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História Érase una vez - Viagens e Compras


Escrita por: LeeYaar

Capítulo 4 - Viagens e Compras


Clarke acorda com um barulho, seus olhos se abrem para ver o sol da manhã e ela escuta alguns passos apressados e barulho de algo batendo no chão, a loira vira para o lado e não encontra Lexa, ela levanta ainda meio tonta de sono e encontra a morena na sala verificando algumas malas.

-Que bom que acordou. - a morena diz sorridente se aproximando de Clarke e deixando um beijo em sua bochecha - Tem café da manhã no balcão da cozinha, eu ia trazer pão e café, mas me lembrei que os americanos preferem panquecas e suco. Mas como sou precavida, trouxe café também.

-Obrigada. - Clarke diz sorrindo e indo até o balcão de concreto da cozinha, conferindo o café da manhã - Pra onde você vai?

-A pergunta certa seria pra onde NÓS vamos. - Lexa diz com seu sorriso habitual - Já que você quer voltar para Los Angeles, eu fiz uma lista de tudo que temos que fazer aqui em Porto Rico antes de você me abandonar.

-Abandono é uma palavra muito forte. - Clarke diz sorrindo e levando uma garfada de panqueca à boca.

-Mas é isso que você vai fazer com a pobre Lexie aqui, mas para sua sorte eu não sou rancorosa e vou te levar para um passeio maravilhoso. - ela se aproxima de Clarke e encara seus olhos azuis brilhantes - Vou te mostrar o verdadeiro Puerto Rico, não o que os americanos falam de nós.

-Mas vocês são cidadãos americanos. - a loira diz com um sorriso provocativo.

-Shut up. - ela diz brincalhona e volta a organizar suas coisas.

[…]

Após uma hora de carro elas chegam ao seu destino, Lexa aluga um barco e elas desbravam Vila Marina, região de Fajardo.

-Você sabe que aqui foi rodado o filme "Piratas do Caribe 4, Navegando em Águas Misteriosas"? - Clarke assente usando as mãos para evitar a claridade do sol nos olhos - Qual é, até parece que eu sou a turista aqui e não você! Se anima, aproveite nossas águas incrivelmente claras, esse sol que é puro ouro que reluz na alma de piratas viajantes!

Clarke sorri para a morena que abre um sorriso maior ainda e segue guiando o barco. A loira a todo tempo observando a paisagem e Lexa se prontificando a lhe dizer curiosidades sobre o lugar antes mesmo dela perguntar. Ao chegarem em seu destino Lexa ajuda a loira a descer do barco.

-Bem vinda à Ilha de Culebra! - a morena exclama animada.

Clarke sorri com a paisagem, areia branquinha, o mar de um azul impressionante e gaivotas sobrevoando o céu. Não é à toa que a praia Flamenco é considerada uma das mais bonitas do mundo. Lexa está tão animada quanto a loira e o dia passa enquanto as duas se divertem no mar e provam algumas comidas locais, em sua maioria frutos do mar.

-Mariscada. - Lexa diz levando uma garfada da comida à boca.

-Marisquêda. - Clarke tenta repetir sem sucesso tirando uma gargalhada da morena. É sempre divertido ver como o sotaque da outra lhe impede de falar algumas palavras.

Elas deixam o lugar quando começa a escurecer pois Lexa insiste em levar a loira em um lugar à noite.

A morena espera Clarke sair do quarto com o vestido que ela lhe deu de presente. Em algum momento Lexa havia se ligado tanto à loira que se uma estivesse feliz a outra também estaria, estavam tão ligadas que se sentiam confortáveis trocando carinhos e presentes. Mas nenhuma das duas sabia qual foi o momento em que isso aconteceu, apenas aconteceu, como se estivessem predestinadas a cuidar uma da outra, como se o destino tivesse as tirado alguém muito importante por algum motivo.

Quando Clarke sai do quarto o coração da morena erra uma batida, ela prende o ar involuntariamente e observa imóvel enquanto a loira mostra como o vestido preto simples caiu bem em seu corpo.

-Hey? - Clarke diz balançando a mão em frente ao rosto da morena que estava estática - Não vai se vestir?

-Oh. - ela finalmente sai do transe - Eu vou desse jeito. - a loira a encara da cabeça aos pés com um olhar indecifrável - Tô horrível?

-Não, é só que… você usa camisa de botão e calça em todas as ocasiões da sua vida? - Lexa pensa um pouco e antes que possa responder a loira fala novamente - Tire tudo isso, eu vou arrumar uma roupa pra você.

Clarke abre algumas das malas que estão na sala e com ajuda de uma lanterna procura algo que não seja uma camisa de botão de cor neutra, o que não é fácil. A morena tenta impedir choramingando que levou horas arrumando essas roupas, mas Clarke apenas ignora e continua procurando.

-Pronto. Veste isso. - diz entregando algumas peças para Lexa.

A morena suspira e revira os olhos antes de entrar no quarto e trocar de roupa. Lexa sai do quarto com uma camiseta branca, um blazer azul escuro, uma calça jeans simples e uma bota vermelha. Clarke bate palminhas de animação e as duas saem, assim que o táxi chega Lexa informa o endereço ao motorista.

A loira encara a faixada do lugar, "Club Brava" era o que estava escrito bem grande na frente. Lexa suspira ao ver o tamanho da fila e puxa Clarke pela mão, passando na frente de todos ali.

-Senhora, a senhora não pode… - o segurança tenta argumentar, mas para de falar assim que Lexa lhe mostra a identidade - Perdão, Srta. Woods, pode entrar.

A morena sorri e entra no clube acompanhada de Clarke que não entende nada, talvez a influência de Lexa não fosse só no mercado financeiro. Ela tenta dizer que odeia casas noturnas, mas a morena parece tão animada que ela desiste de dizer, apenas para ver aquele sorriso mais tempo.

-E aí, sócia! - um rapaz se aproxima das mulheres, um pouco maior do que Lexa, cabelos nos ombros e sorriso bonito. A loira franze a testa quando percebe a semelhança entre os dois.

-Fala, Frank! Essa é Clarke, veio de Los Angeles só pra conhecer seu clube.

-Nosso clube. - o homem corrige e oferece a mão a Clarke - Prazer, Frank Woods.

-Clarke Griffin. - ela se apresenta e aperta a mão do rapaz. Seria ele o motivo de Lexa ter deixado de usar o sobrenome da família Blake?

-Gostaria de uma bebida, Clarke? - o rapaz diz oferecendo o braço e a loira olha para Lexa como se pedisse permissão que é concedida com um aceno de cabeça.

Clarke se afasta com o rapaz até o bar, ele começa a falar sobre o clube e Clarke ignora cada palavra, apenas procurando uma desculpa para se afastar dele e encontrar Lexa novamente. Mas com a quantidade de gente nesse lugar, seria complicado.

-Clarke? - ele chama atenção dela sacudindo a mão em sua frente - O que vai querer beber?

-Me surpreenda. - ela sorri fraco e o rapaz sorri grande fazendo o pedido ao barman.

-Então, o que te trouxe a Puerto Rico? Além dos homens sarados, claro. - ele sorri divertido.

-Ahn… eu só… - não fale do Bell, não fale do Bell - Precisava de um tempo fora de Los Angeles.

-Entendo. - ele diz não deixando de encarar a garota - Los Angeles é um saco, sabe? Aqueles prédios e… pessoas.

-É, eu acho que sim. - a loira diz desinteressada. Em Porto Rico também haviam prédios e pessoas.

-Sabe, Clarke? Eu não quero te assustar nem nada, mas… o que uma pessoa como você faz com uma pessoa como Lexa? - a loira franze a testa em desentendimento - Eu adoro ela, sabe? Mas se tem uma coisa que eu sei sobre minha irmã é que ela não fica muito tempo com uma garota e você parece ser do tipo que… sei lá, namora, noiva, casa.

-Irmã? - Clarke desconsiderou tudo o que foi dito além disso.

-É, Lexa foi uma adolescente difícil, queria conhecer a família biológica e cá estou eu. Nossos pais morreram. - o rapaz explica e Clarke assente - Quer dançar?

-Oh, não. Eu sou péssima nisso. - a loira diz agitando as mãos.

Antes que Frank pudesse dizer mais alguma coisa alguém chega por trás de Clarke e lhe dá um beijo estalado na bochecha, a loira se assusta com o gesto, mas logo se acalma quando vê os verdes olhos de Lexa e seus braços a enlaçando por trás.

-Ele tá te incomodando, gata? - ela pergunta divertida.

-Claro que não, estávamos falando sobre família e… amor. - Frank responde antes que a loira pudesse falar qualquer coisa - Você acredita no amor, Lexa?

-Acredito que talvez um iceberg durma em mim e que em breve vai despertar e talvez pastar na minha neve. - Frank não entende nada, mas Clarke se vira com um sorriso divertido no rosto.

-Você está tentando citar Elizabeth Bishop? - a morena dá de ombros e é a vez de Clarke dar um beijo em seu rosto, acompanhado de um sorriso.

-Quer dançar? - Lexa diz oferecendo sua mão à loira.

-Adoraria. - Clarke diz sem hesitar e as duas se afastam, deixando Frank incrédulo.

Lexa começa a dançar, nada como Clarke havia visto antes, ela estava livre de quaisquer passos de dança, só se balançava como todo mundo fazia ali. A loira primeiro acompanha a morena com os olhos para depois com o corpo. Ela tenta puxar assunto sobre Frank e a família biológica, mas Lexa se recusa a falar qualquer coisa além de: "Foi um erro". Ela não queria que Clarke soubesse de toda a história, os pais só haviam abandonado por ser menina e isso a machucou durante um tempo, mas passou. Frank também havia lhe dado algumas dores de cabeça quando adolescente, mas a menina sempre responsável soube se livrar de todos os problemas do irmão.

-Eu adoro essa música. - Lexa diz com um sorriso grande afastando os pensamentos incômodos - Sobre o que acha que ela fala?

-Ahn… sobre conquistar uma mulher? - Clarke chuta e Lexa sorri - Me diz a letra.

-Você não vai querer saber.

-Qual é, eu tô pedindo. - a loira diz alto por conta do barulho. Lexa se aproxima dela e coloca uma mecha loira atrás da orelha antes de se aproximar de seu ouvido.

-"Sim, mamá, me dá mais calor…" - ela traduz na medida que a música toca - "E eu quero tê-la nua na minha cama. Me diz o que fazer, para que faça coisas comigo, pra eu fazer sexo contigo e à noite te dar uma punição."

A morena se afasta do ouvido de Clarke e sorri esperando a reação da loira que sorri de volta e fica vermelha, Lexa volta a envolver sua cintura e traz a garota mais para perto, se movendo no ritmo da música no intuito de amenizar a situação.

Após várias danças, doses de tequila e vários foras em estranhos, as duas garotas pedem um táxi para a casa de Lexa, já eram cinco da manhã e elas acharam legal ter um banho quente pra variar. Quando elas chegaram em casa Lexa foi direto para o banheiro tomar o seu banho, quando saiu do banheiro estranhou o silêncio do cômodo. Desceu as escadas e encontrou Clarke comendo uma pizza na cozinha.

-Estava dentro do forno. - a loira diz com a boca suja de molho.

-É, às vezes a Glória deixa alguma coisa pra mim. - ela diz limpando o canto da boca de Clarke - Mas eu deixo você comer.

[…]

Na manhã seguinte Lexa foi a primeira a acordar e descer para fazer o café da manhã. Pegou o jornal na caixa de correspondências e franziu a testa quando viu a manchete:

"A princesa de Porto Rico no maior clima de romance com a fotógrafa Clarke Griffin. Estaria a filha de Rafael Blake tentando conquistar a noiva de seu falecido irmão?"

Embaixo havia uma foto das duas de mãos dadas na praia do Flamengo. Lexa revira os olhos e volta para dentro de casa, encontra a loira descendo as escadas com sua habitual cara de sono.

-Bom dia. - ela diz com a voz rouca.

-Bom dia. - a morena se aproxima e lhe dá um beijo no rosto - Então você é fotógrafa? - ela mostra o jornal - Espero que não se importe com a quantidade de mentiras que estão na notícia.

-Não me importo, sempre acontecia comigo e Bell. - Clarke diz se apoiando nos ombros da outra - Deveria ter pesquisado mais sobre mim, assim saberia que eu capturo a alma de todos que fotografo.

-Ah, é? - a morena diz e pega Clarke no colo, colocando ela sentada numa das cadeiras da mesa - Entonces usted es una cazadora de almas, Srta. Taylor?

-No entiendo una palabra. - Clarke diz dando de ombros. Com um certo tempo estudando espanhol ela chegou à conclusão que essa frase era fundamental.

As duas sorriem e se arrumam para "turistar" por San Juan. Os dias que se sucedem são igualmente aproveitados, as mulheres fizeram compras na Avenida Ashford, no elegante bairro de Condado, mas Clarke logo se queixou de toda aquela sofisticação e fez a morena dirigir uma hora de carro até a cidade de Barceloneta para comprar no Puerto Rico Premium Outlets, agora sim ela estava feliz e satisfeita com os preços.

Durante os dias Clarke provou várias comidas de vários restaurantes, um deles na Avenida Ashford com uma vista incrível para a praça Ventana Al Mar e no último domingo do mês Lexa a levou para conhecer o tradicional festival do Jazz que acontece nesse mesmo restaurante no último domingo de cada mês.

Mas de longe o mais interessante para Clarke foi a visita a Viejo San Juan, a segunda cidade mais antiga do hemisfério norte, fundado em 1520. Não foi à toa que foi considerado Patrimônio Mundial pela UNESCO. A loira suspirava alto sempre que via a riqueza daquele museu a céu aberto. As casinhas coloridas, igrejas de séculos atrás, cafés, lojas e ruas de paralelepípedos azuis trazidos pelos espanhóis no século XVI.

-Esse é o Capitólio. - Lexa diz ao entrarem na réplica do Capitólio dos EUA - Construído em parte com mármore italiano, é aqui que fica o Senado e a constituição local. - a morena diz e ao saírem do prédio ela estende os braços para uma estátua - Esse é San Juan Batista! Padroeiro da cidade!

Os passeios sempre ficavam melhores com Lexa, ela fazia questão de explicar tudo que a loira perguntava nos mínimos detalhes, e o que ela não perguntava também. Não foi diferente nos fortes históricos, ela explicava com excitação as tantas batalhas entre espanhóis, belgas, norte-americanos… Às vezes Clarke apenas parava de escutar e prestava atenção em como ela parecia perfeita, o quanto não parecia real. Como tudo em Porto Rico era um sonho, principalmente a morena.

E quando Castillo de San Cristóbal lhes deu aquela maravilhosa visão panorâmica, estava na hora de irem para o próximo destino.

Era por volta das três da manhã e elas estavam na estrada, Lexa no volante e Clarke no banco do passageiro, as pernas em cima do banco e os olhos azuis vidrados na morena, o silêncio reina.

-Eu poderia viver minha vida inteira assim. - a loira finalmente diz algo - Só eu, você e essas paisagens maravilhosas.

-Eu não iria me opor a isso. - diz sorrindo com a atenção ainda na estrada - Inclusive, tem uma coisa pra você no Porta Luvas.

Clarke abre o porta luvas totalmente alheia a o que quer que seja que esteja lá dentro e se surpreende ao encontrar uma câmera fotográfica.

-Uma Canon EOS 80D?! - a loira pergunta incrédula.

-Você sabe que eu não entendo nada disso, né? Eu entrei na loja e o moço disse que essa era legal. - diz com um sorriso nervoso - Por favor me diga que gostou.

-Lexa, você não precisava ter feito isso. Poderíamos ter dividido o preço.

-Não é só um presente, Clarke, é um convite. - a morena encara a loira por alguns segundos antes de voltar a se atentar à estrada - Bell vivia dizendo que eu vivia no trabalho e não aproveitava a beleza de Porto Rico e ele tinha razão. Eu sempre soube que ele tinha razão, mas as únicas pessoas que me fizeram realmente querer viver, além da sobrevivência… foi papá e você. - ela faz uma pausa - Fica em Porto Rico comigo. Eu te ajudo com o que for preciso.

Clarke encarou a morena por alguns minutos, ela queria dizer que sim, queria ficar com Lexa, queria viajar muito mais vezes por todos os lugares maravilhosos que a morena havia a apresentado. Mas ela não tinha um motivo para ficar, não um motivo plausível. Em Los Angeles ela tinha seu emprego, sua estabilidade… em Porto Rico ela tinha uma vida de aventuras com uma morena de olhos verdes e sorriso radiante. É claro que a opção mais irresistível é a segunda, mas qual é a mais sensata?


Notas Finais


Gente, nem creio que perdi a música do capítulo (cuidado com a burra) 🙊
Se alguém reconhecer deixa aqui nos comentários que eu também tô louca pra achar 😂😂 (Tenho quase certeza que é do Farruko)
Edit.: UMA MIGA ACHOU A MÚSICA, é Farruko - Dime que hago


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