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História Eroda - Too Young


Escrita por: Kashi_

Notas do Autor


Att de presente de niver atrasado para o meu bebê John <3
Boa leitura!

Capítulo 6 - Too Young


6 — Too Young

Draco Pov

Harry havia simplesmente dormido no meio da cama, e por muito tempo todo o vidro das janelas do quarto continuaram flutuando próximas da porta, em uma clara ameaça para eu não me aproximar.

Foi apenas depois de quatro horas, que aos poucos os cacos foram caindo no chão, e eu percebi que nesse ponto o sono dele deveria estar realmente pesado.

Assim que tudo pareceu se normalizar, me permiti entrar pé ante pé para dentro do cômodo, com os olhos pregados no garoto dormindo na cama, ainda não conseguindo deixar de pensar na maneira que ele parecia algo irreal.

O garoto era realmente encantador, mesmo inconscientemente.

Fiz um feitiço para restaurar as janelas, me aproximando da sacada para ver o tempo do lado de fora, percebendo que agora caia apenas uma chuva muito suave e tranquila.

Embora tenha ficado um pouco surpreso ao perceber que... Era noite.

Quando cheguei ali, a maneira como o céu e o sol estavam me fez ter certeza de deveria ser próximo do meio dia.

E em pouco tempo, o céu estava completamente escuro, com a lua escondida pelas nuvens de chuva.

Harry realmente influenciava diretamente o tempo naquele lugar, e isso me deixou ainda mais curioso sobre o menino.

Ele não tinha varinha, e até onde eu entendi, havia sido mantido ali por todo esse tempo.

Como poderia ser tão poderoso, sem treinamento adequado?

Embora a falta de treinamento justificasse a maneira como suas emoções faziam a magia explodir para fora, é claro que ainda assim era irreal ter presenciado aquela mostra tão grande de dominação.

Aproveitei que ele estava dormindo, e fiz alguns feitiços diagnósticos, conseguindo ficar satisfeito quando percebi que ele realmente estava saudável.

Apenas parecia ser um garoto magro, e talvez um pouco baixinho para sua idade, o que eu apostava entre 1,68 e 1,72.

Mas a saúde estava bem, e não havia qualquer ferimento nele.

Me aproximei da cama, curioso sobre a maneira como a cicatriz dele as vezes parecia brilhar, com aquele clarão incrível.

Era aquela luz forte e esverdeada que parecia vibrar por trás dos olhos dele quando estava tendo uma explosão de magia.

Em alguns momentos, de relance podia ver a mesma luz brilhar no raio em sua testa.

Estava com os dedos estendidos para afastar o cabelo dele, e poder examinar melhor, quando os olhos incrivelmente verdes se abriram de uma vez só, e eu sabia que tinha sido má ideia aproveitar que ele estava dormindo para me aproximar.

Me ergui, afastando alguns passos, vendo ele me encarando com os olhos arregalados ao se atrapalhar em fugir, engatinhando para trás na cama, me olhando com grande reprovação.

— Tinha muito vidro no chão, eu entrei para ver se você tinha se cortado — Informei imediatamente, mantendo minhas mãos na frente do corpo, mostrando que não faria nada demais.

Ele continuou em silêncio, parecendo me examinar com muita atenção.

— Eu posso ficar aqui com você? — Decidi que deveria perguntar, e ele desviou os olhos dos meus, encarando minha varinha presa entre os dedos por um longo minuto, até por fim estender o braço, esticando a mão na minha direção.

Franzi o cenho ao entender que ele estava pedindo que eu entregasse ela, e ponderei, vendo a expressão dele se fechar em claro sinal de raiva.

Era engraçado, porque quando estava bravo, ele franzia o nariz de um jeito que apenas o fazia parecer algo adorável e indefeso.

Mas eu precisava da confiança dele, precisava mostrar que queria ajudar, porque tinha que entender como iria sair dali, afinal não tinha esquecido do campo de força que circundava a ilha.

Eu não sabia como havia conseguido atravessar a barreira do espelho para esse lado, e não fazia ideia de como voltar.

Me aproximei dele, deixando a varinha em sua mão estendida, e sorri ao ver como a expressão dele se desfez em satisfação.

Harry se virou na cama, colocando minha varinha debaixo do travesseiro dele com muito cuidado, quase como se o objeto fosse algo que pudesse lhe morder a qualquer instante.

— Mau — Resmungou para a varinha, cobrindo-a com dois travesseiros, fazendo aquela expressão que eu não conseguia deixar de achar meiga, e voltou a me olhar.

— Eu vou me sentar ali — Resolvi que era uma boa ideia avisar o que faria, caminhando na direção de um sofá no canto do quarto, de frente para a cama, e ele continuou me olhar com atenção, se sentando com as pernas cruzadas no meio da cama.

Parecia muito mais calmo e tranquilo agora, e isso me fez sorrir.

— Sirius vai ficar muito feliz em ver você — Comecei a falar, querendo ver se arrancava reações dele, que ainda parecia desconfiado — Ele e Remo nunca deixaram de procurar, e de esperar tê-lo em casa.

— Como... conheceu... padrinhos? — Falou, e eu franzi o cenho.

Ele parecia compreender tudo o que eu falava, mas havia uma grande dificuldade em sua pronuncia. Isso me deixou curioso, porque Harry havia sido sequestrado com dez anos, o que significava que já sabia falar, ler e escrever muito bem.

Sirius sempre comentava sobre ele ser um excelente aluno, e eu já tinha visto algumas cartinhas e desenhos que ele fez quando era criança, para ambos padrinhos.

A voz dele soava muito rouca também, quase como se estivesse doente, embora os feitiços não tivesse detectado nada incomum com sua saúde.

— Você consegue entender tudo o que eu digo — Afirmei, vendo ele assentir — Mas não quer falar?

Ele piscou, parecendo surpreso pela pergunta, e suspirou, levando ambas as mãos para a região da garganta.

— Dói — Explicou — Falar muito, dói.

Assenti, tentando pensar no que poderia ser, mas percebi que ele ainda parecia esperar uma resposta.

— Eu conheci Sirius porque fiquei refugiado na casa dele. No meio da grande guerra, eu era um agente duplo. Quando meu disfarce foi descoberto, precisei ficar escondido — Expliquei com as palavras mais simples que consegui usar, vendo ele assentir — A casa de Sirius, no Largo do Grimmauld era um dos quartéis da Ordem da Fênix.... Você sabe o que é a Ordem?

Ele assentiu com um sorriso muito espontâneo, deslizando o corpo para a beira da cama, como se me incentivasse a continuar falando, e eu não precisei que ele dissesse nada.

Seus pais haviam sido membros notórios da Ordem, e ele deveria saber disso.

— A Ordem se fortaleceu, e nos esforçamos bastante quando tudo começou a ficar complicado. Eu acabei me aproximando dos seus padrinhos... E em uma batalha, Sirius salvou minha vida. Somos bons amigos.

Ele sorriu, parecendo muito feliz em ouvir notícias de sua família, e eu imaginei como deveria ser um alívio para ele, depois de tanto tempo.

Comecei a entrar em detalhes, falando coisas aleatórias que me lembrava sobre os padrinhos dele, vendo como sua atenção parecia estar nisso, de maneira que ele se aproximava cada vez mais, de maneira inconsciente.

Parecia querer chegar mais perto para ouvir melhor, e em poucos instantes ele tinha se sentado no chão.

Querendo mostrar receptividade, desci do sofá naturalmente, enquanto narrava como Sirius era insuportável pela manhã, o que descobri morando com ele e Remo por dois meses, e Harry não demonstrou se dar conta que estávamos nos aproximando.

Permaneci sentado no chão, com as pernas jogadas no piso gelado, tentando não demonstrar nenhuma reação conforme ele chegava mais perto poucos.

—... E então, Remus trancou ele no porão durante o dia inteiro, para conseguirmos ir executar a missão, porque ele não queria deixar que ele nos acompanhasse — Expliquei, vendo ele rir de uma forma que me fez perder a concentração em minha própria história.

Não entendia, de verdade, o que tinha naquele garoto.

Mas o som da sua risada, e seus sorrisos eram algo extraordinário.

Como se estivessem acima da compreensão humana, porque faziam um arrepio gostoso percorrer meu corpo, e um sentimento muito incomum me tomar.

Porque todas as vezes que ele sorria daquela jeitinho espontâneo, eu sentia que tudo ia ficar bem. Como se uma onda de esperança varresse meu corpo, e minha existência.

E isso era bizarro.

Pigarreei, tentando recuperar o rumo dos meus próprios pensamentos, e retomei a história.

— Quando voltamos, ele tinha destruído o porão, e pichado nossos nomes e alguns palavrões por toda a parte — Falei, satisfeito em perceber que agora ele estava sentado bem na minha frente.

Estávamos a pouco distancia um do outro, e ele parecia a vontade ali.

— Padrinho bobão — Falou num tom divertido, e eu sorri ao ver que estava fazendo ele se sentir bem com a minha presença.

Me peguei observando os traços harmoniosos dele, conseguindo ver o garotinho das fotos de Sirius ali.

O olhar ainda tinha um pouco de inocência e doçura, e os cabelos bagunçados eram como os das imagens de quando era apenas uma criança.

Embora eu não conseguisse deixar de pensar nas imagens de um garotinho, é claro que conseguia ver o amadurecimento de seus traços. Ele estava próximo dos dezessete anos, praticamente um adulto.

Harry havia se tornado um garoto muito bonito, e isso era muito evidente.

Ele tinha traços muito fortes e marcantes.

Era o tipo de pessoa que você se lembraria se cruzasse na rua.

Percebi que enquanto eu o encarava, ele fazia o mesmo, me examinando com muita atenção, e notei que seus olhos estavam detidos no meu rosto.

Mais especificamente, na cicatriz fina que atravessava minha bochecha e meu olho esquerdo, terminado na minha testa.

— Quanto mais você olhar, mais estranho vai ficar — Avisei em tom descontraído, porque era realmente algo normal as pessoas sentirem desconforto.

Não era uma cicatriz que havia deformado meu rosto.

Mas a forma como ela era muito visível sempre deixava as pessoas um pouco receosas.

É claro que eu não imaginei o que ele faria a seguir.

Mas foi adorável ver ele abrir um sorriso muito espontâneo, levando a mão para a própria testa, erguendo a franja e me mostrando sua cicatriz.

Não havia maldade ou medo em seu olhar.

Ele apenas estava mostrando que também tinha uma marca, e isso me fez sorrir sem nem entender a razão para isso.

— A sua é muito mais legal — Informei, vendo ele rir fraquinho.

— Tom? — Questionou, e eu não quis perguntar, não naquele momento, porque ele chamava Voldemort pelo nome de batismo.

Parecia ser algo muito estranho.

— Sim — Informei, vendo ele assentir, voltando a se silenciar, agora me olhando de uma forma que me deixou ansioso.

Havia algo em seu olhar que parecia muito inquisidor, e eu me senti um pouco atordoado quando ele deslizou no chão, para se aproximar mais de mim.

— O que você...? — Comecei, querendo perguntar o que ele pretendia quando sua mão se esticou na minha direção, mas ele levou um dedo até os lábios, me pedindo silêncio.

Franzi o cenho, confuso enquanto sentia ele pousar a mão no meu ombro, e se ajoelhou no chão para se ajeitar melhor, e em seguida segurou meu rosto com ambas as mãos, pousadas nas minhas bochechas.

Foi uma sensação estranha e calorosa, porque o toque dele era muito quente e macio.

Também havia o cheiro de sua pele, que parecia ser algo cítrico e doce, um pouco selvagem, como aquele garotinho que vivia em uma ilha no meio do nada.

Ele fechou os olhos, ficando em silêncio, e eu não sabia o que fazer enquanto sentia os dedos dele na minha pele.

Era uma sensação boa.

Mas que me deixava um pouco confuso.

E eu não fazia ideia da razão para isso.

Ele abriu os olhos, e me mostrou aquele sorriso que me deixava fora dos trilhos, onde seus dentes apareciam, e seus olhos ficavam pequenos por suas bochechas se mostrarem expansivas, deixando ruguinhas abaixo dos seus olhos.

Era a imagem da doçura e gentileza, e eu definitivamente não as conhecia.

— Bom — Ele constatou, se deixando cair sentado, cruzando as pernas, me observando com muita felicidade — Draco é bom!

— Como você pode saber? — Questionei, sem me conter ao perceber que ele dizia como se fosse o fim de uma avaliação, e ele esticou a mão para mim, me deixando sem entender quando ele puxou meu braço.

Virou minha mão para cima, pousando a palma sobre a minha, e todas as minhas duvidas aumentaram.

Porque quando nossas mãos se tocaram, ele me mostrou em um flash muito rápido.

Com aquele pequeno toque de suas mãos em meu rosto, Harry havia vasculhado minha alma inteira.

Em poucos segundos, ele foi tão profundamente em minhas memórias e vivências, que era surpreendente.

Ele passou por momentos importantes, como a morte da minha mãe, Voldemort em minha casa, o medo que eu sentia, meus questionamentos sobre certo e errado, minhas conversas com Dumbledore, a luta, os treinamentos... Ele passou por grandes momentos.

Eu não entendia que tipo de poder e magia era aquela, mas Harry com apenas um toque abriu caminho para grandes memórias.

Notei que ele não conseguiu ver algo escondido, que eu sabia ser a parte estragada da minha existência, mas todas as outras em que ser comensal não fazia parte, ele conseguiu acompanhar.

Agora ele me mostrou em flashs muito curtos e rápidos, embora todos os que Sirius aparecia eram maiores e um pouco mais prolongados.

Ele se deteve em especial no dia em que eu prometi a Sirius que o levaria para casa em segurança, e no instante seguinte rompeu nosso contato.

Ergui o rosto para ele, assombrado pela capacidade.

Aquilo era possível através de feitiços complicados para ver memórias e lembranças.

Mas sem a varinha, com um simples toque de mãos...

— Como você faz isso? — Questionei assombrado pela naturalidade dele, que deu de ombros.

— Eu sou um bruxo — Respondeu como se fosse óbvio, revirando os olhos, e isso me fez rir.

Ele realmente devia estar se sentido confortável para estar tão próximo, e falando com naturalidade, diferente de quando nos conhecemos, poucas horas atrás.

— Nunca conheci um bruxo que conseguisse fazer algo assim.

— É? — Questionou confuso, me olhando sem entender e eu assenti, admirado com a maneira que ele franzia o nariz quando se sentia em dúvida.

— Você é um bruxo muito poderoso, Harry — Informei, vendo ele sorrir expansivo, e isso foi terrível.

Porque a maneira como ele sorriu, muito perto de mim, me mostrou que além daquela aura angelical e adorável, ele tinha covinhas nas bochechas.

Isso só o tornava ainda mais doce.

E era estranho demais para mim achar algo adorável.

Porque eu não era esse tipo de pessoa.

Era sempre tão arisco, tão fechado, que coisas adoráveis nunca me contagiavam.

E isso me deixou curioso sobre que tipo de magia deveria existir em Harry Potter para me fazer sorrir apenas em olhar para ele.

Porque para ele estar me bagunçando inteiro... Deveria ter algum tipo de feitiço ou encantamento muito forte em ação.


Notas Finais


Draco totalmente rendido pelo Harry, colocando a culpa em 'um tipo de magia' HAUSHUAHSUAS Mas nem tem como culpar ele, o Harry de Eroda é adorável, muito gracinha, e vocês que lutem, porque ele fica mais apaixonante a cada chapie.
O que vocês acharam mais fofo? Ele dizendo 'mau', ele mostrando a cicatriz ou ele rindo todo fofinho? Porque Draco realmente não sabe o que gosta mais, e vai ser muito engraçado ver ele todo bobão sem entender o que está acontecendo dentro dele a cada vez que Harry sorri.
E Harry também está mostrando um pouco mais dos seus poderes, que são incríveis. Vocês sentiram a referência ai nessa magia diferente dele? Quem descobrir de onde eu tirei, ganha todo meu amor e carinho hahahaha
Nos vemos no próximo! Até!


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