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História Erase This - You and Me


Escrita por: CrazyGates e CrazyShadows

Capítulo 48 - You and Me


What day is it

And in what month

This clock never seemed so alive

– ANA CAMPAINHA! – mamãe gritou da cozinha e eu desci as escadas escorando-me ao corrimão, minhas esperanças de que Sam lembra-se de meu aniversário estavam perdidas.

Ele tinha desaparecido há duas semanas, e mesmo com eu ligando todos os dias em sua casa, procurando-o no canto dos drogados a escola... Eu nunca o achava, nunca.

Preparei meu sorriso esperando alguma vizinha chata ou tia rabugenta apertar minhas bochechas e desejar-me felicidades...

– SEU IDIOTA! – gritei ao ver o ruivo em minha frente e pulei em seu peito socando-o depois lhe dando um abraço.

– Desculpa Belle. – ele murmurou perto de meu ouvido. – Me desculpa não ter dado notícias, eu não queria te magoar, mas... Bom venha cá primeiro, quero te dar seu presente! – eu estava brava com ele, mas só de já ter seu cheiro preso em mim a raiva diminuía. Fui arrastada pelo gramado.

– Dê-me logo o presente, quero brigar com você! – disse dando pulinhos segurando sua mão.

Ele retirou uma caixa vermelha aveludada do bolso da calça, e esboçou um sorriso enorme dando-me ela.

– Olha eu sei que não é muito... Você pode até achar estranho, mas... – o interrompi quando vi o belo anel dentro da caixa, era prata com uma pedra azul turquesa achatada em cima.

– Oh meu Deus! Obrigada Sam! Mas calma como você sabia que era meu aniversário? – perguntei depois de abraça-lo.

– Você me disse uma vez. – ele sorriu de novo e colocou o anel em meu dedo indicador. – Agora vem a parte “estranha”... – ele abriu a parte de cima do anel revelando uma foto nossa ali dentro, na foto eu mostrava a língua e ele tinha os olhos vesgos, tiramos numa das cabines de shopping.

– Sam é lindo... – meus olhos brilhavam para a foto e ele beijou as costas de minha mão.

Fechou a parte aberta do anel e voltou a me encarar, as palavras faltavam e creio que não eram necessárias, suas mãos repousaram em minha cintura trazendo-me para perto. Seu nariz roçou em minha bochecha e por instinto fechei os olhos, logo sentindo os lábios macios sobre os meus... Com paciência e calma diferente de outras vezes ele pediu passagem para adentrar com a língua e eu lhe concedi.

Percorri as mãos por seus braços descobertos e cruzei os meus em sua nuca, colando nossos corpos mais ainda. Ele apertava minha cintura de leve e às vezes se atrevia a levantar um pouco minha blusa. Terminamos com breves selinhos e um sorriso formado em ambos os lábios.

– Feliz aniversário. – desejou-me sem nos separar.

– Promete que nunca mais vai sumir? Promete? – pedi e ele assentiu – Senti tanto sua falta... – suspirei apertando nosso abraço.

– Sei que você merece explicações, e eu lhe darei todas. – assenti e ele nos separou me pegando pela mão e abrindo a porta do carro para que eu entrasse.

– Aonde vamos? – perguntei quando ele se juntou a mim.

– Diga-me aonde quer ir... Eu te levo! – poderia pensar em todos os lugares possíveis, mas ainda assim apenas um veio em minha mente... O quarto no sótão.

– Sua casa, seu quarto. – disse prontamente e ele riu de minha modéstia.

– O que você fez enquanto eu não estava? – perguntou curioso.

– Reaproximei-me do pessoal... – um sorriso largo fez-se no rosto dele.

– Que bom! Fico feliz. – logo o sorriso se transformou em uma expressão pensativa.

– O que foi? – coloquei minha mão sobre a sua no volante, mas ele não respondeu. – Hei o que aconteceu? – perguntei um pouco mais alto.

– Han? Nada Belle... Só estava pensando. – me assegurou e logo estacionamos em frente a sua casa, ele fez questão de abrir a porta.

Corremos para dentro da casa e a avó de Sam me recebeu hospitaleira como sempre, e quando o neto contou-lhe que era meu aniversário, ela me abraçou e encheu minha face de beijos, desejando felicidades... Aproveitou completando dizendo que eu não sairia dali antes de comer um pedaço da torta que estava preparando.

Subimos para o quarto, que não havia mudado nada desde a última vez que estivera ali, apenas as roupas não pulavam mais para fora das gavetas da cômoda. Sentamo-nos em sua cama e ele começou a se pronunciar enquanto brincava com nossas mãos.

– Primeiro, eu queria agradecer por aquele dia em que você cuidou de mim. Vovó me disse que não saiu um segundo sequer do meu lado... Muito obrigada Ana. – acenei com a cabeça num sorriso de canto. – Continuando... Há duas semanas eu levei uma surra dos caras do outro lado da cidade, para explicar melhor, é como se eles fossem de uma zona e eu de outra... Eles se aborreceram com besteiras e vieram descontar em mim. – ele refletiu por um momento. – Sumi por essas semanas, apenas porque tive medo de que eles voltassem e fizessem mal ou a você, ou a vovó. – o abracei depois do discurso.

– Tudo bem Sam, tudo bem. – o apertei mais em meus braços e ele aspirou o perfume que exalava de meu corpo.

– Eu também senti muito sua falta... – reclamou com a cabeça enfiada em meus cabelos.

– Você não precisa mais viver fugindo Sam, eu posso te ajudar com as despesas de casa, te ajudo arrumar um emprego, apenas saia desse mundo... Eu prezo tanto por você... – ele nos separou e me olhou com os olhos embargados de amargura.

– Não é algo pelo qual eu possa sair de uma hora para a outra... Mas se você quer saber, desde que te conheci venho me afastando do ramo, dia desses até procurei emprego nos jornais. – ele sorriu segurando minhas mãos.

– Você não tem medo? Sabe, desses “caras”... – um suspiro longo escapou de seus lábios.

– Quando se entra nesse “ramo” você não deve mais ter medo de nada. Nem da morte. – engoli em seco e ele apertou minhas mãos. – No entanto, incrivelmente depois que eu me encantei por esse teu par de olhos e passei a querer cuidar de ti como nunca cuidei de ninguém, nem a mim mesmo na vida. Eu comecei a ter medo, medo de acabar comigo e deixar-te sozinha... Sei que teria sua irmã, seus amigos, mas mesmo assim, você é meu único medo Ana. Medo de perda. Pois eu não seria mais nada sem você, provavelmente já estaria morto... Você me salvou... me salva todos os dias, e eu só tenho a lhe agradecer por isso. – sem que eu percebesse meus olhos já estavam marejados e eu o envolvi num abraço sufocante.

– Você me tem Sam... Tem-me de todas as formas possíveis! – murmurei soltando um soluço e ele suspirou quase que se aliviando.

Deitamo-nos na cama eu com a cabeça sobre seu peito e ele mexendo em minhas pontas vermelhas, passamos tempo em silêncio, mas depois desenfreamos numa conversa repleta de risadas... Repleta de alegria.

Quando a torta ficou pronta a avó dele nos chamou para que descêssemos e nos serviu de grandes pedaços, ela por sinal era uma cozinheira de mão cheia, e eu lhe pediria a receita mais tarde para que Mad e mamãe aprendessem.

Lá fora o céu brincava em cores vermelhas, azuis e laranjas... Fim de tarde. Pelo horário decidi que deveria ir embora, afinal, mamãe queria passar o resto do dia de meu aniversário ao meu lado.

Sam iria me deixar em casa e partir, mas eu insisti que ele ficasse alegando que minhas saudades ainda não tinha se acabado por total e que pelo horário ainda era meu aniversário.

Abri a porta e encontrei todas as luzes apagadas, tomei um susto quando o pessoal pulou para frente gritando “SURPRESA” apenas com velas nas mãos, pus-me a rir enquanto segurava firmemente a mão de Sam.

As luzes foram acesas e meus olhos dirigidos diretamente a Brian que olhou com aversão para o garoto atrás de mim e fechou a cara quando viu minha mão entrelaçada na do outro...

– Parabéns Bellinha! – gritou Jimmy fazendo-me revirar os olhos e logo depois me abraçou girando meu corpo no ar.

– Feliz aniversário foguinho! – anunciou Johnny abraçando-me enquanto eu lhe dava um tapa no braço pelo apelido.

– 12 anos né? Quando chegar aos treze me procura! – disse Zacky se aproximando e me enchendo de beijos nas bochechas enquanto seus braços rodeavam minha cintura.

– Parabéns garota vômito! – disse Matt animado, desde o dia em que vomitei nele e no colchão de minha irmã ele gostava de me chamar pelo apelido nada carinhoso... nos abraçamos.

– Filhinha! Feliz Aniversário! – mamãe me sufocou em seus braços e depois chamou Mad para que se juntasse a nós num abraço triplo.

– Vovó! – exclamei ao ver a senhora de cabelos grisalhos aproximar-se a abracei com cautela enquanto ela depositava três beijos, intercaladamente, em minha bochecha dizendo a famosa frase: “três pra casar”.

Brian foi o último, esse por sua vez abraçou-me tirando meu corpo do chão, mas não disse nada.

Pedimos pizzas enquanto beliscávamos do salgadinho, e me afastando brevemente de Sam que conversava animadamente com vovó, puxei Mad para um canto afastado.

– Que foi Ana? – perguntou enquanto mastigava algo.

– Primeiro, queria dizer obrigada pela festa... – olhei para baixo – Segundo: o papai vem? – perguntei com a esperança de ouvir um sim, mas ela limitou-se em balançar a cabeça negativamente e me abraçar.

Ganhei presente de todos, e os guardei no quarto, ainda estava abatida por não receber nenhum telefonema de meu pai, ele podia ao menos ter me ligado... Dito um breve parabéns... Mas pelo visto, nem se lembrava de minha existência.

Fui para fora com um copo de coca nas mãos e sentei no degrau da escada que dava acesso ao jardim dos fundos, não demorou muito e senti alguém do meu lado.

– Sinto muito... Seu pai é um idiota. – dei de ombros a voz de Brian, fingindo não me importar. – Está gostando da festa? – perguntou e eu virei o rosto para ele.

– Estou sim. – sorri brevemente.

– Deixa eu te mostrar uma coisa. – ele puxou um violão que estava escondido do lado de fora da escada.

– Você planejou isso? – perguntei com a sobrancelha arqueada e ele sorriu envergonhado.

– Mais ou menos. – sorri.

Ele começou a tocar as primeiras notas de um solo muito bem ensaiado, como sempre me fascinei em seus dedos ágeis... Ele concentrava-se ora no violão, ora em mim, apoiei o queixo nas mãos e ele observou-me intensamente, finalizando o solo mais rápido do que devia.

– Anel bonito... – comentou pegando minha mão e admirando a pedra. – Quem te deu? – perguntou abrindo a parte de cima e vendo a foto, seus olhos se arregalaram.

– Eu. – ouvimos uma voz perto, Sam, sorri para ele e soltei minha mão de Brian.

– Vamos lá para dentro? – propus a Sam percebendo o clima que havia se instalado, deixei Brian atônito para trás.

As pizzas chegaram rápido, e foram devoradas da mesma forma... Juntamo-nos na sala, Sam ao meu lado com o braço em minha cintura, Brian do outro lado entrelaçando sua mão na minha. Ignorei a presença de Mad e Matt. O resto dos meninos estavam jogados pelo tapete.

Mamãe chegou com o bolo enorme nas mãos e colocou na mesa de centro, cantamos parabéns, desfrutamos do bolo cheio de morangos. Continuamos ali conversando, rindo e eu tentando fazer com que a tensão que envolvia a mim e aos dois garotos ao meu lado, não fosse passada aos que nos rodeavam.

...

– Está a fim de ir ao bar do Johnny Belle? – perguntou Jimmy ao final da festa quando já nos despedíamos, olhei para Sam e algo me encantou em seu semblante.

– Não, vou ficar. – respondi entrelaçando os dedos nas mãos do ruivo que sorriu para mim.

– Está certo... A gente se vê amanhã então! – Jimmy foi seguido por todos, apenas Brian que começou a andar para a direção contrária, larguei Sam por um minuto e corri atrás dele que já quase dobrava a esquina.

– Você não vai com eles Brian? – perguntei segurando seu pulso e ele virou-se para mim, podia jurar desconhecer aquela expressão em seu rosto, era quase que desolado.

– Dessa vez não. – respondeu desanimado e minha mão escorregou.

– Está tudo bem? – ele segurou a respiração por um tempo e logo depois soltou um suspiro assentindo.

– Boa Noite Ana. – disse se aproximando grudando os lábios em minha testa demoradamente e virando-se indo embora. Voltei para Sam.

– Está a fim de fazer algo? – perguntou com um sorriso brincando no rosto.

– Vamos para o telhado! – sugeri puxando-o pela mão.

– Telhado? Tem certeza? – ele parou rindo surpreso.

– Aham! Quero ver as estrelas... Venha, venha logo!

Deitamos no telhado lado a lado e passamos a observar a imensidão do azul escuro que predominava no céu, ele mantinha a mão presa a minha e a única vontade que eu tinha era de fazer aquele momento durar para sempre.

Cause it's you and me and all of the people

With nothing to do, nothing to lose

And it's you and me and all of the people and

I don't know why I can't keep my eyes off of you



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