História Erase This - We Found Love

Yellow diamonds in the light
And we're standing side by side
As your shadow crosses mine
What it takes to come alive

It's the way I'm feeling I just can't deny
But I've gotta let it go

– Ah! Mas que merda! – gritei cansada – Eu não tenho roupa Johnny!! – reclamei com meu amigo que estava comigo no quarto, me esperando para irmos ao bar, comemorar o aniversario de Brian. Johnny riu e se levantou para ir ao banheiro. Voltei a vasculhar o meu armário em busca de alguma roupa decente.

Enquanto isso deixe-me recapitular os acontecimentos dos últimos dois meses que se passaram.

Depois do meu surto a cerca da situação da Anabelle, melhorei. Depois de colocar tudo para fora havia sido como se um peso saísse dos meus ombros. Conseguia até mesmo respirar melhor depois. Anabelle aparentemente estava de castigo, um castigo um tanto às avessas, tinha que ir ao ensaio todo dia comigo. Os garotos zoaram ela no começo, mas já se habituaram novamente com sua presença na garagem. Ah! Por falar em ensaios, eles já tinham gravadas algumas demos e finalmente nomearam a banda, um nome um tanto quanto exótico, mas que combinara bastante com eles.

Numa bela semana eu acordara doente, sem nem conseguir falar de tão inflamada minha garganta estava, resultado havia sido eu morta na cama por uns dias, e nesse meio tempo eles aproveitaram a liberdade de Matt e gravaram o que queriam, e acabaram escolhendo o nome da banda. Informações vindas do meu namorado me diziam que ele havia sido o único a cogitar opções, então ele era o pai do novo bebe deles, AvengedSevenfold.

O resto continuava meio que normal, bebidas, brigas dos garotos e só. Fui desperta pelo barulho da descarga no banheiro e logo Johnny voltava ao quarto.

– Porra Mad, você ainda ta assim... – apontou para o meu corpo de calcinha e sutiã.É, eu estava de roupas intimas na frente dele, mas pelo amor de deus, era o Johnny gente.

– Ai Jojo, eu to em duvida ainda... – resmunguei enfiando uma saia rodada em meu corpo. – essa blusa – coloquei uma regata vermelha em frente ao corpo – ou essa – coloquei uma preta bem parecida com a vermelha. Ele fez careta para mim e disse que qualquer uma das duas ficava legal. – AI SEU INUTIL, NEM PRA AJUDAR! – ralhei batendo em seu braço com a blusa.

– Cara! Pra mim tanto faz!! – se defendeu colocando o braço em frente ao rosto enquanto eu ainda o agredia com o pano – vai ficar gostosa de qualquer jeito porra!

Parei de bater nele e olhei para sua cara, ele por sua vez deu de ombros e voltou a deitar na minha cama, acompanhado da garrafa de vodca. Revirei os olhos e me sentei em frente ao meu armário, olhando as opções de salto que eu tinha. Ao fundo vi uma luz vermelha – eu estava meio obcecada com coisas vermelhas ultimamente – e me ajoelhei no chão, enfiando a mão até o fundo do armário. Puxei o sapato em questão e dei um grito de felicidade ao achar um scarpin vermelho. Achava que tinha perdido ele. Ouvi Johnny rir e me levantei, calçando os saltos e fazendo pose metida para ele. Johnny rio novamente e me ofereceu a garrafa de bebida, a peguei e virei uma quantidade significante na boca, queria ficar bêbada logo. Ouvi a campainha soar e me apressei em vestir a blusa – que? Se o Matt visse que eu estava sem blusa na frente do Johnny ia fazer um escândalo. Colocava de volta meu colar de caveira quando ele e Jimmy entraram no quarto.

– FILHOS DA PUTA! BEBENDO SEM A GENTE MATT! – gritou Jimmy, peguei minha toalha molhada e joguei em sua cara, o repreendendo pelo escândalo.

– Cala a boca Rev! Se a minha mãe ouvir eu juro que te estupro! – ameacei me virando para o espelho, reforçando o lápis no olho.

– Nossa, que medo da Mad e esse pau enorme que ela tem... – cassou jogando a toalha na cara de Johnny e pegando a garrafa da mão dele. Me aproximei de Matt e lhe dei um selinho.

– É enorme mesmo, olha o tamanho! – revidei pegando no meio das pernas de Matthew que pulou de susto para trás, causando gargalhadas em todos. Me soltei de Matt e dando uma ultima olhada no espelho anunciei estar pronta.

– Beleza! Vamos então, antes que o Brian e o Zacky acabem com toda a bebida do bar... – disse Jimmy, escondendo a garrafa dentro do casaco.

– Derruba essa porcaria James, e eu te mato. – ameacei saindo do quarto na frente deles. – vão descendo, vou falar com a Belle.

Me dirigi ao quarto da minha irmã, bati na porta e logo a abri, a encontrando sentada no chão, perto da janela, lendo algum livro. Sorri para ela e ela elogiou minha roupa.

– Brigada... – olhei para baixo e suspirei – tem certeza de que não vai conosco?

– Tenho sim Mad... – sorriu fraco – amanhã se vocês forem fazer algum coisa eu vou, mas ir para o bar ainda não faz muito a minha cabeça... – explicou.

– Certo... – respondi – o Brian vai me encher o saco, tinha prometido que ia te levar nem que fosse arrastada...

– Ele vai entender, eu já dei parabéns pra ele de tarde... – se justificou.

– Ta bom, ta bom... – acenei com a mão – se mudar de ideia, você sabe o caminho... – me virei e ouvi seu “boa festa”.

Desci as escadas e dei tchau a minha mãe, atravessando a porta e encontrando os três rindo encostados ao carro. Sorri para eles e me dirigi a porta do passageiro. Matt destrancou o carro e assim entramos. Liguei o radio, colocando Pantera estourando nos alto falantes. Olhei para trás para pegar a garrafa e tive que rir de Johnny e Jimmy que balançavam a cabeça como dois alucinados. Estiquei meu braço e puxei a garrafa da mão de Jimmy. Ele na hora parou de balançar a cabeça e me olhou com cara feia, mostrei o dedo para ele e virei a garrafa. Após um grande gole perguntei se Matt queria e tendo uma afirmação como resposta me estiquei, colocando a garrafa em sua boca. Matt revirou os olhos e segurou melhor a garrafa, virando em sua boca a bebida. Ri e puxei a garrafa de volta, tomando mais. Me esqueci alguns segundos dos outros, perdida na letra da musica, até que uma mão saltou do banco de trás, me surpreendendo e puxando a garrafa do meu colo. Olhei para trás e mostrei o dedo do meio a Rev.

Não demorou muito e Matt estacionou em frente ao bar do Johnny. Descemos do carro e me surpreendi ao ver os três voltarem a se recostar a lataria do veículo.

– Vocês não vão entrar? – perguntei olhando para eles.

– Vamos sim Madzinha... mas primeiro faremos algo. – respondeu Jimmy piscando para mim e então tirando do bolso um conhecido saquinho com cigarros dentro. – você podia ir chamar o Brian e o Zacky lá dentro hein... – pediu manhoso.

– Por que eu?! Por que não o Johnny? – rebati recebendo em resposta o dedo atrevido do menor . Revirei os olhos e bufei, saindo marchando em direção ao bar.

Logo na entrada avistei os dois, em meio a outros amigos, rindo e bebendo. Rumei até onde eles estavam sentados lado a lado encostados a mesa de bilhar e empurrei para os lados as duas garotas que com eles falavam – pude ouvir protestos femininos, mas ignorei completamente – e me joguei nos braços dos dois, que de pronto me seguraram em um abraço triplo. Rimos e depois me endireitei, segurei na mão dos dois e sem dizer nada tentei puxa-los.

– Que foi Mad? – perguntou Zacky quando eu consegui move-los.

– O Jimmy ta chamando vocês dois lá fora... – mandei um olhar significativo a eles e na hora os dois começaram a andar, cada um segurando um braço meu. Ri alto com os dois e seguimos para fora do bar.

Chegamos ao estacionamento e eles já tinham dois cigarros acesos, com a desculpa que o aniversario de Brian era motivo o bastante para uma esbórnia. Revirei os olhos e logo Matt me puxava, abraçando minha cintura e passando fumaça para minha boca. Engoli a fumaça que ele soltava e soltei pelo nariz, causando riso nele, e logo sua língua invadia minha boca. Nos beijamos, eu sentindo o gosto amargo da erva em sua boca e suas mãos apertando meu corpo. Nos separei e esfreguei meu nariz ao dele, rindo e roubando o cigarro de sua mão, tragando com força a substancia. Contive o máximo de fumaça o possível e passei o baseado a Zacky que estava ao meu lado.

Segurei mais alguns segundos a fumaça e a assoprei na boca de Matthew, embarcando em outro beijo com meu namorado. Soltei seus lábios e ao olhar para a roda Brian me encarava. Levantei a sobrancelha para ele então ele falou:

– Cadê a Belle? – perguntou me fazendo morder o lábio inferior, sentindo a mente começar a ficar nublada pela droga.

– Poxa Brian... ela nem quis vir cara... – respondi e assisti seus olhos ficarem meio apagados. Brian desviou o olhar, fingindo enxergar os carros que passavam pela avenida. Suspirou e puxou da mão de Johnny a garrafa de vodca, tomando ela em seguida. Ia perguntar se estava tudo bem quando Zacky retornou o baseado as minhas mãos, sorri para ele traguei novamente, iniciando mais uma rodada de beijos e fumaças com Matt.

3 horas depois...

Já estávamos a tempos dentro do bar. Eu estava bêbada e chapada, assim como os outros garotos. Digamos que o resultado de vodca, cerveja e maconha não era pessoas rindo simplesmente, o banheiro daquele bar era testemunha de mais uma loucura entre Matt e eu. Ria cúmplice do meu namorado, sentada em cima da mesa de bilhar – provavelmente atrapalhando os meninos que jogavam, mas eles não iam reclamar já que Matt estava comigo – quando o mesmo falou que ia pegar mais bebida para nós. Saltei da mesa e me dirigi até Brian que estava conversando com alguns garotos. Passei o braço por sua cintura e ele rindo virou me olhando, me deu um beijo estalado na bochecha e descansou o braço em meus ombros.

Embalei na conversa com os outros caras e em determinado momento olhei em direção ao bar, vendo Matt sorrir para mim acompanhado de duas garrafas de cerveja. Se dirigia em minha direção quando esbarrou em uma garota, fazendo sua garrafa cair no chão. Olhou para ela na hora pedindo desculpas e ofereceu uma das garrafas a ela. Pude ver que ela negou, provavelmente falando que não tinha problema, mas ele insistiu e ela pegou a garrafa. Matt olhou para mim e deu de ombros como quem diz, fazer o que, e voltou ao bar. Observei que a garota continuou olhando em direção a ele. Matt pegou outra cerveja e veio novamente em minha direção, sem nem olhar a garota ao passar novamente por ela. A vadiazinha acompanhou seus passos, virando a cabeça ao vê-lo passar a sua frente e continuou a olhar até que ele chegou a mim, me abraçando. Encontramos nossos olhares e encarei séria seu rosto, transmitindo a mensagem o mais claramente o possível, “tira os olhos vadia”. Segurei a garrafa com uma mão e me livrando do braço de Brian, segurei o rosto de Matt, o puxando para um beijo um tanto inadequado na presença de outras pessoas. Mas minha mente bêbada queria que se fodesse, estava apenas marcando o meu território.

Ao final do beijo tornei a olhar para a direção em que a garota se encontrava, olhando o vazio. Sorri não achando a garota, acreditando que o problema havia sido resolvido. Voltei minha atenção a roda onde todos conversavam e riam. Me aconcheguei ao abraço de Matt enquanto virava a garrafa de cerveja. Olhei para Zacky que olhava o nada com a maior cara de quem pensava sobre algo profundamente e uma vontade enterrada ao fundo do meu ser de rir se apoderou, soltei aquela gargalhada olhando o rosto do Baker, fazendo todospararem de falar e observarem do que eu ria, assim todos desataram a rir junto. Estávamos perdidos...

...

Atravessávamos o estacionamento em direção a avenida, iamos a praia para terminar a festa. Junto a nós seis estavam mais alguns garotos, como os Barry, e espalhados conversávamos. Eu e Matt estávamos de mãos dadas e eu prestava atenção a uma estória que Jimmy contava concentrado, quando uma voz um tanto quanto melódica alcançou meus ouvidos, transmitindo a mensagem: “Nossa, como tem cara gato por aqui... pena que eles perdem tempo com pouca bosta...”.

Imediatamente parei de caminhar, chamando a atenção de Matt e Jimmy. Me vireipara a voz e senti um parafuso na minha mente se quebrar ao reconhecer a vadia que antes encarava meu namorado. Dei alguns passos em sua direção e perguntei:

– O que você falou aí sua vadiazinha?

Shine a light through an open door

Love and life I will divide
Turn away cause I need you more
Feel the heartbeat in my mind

It's the way I'm feeling I just can't deny
But I've gotta let it go

We found love in a hopeless place