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História Erase This - Cant Take My Eyes Off You


Escrita por: CrazyGates e CrazyShadows

Capítulo 94 - Cant Take My Eyes Off You


Fanfic / Fanfiction Erase This - Cant Take My Eyes Off You

And so it is
Just like you said it would be
Life goes easy on me
Most of the time
And so it's
The shorter story
No love, no glory
No hero in her sky

Acordei com mais um dia cinza, talvez mais cinza ainda porque mamãe esmurrava a porta dizendo que eu precisava me arrumar para o tal do “almoço”. Resmunguei levantando da cama um tanto sonâmbula e segui para o banheiro enfiando a cabeça debaixo do chuveiro que disparou um jato frio sobre meus cabelos assustando-me.

Depois de longos minutos apenas deixando a água lavar o corpo, resolvi me ensaboar... Acabei ficando tempo demais no banho, o que me faria correr em acertar as roupa e procurar uma bolsa que coubesse meu livro.

Fechei o registro numa lentidão descomunal, e no mesmo passo me sequei, só assim saindo para o quarto. Lá encontrei Mad ao lado da roupa esticada na cama. Assustei ao vê-la num traje de perfeita classe... Vestido preto de mangas transparentes decoradas por bolinhas, sapatilha, coque esticado e olhos claros com o batom vinho sobre os lábios, em seu braço estava pendurado um cardigã preto.

– Sabia que você ia vestir uma calça e um tênis, assim, separei essa roupa... – ela apontou para o vestido em cima da cama e o casaco ao lado. – O sapato fica a sua conta, só não vá usar tênis nem aquele coturno podre de dois anos atrás... – dei de ombros arrancando a toalha e vestindo a lingerie.

– Mad não precisa ficar me vigiando... – murmurei passando o vestido pelos braços, ouvido um suspiro antes da porta bater.

Acrescentei botas marrons e meia fina preta ao look, não era tão idiota quanto Mad que insistia em ficar com as pernas descobertas, com certeza morreria de frio. Já vestida corri ao quarto de mamãe me enfiando a fundo em sua gaveta grande e funda de bolsas, por fim achei uma marrom que com certeza comportaria “Romeu e Julieta”. Voltei para o quarto enfiei o livro na bolsa e joguei os cabelos molhados para fora do casaco, passei a escova de qualquer jeito e corri para fora.

Encontrei todos na sala, inclusive Matt, ele por sua vez estava mais bonito do que normalmente parecia ser... Calça jeans, camiseta preta, relógio, e uma jaqueta preta pendurada no ombro. Parei sobre o óculos escuro.

– Pra que o óculos? – indaguei passando a bolsa de modo transversal no corpo.

– Olheiras... – revirei os olhos tendo o pensamento “gay” em mente.

– Estamos todos prontos? – perguntou mamãe se levantando e levando vovó consigo.

– Sim. – respondeu Mad por todos e assim saímos de casa.

Distribuímo-nos em dois carros, na verdade, Mad e Matt foram em um e eu me enfiei no banco de trás do de mamãe. Tendo como tortura as conversas dela e de vovó em meu ouvido.

O restaurante ficava no centro de HB, um tanto distante de casa o que não me permitiria fugir, caso eu me saturasse do local. Logo na entrada avistei papai nos aguardando impacientemente. Dei de ombros a discussão que ele e mamãe iniciaram e guiei vovó até a mesa reservada.

Sentei na cadeira perto da janela e aguardei a todos que chegaram um por um, pedimos as bebidas de inicio, e eu para variar acabei com a coca. Todos pediram seus pratos, e ao chegar minha vez os enrolei dizendo que esperaria para pedir mais tarde.

Abri o livro sobre a mesa e logo os olhos atentos de papai seguiram pelas paginas espessas do mesmo.

– Que modos são esses Anabelle? Lendo no almoço... – lhe lancei meu melhor olhar descontente.

– Se concentre em sua comida e me deixe com meu livro, você não é ninguém para falar de meus modos. – seus dedos pressionaram os talheres que seguravam e eu voltei à atenção ao livro.

– Feche esse livro agora! – ordenou feito um general.

– Eu não vou fechar! – exclamei o olhando desafiadoramente.

– Está bem, então vá ler lá fora. – nenhum dos presentes esperava minha reação.

Agarrei a latinha de coca na mão, pus o livro debaixo do braço e segui para fora do restaurante deixando os olhares de minha mesa presos em mim. Não sabia se alguém viria atrás e torcia para que isso não ocorresse.

Sentei nas escadas que davam boas vindas ao restaurante num lugar que não atrapalhasse a passagem e pus-me a ler novamente. O livro já estava no fim praticamente, o que de fato acelerava meu coração, pois não havia nada mais bonito que o casamento “oculto” do casal apaixonado. Romeu já tinha matado o primo de Julieta na parte em que eu me encontrava... Provavelmente terminaria o livro em mais alguns minutos se não tivesse ouvido a voz fina de Mad se contemplar para fora do estabelecimento.

– Meu pai é um idiota! – exclamava brava tendo Matt a segurando. – Ás vezes que queria mata-lo! – terminou fazendo o mesmo rir e logo se voltaram para mim.

– O que aconteceu? – perguntei levantando e observando o quão transtornada ela estava.

– Papai e aquela língua grande dele... Veio falar das unhas do Matt. Não aguentei. – olhei para o esmalte preto na unha do ogro e soltei uma risada baixinha. – A gente tá indo pra casa, quer uma carona? – assenti e os segui para o carro.

Mais uma vez o almoço tinha sido um fiasco e era uma pena eu não ter escutado a briga de Mad com o velho... Teria me atribuído boas risadas.

Segui o caminho contemplando o som do Guns e tapando a boca de Mad quando ela insistia em estragar a música “Sweet Child O’ Mine” com sua voz.

– Vai ter ensaio agora lá em casa... Tá afim de ir Belle? – perguntou o grandão logo que estacionamos em frente a sua casa.

Parei por um momento refletindo sobre a proposta, Mad mantinha os olhos esperançosos sobre mim e Matt terminava de fechar o vidro... talvez fosse bom ouvir um pouco de música, talvez ela me salvasse de tanta solidão.

– Hum.. pode ser. – aceitei por fim me rendendo ao par de covinhas que brotavam em seu sorriso.

Sai do carro seguindo para a garagem e ao longe ouvi Mad murmurar algo do tipo“Como é que você conseguiu isso?”, realmente ela devia estar surpresa com essa minha repentina mudança de humor em me manter longe do quarto.

Na garagem acomodei-me no sofá velho junto de minha irmã, enquanto seu namorado ia buscar algumas cervejas. Ela se curvou sobre mim observando a pedra que eu segurava nas mãos.

– O que é isso? – indagou curiosa.

– No dia do... do.. do que aconteceu com o Sam.. bom, nesse dia conheci uma mulher de uma loja meio doida e ela me deu essa pedra.

– Bem bonita a pedra. – comentou ainda com os olhos no objeto. – Agora falando sério, o que te fez vir até aqui?

– Acho que uma tentativa de sair da solidão... – admiti guardando a pedra na bolsa e observando Matt trazer as cervejas.

– Vai querer uma Belle? – perguntou entregando uma a Mad.

– Quero sim! – peguei a garrafa que me era estendida.

– Ok... Tenta não exagerar sabe... – pediu minha irmã quando virei metade da garrafa, assenti fazendo positivo com o dedo.

Logo os meninos chegaram, Jimmy com Brian e Zacky após Johnny. Todos ficaram surpresos ao me ver ali, mas bastaram apenas alguns minutos para que se acostumassem com minha presença. Brian permaneceu quieto demais num primeiro momento e apertava a garrafa de cerveja em suas mãos a cada momento que eu o via me observar.

Ainda não me sentia bem em incluir-me nos assuntos e palhaçadas deles, Matt ria enlaçada no pescoço de Matt, Jimmy contava mais uma de suas milhões de histórias e o resto dos meninos estava jogado pela garagem. Era impossível conter a risada em frases engraçadas que alguém soltava, mesmo que o livro estivesse interessante a conversa também prendia minha atenção.

– O que está lendo ai? – perguntou Johnny se aproximando sorrateiramente e pondo a cabeça ao meu lado.

– Romeu e Julieta. – respondi sorrindo para ele que se sentou ao meu lado no sofá.

– É aquele livro que eles morrem no final? – semicerrei as sobrancelhas.

– Obrigada por me contar. – fingi estar brava, e ele fez um bico.

– Desculpa... – pediu baixinho deixando o rosto próximo ao meu.

– Olha o Jojo... conquistando a viúva indomada! – exclamou Jimmy pulando até nós mostrei a língua para ele. – Quem mostra a língua pede beijo... Porra anão você não consegue conter sua noiva? – ri mostrando-lhe o dedo médio.

– Vá se ferrar Sullivan.

– Ora que mocinha mais mal-educada! Está precisando que o Johnny te bata com a vara curta dele. – abri a boca num “o” tomando o vermelho em minhas bochechas e vendo Brian consumir um cigarro observando a cena num canto.

– Vou enfiar minha vara no seu rabo Rev, é isso que eu vou fazer! – exclamou o baixo fazendo o outro rir.

– Vamos lá cambada! To afim de tocar hoje, podem se aproveitar! – disse Jimmy jogando beijos no ar como se fosse a “estrela” do show.

Ele se pôs atrás da bateria e Matt com o microfone nas mãos, Zacky tratou de segurar sua guitarra e Johnny se aconchegou mais ao meu lado. Brian foi o último a se ajeitar, ele caminhou em passos agressivos até a guitarra, e eu presumia que ele seria capaz de quebra-la com tanta raiva, mas ao contrário, pegou-a nos braços como uma mãe segura seu bebê.

Jimmy ordenou a primeira música, “Cemetery Gates” guardei o livro assim poderia observar cada detalhe da linguagem corporal deles... Ocuparia minha mente viajando em gestos e expressões dos garotos.

Comecei com Jimmy. As baquetas em suas mãos pareciam ganhar vida, ele tocava com tamanha vontade... Ao observá-lo eu sentia a “vida” me preenchendo, o coração palpitava em vontade de viver, e era como se sua aura dourada transbordasse pelos tambores da bateria. Ele e seu instrumento eram um só, não era como se Jimmy tocasse a bateria, ou ela o tocasse. Jimmy era a bateria, e a bateria era ele. Uma atmosfera surreal o envolvia e eu gostaria de ter um segundo da sensação que o envolvia no momento, pois com certeza era uma ótima sensação.

Parti para Zacky, seus olhos estavam tão concentrados na guitarra que era nítido o apresso que ele tinha pela mesma... Sua paixão pelo som que ecoava dela era iminente, e os olhos ora perdidos num ponto vago em uma parede qualquer, traduzia a parceria com o instrumento em suas mãos. Era visível que o amor incondicional pela música o deixava cego quando ele a tocava, mais visível ainda que sua mente fugia para outro mundo quanto ele tocava.

Segui para Matthew, a voz rouca que ele transmitia era quase que um calmante natural, eu poderá ouvi-lo mil vezes e ainda assim gostaria de ouvir mais. As notas mais altas eram as que mais tocavam a fundo sua alma, os olhos comprimiam-se e de vez em quando ele jogava a cabeça para trás deixando que a letra fluísse em seu corpo. As mãos agarravam o microfone como um quase morto se agarra a vida, a pressão exercida sobre os joelhos só enfatizava o quão envolvido ele se encontrava à música. Em momentos mais sóbrios seu olhar pairava sobre Mad que estava hipnotizada nos gestos do grandão. Matthew respirava o som que cantava, e desse modo era possível que você o sentisse dentro de você, era possível que você sentisse a voz caminhando por suas veias e o preenchendo por inteiro... Com certeza Matt tinha um grande impacto sobre seus ouvintes.

Peguei-me pensando vagamente se deveria concentrar-me em Brian ou não, tinha medo do que seus gestos me revelariam... Por curiosidade, ou talvez martírio, decidi observá-lo. Imediatamente meus olhos pararam nos dedos ágeis que tocavam as cordas da guitarra como se tocasse um diamante precioso, foi um custo desviar minha atenção a sua expressão. Ele por sua vez tocava com a alma, eu soube disso assim que notei a calmaria em suas têmporas... Era nítido que o Brian de minutos atrás não estava presente, mas sim, sua alma, pura e domada, domada pelo cristalino desejo musical que o tornava inocente feito uma criança... Se sua aura tivesse uma cor, nesse momento estaria brilhante como pequenos cristais, reluziria tanto que me deixaria cega. Seus olhos ora atentos na guitarra, ora fechados sentindo as ondas de volume penetrar os poros de seu corpo, por um minuto, talvez pequeno demais, eu tive minha alma em contato com a sua. Como se as duas se unissem e eu pudesse ter suas sensações em meu corpo. Fechei os olhos separando os sons mentalmente e concentrando-me na guitarra dele, uma vibração percorreu meu corpo e ao voltar a consciência encontrei seus olhos receosos nos meus, ao mesmo tempo em que se iniciava outra música. Mantivemo-nos em contato, até seu olhar afligir-me e fazer-me correr para fora do local num impulso inconsciente, como se minhas pernas agissem por si mesmas.

Terminei de joelhos no jardim do Sanders, ofegante e com o corpo quente, era como se eu tivesse acabado de tomar uma injeção de adrenalina sentindo meu coração ainda palpitar rapidamente. Levantei sentindo o chão rodar sob meus pés e segui para casa feito um zumbi, desabando sobre a cama quase desacordada... Devia ser pressão baixa, ou falta de açúcar no sangue. Apaguei dando graças ao mundo dos sonhos... Ou não.

I can't take my eyes off you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes...



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