História Escândalos adolescentes... - "Vocês não viveriam sem mim"

É, foi muita coisa pra digerir em apenas uma noite, não podemos dizer que todos eles não ficaram aliviados em ver o garoto vivo, mas enfim, todos eles foram pra casa mais próxima, a de Storme e Zack, então ele ficou sentado na mesa de jantar, sem dizer uma palavra.

— você tem que avisar o pai dele — Sra. Hall disse para Zack.

— eu sei, mas ele não disse uma palavra desde que entrou no carro, exceto "não conta pra ninguém" — Zack disse e sua mãe olhou para Dylan, o garoto estava tremendo, então ela foi até ele.

— é Dylan, certo? — ela falou, mas ele não respondeu, ficou olhando para frente, onde só tinha uma parede, então ela começou a olhar para as mãos do garoto, que estavam com enormes manchas roxas — eu não vou contar pra ninguém que você está aqui, mas pode me contar o que aconteceu? Pode fazer isso?

— eu caí — Dylan disse olhando para ela.

— de onde?

— da ponte West, eu caí no rio Hidden, eu nadei com todas as minhas forças, tinham muitas pedras, a correnteza me puxava para baixo, mas eu consegui subir a superfície, porém não consegui chegar até a margem, não tão rápido, as águas foram me levando, e eu passei do lado de duas pedras enormes, e minha mão ficou presa entre elas, e ali foi minha chance, eu aproveitei que tinha conseguido parar de ser carregado, e escalei a pedra, isso com minha mão ainda presa.

— por isso ela está assim? Sua mão.

— é, no início, a dor era insuportável, mas eu aguentei, porque estava uma noite tão fria, foram noites frias, e eu não conseguia sentir meu próprio corpo — Dylan disse começando a chorar — eu andei por dias, e não achava nada, nem ninguém, e eu estava com tanto frio, eu estou com frio, eu só me lembro... Só me lembro de urinar nas calças, só para me aquecer, foram os piores dias da minha vida, então eu achei a ponte, e vi um carro, e milagrosamente, eram eles, meus amigos, mas eu fiz um novo amigo, e ele foi minha companhia — Dylan disse mostrando um saco com um peixinho dourado — eu pretendia comer ele, mas eu não consegui, e por isso eu tô com tanta fome.

— querido, você não quer subir, e tomar um banho? Enquanto isso eu faço algo para você comer, e pode ficar quanto tempo precisar.

— tudo bem — Dylan disse, e logo Storme o levou até o banheiro.

— esse garoto deve ser indestrutível, como é possível que ele ainda esteja vivo? — Storme disse descendo as escadas.

— ele ficou desaparecido por cinco dias, com fome e com frio, ele não deveria ter tido uma hipotermi? Ou coisa assim — Rebekah perguntou se sentando no sofá que havia perto.

— a fome eu não sei, mas você viu o que ele disse? Ele se mijou, eu bem que senti um cheiro, e essa droga vai impregnar meu carro — Justin disse e logo Zack chegou por trás.

— qual é o seu problema? Ele literalmente passou por um inferno — Zack disse aquilo mas Justin não gostou muito.

— e daí? Isso não muda o que ele fez, eu não o perdoei, é claro que eu não queria que ele morresse, mas também não posso dizer que isso muda alguma coisa — disse Justin, então logo depois se aproximou e sussurrou pra eles — ele matou a minha mãe, vocês perdoariam isso?

— eu não sei, mas ele fez isso com sete anos, e você nem deu a chance dele explicar o que aconteceu — Storme disse e depois se arrependeu vendo a cara de raiva de Justin.

— quem chamou a Storme pra conversa?

— você está na minha casa, não gostou, é só ir embora.

— tá bom, chega... Ele errou, e todos nós também, todos nós já escondemos segredos, o Zack esconde as mãos nessas luvas, a Storme escondeu o caso com o professor, e eu... Bom, vocês já sabem o que eu escondi, mas eu só acho que você poderia escutar a versão dele — Rebekah falou fazendo Justin se morder inteiro, ele odiava ver ela tendo razão.

— ok então, quer que eu converse com ele, então tudo bem — disse Justin subindo as escadas.

— Justin, espera! Ele tá no banho... ai deixa — Storme ficou só esperando então depois só escutou os gritos assustados de Dylan.

— que merda tá fazendo aqui?! — Dylan perguntou vendo Justin entrar.

— fecha a cortina, gatão — Justin entrou e fechou a porta, logo depois de Dylan  fechar a cortina da banheira — uau! Tá precisando de um gilete, o peito tá todo falhado, já pensou em usar cera? Ouvi dizer que é bom.

— Justin, eu tô pelado.

— e eu tô nem aí, já vi você pelado, e não me apaixonei — Justin se sentou na tampa do vaso sanitário, e Dylan estava falando com ele do outro lado da cortina, é, já se pode chamar de confessionário?

— o que você quer?

— Respostas.

— sobre?

— minha mãe, como foi?

— como foi o quê?

— como a matou?

— eu pensei que você já soubesse.

— como assim?

— era pra ser engraçado, era só uma brincadeira, eu liguei todas as bocas do fogão, mas achei que você tinha visto, e que você iria desligar — Dylan disse aquilo, e Justin ficou sem saber o que dizer — Justin?...

— eu vi, e desliguei, eu pensei que fosse aquela vela perfumada que você adorava.

— tá dizendo a vela que eu adorava tanto que roubei? — Dylan estava dizendo mais e mais coisas, mas Justin não podia acreditar naquilo, porque se fosse verdade, seria outro tiro no escuro.

— mentiroso!

— eu tô falando a verdade.

— mentira! Você é um mentiroso assim como sua mãe, e assim como ninguém podia confiar nela, também não podem confiar em você — Justin saiu do banheiro morrendo de ódio do garoto.

— tá tudo bem, cara? — Zack chegou perto dele que estava andando muito rápido.

— melhor impossível, eu já vou, boa sorte com ele, vão precisar — Justin disse saindo, e fechando a porta, Justin pegou seu carro e foi direto para casa, então rebekah, Storme, e Zack ficaram só esperando Dylan terminar.

— acabei, alguém quer sopa? — Sra. Hall disse aquilo fazendo os olhos de todos brilharem, e quem pode culpá-los? Não tem como não amar essa mulher.

— ai Sra. Hall, eu te amo, estou morrendo de fome — Rebekah disse se sentando, e logo depois, Zack e Storme foram também, então quando eles já estavam comendo, Sra. Hall começou a fazer perguntas.

— o que vocês foram fazer na ponte West?

— Zack disse que tinha perdido o celular dele durante o baile, então nós fomos ajudar ele a procurar — Storme disse olhando com um olhar para Zack que dizia "mente por mim filho da puta".

— Zack? Isso é verdade?

— é claro que é, por que não seria? — Zack começou a mexer na orelha.

— Zack, por que você mexeu na orelha?

— estava coçando?

— não tem nada haver com o que você faz quando está nervoso?

— claro que não, por que eu estaria nervoso? Nervoso? Eu? Assim você me ofende, eu acho que a Storme tá nervosa, você tá nervosa? Não? Ok, viu só mãe, ninguém tá nervoso, eu não tô nervoso!

— eu acho que ela já entendeu — Rebekah sussurrou no ouvido do garoto.

— vejam só, como eu não reparei — Sra. Hall disse olhando para Zack e Rebekah — então você já sabe sobre o zack e a Storme?

— sinto muito em dizer isso, mas graças a mim, toda a escola sabe, desculpa — Rebekah falou olhando para Storme que deu um sorrisinho, mas logo a conversa acabou quando Dylan desceu as escadas só de toalha.

— onde eu posso colocar minha roupas? — Dylan perguntou.

— me dá, eu coloco na lavanderia — Sra. Hall se levantou, mas Dylan hesitou.

— não precisa, eu não quero dar trabalho, um saco onde eu possa guardar isso já está de bom tamanho.

— deixa disso, amanhã é terça, dia de lavar roupa, então anda, me dá logo que amanhã eu te devolvo limpinha.

— ok... — Dylan disse dando as roupas para ela.

— meu deus, que vergonha — Storme sussurrou para si mesma, mas então depois de tudo, Dylan se sentou para comer alguma coisa, e todos ficaram olhando para ele que estava usando só a toalha.

— foi mal, é que eu não tenho outra roupa — Dylan disse e todo mundo começou a olhar para Zack que estava comendo a sopa, sem nem prestar atenção nos outros.

— que foi? — Zack perguntou com todos olhando para ele, então ele olhou para Dylan, para Storme, para Dylan, para Rebekah, para Dylan, e então ele sacou — ah tá, vem comigo — Zack levou ele até seu quarto e começou a dar algumas roupas pra ele.

— que tamanho você usa? Infantil? — Dylan disse vestindo a quinta blusa que fica apertada — olha isso, meus mamilos estão quase furando esse troço.

— não, é você que tem braços muito grandes.

— tá dizendo que eu tenho braços gordos? — Dylan disse olhando com uma cara estranha para Zack.

— achei! Essa blusa fica enorme em mim — Zack entregou para o garoto, e serviu perfeitamente.

— ok garotinho, eu vou descer, e comer porquê se não, eu vou acabar mordendo o seu braço, e acho que ele não tem gosto de frango.

— não, não tem.

— é... — Dylan estava saindo do quarto quando...

— Dylan, espera — Zack disse fazendo ele dar meia volta.

— o quê?

— fico feliz que não esteja morto, nós todos estamos.

— eu sabia que vocês não viveriam sem mim — debochou, e logo saiu, conseguindo arrancar uma risada de Zack, então ele desceu, comeu uma enorme tigela de sopa, e logo em seguida deitou no sofá, e dormiu, e Rebekah foi embora logo em seguida.

— eu acho que eu também vou dormir, amanhã nós temos que voltar para a escola, essa noite foi horrível, a gente tem que tirar umas férias — Storme disse para Zack e logo depois subiu para seu quarto, então Sra. Hall, chegou perto de seu filho, e os dois olharam Dylan dormir.

— coitado, o que ele deve ter passado?  Ele não merece isso.

— talvez mereça.

— zachary? Como você pode desejar isso a uma pessoa?

— não estou desejando nada, só acho que a senhora não sabe, mas o Dylan não é tão coitado assim, ele fez bullying comigo desde que eu entrei na Moreway high, todos os dias, então sim, eu acho que ele mereceu um pouco de dor e sofrimento, porque é isso que ele causa nas pessoas, e em dobro, e quando tudo isso acabar, ele vai voltar com as chantagens, e as manipulações — Zack saiu, deixando sua mãe sozinha, mas falando em solidão, vamos dar um olhada em Justin, que também não está nada bem, ele tinha acabado de chegar em casa, e quando abriu a porta, avistou aquilo em cima da mesa, e em segundos recebeu uma mensagem "você pode enterrar as coisas, mas eu vou desenterrar de volta, assim como seus segredos, mas pode relaxar, fofinho, deixei o buraco aberto para sua sepultura. Dark Bitch" Justin leu a mensagem, e logo depois voltou a olhar para a mesa, onde estava o candelabro que ele usou para atacar seu pai, o mesmo candelabro que ele mesmo tinha enterrado na floresta Wesbrooch, mas que agora, estava bem ali, a única coisa que poderia o condenar a anos na prisão, estava ali, na sua frente, e ele, está na minha mão.




Continua.......