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História Erase This - Mad


Escrita por: CrazyGates e CrazyShadows

Capítulo 84 - Mad


Fanfic / Fanfiction Erase This - Mad

And now is I'm yelling over her

She's yelling over me

ll that means Is neither of us is listening

– VOCÊ FOI UM IDIOTA NAQUELA MERDA DE FESTA SANDERS! UM I-D-I-O-T-A! – gritava uma voz fina adentrando em casa, apertei o copo de coca nas mãos num sobressalto. – ME DEIXOU SOZINHA PARA CURTIR AS PUTINHAS COM OS AMIGOS! E O PIOR DE TUDO, AGINDO COMO SE FOSSE SOLTEIRO! COMO SE EU NÃO ESTIVESSE NAQUELA PORRA CONTIGO, E AINDA COMANDANDO O DESFILE DE VADIAS! – a discussão subia de volume a cada nova aproximação e logo eles estavam em frente à abertura da cozinha.

– QUER SABER MADSON? TÔ DE SACO CHEIO DE VOCÊ QUERER MANDAR EM MIM! NÃO TENHO MAIS VIDA PARTICULAR, VIVO AMARRADO NO SEU PÉ, PARECE ATÉ QUE VIREI CACHORRO, SOU ARRASTADO PRA TODO QUANTO É LUGAR ATRÁS DE TI... TO CANSADO DE NÃO TER MAIS TEMPO PRA ME DIVERTIR! E PORRA, EU NÃO ESTAVA FAZENDO NADA DE ERRADO, SERIA ERRADO SE EU ENFIASSE MEU PAU NA BUNDA DELAS! MAS NÃO, NÃO ESTAVA FAZENDO ISSO, QUE ERA O QUE FARIA SE ESTIVESSE SOLTEIRO! – gritou gesticulando para cima dela que motivada por isso se mostrava para ele tentando chegar a sua altura erguendo-se nos saltos.

– BOM JÁ QUE VOCÊ ESTÁ FALANDO TANTO DE DIVERSÃO, ÉPOCA DE SOLTEIRO E O CARALHO A QUATRO, QUE TAL A GENTE TERMINAR ESSA MERDA DE VEZ, EU CHUTAR A SUA BUNDA DA MINHA CASA E VOCÊ IR FODER COM AS VADIAS NUAS DAQUELA FESTA? – perguntou ameaçadoramente comprimindo os olhos e apontando com o indicador a porta da frente e deixando as primeiras lágrimas caírem.

– NÃO PRECISA FAZER ESSE DRAMA TODO! VOCÊ ESTÁ EXAGERANDO OK? – parou para respirar se controlando. – Eu só queria me divertir com meus amigos, só isso... Você deveria conversar com garotas de vez em quando também Mad. – disse num tom bem mais calmo e relaxando os ombros.

– PARA O SEU GOVERNO, EU CONVERSO COM GAROTAS, MAS A GENTE NÃO MANDA UM BANDO DE GAROTOS FICAREM NUS A NOSSA VOLTA... EXISTE UMA GRANDE DIFERENÇA ENTRE CONVERSAR E CURTIR UMA ORGIA! – rebateu minha irmã irredutível, mantendo o tom áspero e severo, mas ainda sim embargada pelas lágrimas.

– O Brian que começou aquilo! – exclamou alterando-se novamente.

– E VOCÊ ADOROU A IDEIA! TANTO QUE SE TORNOU JURADO DA MERDA TODA! Porque você tá fazendo isso Matt? Eu me esforço por você, faço tudo que você quer, até usar esses sapatos imbecis! – ela pegou os saltos na mão e jogou em sua direção. - Tudo pra quê? Pra você me trocar por bebida e garotas nuas! Ok, faremos assim então, eu te deixo livre para você frequentar cabarés e swings e você me deixa livre para fazer o mesmo... Que tal? –fez a proposta sorrindo cinicamente e tendo os olhos inchados tentando reprimir a quantia de água que desabava dos mesmos.

– Vamos parar com isso Mad... Desculpe-me, eu fui um idiota mesmo. Só me perdoa, por favor. – pediu tentando se aproximar dela eu se esquivou e baixando a cabeça voltou-se para a escada.

Ignorei Matt que se encontrava estacado olhando a morena subir as escadas, terminei com a coca que tinha em punho e joguei o copo na pia... Voltaria para o quarto, passaria mais uma madrugada em claro e seguiria para a escola no dia seguinte. Mas então um corpo recostou-se ao meu lado na bancada, e antes que eu saísse começou a falar.

– Sabe Ana, às vezes eu queria fazer que nem você fez... Jogar tudo pro alto, sair acusando todo mundo, e culpando a todos acrescentando o “foda-se” no final de cada frase. – engoli em seco o olhando de canto de olho. – Nunca pensei o quanto seria difícil manter um relacionamento... Não que esteja enjoado da Mad sabe, é que de vez em quando eu tenho vontade de ficar apenas com meus amigos... Coisas de homens. – segurei o riso quando a palavra “homens” foi dita e ele percebeu. – Ei, tá rindo do que? – perguntou fingindo estar magoado.

– Nada Matt, vá dormir... – sugeri dando o primeiro passo em saída.

Inesperadamente ele me prendeu no aperto de sua mão e me juntou num abraço, no começo evitei, mas desmoronei ao fungar o perfume de sua camiseta. Circundei meus braços em sua cintura e deixei a primeira lágrima cair, secando-a no tecido que abrigava seu corpo.

– Pode não parecer, mas todos nós sentimos por sua perda Ana. – sussurrou em meu ouvido antes de eu nos separar.

– Vá atrás da Mad e a abrace bem forte... Ela ainda está acordada, nunca consegue dormir quando está em conflito com alguém. Cuide dela Matt. Cuide dela como Sam cuidava de mim. – resmunguei encarando as lindas orbes verdes de seus olhos e girando nos calcanhares subi para meu quarto.

Já com a porta trancada arrastei meu corpo fraco até a cama que estava embolada nos edredons e mais uma vez, como em todas as outras madrugadas, passei a enumerar os acontecimentos em minha mente. Desculpando-me mais uma vez com mamãe, e rezando por Sam para que seu caminho fosse iluminado nas novas estradas da pós-vida.

Com os olhos pregados sem dormir nem cochilar ao menos um minuto sai da cama correndo para o chuveiro no banheiro e tomando uma ducha rápida logo estava pronta para a escola. Encontrei Mad e Matt na cozinha os dois pareciam ainda tensos, mal se olhavam e quando o maior me ofereceu carona preferi recusar, dando desculpa de que precisava caminhar um pouco.

Diferente de tantas vezes caminhei rapidamente chegando antes do sinal tocar e podendo escolher o último lugar para me sentar. As aulas decorreram normalmente, com meus colegas me encarando como se eu estivesse doente, fofocando sobre os acontecimentos das ultimas duas semanas, e os professores tagarelando sobre o aquecimento para as provas finais.

Na última aula digeria nos pensamentos a voz de mamãe restritamente dizendo-me para voltar para casa após a aula e não sair de lá nem para ir ao mercado, pois esse era meu castigo. A verdade é que era apenas um pretexto para recusar convites de colegas mais próximos, ou seja, pela primeira vez eu amava meu castigo.

Estávamos na última semana do mês, e eu sabia que a avó de Sam estava prestes a se mudar assim tinha a pretensão de ir até a casa dela pela tarde.

Fiquei tão presa em meus pensamentos que não notei quando o sinal tocou.

– Além de louca está surda? – perguntou um engraçadinho de minha sala, e eu já estourando de nervos não me dei o trabalho de respondê-lo.

Agarrei meus cadernos e livros sobre a mesa e com as forças que me vinham de lugares estranhos virei o monte em sua cabeça ao meu lado, o baque foi tão grande que ele caiu sentado no chão segurando o nariz sangrento entre as mãos.

– Surda é sua avó, e louca é sua mãe que te botou no mundo, pacote de merda! – exclamei chutando sua costela e saindo da sala vendo o resto do pessoal observar a cena, perplexos.

Agora além de isolada, depressiva, “eminho” eu tinha me tornado a “valentona” da sala. Joguei os cabelos ignorando olhares curiosos e segui o mais rápido que pude para fora da escola.

Troquei minha rota por uma mais comprida que me levava à casa da avó de Sam, porém não deixava rastros de minha presença para que qualquer outra pessoa pudesse rastreá-los.

As ruas pareciam mais frias, o céu mais nublado, e o sol não tão radiante desde a perda de Sam. Era como se os elementos naturais estivessem de luto por sua perda, ou talvez minha mente insana estivesse divagando demais sobre o ruivo de olhos achocolatados. Tão perdida em covinhas demasiadas e nos tribais que estampavam seu braço que tropecei numa caixa de papelão no meio do caminho, e quando me dei conta havia chegado ao meu destino.

– Anabelle? – perguntou a voz fraca da senhora, não me reconhecendo talvez pela magreza excessiva e os cabelos desleixados cobertos pelo capuz de meu agasalho.

– Olá. – respondi envergonhada encarando a idosa na soleira da porta e andando até a mesma, recebendo um forte abraço quando cheguei perto o suficiente.

– Te esperamos no funeral, temi que tivesse lhe acontecido o pior. – comentou passando a mão pelos cabelos grisalhos e dando passagem para eu entrar.

– Eu ia, mas mamãe não permitiu. – soltei um longo suspiro e notei a sala com os móveis cobertos repleta de caixas e pela janela observei o caminhão na porta. – Está de mudança?

– Sim. Minha irmã diz que não me fará bem permanecer nessa casa, a colocarei para alugar ou vender... – respondeu entrelaçando os dedos enrugados.

– Certo... Importa-se se eu der uma olhada no quarto de Sam? – ela pensou por um segundo.

– Não mexi no quarto dele. Faça assim, fique com a casa. – abri a boca surpresa.

– Como assim? Não a senhora não pode fazer isso, não pode simplesmente...

– Samuel nunca te deixaria de mãos abanando, pois então considere esta casa um presente dele. Não pense em recusar, eu sei que ela está em boas mãos com você.

– Na verdade, eu prefiro que a venda, ou alugue para outra pessoa, deixe-me apenas com os objetos pessoais de Sam. Não me fará bem ter a posse dessa casa. – sorri tensa e um tanto trêmula.

– Que seja, pegue o que quiser dele... Deixar-te-ei com a chave reserva, caso se atrase em sair daqui. – assenti e peguei a chave de sua mão.

– Obrigada por tudo. – murmurei beijando-lhe a face. – Você sempre foi uma ótima avó para o Sam, faça boa viagem.

– Pequena Ana, eu que agradeço você mudou meu Samuel... Graças a você eu sei que ele está em paz. Seja feliz criança. – acenei para ela das escadas contendo as lágrimas que queriam escapar e fugi para o quarto.

Fechei a passagem e virei para sua cama, desarrumada e com os lençóis embolados em cima do travesseiro. Corri até lá e afundei meu rosto em seu cheiro tão presente, há quanto tempo havia sentido falta daquilo. Passei uns minutos limpando as lágrimas na roupa de cama, até tomar coragem em encaixotar tudo que levaria dali.

Peguei uma caixa no canto do quarto e comecei pelo armário, guardando as peças de roupa que eu mais gostava, após essa atividade maçante permiti-me concentrar em minhas lágrimas, parando apenas para ir em direção à cômoda, retirando mais peças de roupa dali. Notei que na superfície lisa havia um pedaço de papel amassado, o agarrei em meus pequenos dedos.

“Pequena Ana, minha Ana, este é um pequeno presente a fim de contemplar teus 13 anos... Parece pequena, mais dentro de ti sei que há um coração que possui três vezes teu tamanho. Lembre-se, para sempre, até o infinito, meu coração é seu, e eu lhe amo mais do que minha própria vida... Feliz Aniversário.”

Junto ao bilhete estava um embrulho vermelho, e dentro uma pulseira em pingentes alternando, entre um coração, um “S”, e um “A”. Agarrei o bilhete e a pulseira contra meu peito e cai de joelhos no chão sem mais força para aguentar a tristeza que me perseguia.

Sam como sempre adiantado, comprando meu presente antes da data... A pulseira deveria ter custado todo seu salário, e ainda assim ele a comprara. E não me entregaria, presenteando-me com mais um de seus beijos.

Mais uma vez eu estava encolhida entre os lençóis da cama, desejando seu aperto, desejando seu beijo, sua presença, desejando ao menos um sinal... Um sinal que me mostra-se que ele estava bem, um sinal indicando que a luz divina havia pairado sobre sua cabeça.

Sam... Sam... Meu querido Sam... Quanta falta iria de sentir... Quantos temores havia de passar sem ti... Quantas lágrimas ainda viriam a cair... Para sempre minha alma estaria entrelaçada a dele, e eu sabia que após minha morte nos encontraríamos numa vida melhor no céu.

Morte, como eu a almejava, mas no momento parecia que ela estava mais longe do que a China com o Brasil. Um dia ela chegaria, e eu ansiava por esse dia.

But baby, can we make up

Cause I can't sleep through the pain



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