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História Erros do passado - Distante de você


Escrita por: Aliciadarcy

Notas do Autor


Boa noite!
Como prometido, mais um capítulo de Erros. Esse, o foco não são apenas os Js, mas se eu receber um número considerável de rewies, segunda-feira postarei o capítulo 11 e esse sim, foca mais os Js.
Boa leitura.

Capítulo 10 - Distante de você


Fanfic / Fanfiction Erros do passado - Distante de você

Distante de você

O Hotel Imperial, construído no século XVIII, ostentava beleza e luxo, destacando-se das demais construções da cidade de Albuquerque. Ponto referencial destinado às pessoas com significante poder aquisitivo, resguardava aos clientes um atendimento digno de reis e rainhas.

Suas paredes brancas, adornadas pela cor marfim, destacavam os detalhes sutis contornando portas e janelas em madeira e vidro.

No sétimo andar, na janela do meio, uma mulher observava sem realmente prestar atenção, o fluxo de veículos e transeuntes que circulavam pela avenida. Seus pensamentos, alheios ao luxo e pompas que a envolvia, inertes, perdidos em meio à massa humana que se aglomerava lá embaixo com o avançar das horas. Ela só queria ter seu filho de volta. Ela só queria ter a oportunidade de lhe pedir perdão.

- Luce?

A voz preocupada de Hellen tirou Luce Lawless de seus devaneios. Olhou para a outra com uma expressão carregada de tristeza e medo.

- O detetive Pellegrino ligou. Ele disse que viria a tarde para conversar com você...

- Ele encontrou o meu filho? - Cortou-a abruptamente.

- Bem... Não, mas...

- Então ele e eu não temos nada o que conversar. - voltou sua atenção para além da janela.

- Mas, Luce... Você sabe que...

- Se ele não tem alguma notícia sobre o meu filho, então não temos nada o que conversar, eu já disse!

- Essa sua atitude em nada ajuda. Precisamos nos unir à polícia na busca por Jared.

- Você não entende, Hellen!

- QUEM NÃO ENTENDE É VOCÊ!

O grito da amiga chamou a atenção de Luce que voltou a olhá-la, mas dessa vez exibia um olhar inquisitivo.

- Eu sei o que está acontecendo com você e isso se chama remorso.

Não gritou, mas seu tom de voz denunciava a revolta que sentia contra a outra.

- Isso mesmo que você ouviu! – respondeu quando a amiga a olhou raivosa. – Lembra-se das suas tentativas frustradas de arrumar um namorado? Lembra-se do último namorado que finalmente arrumou e de que quase perdeu seu filho por causa dele?

- O QUE VOCÊ ESTÁ DIZENDO? QUE COMPORTAMENTO É ESSE?

- POR ACASO ESTOU ERRADA? COMO SE NÃO BASTASSE O SEU CASO FRUSTRADO COM O FALECIDO PAI DO JARED, DEIXOU A CRIAÇÃO DO SEU FILHO APENAS EM MINHAS MÃOS PORQUE NÃO CONSEGUIA FECHAR AS PERNAS PARA O PRIMEIRO QUE LHE PROCURAVA.

- COMO SE ATREVE HELLEN...

- EU ME ATREVO PORQUE É ISSO QUE VOCÊ MERECE OUVIR!

- Desde que o Jared nasceu, cuidar dele e de você é mais do que um trabalho para mim. Vocês dois são a minha família e eu amo seu filho como se ele fosse meu. Então, não se julgue mais triste ou preocupada com ele do que eu, porque eu garanto que você não está!

Baixara a voz, mas a mágoa soou nítida em suas palavras. Era um desabafo. Na verdade, nunca perdoara a amiga pelo que fizera ao garoto quando finalmente arrumou-lhe um padrasto e desconfiava que Jared também não.

Com um suspiro de resignação, Luce escorou-se na parede atrás de si, escorregando devagar, agachando-se. Pôs as duas mãos no rosto. Incapaz de conter as lágrimas que vieram em abundância. Sentia tristeza, remorso e vergonha de si mesma. Sentia seu passado cada vez mais presente. Olhou novamente para a amiga, encarando-a antes de falar:

- Eu sei! Você acha que eu esqueci? E como se não bastasse isso para me atormentar, lembro-me perfeitamente da discussão que ele e eu tivemos dois dias antes dele ser sequestrado. Hellen... E se eu nunca mais ver o meu filho? E se ele não voltar para casa vivo? E se...

Sentiu dois pares de mãos levantando-a com violência e sacudi-la pelos ombros. A governanta vencera rapidamente a pequena distância entre as duas, agarrando os ombros da amiga, sacudindo-a, como se com esse gesto descontasse toda a raiva que sentia pelo que acontecera ao seu menino, causado por ela e pelos sequestradores.

- Não se atreva a perder as esperanças, ESTÁ ME OUVINDO! Não se atreva e eu estou falando sério!

Empurrou-a contra a bancada da janela, saindo furiosa da sala, deixando a amiga perdida em suas lágrimas de tristeza, arrependimento ou qualquer outro sentimento que não fazia questão de saber. Gostava de Lawless. Ela era como uma irmã para si. Mas, o fato de vê-la titubear sobre a crença da volta do filho era demais para os seus nervos abalados. Três dias sem o seu menino que para Hellen parecia três anos. E como se não bastasse, ultimamente vinha remoendo acontecimentos que preferia esquecer. Um passado regado a brigas, lágrimas do seu pequeno e a mágoa que ainda sentia pela mãe dele. Sem falar na culpa que a consumia, pois estava com o garoto quando os bandidos o levaram. Foi por causa dela que Jared foi ferido e só Deus sabe como ele estava. Pensava.

Zona rural de Sioux Falls, Dakota do Sul, 10h35min da manhã.

- Jensen, você não entende? Ela é minha irmã! Ela é a única família que eu tenho. Você não pode tirá-la de mim! – o loiro o olhava sem emoção.

- Problema seu! Como irmão mais velho deveria vigiar melhor a vagabunda da sua irmã caçula. - respondeu Misha, observando o rosto do líder.

- COLLINS, OLHA COMO FALA DA MINHA IRMÃ!

- EU FALO DO JEITO DE EU QUISER!

Um barulho sobre a mesa chamou a atenção dos dois homens.

- Parem com isso, agora! Eu já não aguento mais ouvir os dois brigando. Quem vai decidir o que será feito com Danneel sou eu!

Apesar do tom de voz normal, falou pausadamente e não menos raivoso do que os seus dois comparsas. Há mais de três horas, os membros da quadrilha Dark Moon, com exceção de Danneel, reuniram-se para discutir o futuro da ruiva. Mas, durante esse tempo Jensen manteve-se quase a maior parte do tempo calado, perdido em seus pensamentos, distante, apesar de sua expressão denunciar a raiva pela ex-amante. Mais raiva pelo que ele, a ruiva e o resto da quadrilha fizeram a Jared do que a descoberta do pedido de resgate frustrado.

Não aguentava mais brigas entre Misha e Michael. Pois, enquanto um acusava Danneel fervorosamente, o outro a defendia com o mesmo fervor.

- Não podemos matá-la enquanto o refém estiver em nosso poder. Temos que esperar o sequestro acabar. – Tom se pronunciou chamando a atenção do loiro.

- Por que acha isso, Welling? Por que não damos um fim nela hoje mesmo? – perguntou Jensen, curioso com a sugestão do comparsa.

- Lembra quando você executou Andrew Havene? Nem mesmo a polícia sabe que temos um membro a menos. Você disse que isso possivelmente nos daria uma vantagem, já que somos procurados pela polícia.

- Welling e todos vocês me escutem e eu não quero precisar repetir isso novamente: nunca mais toquem no nome desse traidor, entenderam? NUNCA MAIS! – levantou-se, derrubando a cadeira, encarando-os furioso. Respirava forte, buscando se acalmar. Falar sobre Havene o irritava. Há oito meses, desde sua morte, proibira seus homens de falar sobre aquele que fora seu braço direto antes de Danneel, antes de Misha. Ele foi o primeiro bandido recrutado por Jensen.

- Tudo bem, Jensen! Isso não vai mais acontecer. Mas... E a Harris? O que fará com ela? Vai mesmo matá-la?

- O que? Não! Por favor, Jensen! Eu imploro! Não dê ouvidos aos comentários dos outros, principalmente do Misha! Você sabe que ele e minha irmã nunca se deram bem. Dê-lhe uma chance pelo amor que ela sente por você!

- Hora, por favor, Rosembaum! Aquela lá não ama ninguém! – falou com desprezo, finalmente respondendo pela primeira vez às súplicas de Michael.

- COMO PODE FALAR ASSIM, ACKLES! – gritou, levantando-se da cadeira. – COMO PODE TRANSAR COM DANNEEL E SIMPLESMENTE AGIR COMO SE ELA NÃO SIGNIFICASSE NADA?

- Simplesmente porque sua irmãzinha realmente não significa nada para mim. Além do mais que culpa eu tenho se ela me procura? Eu que não vou rejeitar uma boa transa.

- CAFAJESTE!

Gritou, levantando-se abruptamente da cadeira, derrubando-a, indo contra o outro intencionando golpeá-lo, mas antes de conseguir, Jensen que já estava de pé, segurou-o pela gola da camisa, derrubando-o no chão, pondo-lhe uma cadeira sobre o pescoço e sentando nela.

- Acho melhor você se acalmar, Michael. – o rapaz o olhou em um misto de raiva e surpresa. Ackles era realmente muito ágil e forte, pensava.

- Não... Pode matar... Minha irmã. Não... É justo! – falou com dificuldade.

- Não é? Por que não é justo? Ela arruinou nosso plano de resgate e se não fosse por isso, o moleque já estaria com a família a essa hora e nós ainda mais ricos. – falou Jack, indignado com a afirmação do comparsa.

- Sem falar que o tal de Jared está doente e Danneel pode ser a culpada por isso. E se ele morrer?

Ao ouvir isso, Jensen sentiu um arrepio percorrer todo o seu corpo. Levantou-se da cadeira, libertando o outro, pouco se importando com os gemidos de dor dele. Olhou assustado para Lindenberg. Não! Jared não podia morrer. Não devia morrer. Não mesmo.

- Por que você disse isso, Chad? Como assim morrer? Acaso o estado de saúde dele se agravou? – tentou esconder sua preocupação, falhando miseravelmente.

- O garoto está muito doente, Ackles! Meningite ou pneumonia? Sério? Acha mesmo que ele vai sobreviver? Eu não acho.

- VOCÊ NÃO TEM QUE ACHAR NADA, ENTENDEU? – todos o olharam espantados, sem entender o porquê de sua irritação ao ouvir sobre a morte de um refém.

- Calma, Jensen! Você não perderá o dinheiro desse resgate, eu lhe asseguro. Sabemos o quanto a mamãe "daquele bebezão" é rica. Confie em nós. Afinal, você sempre confiou. Daremos um jeito.

Dando crédito as palavras de Collins, os outros fizeram gestos de aprovação, em um claro sinal que entendiam a raiva do loiro. Nem sequer imaginavam que sentimentos invadiam a alma e os pensamentos do líder em relação ao menino Padalecki. Eles não sabiam, porém Misha, depois do que viu, tinha suas suposições.

- Isso mesmo Jensen! Olha, cara, eu tenho um plano e talvez possa resolver nossos problemas com relação ao resgate do garoto.

- Um plano Tom? Que eu saiba, tudo foi programado antes...

- Antes da sua irmã por tudo a perder, resultando na doença do garoto e a anulação do pedido de resgate no correio Fox. Sim, Michael, nós sabemos disso. - Rosenbaum o olhou furioso, mas não disse nada.

- Jensen, devemos ir a Portland, no Origon, como programado, mas antes disso, enviamos um novo pedido de resgate, eu mesmo posso me responsabilizar por isso. Esqueça as agências dos correios que tínhamos programado para infiltrar um de nós lá. Mandamos uma pequena mensagem de radio utilizando a própria frequência da polícia. Isso será fácil. Jack é um exímio haquer.

- Deixa comigo, cara! Vai ser moleza. – Jack Abel falou para o amigo com um sorriso vitorioso.

- E depois, o que acontece? Aonde será deixado o dinheiro? Como eles vão saber se não matamos o garoto? Depois do que Danneel fez, a polícia certamente intensificou os meios de buscas. – Jensen perguntou receoso. A possibilidade de devolver Jared à família, golpeando-o como um soco no estômago.

- Não se preocupe! Tenho um esquema para que o Jack e eu possamos nos infiltrar entre os policiais, no dia do pagamento do resgate. Esqueceu que antes de nos recrutar, já éramos sequestradores?

- E em quanto tempo esse plano será concluído? Dois dias, três...

- Em um dia apenas. Com o helicóptero da polícia federal a nosso favor, Jack e eu só precisamos de um dia para...

- Não!

- Não? Jensen, esse sequestro era para durar um dia, um dia e meio, no máximo. Se não fosse pela Harris...

- Welling, eu sei o quanto estamos atrasados e sei também que já devíamos está no Origon, mas não vou por a vida do garoto em risco, nunca fizemos isso.

- Eu sei, mas...

- Sem mas... Escutem-me todos vocês – voltou a se sentar de frente aos comparsas – seu plano é perfeito, Tom, no entanto esperaremos Jared se recuperar, ok?

- Sinceramente, Ackles, eu não intendo. Você estava possesso com Danneel por ela ter arruinado o plano inicial e agora que o Tom e o Jack podem dá um jeito, você simplesmente diz não! 

A dúvida exibida por lindenberg era a mesma dos outros, com exceção de Misha que formulando em sua mente algumas razões para a negativa do líder, falou em seu favor:

- Claro que não, pessoal! Vocês esquecem que trouxemos o garoto em perfeitas condições de saúde? E se por acaso ele morrer por falta de cuidados? Nunca matamos um refém, seria a primeira vez. E caras... Nós somos sequestradores e não assassinos. Concordo com Jensen. O garoto deve está bem de saúde, depois seguimos com o novo plano. – o loiro soltou a respiração. Nem sequer percebera que a tinha prendido. Alívio era o que estava sentindo. Teria o adolescente ao seu lado um pouco mais. Queria isso.

J2

- Deus... Por quanto tempo fiquei novamente desacordado. - pensava Jared, ao abrir os olhos.

- Achei que estava melhorando, mas... 

As lembranças lhe invadiram como em flashes: a discussão com o homem que provavelmente era o líder dos bandidos, as ofensas que lhe disse, sua fraqueja e...

- O que foi que eu fiz? 

Lembrou-se do beijos sentindo-se culpado por beijar alguém que queria matar sua família. 

- Por que eu me deixei levar? Como pude ser tão vulnerável? Estou tão carente assim?

Não, sabia que não era carência. Porém, temia dar nome a reviravolta que era os seus sentimentos. Tentava não lembrar, bloquear de sua mente. Impossível! Sentia-se anestesiado. Era como se seu corpo, intocado, sentisse falta do encaixe perfeito com o corpo do outro. 

O rangido da velha porta de madeira chamou-lhe atenção, cessando seus pensamentos. No entanto, não se incomodou em olhar. Não queria que osse ele. Não podia ser. Torcia para que não fosse.

Os passos eram comedidos e a respiração da pessoa superficial. Ele devia está com raiva, muita raiva, na verdade. Sacudiu a cabeça minimamente tentando afugentar esses pensamentos. Isso não era problema seu. Pensava, enquanto continuava observando o teto. Estava deitado.

Depois que acordara do desmaio, Jared fora medicado por um homem de estatura mediana e atentos olhos azuis. O sujeito também fora responsável pelas suas três alimentações e esperava-o novamente, daqui a poucas horas, com o seu jantar. O que era um alívio, pois não queria voltar a ver aquela mulher desagradável. As poucas vezes que falou com ela, fora atormentado por verdades que não merecia ouvir. Verdades que não se permitiria ouvir novamente.

Ainda era dia, mas a pouca claridade que entrava pelas frestas das paredes do quarto, denunciava o por do sol que se aproximava.

- Jared, sente-se melhor?

"Maldição!"

Ao ouvir a voz do loiro, sentiu uma inquietação crescendo em seu peito, uma reviravolta em seus sentimentos: ódio, desprezo, rancor... Palavras feias e obscuras, mas que o adolescente repetia a todo tempo que era isso que sentia pelo homem que há três dias invadira sua vida afastando-o de sua família. Sim, era isso, somente isso. Repetia incessantemente. Quem sabe assim não se convenceria disso?

- Jared, como se sente?

O loiro perguntou novamente diante do silêncio do garoto. O que o adolescente não sabia, era que apesar dele acumular uma carga de stress em um nível máximo devido aos acontecimentos daquele dia, não se irritou nem um pouco com a atitude do mais novo, após o beijo. Era como se estivesse perdendo "a passos largos", todo e qualquer desprezo que sentia por ele. Afinal, não foi isso que sentira pelas suas vítimas anteriores? Sim, foi. Porém, com Padalecki era diferente.

- Vou medir sua tempera...

- FIQUE LONGE DE MIM!

Ao sentir a mão do bandido sobre sua testa, o moreno tirou-a com uma tapa, sentando rapidamente, acomodando-se no encosto da cama. Fitou com desprezo o rosto encapuzado.

- Acaso se esqueceu do que eu te disse? Eu te odeio seu desgraçado!

Não gritou, mas falou as palavras pausadamente, olhando no fundo dos olhos do outro, embora se sentisse estremecer ao mergulhar suas íris naquelas íris tão diferentes, mas ao mesmo tempo tão iguais as suas.

"Lá vem esses pensamentos de novo".

Sua lógica voltou a traí-lo. Era a segunda vez, naquele dia, que se pegava pensando algo bom sobre seu algoz ou o admirando descaradamente.

- Eu só quero saber como você está, garoto! Estou preocupado com sua recuperação!

Padalecki riu sem humor fitando novamente os olhos do bandido, ignorando o estranho frio na barriga que sentia e o arrepio subindo por seu corpo. Falou sem nem mesmo pensar. Falou totalmente movido pela raiva como falara antes com ele.

- Não te interessa como eu estou, nem tão pouco ligo para suas preocupações, seu meliante!

O mais velho suspirou resignado antes de responder, calmamente, à ofensa. Mal pronunciou as palavras e foi interrompido por gritos ainda mais ferozes do que os que ouvira ao adentrar o recinto.

- Será que você não entende, menino? Eu só quero...

- QUEM NÃO ENTENDE É VOCÊ! ESPERO QUE ACABEM COM VOCÊ! ESPERO QUE PAGUE POR TODO MAL QUE ESTÁ ME FAZENDO PASSAR! SEU DESGRÇADO! EU TE ODEIO!

Revoltado, Jared repetiu as mesmas palavras que dissera a Jensen quando o vira pela manhã. Antes, elas não doeram. Antes, não pareceu que elas dilaceraram um pedaço de sua alma, pois o garoto estava fraco e sem noção do que falava devido a seu estado de saúde. Mas, agora era diferente. Ele estava melhor e melhorava gradativamente devido a ação dos remédios e os cuidados necessários. Então, não existia mais pretexto para não dá ouvidos à dor que aquelas palavras lhe causavam, principalmente porque agora, foram pronunciadas com tanto afinco, com tanto fervor!

Um nó se formou em sua garganta. Era como se uma força invisível tentasse lhe sufocar. Era como se lhe faltasse o ar. Sentiu o peito doer e os olhos arderem. No entanto, tentava passar uma imagem de quem não se sentira mal com o que ouviu.

- Sabe, garoto... Brevemente eu farei uma escolha importante e acredite... Ela fará diferença.

- Ah! Você não tem ideia de como eu acredito nisso, seu bandido! E torço, sinceramente, para que você e seus fantoches se deem muito mal. É isso o que merecem. Principalmente... VOCÊ!

Novamente, o loiro limitou-se a balançar a cabeça em confirmação. O estranho nó na garganta ardia e doía. Porém, disfarçando o quanto fora "açoitado" pelo desprezo do mais novo, até mesmo envergonhado por sentir-se magoado pelo comportamento dele, deu meia volta e saiu do mesmo jeito que entrou: com passos comedidos. Não demonstraria o quanto fora magoado. Não demonstraria o que se passava em sua mente, principalmente, em seu coração.

E foi somente quando passou pela porta, encostou-se a ela, escorregando devagar, sentando no chão frio, deixando que lágrimas quentes e silenciosas, de um peito machucado, escorressem livres por sua face. Tirou a máscara do rosto jogando-a em um canto qualquer. Baixou a cabeça, desconsolado. Nunca pensou que a raiva de alguém pudesse ferí-lo tanto. Nem sequer imaginou que algum dia ia se importar novamente com o que sentissem ou mesmo pensassem ao seu respeito, pois a única pessoa ao qual se importou, estava morta justamente por se importar demais com os outros.

"Gina... Gina, por favor! Preciso de sua ajuda... Preciso de você!"

XXX

- Eu juro! Juro que vou me vingar, Jen!

Daneel chorava, abraçando os joelhos, encostada na parede de frente para o único resquício de luz que entrava por uma mínima fresta próxima ao piso.

- Seu desgraçado! Como pode me deixar aqui! Como pode!

Buscava consolo em suas palavras, desabafava na tentativa de expor o rancor que sentia, porque era esse o sentimento que lhe dominava. Era uma mulher vingativa. Jamais admitiria que errara com Jensen e com os outros da quadrilha. Julgava-se traída, julgava-se abandonada pelos companheiros e o homem que dizia amar.

- Vou me vingar, seu maldito bastardo! Vou atingi-lo onde mais lhe dói. Jensen... EU VOU ME VINGAR!

Há mais de dez horas, Danneel Harris, um dos braços-direito do líder da Dark Moon, era mantida presa em um quartinho escuro e isolado, depois de quase ter tirado a vida do garoto Jared Padalecki e de ter atrapalhado a negociação do resgate dele com a polícia. Fora simplesmente jogada lá e esquecida como um peso morto. Sem água e comida, tendo somente a raiva crescente como companhia, a mulher praguejava e maldizia àqueles que causaram seu infortúnio. Quando fora presa, tentou de todas as maneiras convencer o loiro a libertá-la: bateu insistentemente contra a porta, proferiu palavras de "amor" a ele, relembrou a plenos pulmões os muitos momentos vividos pelos dois. Nada adiantou. Ouvia somente o silêncio como resposta. Ninguém se quer apareceu para lhe fazer calar a boca. Nem mesmo seu irmão.

Então, cansada e vencida pelo fracasso, sentou-se no chão frio daquele lugar e deixou que o pranto corresse livremente por seus olhos, pois só tinha ele, até o momento em que ouviu um barulho vindo da porta. Alguém entrou, fechando-a em seguida. Harris observou uma silhueta adentrar lentamente o quarto. Sorrateira, arrastou-se até a parte mais escura. O desconhecido pareceu não perceber, pois caminhava lentamente pelo cômodo, olhando em volta, procurando-a.

"É ele!"

Pensou, aproximando-se cada vez mais do desconhecido. Calculando a distancia em que se encontravam.

"Quando eu sair daqui, Jen, eu juro que vou fazer aquele maldito garoto se arrepender de ter nascido!"

Seu coração batia acelerado. Sua respiração era curta e rápida. Suava frio. Estava nervosa. Lutaria contra Jensen. Lutaria contra "seu homem" no intuito de sair daquele lugar. Não seria uma tarefa fácil, sabia e se conseguisse sair de lá, como passaria pelos outros tendo somente o apoio do irmão?

"Não pense, Danneel! Não pense! Apenas Aja!

Se o assoalho estivesse em condições precárias, certamente teria cedido devido à força no qual os corpos caíram no chão. Ao se encontrar de frente à silhueta desconhecida, a ruiva se jogou usando o peso do seu corpo como impulso. Quando estava prestes a lhe dar uma joelhada, a voz assustada do seu irmão chamou-lhe atenção:

- Você ficou doida, Danneel? O que pensa que está fazendo?

- Michael? Seu idiota! Por que entrou desse jeito?

Respondeu irritada, saindo de cima do irmão e ajudando-o a se levantar também.

- Ackles não sabe que eu peguei as chaves do Misha. Aproveitei o momento em que o otário entrou no banho e as peguei. Queria ver como estava e te trazer isto.

Tirou do bolso da frente de sua calça, dois pequenos pacotes de bolacha e entregou a irmã. Ela os pegou rapidamente, abrindo-os ao mesmo tempo, enchendo a boca e mastigando como se sua vida dependesse disso.

- Eu sabia que estava com fome. Imaginei que não tinha tomado café da manhã, já que mal acordou e tentou contra a vida do moleque. Você realmente age sem pensar, não é?

A mulher parou de comer, olhando-o irritada.

- Você também vai me julgar, maninho? Você também está contra mim, é isso?

- Não seja ridícula! Claro que não! Mas você podia ter evitado essa prisão e todo o resto. Sabia que querem te matar? E adivinha: só não o fizeram ainda devido à minha insistência.

- O QUÊ? – gritou, largando os pacotes de bolacha e levantando abruptamente.

- Shhh! Não grite! Eu já lhe disse que peguei as chaves escondido. Ninguém pode saber que estou aqui. Você está proibida de receber visita, mesmo de receber água e comida até segunda ordem.

Aos ouvir as palavras do irmão, Harris voltou a chorar, mas dessa vez, seu pranto não era só de rancor, mas de ódio, raiva, frustação e medo. Sim, e seu medo era que morresse ali, esquecida e deixada para trás assim como aconteceu com Andrew Havene, há oito meses. Porém, tão grande quando o medo da morte era o medo de perder Jensen para o garoto Jared. Seu sexto sentido feminino, sempre lhe avisara que o loiro não via aquele garoto apenas como mais uma de suas vítimas. Sentia que ele o protegia. Sabia que havia alguma coisa errada com a lógica do homem. E embora ainda não soubesse dos sentimentos dele pelo adolescente, sentia que o estava perdendo. Sentia que seria trocado pelo mais novo.

- Jensen, como pode fazer isso comigo? Como pode dar mais importância àquele moleque do que ao que sinto por você? Desgraçado!

Encostou-se à parede, deslizando devagar até deitar no chão. Michael sentou-se a seu lado, apoiando-a em seu peito, abraçando-a. Ele a apertava firme tentando lhe passar um pouco de conforto e segurança. Sabia que o destino dela estava traçado, sabia que o líder da Dark Moon não a amava e devido ao que ela fizera e aos insistentes pedidos dos outros, daria um fim à vida dela. Isso, se ele não conseguisse tirá-la de lá, pois não permitiria que fizessem nenhum mal sua irmã, sua única família.

- Dan, procure se acalmar! Eu vou tirar você daqui! Aliás, podemos tentar fugir daqui agora. Esqueceu que fui eu que guardei as chaves do falso helicóptero da polícia? Podemos fugir agora mesmo, podemos...

- Não! – falou afastando-se do irmão.

- Como assim, não? Você acha que eu vou permitir que eles a executem? Nem pense nisso!

- Irmão, você se esqueceu de que no primeiro dia de sequestro aquele moleque tentou fugir? Esqueceu-se de como ele nos nocauteou e nos humilhou como se fôssemos meros assaltantes de mercearias? Esqueceu, hein?

O olhar do homem escureceu com a lembrança. Sim, lembrava. Jurara a si mesmo vingar-se do pirralho antes dele ser devolvido à família.

Harris, percebendo sua reação continuou com o discurso. Revelar-lhe-ia suas suspeitas. Ainda não tinha certeza, mas era um trunfo que tinha contra o ex-amante. Precisava da ajuda do irmão. Precisava alimentar ainda mais a raiva que vira em seus olhos.

- Eu não quero morrer, Michael, mas também não posso sair assim sem fazer com que Jensen pague pelo que me fez. Ele me trocou por aquele riquinho, filhinho de mamãe. Ele simplesmente se esqueceu de tudo que passamos e do quanto eu o amo. E se eu não posso tê-lo, meu irmão, ninguém mais o terá! NINGUÉM!

- Pelo amor de Deus, mulher! Deixa de ser burra! Que ideia é essa! Uma coisa é ter raiva pelo que o garoto nos fez, outra é achar que o Ackles está apaixonado por ele. O que você está falando não faz sentido! Dan... Vamos aproveitar a oportunidade que temos e fugir daqui, por favor!

- NÃO!

Saiu completamente do abraço do irmão, levantando, encarando-o quando ele se pôs a sua frente. Precisava-o fazer entender que a vingança era necessária. Precisava tê-lo como aliado.

- Acredite em mim quando digo que o Jensen está apaixonado pelo tal Padalecki!

- Sinceramente? Eu acho que seus sentimentos pelo Ackles já ultrapassou a linha da obsessão. – rebateu, ainda não acreditava nas palavras da caçula.

- Não seja burro como aqueles "fantoches"! Eu desconfio disso desde a tentativa de fuga do moleque. Não acha que ele foi muito benevolente com o garoto? Sem falar que antes, sempre evitou se aproximar das vítimas, sempre nos instruía como agir. Era como se tivesse nojo deles. Você realmente não estranhou todo o cuidado devotado somente àquele moleque sonso depois de dezessete sequestros? Michael, eu posso acreditar que aqueles "fantoches" do Jen não tenham percebido nada, mas você, assim como eu, sempre foi um cara focado e centrado. Acha mesmo que o nosso distinto líder, o senhor "Ah, eu não machuco crianças", não tem interesse no adolescente? Acorda! Ele só não se declarou porque não quer se expor como um pedófilo!

- Tudo bem! Digamos que eu acredito em tudo que me foi dito. E aí? Você tem alguma prova do que está dizendo? Fora suas suspeitas motivadas pela raiva, presenciou algo que o denunciasse com esse tipo de interesse pelo refém?

A ruiva se aproximou calmamente do irmão, pegou seu rosto com as duas mãos e o beijou na testa, falando, dessa vez, de maneira calma e comedida:

- Lembra quando nós éramos criança e você revidava as agressões que sofria na escola? Você sempre foi bom de briga e quando os valentões tentavam te machucar, você que os deixava sem um dente ou com um olho roxo. Mamãe e papai nunca acreditavam em você, antes que eu provasse que eles estavam errados e que você era realmente inocente.

- é claro que eu lembro! Você sempre acreditou em mim, maninha! Sempre ficou do meu lado e se não fosse por isso, eu sempre seria castigado pelos nossos pais. – falou a palavra com desprezo.

- Eu sempre percebi a verdade e a mentira nas pessoas, Michael. Por esse motivo, eu sempre te livrava das punições dos nossos pais porque eu sabia, via no seu olhar que você era inocente. Acredite em mim quando digo que Jensen está interessado nesse garoto. Ele será nosso instrumento de vingança contra aquele que não nos deu valor, mesmo estando ao seu lado há tanto tempo.

Rosembaum retirou gentilmente as mãos dela do seu rosto e as envolveu com as suas, beijando-as levemente em seguida. Ouvindo, ainda mais atento o que ela tinha a dizer.

- Eu tenho um plano para você conseguir afastar Jensen e seus fiéis cães de guarda por algumas horas. Porém, só dará certo se você conseguir afastá-lo daqui por algumas horas. Collins e welling também não podem está presentes. Você sabe como eles o seguem à risca.

- Isso será fácil. Daqui a dois, três dias no máximo, iremos a Portland, Origon. Posso conseguir afastar o Jensen e nossos dois colegas por uma hora, talvez duas, antes de seguirmos viagem.

- Ótimo! Perfeito, maninho!

- E depois? Você quer que eu mate o garoto? Estrangule-o? Algo que não chame a atenção dos rapazes que ficarem de guarda? Isso será um prazer para mim depois do que ele nos fez.

- Isso mesmo! É assim que se fala. Mas antes, quero que o desgrasse. Quero que lhe roube a honra de uma maneira que psicólogo nenhum conseguirá curá-lo do trauma criado pelo ato, se ele ficar vivo. Desonre-o!

O mais velho não disse nada ao ouvir a ordem da irmã. Olhava-a como se decidisse aceitar ou não o que ela dissera.

- Lembre-se! Nossos colegas querem me matar porque confiam cegamente, como nós confiávamos, nas ordens do "aclamado" Jensen Ackles, expert em sequestros. Não podemos ferir Jensen. Seus "cães de guarda" atirariam primeiro e perguntariam depois. Porém, se você agir conforme o combinado, não só nos vingaremos do moleque tolo, mas faremos o nosso ex-líder infeliz pelo resto da vida. Ele carregará essa morte em sua consciência, assim como nunca se perdoou por precisar matar Havene.

Silêncio. O rapaz continuava a olhá-la sem nada a dizer.

- Qual o seu problema? Vai "dá para trás agora?" Acaso não se julga capaz de molestar aquele fedelho insignificante?

- Dan, não me leve a mal, mas eu não sou estuprador.

- ENTÃO SEJA! Preciso da sua ajuda! Não acredito que vai se negar a me ajudar!

- ROSEMBAUM!

Um grito chamou a atenção dos irmãos. Era Misha. Certamente percebera que a chave fora retirada de sua calça.

- Eu preciso ir!

Quando se virou para sair, ela o segurou pelo pulso direito.

- Michael...

Ele a beijou rapidamente no rosto.

- Eu vou tirá-la daqui, querida! Sou seu irmão mais velho e não vou permitir que te façam algum mal. Confie em mim. – e saiu, trancando novamente a porta.

"Jensen... Se eu não posso tê-lo, ninguém mais o terá! " – falou, observando a porta a sua frente.

J2

Era quase dezoito horas. Enquanto seus comandados ainda descansavam depois de um almoço tardio e tumultuado, devido aos últimos acontecimentos do dia, Jensen ainda não havia feito sua refeição. Não sentia fome. Na verdade, a única coisa que sentia era uma tristeza profunda que preenchia os seus sentimentos.

Passados alguns minutos encostado à porta do quarto onde o adolescente estava preso, o loiro levantou-se a duras penas. O caminho até seu outro quarto improvisado parecia mais longo e ele não via a hora de se atirar a cama e dormir. Talvez conseguisse afastar a melancolia. Talvez esquecesse a dor que a raiva e a revolta de Jared contra si, causara-lhe.

Infelizmente, ao cair no colchão, entregando-se ao cansaço e ao sono consolador que o acolheu, pesadelos envolveram sua mente mostrando-lhe que não se pode ter tudo o que quer e que para Jensen, a paz de espírito era algo que ainda estava longe de ser concedida. 

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- Garoto, fale comigo! Está me ouvindo?

Jensen o tinha nos braços e apoiado no colo. Segurava-o como se fosse algo frágil, capaz de quebrar.

- Fale comigo, criança!

Uma de suas mãos deslizou por uma mecha de cabelo escuro em um cafuné suave, acolhedor.

- Acorde! Por favor!

A carícia encontrou caminho no rosto do mais novo. Consciente, ele sentia o toque temendo a atitude de Jensen. Incapaz de entender a atitude do outro, assim como não entendia a si mesmo.

- Eu vou cuidar de você!

E foi assim. Quando percebeu, Jensen não mais estava acariciando, mas beijando o garoto. Sim, o beijo começou com um simples toque de lábios, desajeitado, atrapalhado devido ao pano que lhe cobria o rosto. No entanto, ganhou força e urgência. Beijava-o e o apertava contra si como se com aquele gesto acalentasse o moreno em seus braços. Beijava-o e era beijado também, por aquele que dizia odiá-lo.

Ambos não pensavam se havia lógica no beijo trocado. Mesmo Jensen, apesar de ser o adulto dos dois, investia contra os lábios do mais novo, envolvido pelo momento, desatento, baixara a guarda. 

E, quando o beijo cessou, Padalecki finalmente abriu os olhos e encarou as íris verdes que o fitavam com admiração e os lábios delineados que até então se mantiveram ocultos.

- Isso... Bem, o que aconteceu...

- Jared, está tudo bem! Confie em mim.

Ao ouvir o pedido de confiança, empurrou-o, caindo dos braços dele. Arrastou-se até a cama, levantando e desabando sobre ela. Exausto e confuso, olhou para outro lado evitando o mais velho.

- Eu o odeio, seu cretino! E o que aconteceu não muda nada!

- O quê? Espere um pouco! Nós dois...

- Não existe nós dois, entendeu? Você provavelmente é do tipo que curte molestar menores, mas saiba que não vai se aproveitar de mim. Eu não vou deixar!

- Você está enganado! Quando eu percebi...

- EU NÃO QUERO SABER DE SUAS EXPLICAÇÕES, SEU BANDIDO! EU TE ODEIO E ESPERO QUE ACABEM COM VOCÊ, ESTÁ ME OUVINDO? ESPERO QUE A POLÍCIA ME ENCONTRE E DÊ UM JEITO EM VOCÊ E EM SEUS FANTOCHES, SEU DESGRAÇADO!

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- Andrew, saia daqui, agora! Isso é uma ordem!

O helicóptero da polícia se aproximava. Parte dos integrantes da quadrilha fugiram pelo principal túnel subterrâneo da cidade de Nova York enquanto outros dois punham em prática o plano B, que consistia em salvar quem ficasse para trás.

Jensen ainda estava no terraço do prédio da corregedoria Federal. Negociara com a polícia, a soltura do refém Mizael Calvisk, filho de Fredson Calvisk, Magnata alemão, naquele local. Mas, ao chegar na hora marcada, Misha Collins deixou cair, acidentalmente no chão, a arma que trazia dentro do paletó. Por sorte, estava de costas para as câmeras de segurança do local, mas isso foi o suficiente para os seguranças acionarem a polícia que já fazia vigília no prédio, restando aos outros fugirem pelo tubo de ventilação em direção à rua que dava ao principal túnel de esgoto da cidade. Na fuga, Jensen foi atingido por um tiro e Andrew Havene, que fugia com os outros, voltou para ajudá-lo. No entanto, era tarde para acompanharem os outros e na tentativa de não serem pegos ou terem seus rostos fotografados, pegaram um elevador indo direto para o terraço.

- Eu já disse que não vou te deixar, Jensen! Vamos sair daqui, eu prometo!

- Seu idiota! Se tivesse fugido, você seria o meu recruta mais capacitado a dar continuidade ao comando da Dark Moon. Eu já o designei para isso.

- Você vai viver, meu amigo! Eu prometo!

De repente, quando estavam próximos à escada de incêndio, na parte posterior do prédio, o barulho de helicóptero se fez ouvir e um tiro acertou a costela esquerda de Havene. Mesmo ferido, o homem se virou a tempo de ver o mesmo atirador, mirando o coração de Jensen. O comparsa foi mais rápido e derrubou o loiro, pondo-se na frente e levando o segundo tiro.

Ainda conseguiu arremessar uma granada na parte lateral do helicóptero, forçando os dois condutores a uma aterrissagem forçada em plena Manhattan.

Depois disso, Andrew Havene, comparsa e braço direito do líder Jensen Ackles, tombou do alto do prédio e caiu, pouco depois de ajudar o amigo a pular em uma corda para o prédio mais próximo, no qual Misha e Danneel chegariam em alguns segundos.

- NÃO! ANDREW!

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"Jensen, acorde!"

A voz doce e suave de uma mulher tentava acordar o homem que grunhia angustiado devido aos pesadelos.

"Querido, hora de acordar. Você precisa voltar à realidade."

O loiro começara a sonhar com o dia em que perdeu a irmã amada e se viu sozinho no mundo com apenas quatro anos de idade.

- Jensen Ross Ackles, acorde agora!

Ainda sonolento e deitado de bruços, o loiro abriu os olhos devagar. Seus pensamentos, tumultuados devido aos pesadelos recentes, eram um turbilhão de cores e imagens passadas aleatoriamente em sua mente confusa.

Sentia-se cansado. O sono não lhe rendeu o descanso necessário. Sentia-se como se houvesse chumbo pesando sob seus ombros. Precisava de um banho. Resolveu levantar. E, ao girar em direção a porta de saída de seu quarto, voltou a sentar involuntariamente, não acreditando no que via diante de si.
Continua...

 


Notas Finais


Olá, pessoas!
Então, se você se deu o trabalho de ler, não custa nada comentar o capítulo, não é mesmo?
Beijos e um excelente fim de semana.


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