1. Spirit Fanfics >
  2. Erase This >
  3. Uma Criança Com O Seu Olhar

História Erase This - Uma Criança Com O Seu Olhar


Escrita por: CrazyGates e CrazyShadows

Capítulo 115 - Uma Criança Com O Seu Olhar


Fanfic / Fanfiction Erase This - Uma Criança Com O Seu Olhar

Eu quero estar amanhã ao seu lado quando você acordar
Eu quero estar amanhã sossegado e continuar a te amar
Eu quero um sonho realizado, uma criança com seu olhar
Eu quero estar sempre ao seu lado, você me traz paz

Acordei como barulho da porta sendo aberta. Estava de costas para a passagem do quarto, olhando o rosto agora pacifico de Matt, alonguei a coluna ouvindo algumas vértebras estalarem. Dormir sentada na ponta da cama não era legal... Sai dessa nuvem de pensamentos quando a luz do quarto foi acesa e logo a voz irritante de minha mãe alcançava meus ouvidos:

– Meu Deus! – exclamou olhando para Matt – o que aconteceu Madson?!

Não respondi, apenas deitei ao lado dele com cuidado para não apoiar em seu corpo. Durante a noite ele havia pedido para que eu dormisse com ele, mas cada vez que me encostava no seu tronco ele soltava um suspiro de dor, assim eu decidira ficar sentada na cama e acabara dormindo encostada ao pé dela.

Sara voltou a perguntar o que tinha acontecido e recebendo novamente meu silencio como resposta saiu do quarto, não sei para fazer o que. Suspirei e levantei, peguei a bolsa de gelo que havia colocado em Matt e que tinha caído ao lado da cama. Desci as escadas e vi mamãe ao telefone com alguém, segui para cozinha e troquei a água por gelo, seguindo de volta para meu quarto. Coloquei a bolsa no rosto de Matt, do lado que estava mais inchado, o fazendo acordar e olhar para mim.

– Você esta horrível Mad, não dormiu né? – reclamou rouco.

– Você também não esta, exatamente, lindo amor... – sorri fraco e ele segurou a bolsa para mim. – vou tomar um banho rápido e já volto okay? – Matt assentiu e fui até o guarda roupas pegar outra calça, camiseta, calcinha, etc.

Deixei a porta do banheiro encostada e tirei a roupa, jogando-a no cesto de roupa suja. Liguei a água no quente, mas dois minutos sendo sufocada pela fumaça dela me fez mudar para uma água mais gelada, despertando assim meu corpo que estava dormente. Não me demorei em me lavar e lavar o cabelo, saindo rápido e me vestindo sem delongas. Escovei os dentes ouvindo vozes no meu quarto que me fizeram franzir o cenho. Munida de minha escova de cabelo voltei ao quarto e encontrei Kim e Gary ao lado de Sara conversando com Matt.

– ... E eu não tive escolha a não ser ficar quieto... – possivelmente Matt terminava de contar o que havia acontecido na noite passada. Kim passou a mão pelo rosto do filho e em seu semblante pude ver a dor de mãe. Fiz um moxoxo com a boca e me sentei ao lado de Matt que sorriu pra mim e segurou minha mão. Acho que ele não queria me preocupar, queria me poupar de sei lá o que.

– Acho melhor levarmos ele ao hospital. – me pronunciei e Matt franziu o cenho na minha direção.

– Mas eu to bem Mad...

– Não ta não, ontem à noite eu não consegui nem ficar deitada do seu lado porque você ficava gemendo de dor caso me encostasse ao seu corpo. – lhe contei e ele revirou os olhos.

– Apanha pra você ver se é legal abraçar alguém logo em seguida... – tentou discutir.

– Vamos levar ele ao hospital. – sentenciou Gary fazendo Matt bufar.

Levantei-me da cama e voltei ao banheiro, penteando o cabelo com a maior velocidade o possível. Corri até o guarda roupa e coloquei um moletom qualquer, o dia estava relativamente frio. Gary ajudava ao filho a se levantar da cama e assim que Matt se equilibrou passei seu braço pelos meus ombros.

Ele olhou para mim e sorriu, segurando minha mão e me chamando de bengala. Segurei sua cintura e atrás de nossos pais descemos as escadas. Ao chegar a calçada Gary se adiantou e foi buscar o carro.

– Acho melhor você ficar aqui Madson... – aconselhou Sara.

– Sem chances. – nem me dei ao trabalho de me virar, era opção invalida eu ficar.

– Não se preocupe Sara, eu vou ficar de olho nela... – amenizou Kim, me fazendo revirar os olhos para Matt que soltou um riso fraco.

Mamãe bufou e tenho certeza que continuaria a insistir, mas para minha sorte Gary encostou o carro na nossa calçada. Ajudei Matt a entrar no banco traseiro e entrei em seguida. O caminho para o hospital foi silencioso, mas eu podia sentir a tensão em nossa volta. Provavelmente os pais de Matt queriam dar um sermão no filho, provavelmente Kim diria que ele não devia ter me defendido tanto ao ponto de chegar aquele estado, ou que eu era má companhia, ou talvez eles apenas quisessem discutir um possível castigo para o filho, e se seguravam por eu estar presente. Matt parecia indiferente a tal atmosfera e brincava com minha aliança, comparava o tamanho de nossas mãos e observava a paisagem pela janela.

Ao chegarmos ao hospital não demorou em ele ser atendido e a enfermeira indicou que apenas uma pessoa poderia acompanha-lo. Tomei fôlego para dizer que eu iria, mas Kim nem esperou, indo para o lado do filho e o acompanhando.

Antes da porta se fechar Matt piscou para mim, certamente sabendo que eu queria ter ido com ele. Gary tocou meu ombro e indicou a sala de espera, onde nós provavelmente amargaríamos esperando. Suspirei me sentando em uma das cadeiras. Apoiei os cotovelos nos joelhos e enterrei o rosto em minhas palmas, respirando fundo.

– Vocês dois... – olhei para Gary que começara a falar, me chamando a atenção – se gostam muito não é? – assenti com a cabeça o fazendo soltar um leve riso – Kim fica apavorada com isso...

– Por quê? – abri minha curiosidade.

– Ela tem medo do que Matt é capaz de fazer por você... E acho que uma parte de seus medos se concretizou hoje. – suspirou.

– Eu não sabia o que ia acontecer... – olhei para o chão esterilizado – Jimmy literalmente me carregou para longe, se eu estivesse lá eu não deixaria terem encostado meio dedo se quer nele...

– O que deve fazer a sua mãe ter noites insones... – observou e eu dei de ombros – posso te dar um conselho Madson? – perguntou me fazendo olhar para ele.

– Claro...

– Tome cuidado com todo esse sentimento, vocês dois são jovens demais e estão se entregando muito numa relação, podem se machucar demais com isso. – observou – Meu filho não é um santo, não vou dizer o contrario, não sei como vocês ainda estão juntos, não dava nem meio ano para você se cansar dele... E olha aí, já há quase mais de dois anos... – suspirou – apenas tenham cautela, certo? Vocês são jovens, não atropelem a vida tentando aproveita-la demais...

Assenti muda diante de seu conselho. Murmurei que ia tomar água me levantando da cadeira que usava. Caminhei até o bebedouro e enchi um copo. Não ia conseguir ficar sentada quieta observando os ponteiros do relógio se arrastarem, decidindo assim dar uma volta pelo hospital.

Olhei uma das placas que indicavam os caminhos a serem seguidos pelo prédio e me decidir ir à ala da maternidade. Subi calmamente os degraus até o andar indicado e então fui até o grande vidro que nos mostrava o berçário.

Havia cerca de 20 bebês no berçário. Pude ver mais algumas salas de vidro atrás com outros bebes, deduzindo serem as UTIs neonatais. Sorri para a enfermeira que depositava um bebe enrolado em uma manta verde água em um dos pequenos berços de acrílico. Dei um passo à frente para observar melhor o rosto corado e redondo da criança que já não chorava.

Todos tinham os olhos fechados, alguns dormindo outros se mexendo. Perdi-me em pensamentos tentando adivinhar os nomes que eles ganhariam, ri sozinha pensando na possibilidade de um casal surgir ali, da menina que estava no berço ao lado do menino de manta azul.

Sem perceber comecei a imaginar como seria ter um bebe com Matt... Dois rapazes se aproximaram do vidro e um deles se embargou em lagrimas, o outro sorrindo e apontando qual provavelmente era o filho dele. Ambos se abraçaram e comemoraram, logo planejando um meio de comemorar a nova vida que chegava.

Provavelmente os meninos fariam uma festa bem maior que a tímida dupla de amigos, eles provavelmente parariam as atividades hospitalares para que todos soubessem que havia nascido o sobrinho deles. Sorri e voltei a olhar as crianças tão pequenas.

Um deles, enrolado em uma manta azul celeste, abriu um verdadeiro berreiro e então levantei a possibilidade que um filho de Matt provavelmente gritaria muito mais alto, o que faria o pai se orgulhar demais... Ou talvez fosse uma menina, que também choraria o bastante para estressar as simpáticas enfermeiras. Ri com o pensamento e olhando a face corada deles deixei-me imaginar como seria nosso bebe. O cabelo seria escuro provavelmente, os olhos, eu rezava para que fossem verdes como os do pai. A realidade era que a criança que vinha a minha mente era uma miniatura de Matthew, e isso seria perfeito.

Olhei de relance para o relógio do berçário quando acompanhei com os olhos a enfermeira ir buscar o chorão. Já se haviam passado 40 minutos que eu viajava olhando a futura geração. Apressei-me em voltar para a sala de espera, descendo as escadas de dois em dois degraus.

Ao chegar, encontrei Matt com uma cara entediada enquanto Kim falava com Gary, provavelmente contando o que se procedia no corpo do meu namorado. Aproximei-me sorrindo para Matt que fez cara de dor para mim, me sentei ao seu lado perguntando o que o médico havia dito.

– Eu não tenho nada, só os músculos do abdômen que deram uma inflamada por causa dos chutes... – deu de ombros.

– Mesmo assim né amor, pelo menos agora a gente tem certeza que ta tudo bem. – sorri acariciando sua mão. Ele revirou os olhos como se aquilo fosse bobagem...

– Podemos ir então? – perguntou Gary e eu assenti.

Ajudei Matt a ficar de pé e ele brincou dizendo que ele não estava invalido. Mostrei a língua perguntando se estava proibido ajudar meu namorado e ele riu, negando com a cabeça e me puxando para mais perto.

Seguimos para o carro, que fez apenas uma parada em uma farmácia onde Kim desceu e comprou os anti-inflamatórios para Matthew. A atmosfera pesada continuava e provavelmente minha sogra queria que eu morresse... Suspirei e então deitei a cabeça no banco, olhando para Matt.

Ao encostarmos-nos a frente da casa dele o ajudei a descer e então Matt se pronunciou:

– Detesto dizer isso, mas hoje a senhorita vai dormir na sua casa e eu na minha. – franzi o cenho e abri a boca para protestar, mas ele foi mais rápido, colocando um dedo em meus lábios – você esta parecendo uma zumbi, precisa dormir e amanhã vai pra escola.

– Você não vai poder ir né? – mordi o lábio e olhei para baixo.

– Poder eu posso, mas o médico me deu um atestado médico de uma semana, eu vou é hibernar! – revirei os olhos e Matt riu alto. – mas a sua mãe já esta brava por você ter faltado hoje, vai amanhã e pode deixar que eu ou ligar pros meninos tomarem conta de você.

– Eu não sou criança Sanders. – olhei feio em sua direção – não preciso de babas.

– Você é minha criança... – segurou meu queixo levantando meu rosto e me dando um demorado selinho. – e eu quero que eles fiquem do seu lado.

– Ta... – suspirei – quando eu chegar da escola eu venho pra sua casa, pode ser?

– Vou esperar... – me garantiu. Colei novamente nossos lábios e quando me afastei olhei para a porta, acenando para Kim que esperava o filho.

Atravessei a rua e antes de fechar a porta vi as costas de Matt entrando em sua casa. Suspirei e seguiria direto para meu quarto se minha mãe não tivesse me chamado até a cozinha. Deixei os ombros caírem e segui até ela.

– Você... Quer conversar? – perguntou receosa.

– Não... – respondi, não havia agressividade na minha voz.

– Você falou de novo com a Belle? – arguiu após suspirar.

– Também não... – me encostei ao batente da porta – quer que eu tente ligar?

– Por favor...

Caminhei até o telefone e disquei a sequencia de números anotada ao lado do aparelho. Esperei algum tempo até que uma voz formal atendeu. Pedi para falar com Anabelle e me pediram para esperar. Encostei meu antebraço na parede e descansei a cabeça nele. Depois de algum tempo a voz voltou falando que Belle estava dormindo, para eu ligar no dia seguinte. Olhei para o relógio estranhando, Belle não dormia cedo daquele jeito. Suspirei e agradeci, passei o recado a minha mãe e segui para meu quarto ainda pensando em o quão estranho era aquilo. Joguei-me na cama e não pude nem pensar em me trocar, meu corpo relaxou instantaneamente e sem protestar me deixei cair na inconsciência dos sonhos.

Armadilhas do tempo são como o vento
Levando as folhas para lugares distantes
O meu pensamento é o mesmo que o seu
Mas hoje meu coração bate mais forte que antes

Certa vez na história
Eu vim de muito longe só pra ver você
Fui pra muito longe pra encontrar você
Eu te entreguei minha alma.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...