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História Erase This - When Im Gone


Escrita por: CrazyGates e CrazyShadows

Capítulo 112 - When Im Gone


Pela janela eu assistia o rosto transfigurado de Brian, ele relutava nos braços dos dois amigos e meu coração se apertava com aquela cena. Minha vontade era correr para fora daquele ônibus e me atirar em seus braços, porém estava determinada em minha decisão.


Segui para meu assento e aguardei de olhos fechados o ônibus mover-se lentamente para longe daquele lugar, não tinha coragem de olhar para trás pois sabia que encontraria o moreno em prantos gritando meu nome, e de memórias ruins suas já me bastavam algumas centenas que eu levava na bagagem.


A viagem seguiu quieta e lenta, a cada quilometro percorrido eu tinha mais vontade de voltar para casa, afinal, era de praxe que eu não me daria bem com a “madrasta” e que provavelmente seria esquecida por meu pai, eu já estava acostumada a ser deixada de lado quando se tratava do senhor de negócios...


Los Angeles era com certeza um lugar diferente, percebi isso logo que vi as luzes acesas dos prédios quando o ônibus chegou na cidade ao anoitecer, logo imaginei que meu próximo ano escolar seria numa escola de riquinhos esnobes... Eu não contestaria as regras de meu pai, apenas porque estava fraca demais para contestar algo.


Na rodoviária um homem me esperava com a placa Anabelle nas mãos.


– A menina do papel... – comentei encabulada. 
– Olá Anabelle! Sou Fillipe. – ele exibia um belo sorriso no rosto. 
Devia ter entre 30 e 40 anos, os cabelos pretos cobriam toda a cabeça e o corpo magro e esguio lhe dava uma aparência engraçada junto aos olhos caramelos e os lábios grossos, o nariz era reto e empinado poderia ser comparado a um lorde francês rico se não estivesse vestido apenas com um terno comum preto. 
– Prefiro que me chame de Belle. – sugeri enquanto ele carregava minha mala preta e eu continuava com a laranja nos ombros. 
– Ok Belle. Seu pai me pediu para que te levasse a um lugar em que queira jantar... Tem alguma preferência? – eu o responderia mais rápido se não estivesse um tanto pasma com o carro enorme que me aguardava, poderia ser uma limusine, mas graças a Deus era um pouco menor e não tão chamativo. 
– Hamburger... – sussurrei ainda assustada com todo o luxo enquanto ele abria a porta do carro e eu entrava. 
– Que tal Mcdonalds? – assenti muda. – Serei seu motorista a partir de hoje, sempre que precisar de algo, me chame. 
– Eu vou ter um motorista? – perguntei atônita me apoiando em seu banco, ele riu. 
– Pelo jeito a senhorita não está acostumada com tudo “isso”... 
– Não mesmo. – ri fraco me acomodando em meu banco e descansando a cabeça no encosto. 
– Podemos fazer um tour por Los Angeles antes que comecem suas aulas. – encarei seu olhar pelo retrovisor, eu definitivamente já tinha feito um amigo por ali. 
– Por acaso meu pai já me matriculou em alguma escola? – indaguei quase com certeza da resposta. 
– Digamos que seu pai é um senhor muito “rápido” em alguns assuntos... Ele já providenciou sua escola, atividades extracurriculares e transformou um dos quartos da casa para você. – não sabia se ficava feliz ou triste com isso. 
– Ele continua namorando aquela loira azeda? – aguardávamos no drive thru quando fiz a pergunta. 
– Seu pai já teve muitas namoradas, mas há dois meses está com Angélica, ele a conheceu em uma de suas viagens ao Brasil e se apaixonou. 
– E ela é uma daquelas madames nojentas? – ele sorriu abertamente antes de soltar uma risada rouca. 
– Angélica? Ela é um doce, todos gostam da morena. – pela descrição pelo menos ela não era uma daquelas loiras de farmácia que papai venerava. – Que lanche você vai querer? 
– Um big mac. – respondi ouvindo-o atentamente realizar o pedido. 
– Eu e todos os empregados nos surpreendemos quando a mulher chegou, esperávamos uma daquelas loiras loucas que ele sempre trazia de todas as viagens, mas essa não, Angélica é diferente... Não sei explicar ao certo, você vai entender quando a conhecer. 
– Sou meio crítica quanto as namoradas do papai, veremos se ela passa no meu teste de qualidade. – rimos enquanto ele pegava meu lanche. 
– Não entendo como seu pai conseguiu ficar tanto tempo longe de uma garotinha como você, eu não seria capaz de aguentar um dia longe de meus filhos. – minha expressão se fechou enquanto eu comia uma batatinha, era fato que seu comentário mesmo que de forma inocente havia me atingido. – Oh, me desculpe. – se corrigiu olhando-me brevemente.
– Tudo bem, meu pai nunca foi muito presente mesmo. – conclui dando de ombros e mordendo o lanche. 
– Ele pareceu ansioso com sua chegada. – dizia Fillipe talvez numa forma de me agradar, mas eu sabia que era mentira. 
– Ah, sei lá. – murmurei antes de voltar atenção ao meu lanche.


Quando chegamos a casa eu já havia terminado meu lanche, assim tive tempo de contemplar cada detalhe do rico local. Portões grandes no receberam, eles se abriram automaticamente e o carro subiu uma espécie de rampa curvilínea que tinha como paisagem árvores, e brevemente vi uma piscina gigante, com uma quadra de tênis mais para baixo. Ignorei o resto dos detalhes e me apeguei na entrada da casa, onde três mulheres de uniforme e mais uma morena me aguardavam de pé.


Dei uma boa olhada no modelo clássico que a casa trazia, sabia que papai sempre gostara de coisas antigas, ou o chique de sempre como muitos gostam de dizer, a casa era toda branca e possuía colunas redondas a sustentando o telhado era comum daquelas mansões antigas e janelas quadriculadas se espalhavam, dando a entender que era muito bem iluminada.


Desci do carro assim que Fillipe abriu a porta para mim e o mesmo me levou em direção as mulheres que sorriam.


– Essa é Mercedes, a cozinheira. – a mulher baixinha de cabelos castanho claro me envolveu num abraço forte. – Vai assustar a garota desse jeito... – ri fraco enquanto ela me soltava. 
– Essa é Clair, a governanta. – diferente da primeira essa era alta tinha os cabelos pretos presos num coque suas feições deixavam a mostra que a mulher já tinha vivido poucas e boas pela vida. 
– E essa é Beatriz, ela faz os pequenos serviços de casa antes das outras cinco mulheres virem fazer a faxina três vezes por semana. – assenti entendendo seu serviço e sorrindo para mulher de olhos claros e magra. 
– E essa é Angélica... – perdi um tempo contemplando a beleza natural da moça, seu cabelos negros emolduravam o rosto oval os olhos eram castanhos e a boca carnuda sua pele bronzeada naturalmente, uma mulher muito bonita. 
– Olá Anabelle. – cumprimentou-me numa voz encantadora depositando um beijo em minha testa. – Seu pai saiu numa viagem de negócios, mas estará de volta em dois dia. – assegurou-me enquanto me puxava para dentro da casa. – Eu mesma decorei seu quarto, e pelo o que seu pai falou espero ter acertado quanto ao estilo.


Ela me guiava pela enorme escada, em seguida seguimos por um corredor extenso, eu nem reparava tanto nos detalhes da casa só via de relance obras famosas espalhadas em todos os cantos e minha mente divagava se meu quarto seria num rosa insuportável ou lilás meigo...


– Bem vinda ao seu quarto! – ela abriu a porta e eu encontrei algo totalmente inesperado...


Três paredes eram brancas e uma verde água com conchas que enfeitavam toda a lateral até o teto, o chão era em carpete beje e todos os móveis brancos com pequenos detalhes em dourado... Só faltava o barulho de ondas e o cheiro de praia para eu me sentir em HB mais uma vez, Angélica tinha acertado de todas as maneiras.


– Ficou ótimo, obrigada! – exclamei sorrindo enquanto andava até minha cama e sentava sobre a mesma. 
– Disponha... – ela continuava parada em frente a porta, o vestido longo lhe caia sobre os pés em tons de azul e verde água. – Eu sei que por ser sua “madrasta” você está predestinada a me odiar, ou algo do tipo, mas eu realmente queria pelo menos tentar uma relação amigável ok? – afirmei com a cabeça, ela me lançou um de seus sorrisos e saiu.


Deitei de barriga para cima na cama, chutei o all-star azul para longe e contemplei o teto que possuía flores desenhadas, aquilo poderia ser brega em outra ocasião, mas para mim caia perfeitamente.


Fechei os olhos cansada pela longa viagem e pensei nas ondas de Huntington Beach, eu já sentia falta daquele lugar, daquelas pessoas... O ar puro, a maresia, a risada de Mad, pois é, eu sentia falta até da gargalhada rasgada da morena.


Olhei rapidamente em meu criado-mudo encontrando um telefone ali, não demorei em ligar...


– Alô? – atendeu uma voz masculina. 
– Quem tá falando? – perguntei sem reconhecer. 
– PESSOAL A BELLE NO TELEFONE! – gritava Johnny e só então eu o reconheci, “Passa pra cá anão” ouvi minha irmã pedir. 
– Oi Mad. 
– Belle! Como tá tudo ai? – perguntou antes de pedir silêncio aos abutres que gritavam em sua orelha. 
– Hum, normal, o papai trocou de namorada sabe, o nome dela é Angélica... Acho que ela pode ser legal Mad, ela não pintou meu quarto de rosa, já é um bom começo né? – ouvia a risada da morena. 
– Com certeza um bom começo, mas e os nossos planos sobre pintar o cabelo da suposta namorada de azul? – ri lembrando de como havíamos nos entretido no caminho da rodoviária. 
– Ela não tem cabelo loiro, nem ia ter graça fazer isso, e sei lá, não estou pra brigas ultimamente... Como estão todos por ai? – perguntei de modo generalizado, mesmo sabendo que ao final perguntaria por alguém em especial. 
– Todo mundo bem, a mamãe ta sentindo sua falta reclamando que não devia ter deixado você ir e o gordo tá triste porque não conseguiu acordar pra te dar tchau...
– Manda um beijo pra ele Mad, pra todos ai. – de repente o silêncio se instalou e tanto eu como ela sabíamos o por que disso, resolvi adiantar a pergunta que estava me perturbando. – Eu não deveria perguntar... Mas e o Brian? Como ele está? – ela demorou a responder o que indicava que estava pensando no que dizer. 
– Ele sumiu depois do episódio na rodoviária. – disse apenas e eu suspirei enfiando a cabeça num dos travesseiros. – Você já viu o papai? 
– Ainda não, ele está numa viagem chega daqui dois dias, mas Fillipe me disse que ele já me matriculou em uma escola... 
– Fillipe? Quem é Fillipe? 
– Meu motorista. – uma risada alta ecoou do outro lado. 
– Quer dizer que vai virar patricinha agora Belle? 
– Cala a boca Mad! – rimos juntas. – Mas o pai tem muita grana, sério a casa dele tem até quadra de tênis, e aqui em Los Angeles é muito diferente daí... 
– Vai andar com os riquinhos e ficar nojenta, já tô até vendo. – revirei os olhos. 
– Não enche o saco Madson! Eu não vou virar patricinha coisa nenhuma ok? 
– Tá bom, tá bom... – murmurou bufando. 
– Só liguei pra saber se estavam bem, vou ligar todos os dias, manda beijo pra mãe tá? Amo vocês. – sorri enquanto meus olhos se enchiam de lágrimas. 
– Nós te amamos também Belle, preciso desligar antes que o Jimmy me mate, espera na linha ok? Fica bem. 
– BELLINHA! – gritou o maior assim que tomou o telefone de Madson e eu quase ensurdeci com seu grito. 
– Oi Jimmy! – exclamei rindo. 
– Você não devia ter ido pra Los Angeles pudinzinho, tá todo mundo sentindo sua falta e você vai virar patricinha e eu vou ter que rasgar suas roupas rosas e quebrar seus brincos de ouro caro. – ri com seu comentário, ele parecia uma criança falando. 
– Eu não vou virar patricinha Rev, te juro... 
– Tudo bem, mas mesmo assim, vê se não fica muito tempo longe tá? 
– Fica tranquilo... – regulei-me antes e falar o que queria. – Você sabe onde o Brian foi? 
– Provavelmente pro bar... Ele tá mal Belle, você sabe que ele está tão mal quanto você. 
– Eu sei... – limpei a lagrima solitária que rolou por meu rosto. – Cuida pra que ele não faça nenhuma besteira enquanto eu estiver fora ok? 
– Pode deixar, mas ve se você não vai fazer merda ai também né? Não vai ter mais nenhum e nós pra curar teus porres se você decidir curar as mágoas na bebida. – ri amargamente, Jimmy sempre tão direto, era o que eu mais gostava nele. 
– Fica tranquilo, larguei esse vício. 
– Uhum, sei... – murmurou feito uma mãe desconfiada me fazendo rir mais uma vez.
– Vou desligar e explorar essa casa enorme Jim, amanhã ligo pra Mad e ela te conta o que eu encontrei por aqui ta bom? 
– Ok florzinha, vai lá, te amo. Beijos. 
– Amo você também, beijos.


Era mentira a parte de explorar a casa, na verdade eu só queria ficar jogada naquela cama e dormir pelas próximas horas, decidi tomar um banho antes de fazer isso e não me surpreendi em encontrar uma banheira em minha própria suíte... Com certeza um tempo em L.A faria bom para meus pensamentos.



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