eu e ele sempre fomos distantes um do outro, apesar disso eu gostava muito dele. Era o meu irmão mais velho e eu adorava imitá-lo. – Falou com um sorriso triste e eu o apertei mais em meus braços, prestando atenção em cada detalhe. – Quando nos tornamos adolescentes, ele mudou, mas foi para pior. Começou a beber compulsivamente e vivia roubando dinheiro dos nossos pais para gastar com putas e bebidas caras. É claro que eu contei a eles o que o meu irmão estava fazendo, eles superprotegiam os filhos e não acreditaram de imediato. – Suspirou. – Certo dia eles resolveram mudar o dinheiro de lugar e ele surtou. Ficou maluco e saiu de casa, depois de quebrar praticamente todos os móveis. Meus pais permaneceram em estado de choque, jamais imaginaram que ele pudesse ter mudado tanto. Naquele momento eu senti que ele não era mais o meu irmão, eu não queria imitá-lo, queria apenas que ele fosse embora e parasse de preocupar as pessoas que eu mais amava no mundo. Meu desejo não foi atendido. – Senti a mão forte apertar minha cintura com um pouco mais de força. – Ele voltou dois dias depois e tinha uma arma. Eu não estava em casa no momento e acredito que este seja o motivo por eu continuar vivo. Foi horrível. Havia sangue por toda a sala e eles estavam lá, caídos com os olhos abertos e as roupas manchadas. – Não consegui conter as lágrimas, minha visão ficou embaçada e logo meu rosto ficou molhado. – Ele conseguiu fugir e era como se tivesse sumido sem deixar rastros. Fui morar com uma tia alguns dias depois. Não conseguia pensar em outra coisa a não ser em encontrá-lo e vingar a morte de meus pais. – O tom assumiu algo parecido com ódio. – Quando completei dezesseis anos abandonei minha tia e saí sem rumo, buscando por pistas daquele maldito. Aprendi a atirar e me envolvi em confusões nos saloons da vida. Tornei-me alguém que antes eu odiava. Conheci o meu bando de caipiras nessas minhas andanças sem rumo. – Sorriu debochado e estalou um beijo em minha testa. – Voltei a andar sem rumo, mas ao menos estava acompanhado. Não tive notícias dele até pouco tempo, quando soube que ele havia voltado para Utah.

Levantei-me para encará-lo nos olhos.

- Você vai matá-lo? – Perguntei atônito.

- Eu busco por vingança, docinho. – Resumiu, levantando-se da cama e caminhando em direção a janela.

- Então que ele seja preso! – Falei indo me intrometer na frente da janela, segurando a gola da camisa que ele usava. – Afinal, ele é um criminoso!

- Isso é coisa de família, Kouyou. – Retirou as minhas mãos de sua gola e beijou-as de forma carinhosa.

- Acha que eu vou te visitar na cadeia? – Soltei de repente, mostrando minha preocupação.

- Eu adoraria ter uma visita particular com o meu docinho. – As mãos fortes desceram para minha cintura e uma delas escorregou para a minha bunda e apertou a carne com vontade, fazendo-me soltar um gemido em exclamação.

- Pois saiba que eu não vou visitar ninguém na prisão! – Falei emburrando-me e tendo meus lábios tomados em um beijo rápido, mas cheio de fogo. – Não mata ele não. – Pedi de forma manhosa. Céus, eu estava completamente dependente daquele caipira. – Deixa a justiça fazer a parte dela.

Foi aí que me ocorreu uma coisa.

- Posso saber onde a tal da Daisy entra nessa história? – Perguntei fazendo bico e em consequência ele riu de mim. Abusado.

- Daisy é minha prima. – Confessou com um riso soprado.

- Pri-Prima? – Gaguejei ridiculamente.

- Ela tem me ajudado a encontrar aquele canalha. – Falou como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo. – Foi ela quem me disse que ele estava por aqui.

- Essa cretina concorda com essa sandice? – Perguntei em tom alterado. Que vagabunda!

- Ela também quer vingar os tios. Pode sair se quiser, só não fuja. – Depositou um beijo em minha bochecha e se distanciou, saindo do quarto.

Eu estava em pânico. Aquele caipira ia fazer uma verdadeira burrice e aquela vaca o estava ajudando. Eu não ia conseguir fazê-lo mudar de opinião, mas talvez... Kai!

Corri para fora do quarto e avistei a criatura silenciosa e de cabelos castanhos sentada na calçada do Hotel. Meu coração batia descompassado e era bem capaz de eu acabar enfartando por culpa daquele caipira.

- Kai! – Chamei quando ele deu indícios de que se afastaria. – Kai, eu preciso falar com você!

Ele me olhou de forma assustada, mas concordou com a cabeça.

- Vamos dar uma volta. – Falou colocando-se a caminhar.

Passei a segui-lo e pensava em como deveria começar a falar de um assunto tão delicado.

- O Aoi te contou alguma coisa? – Quebrou o silêncio. – Você parece preocupado.

- Ela vai matar o irmão. – Soltei em um fio de voz.

Kai me encarou com um misto de sentimentos, não conseguiu sustentar o olhar por muito tempo e abaixou a cabeça.

- Eu sei que você-

- Eu não posso fazer nada para fazê-lo mudar de ideia. – Interrompeu-me. – É a família dele.

- Kai, o caipira vai acabar indo parar na prisão! – Desesperei-me e cheguei ao ponto de chacoalha-lo pelos ombros.

- Eu ainda o amo. – Murmurou, fazendo-me arregalar os olhos.

- Quem? – Perguntei com o cenho franzido.

- O irmão dele, o Takamasa ou Miyavi se preferir. – Revelou e eu senti meu coração falhar uma batida. Como alguém poderia amar um homem sem coração como aquele?

- Como você... – Comecei em um sussurro. Havia muita coisa ali para assimilar. – Ele é um assassino!

- Eu sei! – Falou de repente e eu vi lágrimas em seus olhos. – Diga isso ao meu coração, porque eu já tentei... - Quem era eu para julgar o amor de alguém.

Deus, eu ia acabar virando um conselheiro pelo ritmo com o qual as coisas estavam andando.

- Eu o conheci antes do Aoi. – Voltou a falar, conseguindo controlar as emoções. – Ele parecia ser o homem perfeito. Galanteador, cheio de palavras doces e beijos quentes. Eu me apaixonei perdidamente por ele, mas eu não passava de um brinquedo, alguém que ele usava com o intuito de se divertir. – Sentia claramente a amargura em sua voz. – Certa vez ele tentou me estrangular por achar que eu o estava traindo. Decidi que não poderia mais viver assim e fugi. Acabei conhecendo o Aoi e ele me acolheu. – Falou com um sorriso sincero nos lábios.

Aquele tal de Takamasa devia sofrer de alguma doença mental. Matar os pais e estrangular o parceiro eram indícios claros de demência.

- Eu sou um cretino por ainda amá-lo. – Falou de forma pesarosa. – Apesar de tudo eu não quero que ele morra...

- É melhor que ele seja preso! – Falei em concordância.

- Você ama o Aoi, não ama? – Perguntou de repente, fazendo me recuar.

- Eu... – Nem ao menos conseguia responder aquela pergunta. Ainda era difícil.

- Não o abandone! Não saia do lado dele! – Sorriu de forma triste antes de voltar a caminhar e fazer um sinal para que eu não o acompanhasse.

Céus o que eu deveria fazer? Eu não sabia o que ele queria dizer com aquelas palavras. Será que estava pensando em fazer alguma loucura? Não. Onde é que eu fui me meter...

 

 


Notas Finais


Não marquei o Miyavi, porque queria fazer suspense, mas teve gente que acertou U_U
Pobre Kai, todo apaixonado...
Preparem-se para as tretas =3
Espero que tenham gostado!


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