História Eres Tu - Bônus: Solo Tu

14 de março de 2011

A família Balsano acabava de chegar a Buenos Aires, era algo já normal para eles, e principalmente para os filhos. Ruggero e Matteo. Matteo tinha 11 anos, enquanto seu irmão mais velho havia 17. Era a terceira vez que mudavam de país, de casa, de amigos e infelizmente de lar.

O irmão mais novo não era tão aberto, ele sempre quis ter poucos amigos, para não ter o problema de perdê-los mais tarde. Ao contrário de Ruggero que tentava curtir a vida o máximo possível.

A nova mansão Balsano era perto de tudo, havia um centro de patinação, e no primeiro dia Matteo implorou para o irmão para levá-lo.

- Vamos Rugge, vai ser legal. – falou Matteo se jogando na cama do irmão.

- Matteo, você já sabe patinar, então para que você quer nesta pista? – perguntou Ruggero dedilhando o seu violão.

- Pelo simples fato que eu devo aperfeiçoar minhas técnicas, e me tornar o melhor. – Era a única coisa que Matteo realmente se importava. Era com patinação. – Vamos, você vai gostar.

Ruggero revirou os olhos, aquele garoto conseguia tudo dele. E sabia que não viveria um dia da sua vida sem ele.

- Uma hora. – E Matteo deu um sorriso convencido.  – Te encontro lá embaixo.

O percurso a essa tal pista era pequeno. Era após uma praça, e foi até agradável o passeio.  O centro de patinação se chamava Jam & Roller. Não era só para patins, mas um local de todos os tipos de artes.

Existia pessoas patinando, outras dançavam, outras pessoas tocavam instrumentos. E lá no fundo existia uma pequena lanchonete. As cores era o que não faltava no lugar. Existia uma harmonia maravilhosa neste tal lugar.

Os dois foram para a pista onde existia um numero enorme de pessoas. Existia um menino de mais ou menos 14 anos ensinando os principiantes. Existia um crachá em seu peito com o nome Pedro. Mas parecia que ele era principiante naquilo tudo, mas para Ruggero não importava, pois sabia da capacidade do irmão sobre 04 rodas.

Matteo entrou na pista, e começou fazer manobras impecáveis para um garoto da sua idade. Os patinadores mais velhos, davam espaço para o garoto dar o seu show pessoal. A cada rodopio podia ser ouvido um grito de surpresa. Neste instante entrou uma garota de cabelos loiros e olhos azuis na pista, ela parecia ter a idade de Matteo. A menina patinava tão bem quanto o outro. E ali nascia os reis da pista.

Já dava meia hora, e Ruggero já estava entediado de ver aquilo, quer dizer ele sempre gostou de patinação, mas não era sua praia. Ele se levantou da arquibancada, e se encaminhou para a lanchonete da entrada. Ele se sentou em uma das cadeiras do balcão, esperando em ser atendido, quando viu um grupo de pessoas em cima do palco. Eles cantavam e tocavam. Era algo impressionante.

Hay algo que tal ves deba decirte,
Es algo que te hace muy, muy bien,
Se siente tan real, esta en tu mente,
Y dime si eres,
Quien tu quieres ser

Era mais ou menos umas 07 pessoas. Todos estavam em cima do palco, os mundos parecia tão diferente para eles ali. E Ruggero por um segundo pensou como seria sua vida se participasse de um grupo.

As quatro meninas agora cantavam juntas. Era uma loira que abraçava uma morena que parecia ser a mais nova entre todos ali. Existia uma outra que parecia ser italiana assim como Ruggero, e por ultimo existia uma garota ruiva.

Ruggero ficou vidrado nesta tal garota, ela era bem bonita. Sua voz não era a principal, mas ela também não passava despercebida. As palavras saiam em uma linda melodia pela sua boca.

Havia um garoto com uma guitarra, ele olhava para uma garota bem atrás de Ruggero. O outro que toocava o baixo não olhava para lugar algum, enquanto o ultimo que tocava a bateria estava vidrado na menina de cabelos vermelhos. E isso chamou a atenção de Ruggero, e assim ficou incomodado, mas deixou passar.

Quando a musica acabou, todos que assistiam cantar bateram palmas, inclusive Rugge. Quando todos desceram  do palco, o italiano foi comprimentá-los.

- Parabéns, vocês cantam muito bem. – disse Ruggero olhando diretamente para menina ruiva. Porem o garoto que tocava a bateria a abraçou por trás.

- Obrigado. – disse o que tocava a guitarra, e agora abraçava a menina que estava sentada atrás de Ruggero.

- Acho que nunca te vimos por aqui. – disse a outra italiana.

- Não, é minha primeira vez aqui. Eu acabei de chegar da Inglaterra com minha família. E vim trazer meu irmão para patinar. Me chamo Ruggero.

- Peraí, pensei que você era italiano, com esse sotaque. – disse o baxista, pela primeira vez.

- Sim, eu sou. Porem meus pais são diplomatas, então não moro em um lugar por bastante tempo.

- Sabia que eu adoro, italianos. – disse a loira pela primeira vez.

- Mechi. – disse a outra morena com a loira.

Ruggero apenas riu bem fraco, quer dizer ele já estava acostumado com aquele tipo tratamento das garotas. Por isso não se importava.

- Bem, cara. Seja Bem vindo a Buenos Aires. Me chamo Jorge, e essa é minha namorada Steph. – disse o guitarrista. Ele era mais alto que Ruggero, e sua namorada tinha lindos olhos azuis, o que foi a primeira coisa que chamou atenção nela.

- Eu sou Lodo. Também sou italiana, mas vivo aqui a um tempo depois que meus pais se separaram, e minha mãe veio morar aqui. – a garota era até que legal, sabia que ela seria uma grande amiga.

- Eu sou Tini. – disse a que parecia ser a mais nova. Ela parecia ser dócil, e percebia que todos a viam como a irmã caçula.

- E sou a Mechi, muito prazer. – disse a loira para ele. Ele pode perceber o interesse dela nele, mas ela só serviria como diversão. – Se você quiser que eu te mostre a cidade.

- Não, não. Eu já combinei que farei isso com meu irmão, mas quem sabe outro dia. – Ruggero tentou o máximo possível não parecer mal educado.

- Eu sou o Diego. – disse o baxista, de forma baixa, mas que se impunha.

- Eu sou o Facu. – disse o baterista. Ruggero não havia ido com a cara dele, mas talvez seria só coisa de sua cabeça. Ele era bem mais baixo que o italiano, era da altura de sua namorada.

- Eu sou Cande. – disse a ruiva, que agora olhava dentro dos olhos de Ruggero. Pela primeira vez ele sentiu seu estomago remexer, e sentiu seu coração disparar.

Ela era mais bonita de perto. Era a primeira vez que via uma menina como ela, e esperava que fosse a ultima, pois ela deveria ser peça única no mundo.

Ele desviou o olhar, pois deveria ser estranho ficar olhando para as pessoas daquele jeito por bastante tempo, e principalmente quando a pessoa estava ao lado do namorado.

- Bem, foi um prazer conhecê-los, mas eu tenho que ir embora. Tinha falado com meu irmão que ficaria somente uma hora. – disse Ruggero para os outros. - Foi um prazer conhecê-los. – E seu olhar encontrou com o de Cande novamente.

- Porque você não canta uma musica com a gente? – perguntou Tini. – Podia ser a musica que você estava ensaiando em Cande.

Todos olharam para a mais nova de forma reprovadora, principalmente Facu. E Ruggero não queria causar intriga.

- Pessoal, eu não posso ficar mesmo. Eu tenho que ir para casa. Que tal da próxima.

Ele se virou de costas, porém pode ouvir uma voz atrás de si. E ele sabia que era ela que estava falando.

- Isso, é porque não tem uma voz bonita? Se for, não se preocupe a gente não vai rir. – Cande olhava para ele, ela tinha se afastado do seu namorado,e agora olhava para ele.

- Eu com medo? Jamais. – disse Ruggero segurando o sorriso. – Só não quero que vocês se sintam tristes pela a minha linda voz.

- Acho que alguém se acha demais aqui. – disse Cande. Parecia que ela estava o desafiando.

- Tudo bem, vamos lá. – disse Ruggero passando perto deles. Facu agora olhava para ele com cara de poucos amigos. – Qual é a música?

- Everything Has Changed, da Taylor Swift e Ed Sheeran. – disse Jorge, pegando o violão. Ele parecia estar se divertindo.

- Mas essa musica é um dueto? – disse Facu, quase matando o italiano com o olhar.

- É por isso que a Cande estava ensaiando essa musica. – disse Lodo. – Calma, eles não vão se beijar.

E todos ali riram.

Os dois começaram a cantar a musica, não era uma das musicas prediletas do Rugge, porem agora ela se tornaria especial para ele. A cada rima, a cada melodia aquilo se tornava muito mais que uma musica, mas sim uma verdade.

E Ruggero sabia que aqueles 07 fariam não só parte do seu passado, mas como também participariam de sua historia por um bom tempo.

20 de agosto de 2011

Ruggero tinha marcado de encontrar com Jorge. Ele havia dito que estava pensando em uma nova letra de musica. Ele então levou Matteo para a pista, para encontrar com um garoto no qual o irmão não parava de falar, um tal de Gáston. Mas Jorge estava mais ou menos uma hora atrasado.

Ruggero estava na lanchonete quando viu alguém se sentando na mesa ao seu lado. Ela estava cheia de livros, ela estava o que parecia dispersa em seus pensamentos por isso não percebeu ele ali.

- Cande? Você está bem? – Ruggero olhou para a amiga, que finalmente o percebeu. E viu um sorriso aparecer em seu rosto.

- Oi, sim eu estou bem, só um pouco cansada. Tinha marcado com Lodo para ela me dar aula de italiano, porem ela não vai poder vim, pois foi ao dentista, então trouxe tudo isso atoa.

O garoto olhou, e viu vários livros, cadernos e o notbook em cima da mesa. Havia o que parecia varias folhas marcadas, e escritas.

- Você quer aprender italiano, ou virar uma professora? – disse Rugge em meio de um sorriso.

- Ei, não ria. – disse Cande dando um tapa em seu braço. – Eu sou uma aluna aplicada.

- Estou vendo, deste modo você será melhor do que eu. E olha que eu nasci lá.

- Eu vou embora, já que não tem mais nada para fazer hoje. – disse ela se levantando, porem Ruggero segurou seu braço.

- Sabia que a Lodo não é a única italiana aqui? Se você quiser posso te dar aula hoje. – falou ele dando de braços.

- Mas irei te incomodar. – disse ela, em meio de um sorriso.

- Não, depois eu te passo o meu valor. – ele falou rindo.

- Então tudo bem. – disse Cande se sentando novamente.

A tarde foi bem agradável, ela era diferente de todas as garotas. Cande ao mesmo tempo que era meiga vinha a ser forte.

Já haviam terminado de estudar, porém continuavam a conversar. Agora Cande contava como era viver com cinco irmãs.

- Então a Constanza pegou a bolsa, e tacou pela a janela, e a gente só pode ouvir um grito vindo lá de fora. – falou Ella em meio das risadas.

- Nossa, se o Matteo fizesse isso comigo, eu pegaria o patins dele, e colocava fogo. –falou Ruggero limpando as lagrimas depois das altas gargalhadas.

- Bem, já está tarde. Eu tenho que ir para casa. – disse Cande juntando suas coisas.

- Se você quiser lhe acompanho até em casa. – Ruggero segurou o braço da garota, que agora olhava diretamente em seus olhos.

- Não será necessário. – Os dois se viraram para a porta, e puderam ver uma pessoa nela.

- Facu? – disse Cande.