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História Erase This - Same Mistake


Escrita por: CrazyGates e CrazyShadows

Capítulo 100 - Same Mistake


Fanfic / Fanfiction Erase This - Same Mistake

Hello, hello. There is no place I cannot go.

My mind is muddy but my heart is heavy. Does it show?

I lose the track that loses me, so here I go.

– Você podia pelo menos arrumar esse cabelo? – pediu mamãe enquanto eu aguardava a chegada da tal enfermeira ao seu lado na sala, ainda de pijamas e com um rabo torto feito no cabelo.

– Ela é enfermeira, já viu coisa pior. – comentei e fui arrastada por mamãe quando ouvimos a campainha.

Apoiei a mão em um dos quadris e quando a porta finalmente foi aberta minha boca se escancarou num “O” surpresa pela pessoa que se encontrava em minha frente. Morena, olhos escuros feito precipício, os peitos saltavam pelo tecido da camiseta polo branca e a calça de mesma cor mostrava praticamente sua alma... Lisa.

– Olá! – cumprimentou mamãe lhe estendendo a mão e dando passagem para que a mesma entrasse, continuei atônita.

– Ei, você deve ser a Belle! – exclamou animada.

“Como assim, a idiota não lembrava que eu tinha vomitado nela?” – perguntei mentalmente já revirando os olhos.

– Anabelle! – repreendeu-me minha mãe.

– Vamos nos dar muito bem certo? – indagou esbanjando um sorriso e logo ideias maléficas me surgiram, fui obrigada a sorrir.

– Claro! – ironizei apertando sua mão suja e dando às costas as duas subindo para o quarto.

Meu namorado havia morrido, eu estava com uma mente insana e agora tinha uma arqui-inimiga como enfermeira, diga-me, como a vida poderia ficar melhor?

Joguei-me contra a cama desarrumada e enfiei o rosto no travesseiro, querendo apagar para o mundo, querendo sumir e só voltar daqui 20 anos quando não houvesse mais dor... Quando não houvesse mais nada.

Curvei-me para alcançar o criado-mudo e de lá agarrei minha pedra azul, de algum modo aquele pequeno artefato me acalmava, me acalmava de uma forma quase surreal. Estava perdida na atmosfera quando ouvi leves batidas na porta... Suspirei gritando para entrarem.

– Filha, vou sair para o trabalho, trate Lisa bem, ela é uma boa moça. – “Boa moça pedófila você quer dizer?” contive-me em pensamentos lembrando do fato: Brian. Apenas assenti ganhando um beijo seu e a assistindo partir.

Olhei para a porta encostada caindo em tristeza por não ter mais a chave, mas o momento era para articular um plano e eu precisava coloca-lo em prática antes que Mad chegasse da escola, aliás, será que ela sabia que Lisa era A enfermeira?

Apossei-me de lápis e um caderno velho e comecei a julgar possibilidades de castiga-la, nenhuma me vinha em mente, o que era preocupante, pois se fosse a tempo atrás eu já teria criado uma lista de pelo menos duas páginas. Após alguns minutos maçantes sem ideias desisti disso e resolvi castiga-la ao meu melhor modo, sendo grossa, ignorante e fazendo-a de escrava. E o castigo começaria... No mesmo minuto.

– LISA! LISA! – gritei fingindo desespero e ouvi sua corrida na escada.

– O que foi? Está passando mal? – perguntou preocupada e eu me fui obrigada a guardar o riso por seu estado desmazelado.

– Não, só te chamei porque quero um copo de água... – estiquei-me na cama.

– E você não pode descer as escadas e pegar? – ela tentava de modo inútil arrumar o cabelo que caía por seu rosto.

– Só pensei que sabe, você é minha enfermeira, eu te pago, ou seja... – fui interrompida.

– Já estou indo. – sorri abertamente quando a mesma saiu do quarto.

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Logo ela voltou com o copo e eu tomei um gole da água, fiz uma careta que a preocupou seriamente e lhe entreguei o copo novamente, tossindo diversas vezes aumentando sua preocupação.

– Essa água está muito quente, você poderia colocar uns cubinhos de gelo aí né? – indaguei apoiando-me nos cotovelos e balançando os pés. Ela tomou um gole da água.

– A água está ótima. – admitiu ríspida e eu joguei a cabeça para trás, entediada.

– Se eu digo que está quente é porque está quente, eu mando você faz, entendeu? – arqueei uma das sobrancelhas e ouvi seu suspiro injuriado antes da mesma desaparecer.

Anabelle 2 x 0 Lisa

Quando ela voltou novamente, levantei-me para pegar o copo e fingi um mal estar apenas para derruba-lo ao chão propositalmente o espatifando em vidros. Pulei para a cama vendo sua expressão horrorizada.

– Acho melhor você limpar isso bem, minha mãe não ia gostar que um caco de vidro entrasse no meu pé. – sorri cinicamente e gritei vitória quando ela se retirou.

Esse era o começo da grande batalha, Lisa sofreria na minha mão até eu convencer Mad e mamã de chutá-la de casa. No fundo era bom tê-la aqui, eu tinha com o que me preocupar e assim minha mente não se focava em Sam.

O resto do dia seguiu assim eu a rainha ela a serva, sempre fazendo minhas vontades e praticamente lambendo o chão para eu pisar no limpo meu placar minutos antes de Mad chegar era: Anebelle 10 x 0 Lisa. Até quando esse projeto de travesti ficaria perdendo de lavada? Era até tedioso tortura-la, pois quase nunca havia resistência.

Lisa ainda varria o corredor sujo de migalhas de pão e bolacha quando minha irmã chegou, eu assistia a um programa qualquer na tv certificando-me se o trabalho da “enfermeira” estava ficando bom.

– Ei, você deve ser a enfermeira eu sou a... – sua fala travou no momento em que a morena ergueu a cabeça. – sou a Mad. – disse por fim apertando a mão da outra.

– Sou lisa! – vi os olhos castanhos percorrerem a vassoura que a outra segurava.

– Por que você está... – sua pergunta para no meio quando a mesma me olhou de relance e eu lhe acenei fingindo inocência. – Nada, esquece. A Belle já almoçou?

– Estou terminando aqui para dar o almoço pra ela. – vi seu meio sorriso sem graça.

Resolvi seguir Mad até seu quarto era estranho não encontrar Matt com ela, e uma boa desculpa para iniciar uma conversa “normal”.

– Hey Mad, e o Matt? – perguntei despreocupada encostando-me ao batente da porta.

– Hum, nós vamos sair para almoçar hoje, ele quer me levar a um lugar especial. – podia ver o sorriso irradiar em seu rosto e por um segundo senti inveja, inveja por não ser mais feliz como era.

– Ah que legal! – tentei fingir-me animada por ela. – Bom, aproveite seu passeio e me deseje sorte com a enfermeira de peitos... Só me ajuda mais tarde com a mamãe pra eu convencê-la a despedir a Lisa. – ela assentiu correndo até o armário.

– Eu acho que nós não vamos precisar despedi-la. – disse por fim antes de eu sair e vi seu olhar de segundas intenções para mim. Realmente, se fosse por mim a puta fugiria daqui.

Segui para o quarto e comecei a perder os sentidos enfiada debaixo dos cobertores, começava a entrar num sono bem vindo quando ouvi a buzina do carro de Matt e despertei , assustando-me e batendo com a cabeça contra a cabeceira.

Alisei a área atingida e sentei na cama, quase nem segundos passaram e Lisa gritou para eu descer que o almoço estava na mesa. Apenas continuei na cama ignorando seus gritos, se ela queria que eu comesse teria que trazer o prato até mim. E como boa serva que era logo a comida tinha chegado, com direito a bandeja e a sobremesa já acompanhando.

Mas eu como boa rainha deveria lhe dar mais serviços, assim, quando já tinha terminado a comida pus-me a tomar o suco e estabanada como sou, deixei o mesmo cair sobre toda a roupa de cama. Ela estava parada na porta me observando e pude ver seu desespero ao me ver praticamente despejando o suco sobre os lençóis e edredom.

– Acho que você vai ter que lavar isso... – murmurei me levantando e apontando para a cama.

– Não sou empregada! – a subordinada estava começando a se rebelar, teria que por ordem.

– É uma escolha sua, assim como o seu salário no final do mês. – pisquei para a mesma e cruzei os braços apontando a cama.

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Não demorou e faxineira, ou melhor, enfermeira já estava tirando lençóis, fronhas, edredom... Até o que não tinha sujado.

Enquanto ela se embolava nos lençóis e se entendia com a máquina de lavar eu me enfiei no quarto e terminei de ler o livro do Sherlock, terminando esse iniciei outro, os mistérios dele me prendiam tanto a atenção que era quase impossível parar.

Parei de ler com o livro pela metade, apenas porque queria leitura para mais tarde e com o tédio culminando corri para o quarto de Mad e fucei na internet permanecendo mais algumas horas em jogos online. Só parei quando vi o final de tarde chegar e vozes vindas do andar debaixo.

Resolvi verificar o que se tratava e na metade dos degraus as vozes cessaram, foi de grande surpresa encontrar Lisa atracada em Brian beijando-o faminta. Minha surpresa foi tanta que não consegui conter meu ato inconsequente.

Andei sorrateiramente até a cozinha e peguei três pratos que secavam na pia, fui até onde os dois estavam e arremessei o primeiro prato nas costas da vadia, o mesmo caiu e espatifou no chão os dois se assustaram e tomaram atenção em mim. Arremessei mais um prato, esse em direção a cabeça de Brian, mas foi com tanta força que acabou batendo na porta e o último e não menos importante mirei entre os dois acertando o pulso da morena que gritou em dor.

Não satisfeita corri para a cozinha e peguei dois copos que também estavam na pia, arremessei eles aleatoriamente, um acertando o peito de Brian que contraiu em dor e o outro rebatendo no braço da enfermeira que caiu no chão sobre os cacos de vidro.

Cruzei os braços assistindo o moreno ajuda-la e limpa-la dos cacos que estavam em sua pele, mas a mesma não quis saber se soltando dele.

– Eu cansei, não vou mais trabalhar para você sua demônia! Peste! – exclamava exasperada pegando sua bolsa no sofá. – EU ME DEMITO! – gritou andando até a porta cambaleando e saindo.

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– Ficou louca Belle? – perguntou Brian se aproximando e eu não pude evitar em sorrir com minha guerra contra Lisa vencida.

– Na verdade eu fiquei mesmo. – dei de ombros e o ignorando voltei para meu quarto.

Minha vontade era gritar vitória, sair correndo o quarteirão, pular irradiante e liberar todo o peso que existia em mim, porém a força maior pairava sobre mim, a força que me levava a insanidade e que começava a se manifestar agora que eu já não tinha mais ninguém para infernizar.

Cai sentada no chão e tirei a pedra que guardava no bolso, começando a riscar linhas desconexas sobre o carpete, linhas que terminaram na letra “S”, “A”, “M”. Letras que tiraram lágrimas de meus olhos, o que não era novidade.

Eu podia relutar por debaixo da minha camada maligna, podia fingir transformando minha tristeza em raiva, mas de que adiantaria? De que adiantaria se no final do dia eu acabaria com os mesmos pensamentos?

Queria um novo começo, queria poder viver nesse novo começo, mas minha mente estava presa no passado, e não havia nada que pudesse me tirar de lá, ou pelo menos assim eu achava.

Acabei deitada de barriga no chão e deixando as lágrimas escoarem num choro silencioso, agora não me lamentava mais, deixava apenas a saudade fluir e todos os erros cometidos caírem sobre mim. Tanta coisa eu havia feito, e de tanto eu havia me arrependido.

Demorei em me recuperar e quando fiz isso notei que era noite, não segurando a vontade de olhar as estrelas logo abri a janela e faria minha busca a constelações se não tivesse visto Brian sentado em meu quintal dos fundos. A solidão nem sempre era boa, talvez esse fosse o bom momento para uma conversa amigável.

...

Sentei ao seu lado acomodando-me da melhor forma e olhei para o céu, o mesmo ponto que ele olhava, ali estava uma estrela radiante e ao seu lado uma quase que apagada. Tive um breve déjà vu acompanhado de um frio a barriga estranho e estremeci encostando em sua perna sem querer.

– Sabe, até que sua pontaria está boa. – disse iniciando o assunto e eu ri baixinho envergonhada.

– Me desculpe por aquilo, acho que me descontrolei um pouco. – admiti e ele me olhou atônito.

– Anabelle pedindo desculpas? Meu Deus isso deveria ser registrado! – mostrei a língua para o mesmo.

– As pessoas mudam... – acrescentei voltando a olhar para o céu e sentindo seu olhar em mim.

– Até demais... – ouvi seu suspiro longo e percebi que seu murmúrio era para mim.

– Agora com a enfermeira fugida não tenho mais quem irritar. – resmunguei olhando pra meus pés que balançavam e Brian mudou de posição virando para mim.

– Você pode me irritar se quiser... – propôs e eu o olhei divertida arqueando uma das sobrancelhas.

– Fala sério! – o empurrei de leve.

– Que foi? Só estava dando uma ideia! – fingiu estar magoado por trás das palavras.

– Besta. – lhe dei uma cotovelada e voltei a observar as estrelas.

Acabei concluindo que observar constelações era bem mais divertido com o moreno ao meu lado.

I'm not calling for a second chance,

I'm screaming at the top of my voice.

Give me reason but don't give me choice.

'Cause I'll just make the same mistake again.



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