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História Eros Complex - Primeiro passo


Escrita por: jmaseul

Notas do Autor


Olá! Estou de volta, dessa vez com um capítulo maior kk

Antes de tudo, teve algo que eu esqueci de dizer no capítulo anterior, mas vou dizer agora: mto obg pelos +300 favs! ❤️ vcs são maravilhosos!

É isso, fiquem com o capítulo/

[capítulo editado: 16.12.21]

Capítulo 19 - Primeiro passo


A cena que se formou naquele quarto, naquela hora da noite, foi no mínimo cômica. Juyeon, com as mãos ainda sobre o pescoço de Seungmin, gritava ameaças de morte afetadas para o demônio. Jeongin escancarou a boca, sem acreditar no surto do cupido mais velho. 

— Hyung! — gritou o cupido mais novo, tentando tirar Juyeon de cima do demônio Kim. — Você me prometeu que não ia surtar! 

Passos apressados se fizeram presentes pelo corredor, e logo a figura confusa de Hyunjin surgiu pela batente da porta. A primeira reação do Hwang foi arregalar os olhos diante da quase tentativa de homicídio, mas depois o demônio riu alto, divertindo-se com a confusão que se formava dentro do cômodo.

J-juyeon! — Seungmin conseguiu pronunciar as palavras, desvencilhando-se por completo das mãos do cupido. — A culpa não foi minha! 

— Ah, é? — Juyeon arqueou as sobrancelhas em deboche, claramente desacreditado. — Você é um demônio! Jeongin deve ter se corrompido pela sua má influência! 

— Correção: má influência do Hyunjin! — rebateu, apontando acusadoramente para o Hwang. — Jeongin se corrompeu com ele! 

Todos os olhares se voltaram para o demônio citado, que a essa altura já havia parado de gargalhar da cena cômica. Hyunjin sorriu sem graça, erguendo as mãos no ar em uma rendição dramática. 

— Espera aí, eu não fiz… — As palavras foram interrompidas por Juyeon, que avançou com as mãos sobre o pescoço do Hwang. Desta vez, quem riu da cena foi Seungmin, divertindo-se com sua pequena vingança. Jeongin, por outro lado, não aparentava nenhum tipo de divertimento em sua expressão. 

— Hyung, pare com isso! — Yang protestou, conseguindo afastar Juyeon do corpo do outro demônio. — A culpa não foi de nenhum dos dois! A culpa foi unicamente minha! 

Juyeon respirou fundo e encarou o mais novo, tentando controlar a raiva presente em seu peito. Mas não podia evitar. Nunca, nem em um milhão de anos, imaginou que algo do tipo fosse acontecer justamente com o demônio mais inocente de todos. Hyunjin levou as mãos ao seu próprio pescoço e jogou-se sobre o carpete do quarto numa cena dramática. Seungmin, ainda sentado na cama, teve de revirar os olhos. 

— Você realmente planejava me matar! — reclamou o Hwang, sendo prontamente ignorado por Juyeon. 

— Como a culpa pode ter sido sua? — Juyeon questionou, segurando o queixo do mais novo para que Jeongin não desviasse o olhar. — Me explique, Jeongin. 

— Eu…— Yang hesitou por um segundo, mordendo os lábios pelo nervosismo. — Eu me apaixonei por Seungmin, hyung. E quando percebi que poderia perdê-lo para Hyunjin, deixei o meu lado egoísta falar mais alto. 

Um silêncio se formou no quarto após a explicação sincera. Seungmin arregalou os olhos, por mais que no fundo não estivesse tão surpreso. Já imaginava que Jeongin nutria sentimentos por si, mas ouvir as palavras sendo proferidas pela boca do mais novo, ainda sim, soava inacreditável. Hyunjin, agora sentado sobre o carpete, sentiu uma sensação ruim assolar o seu peito. Por um lado, sentia-se culpado por ter aparecido e atrapalhado os sentimentos de Jeongin. Mas, ao mesmo tempo, o pensamento de estar longe dos dois garotos também o deixava angustiado. 

— Certo. — Juyeon cortou o silêncio desconfortável, coçando a garganta. — E você ainda se sente assim? 

— Eu não sei. — admitiu o mais novo, olhando timidamente para os próprios pés. — Acho que agora o meu lado possessivo está mais ampliado. 

Os três demais rapazes sobrenaturais piscaram em confusão, sem compreender o significado da frase do mais novo. 

— O que quer dizer com isso? — questionou o Lee, a curiosidade corroendo as suas entranhas. O silêncio do quarto foi cortado novamente, desta vez por palavras tão, mais tão improváveis, que foi praticamente inevitável para os três rapazes não se abalarem. 

— Acho que agora, esse meu novo lado… — iniciou Jeongin, fechando os próprios olhos para que a coragem lhe viesse. — Acho que o meu lado obscuro quer os dois. 

[...] 

Felix e Changbin não tiveram tempo para ver como a confusão se iniciou. Tudo porque se encontravam do lado de fora da balada, na área ao ar livre do estabelecimento. Felix arrastou o coreano consigo, as mãos entrelaçadas e os passos tropeços sobre a grama esverdeada e bem cortada. 

— Eu preciso comer! Meu estômago está se auto consumindo! — proclamou o Lee, rindo alto de sua própria frase. Não, não havia graça nenhuma, mas era como se o álcool em seu organismo insistisse para que risse o tempo todo, aleatoriamente. 

— Vamos comer! — Changbin comemorou, e ambos cambalearam para o balcão de pedidos do lado de fora, vez ou outra esbarrando nas demais pessoas pelo meio do caminho. 

— Você pede! — Felix insistiu, apoiando ambas as mãos nos ombros do Seo assim que alcançaram o final da fila. — Você está mais sóbrio do que eu. 

— E quem te garante isso? 

Mais risadas cortaram o silêncio. Felix e Changbin não estavam completamente bêbados, mas sentiam-se mais alegres e soltos do que o normal. Era como se nada importasse, senão aquele momento. Foda-se o dia seguinte. O pedido foi feito sob palavras meio emboladas da boca de Changbin. Uma porção de fritas chegaram em suas mãos. 

— Vamos comer escondidos. — insistiu Felix, rindo animadamente enquanto arrastava o Seo para uma área mais isolada da parte de fora. 

— Isso é um vacilo inacreditável. Adorei! — Changbin confessou, rindo de modo cômico com Felix. Haviam prometido que trariam comida para Jisung e Minho, mas quem se importava? Os dois citados preferiram se agarrar do lado de dentro da balada ao invés de os acompanharem em sua empreitada por comida. 

— Somos uma bela dupla. — afirmou o Lee, encostando-se com Changbin na parede de concreto que cercava o bonito jardim. Ambos colocaram uma grande porção de batata na boca. 

Changlix. — Changbin conseguiu dizer, por mais que a boca ainda estivesse mastigando o alimento. 

— O quê? — Felix piscou confuso, demorando mais do que o necessário para entender a analogia simples. — Ah! Os nossos nomes juntos! Genial! 

Os rapazes riram novamente, sem se importarem por estarem cada vez mais próximos um do outro. Os minutos foram se passando e as batatas sobre o recipiente plástico foram se acabando. O silêncio era cortado unicamente por risadas aleatórias de ambos os lados. Felix foi sentindo o corpo se estabilizar no lugar em que estava, resultado de um estômago agora cheio, provavelmente. O Lee jogou o recipiente plástico em um dos lixos próximos, puxando Changbin para que o seguisse, os passos não mais tão tropeços, embora ainda meio estranhos. Jogaram-se sobre um dos bancos amadeirados do jardim. Felix deitou-se sobre o banco de madeira, apoiando a cabeça entre as coxas de Changbin. Sentia-se tranquilo e satisfeito, como há muito tempo não sentia. O Lee encarou fixamente o rosto de Changbin, avaliando todos os detalhes do moreno que podia. 

— Obrigado. — Changbin afirmou aleatoriamente, fazendo o australiano piscar confuso. O Seo conectou ambos os olhares. — Eu sei que sou bonito. 

Felix riu. 

— É mesmo. — afirmou, sentindo os dedos de Changbin brincarem entre as suas mechas recém loiras. — Perfeito. — Changbin sorriu minimamente, levemente envergonhado pela frase. Em outro momento, teria rido como um idiota, mas agora o efeito do álcool estava diminuindo gradativamente, o trazendo para a realidade. 

— Você que é. — rebateu, recebendo um olhar curioso de Felix. O recém loiro mordeu os próprios lábios, como se estivesse em dúvida se deveria questionar a próxima frase com não. Em um súbito de coragem, finalmente indagou: 

— Então por que não me beija? 

Changbin sorriu envergonhado. A verdade era que estava esperando o momento certo para experimentar os lábios do Lee pela primeira vez. Não queria apressar as coisas e estragar tudo. Sentindo o coração bater rápido contra o peito, o Seo se inclinou para frente, aproximando-se do rosto do Lee apoiado sobre suas coxas. Felix imediatamente fechou os olhos, sentindo a respiração quente do coreano bater contra os seus lábios. Se sentia ansioso. Changbin enfim colou os lábios pela primeira vez, naquela posição, num selar simples e singelo. O beijo não foi aprofundado, pois logo Changbin se afastou, rindo provocativo da expressão confusa de Felix. 

— Pronto, bela adormecida. — debochou, observando o rosto de Felix formar uma careta cômica. 

— Você não tem graça. — rebateu o Lee, erguendo-se e acomodando-se ao lado do coreano do banco. — É assim que se beija. 

Changbin não teve tempo de ditar uma única palavra. Sentiu os dedos gelados de Felix envolvendo sua nuca, o que lhe causou um leve arrepio na região. Felix puxou o coreano para si, enfim colando seus lábios outra vez. O australiano não demorou muito antes de invadir a boca de Changbin em algo mais necessitado. As línguas se encontraram pela primeira vez, envolvendo-se em um beijo lento, embora prazeroso. Changbin arfou entre o beijo, ansioso por mais. O Seo envolveu a cintura fina de Felix entre os seus dedos, aproximando os corpos ainda mais. Poderiam sentir o calor um do outro, o corpo um do outro. Algo naquele momento parecia mais do que certo. Não era o álcool, Changbin tinha certeza. Sua mente estava mais clara do que antes. Sabia o que queria, queria tocar Felix e sentir Felix de todas as maneiras que conseguisse. 

Infelizmente, esse pensamento prazeroso foi interrompido por um som alto de vozes, que gritavam em uníssono algo que soava como briga! Felix cessou o beijo com o coreano, prendendo o lábio inferior do moreno entre seus dentes antes de afastá-lo por completo. Ambos trocaram um olhar intenso, um misto de coisas e sentimentos. Estava claro: queriam experimentar o máximo dos lábios um do outro, mas a curiosidade em suas cabeças era maior do que qualquer outra coisa.

— Bem… — Changbin cortou o silêncio com um sorriso tímido. — Acho que está rolando alguma briga. 

— Pois é. — Felix concordou, rindo dos gritos que ainda soavam de, aparentemente, dentro da balada. — Quer ir ver? — Changbin deu de ombros, por mais que sua mente gritasse um grande sim! Não podia evitar, era um curioso de primeira. 

— Vamos. 

Levantaram-se do banco e caminharam novamente para dentro do estabelecimento, com as mãos entrelaçadas novamente num claro sinal de carinho singelo. Ambas as cabeças repassavam o beijo, e queriam repeti-lo o quanto pudessem, mas algo lhes dizia que ver a confusão poderia ser um assunto interessante. E realmente era, porque assim que retornaram para a pista de dança, repleta de luzes coloridas e música alta, tiveram a visão de uma cena improvável. Felix já sentia que alguma merda aconteceria, só não esperava que viesse de outra pessoa além de si mesmo. 

— Nem fodendo. — As palavras vieram de forma involuntária em sua boca, urgentes. — Jisung! 

A cena era cômica. Jisung, mais alterado que o normal, se encontrava seminu sobre uma das mesas do estabelecimento. Apenas de cueca e ameaçando tirar a última peça de seu corpo para a plateia de curiosos que se formava, o Han discutia avidamente com um dos seguranças, que insistia para que o coreano interrompesse o seu pequeno show, sem sucesso. Minho, por sua vez, estava sentado sobre a mesa, rindo como um louco todas as vezes que Jisung xingava o segurança de nomes inapropriados e o ameaçava de forma dramática. Os demais apenas riam, gritando briga! num tom claro de deboche. 

— Felix! — Jisung berrou animadamente assim que viu a aproximação do melhor amigo até a sua mesa. — Diz para esse cara aqui que ele está atrapalhando o meu show! 

As palavras saíam emboladas da boca de Jisung, que parecia não perceber o mico que estava representando. Risadas soaram, e Felix quis enterrar a própria cabeça na terra com a vergonha, não tão incomum, que o Han lhe fazia passar. Changbin tentou se desculpar com o segurança, que já possuía uma carranca no rosto. Felix foi para Minho, estapeando a cabeça do Lee coreano num sinal de claro ódio. 

— Ai! — Minho reclamou, mas depois riu baixo. Estava tão louco quanto Jisung. 

— O que vocês beberam?! — questionou Felix, cruzando os braços de modo acusatório. 

— Algumas coisas aí. — Minho debochou, rindo baixo de sua própria frase. — Está atrapalhando o show, Lix! 

— Sabe quem mais pode atrapalhar o show? A polícia, se ela aparecer! 

Minho não pôde ignorar mais, e Felix entendeu que o outro coreano estava louco demais para perceber a gravidade da situação. Voltando a atenção para Jisung, o australiano pôde ver a exaltação do Han assim que o segurança ameaçou chamar um dos donos, que para melhorar mais ainda seu azar, aparentemente estava por perto. 

— Não precisa de tanto, senhor! — insistiu Changbin, tentando puxar a atenção do segurança para si. — Nós já vamos embora! 

— Pode chamar quem o senhor quiser! — Jisung ameaçou, as palavras emboladas enquanto pulava perigosamente sobre a mesa escura. Os demais comemoraram. 

— Jisung! — Felix censurou o Han, tentando convencer o garoto a descer do móvel. Sem sucesso, pois o Han apenas negou a cabeça como uma criança teimosa. — Jisung, desce daí agora ou eu te mato! 

— Chega! — bravejou o segurança, já puxando o rádio comunicador preso em sua cintura. — Terei de chamar o senhor Wang imediatamente! 

— Pau no cu do senhor Wang! — Jisung debochou, sendo recebido por mais uma salva de comemorações da pequena plateia curiosa. Felix só pôde negar com a cabeça, se questionando o porquê de ainda manter uma amizade com o Han, antes de censurá-lo outra vez: 

— Jisung, cale a porra da boca! 

A situação só foi contida quando, minutos depois, o famigerado senhor Wang surgiu no meio da confusão. O jovem homem, de cabelos negros e roupa despojada, não aparentava nenhum tipo de raiva em sua expressão, pelo contrário. Assim que chegou, dissipando a plateia diante da cena cômica, o homem sorriu, quase como se estivesse se divertindo. 

— O que está acontecendo aqui? 

Antes que o segurança pudesse abrir a boca e ditar diversas reclamações, Felix adiantou-se, um olhar temeroso em sua expressão. 

— Sinto muito, senhor Wang! — Felix insistiu, arrependimento visível em sua voz. — Meus amigos acabaram bebendo demais e se alterando, mas juro que já vamos embora! Sem mais problemas! 

Felix apontou para seus amigos junto de um sorriso sem graça. Jisung não estava mais de pé sobre a mesa, porém, ainda trajando apenas uma cueca, sentou-se de pernas cruzadas sobre o móvel, parecendo entediado como uma criança teimosa. Minho acomodou-se ao lado do Han, igualmente descontente com o fim do show. O Wang, ao contrário do que Felix esperava, apenas riu baixo, batendo carinhosamente no ombro de Changbin, ao seu lado. O Seo ficou visivelmente constrangido, sem saber como reagir na presença de alguém superior. 

— Aquele ali seria Lee Minho? — indagou para Felix e Changbin, sem questionar diretamente para o citado. Felix assentiu com a cabeça, incrédulo. 

— Como você sabe?!

— Conheço o tio dele, Minhyuk hyung! 

— Conhece? — Foi a vez de Changbin perguntar, tão confuso quanto o australiano pelo rumo inesperado da conversa. Jackson sorriu, sempre simpático.

— Sim. Sou um grande apreciador de rock clássico, e um dia acabei parando na loja do hyung. Conversamos, e fizemos amizade. O Lee me disse que seu sobrinho estaria aqui hoje. Eu até permiti a entrada VIP. — Felix e Changbin acenaram prontamente, compreendendo, por mais que toda a situação soasse inacreditável. 

— Sendo assim, pedimos desculpas. — Felix afirmou, envergonhado. — Nós vamos embora. 

— Como? — Changbin rebateu. — Viemos de carona com Minho, e ele não parece em condições de dirigir agora. 

— Se quiserem, posso dirigir o carro para vocês. — ofereceu Jackson, um sorriso sempre convidativo nos lábios. 

— Acho melhor não. — Felix confessou, sem graça. — O carro é do senhor Lee, e se algo acontecer, podemos ser responsabilizados por isso. 

O Wang pareceu compreender as palavras, e ponderou por um segundo, como se estivesse pensando em alguma solução para o pequeno problema. Enfim a ideia lhe veio, e ele sorriu outra vez. 

— Por que não fazemos o seguinte: eu os levo até a minha casa, que é bem perto daqui. Vocês ficam lá até Minho recobrar um pouco de sua consciência, e depois retornam para pegar o carro de Minhyuk hyung outra vez. Que tal? 

Felix e Changbin trocaram um olhar duvidoso, e depois encararam seus amigos, agora jogados sobre a mesa. Os outros dois ainda estavam alterados demais, e se continuassem ali, poderiam arranjar problemas ainda mais desastrosos. Talvez o melhor fosse arejar um pouco a cabeça. 

— Tudo bem. — Changbin concordou, sorrindo tímido para o estrangeiro bonito. — Muito obrigado, senhor Wang. — O citado só deu de ombros, informando o segurança de sua ideia improvável de levar Jisung e Minho para o seu próprio carro. Depois, voltou a atenção para Changbin e Felix, sorrindo simpático. 

— Não foi nada. E podem me chamar de Jackson. 

[...] 

Assim que adentraram o carro de Wang, com o auxílio de alguns seguranças para colocarem Minho e Jisung no banco de trás, o carro deu partida calmamente, seguindo entre as ruas de Seul. Felix, no banco de trás, fazia companhia ao casal de bêbados, que pareciam felizes por receberem uma carona inesperada. Changbin, sentado no banco do passageiro, lançava olhares discretos para o Wang, ainda não entendendo a boa vontade do homem em ajudá-los. 

— Então...— Changbin coçou a garganta, atraindo a atenção de Jackson para si. — Você é mesmo o dono daquele lugar? 

— Sim. — assentiu o Wang. — Tenho uma rede de estabelecimentos aqui em Seul. Inclusive, pretendo inaugurar uma casa noturna ainda esse ano. 

— Uau. — Changbin soltou, rindo tímido. — Quero dizer, isso é incrível. Você deve ser rico. 

Jackson só riu, girando o volante. 

— Nem tanto. — Porém, a visão que tiveram assim que chegaram no local foi outra. Jackson adentrou em um condomínio de luxo, estacionando o carro graciosamente sobre uma das vagas. 

— Você mora aqui? — Felix questionou, tão incrédulo quanto Changbin e ignorando o cafuné irritante que Jisung insistia em fazer na sua orelha. 

— Não é nada demais. Só economizei um pouco. 

— Vou começar a guardar as minhas economias a partir de agora. — debochou Changbin, arrancando risos dos demais dentro do carro. 

Jackson, Changbin e Felix desceram primeiro do carro, auxiliando o casal de bêbados a fazer o mesmo. Jisung apoiou-se no corpo de Felix, agarrando o melhor amigo como se fosse algum tipo de pedra preciosa. Minho apoiou-se sobre Changbin, parecendo um pouco sonolento e confuso. Talvez o outro Lee não houvesse assimilado que estavam em outro lugar e hora. Jackson trancou o carro, em seguida procurando algo entre os bolsos de sua calça social. Quando não encontrou, uma careta mínima se formou em seu rosto. 

— Sinto muito rapazes. — afirmou, junto de um sorriso amargo. — Acho que esqueci as chaves do meu apartamento. 

— E o que fazemos agora? — Felix indagou, a preocupação era visível em seu rosto. O australiano sabia que não aguentaria segurar o Han bêbado por muito tempo em seus braços. 

— Não se preocupem. — garantiu Jackson, puxando o celular do bolso de sua blusa. — Eu tenho um amigo que mora por aqui. Vou avisá-lo e então poderemos ir para o seu apartamento. 

Após a rápida ligação, os garotos foram guiados por Jackson até um dos prédios do condomínio. O Wang nem precisou se identificar. O porteiro prontamente o reconheceu, permitindo a entrada do pequeno grupo para o prédio. O elevador pareceu demorar uma eternidade até chegar ao andar desejado, ou talvez fosse os braços de Felix e Changbin doendo demais por carregarem o casal de bêbados. Felizmente, chegaram a porta desejada, e Jackson tocou a campainha do apartamento de seu suposto amigo. A visão que tiveram quando a porta foi aberta foi no mínimo inesperada. Bang Chan, com as mechas bagunçadas e o rosto até então inexpressivo, mudou o semblante para surpresa assim que avaliou o pequeno grupo. Só com uma calça de moletom e com o tronco desnudo, revelando seu abdômen perfeitamente definido, o loiro riu, sem graça. 

— O que fazem aqui com Jackson? — foi a primeira coisa que questionou, perdido. 

— Desde quando conhece o Jackson? — Changbin rebateu, igualmente perdido. 

— Espera, vocês se conhecem? — Jackson riu baixo, cruzando os braços. Os demais humanos não repararam, mas o sorriso nos lábios de Wang era cínico, quase provocativo. Talvez ele soubesse a resposta de sua própria pergunta. 

— Sim. — Chan riu, ainda em incredulidade, e enfim abriu mais a porta para que seus convidados inesperados entrassem. — Isso é uma grande coincidência. 

— A vida é uma grande coincidência, não é mesmo? — provocou Jackson, ajudando os garotos a entrarem no novo cômodo já conhecido por si. 

Felix e Changbin, sentindo os braços fraquejarem, jogaram os amigos bêbados sobre o sofá bege claro da sala de estar. Jisung e Minho riram baixo, e depois espreguiçaram-se sobre o móvel, deitando de modo desajeitado enquanto abraçavam um ao outro. Felix lançou um olhar tímido para Chan, quase se desculpando em silêncio. O Bang apenas riu, cruzando os braços sobre seu tronco desnudo para indagar: 

— O que aconteceu? 

— Os garotos extrapolaram na bebida e fizeram uma pequena cena. — garantiu Jackson, acomodando-se na poltrona escura ao lado do sofá. — Achei melhor trazê-los para cá até se recuperarem. 

Felix e Changbin assentiram com a cabeça ao mesmo tempo, concordando com todas as palavras do Wang. Ambos se encontravam envergonhados, tanto pela atitude de seus amigos, quanto pela presença imponente de Bang. Chan, por outro lado, só riu baixo, achando graça da cena de sua sala de estar. Erguendo os braços em rendição, afirmou:

— Tudo bem, eu faço o café. Sintam-se em casa. 

[...] 

Após a revelação, no mínimo inesperada, de Jeongin, o clima no apartamento de Seungmin se tornou instável. Juyeon, embora hesitante, fora embora, insistindo que os demônios deveriam ligar-lhe caso algo saísse do controle. Agora, a sala de estar era preenchida pelo silêncio total enquanto os três rapazes se encaravam em olhares discretos. Jeongin, sentado sobre o sofá, sentia a culpa lhe corroendo por dentro. Não devia ter confessado, mas fora mais forte do que si. Não entendia. Sua mente parecia nublada e inconsistente. Ainda tinha certeza de nutrir sentimentos por Seungmin, mas bastava olhar para as feições bonitas de Hyunjin que o desejo corrompia seus pensamentos. Lembrou-se das palavras de Juyeon sobre Octávio, o oitavo cupido: 

 

Octávio sentia tanto as suas vítimas que se apaixonou por elas. Por quase todas. Ele não queria mais juntá-las com seus respectivos destinados, ele as queria para si.

 

Seria esse então o seu destino? Se apaixonar possessivamente por todos? Mas Seungmin e Hyunjin não eram suas vítimas de amor, e o mais importante, não eram simples humanos. O que tudo significava? 

— Tudo bem. — Hwang cortou o silêncio, caminhando de um lado para o outro sobre o carpete da sala. — Podemos resolver isso, de verdade dessa vez. 

— Lá vem. — Seungmin revirou os olhos, apoiando-se no balcão de sua cozinha americana enquanto bebericava sua xícara de café forte. 

— Seungmin, você descobriu que Jeongin estava diferente na festa de Minho, certo? No banheiro? — Hyunjin questionou, a mão sobre o queixo, um tom quase investigador. 

— Sim? — confirmou, lembrando-se de sua pequena discussão com Hyunjin na loja de discos, um pouco antes da chegada inesperada de Jackson. 

— E então, o que exatamente aconteceu lá? Quero os detalhes.

Tanto Seungmin e Jeongin arregalaram os olhos em surpresa, recordando-se do famigerado beijo que haviam dividido naquele banheiro. Nenhum dos dois havia contado para Hyunjin. Ele ainda não sabia. Seungmin coçou a garganta, simplificando:  

— Ele só surtou. 

— Como? — indagou o Hwang, cruzando os braços. — E por quê? 

Jeongin devolveu um olhar tímido para Seungmin, hesitação estava visível em ambos os rostos, e Hyunjin percebeu, já temendo alguma informação que não sabia. Talvez precisassem abrir o jogo. 

— Jeongin começou a sentir dor, e eu tentei ajudá-lo. — afirmou o Kim, encarando a própria xícara para evitar os olhos instigadores de Hwang. — Aí, me lembrei que os cupidos se curavam com representação de amor. Eu…

— Ele me beijou. — admitiu Jeongin, sentindo as bochechas avermelharem no mesmo instante. — Nos beijamos, e eu surtei. 

Hyunjin escancarou a boca, por mais que já esperasse algo do gênero. Os dois haviam ficado presos no banheiro, afinal, era pedir demais que nada tivesse acontecido. Ignorando a angústia que assolou o seu peito, Hwang assentiu lentamente, uma ideia em sua cabeça. 

— Temos que ensinar Jeongin a controlar isso. — sugeriu o Hwang. — Temos que trazer o lado obscuro dele à tona, e aí, o ajudamos a controlá-lo. 

— Ótimo ideia. — Seungmin debochou, finalizando sua xícara. — Mas como diabos faremos isso? 

— Só tentando para saber. — Hwang deu de ombros, acomodando-se ao lado de Jeongin no sofá. — Vamos fazer isso. — Jeongin arregalou os olhos, sem entender a aproximação brusca do Hwang para consigo. 

— Isso o quê? — indagou o Yang, completamente perdido. Hyunjin riu baixo, segurando as mãos do cupido de forma carinhosa.  

— Não é óbvio? — rebateu, e Seungmin compreendeu o que se passava assim que apoiou sua xícara vazia sobre o balcão. — Temos que fazer você se transformar de novo, então…

— Então? — incentivou o Yang, por mais que sua mente começasse a compreender as intenções do Hwang. Hyunjin só sorriu provocativo, divertindo-se com as palavras que deixaram sua boca: 

— Me beije, Jeongin. 


Notas Finais


Hyunjin, vc é uma naja, e é por isso que eu te amo KKKKKK

Os minsung como sempre passando A vergonha da noite, 0 surpresas

Changlix fofos, amo

Será que finalmente teremos o nosso querido 3in no próximo capítulo? rs

ps: bom, atualmente estamos no 2 ato da fic, da metade para o final, ou seja, logo logo teremos o 3 ato e a conclusão (mas eu n faço ideia de quantos capítulos a fic vai dar, porém chuto que mais de 30)
só queria informá-los disso pq o 3 ato será definitivamente o ápice da fic (mto dedo no cy e gritaria MESMO) e eu não vejo a hora de chegarmos nessa parte rs

ps²: me sigam no twitter, sou legal e juro que respondo a dm: @jmaseul


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