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História Escape - Improvisando


Escrita por: VitOliveira

Capítulo 3 - Improvisando


Fiquei paralisada sem reação. Ele estava falando sério ou estava me testando? Afasto meu corpo do dele e ameaço a levantar, mas ele segura meu braço, forçando eu ficar sentada ao lado dele. O que ele está fazendo? Ele se aproxima do meu rosto e  cochicha no meu ouvido.

- Sugiro você não contar para ninguém. Você não vai querer alguém vindo conosco ou você criando inimigos aqui. Mais do que você já arranjou. - ele me solta e eu levanto, passando minhas mãos pelos cabelos. Como ele pretende sair daqui? O que vamos fazer quando estivermos do lado de fora da prisão? Vou até a pia e jogo agua fria no meu rosto, eu estava nervosa. Viro-me para Scofield que me encarava de braços cruzados, ele não parecia preocupado. Na verdade, era difícil decifrar sua expressão facial. Calma Pietra, mantenha a calma. 

- Como você pretende fazer isto? - digo, finalmente. 

- Vou lhe mostrar. Tape as grades com o cobertor da cama. - hesito um pouco antes de pegar o cobertor da minha cama e o prender de um lado até o outro da grade, de um modo que ninguém podia nos ver e nós não podíamos ver o outro lado.  Alguns presos gritam "Scofield safadinho!" e coisas do tipo. Reviro os olhos e encaro ele, que vai até o vaso e o puxa para frente, o descolando da parede e mostrando um buraco quase grande o suficiente para passarmos. Ergo as sobrancelhas e solto o ar que percebi que estava segurando. Como diabos ele está fazendo um buraco na parede? 

- Onde está seu irmão? - pergunto

- Ele... Ele vai ser executado daqui a um mês. Ele fica na área de segurança máxima do presídio. - o que será que o irmão dele fez de tão horrível para ser executado? Começo a sentir falta de ar, eu não poderia escapar com um homem que fez algo terrível a ponto de estar na beira da execução, mas não podia dizer não à Scofield porque ele era meu colega de cela e eu não queria morrer dormindo. Engulo em seco.

- O-o que ele... O que ele fez? 

- Nada. Meu irmão é inocente. Vim salvá-lo de uma injustiça. Você deve ter ouvido falar sobre ele, Lincon Borrows. - ele seca o suor da testa e tira de dentro das calças um prego e uma pedra. Era com isto que ele estava cavando? Eu já tinha ouvido falar do Borrows, e eu sempre achei aquela história absurda. Sempre tive certeza que ele fosse inocente porque de certa forma, minha intuição dizia que tinha muita merda por trás daquilo, então fico um pouco mais aliviada.

- O que você quer que eu faça? - pergunto

- Faça barulho enquanto eu termino de quebrar esta parte. - fazer barulho? Penso no que eu deveria fazer, então uma ideia merda passa pela minha cabeça e eu bufo. Vai ter que servir. Eles acham que estávamos transando então... O que é um peido pra quem já está todo cagado, não é mesmo? Olho nervosa para Scofield e sinto minhas bochechas ficarem vermelhas, ele ergue uma sobrancelha e eu começo a gemer. 

Não, você não entendeu errado, eu comecei a gemer alto, Scofield ficou vermelho por um momento e começou a bater com o prego na parede. Dava pra ouvir um pouco do barulho dele batendo, então além de gemer, comecei a balançar a cama. Não acredito que estou fazendo isto. Fico gemendo por um bom tempo até ele dar um pontapé na parede e ela se quebrar, deixando um buraco grande o suficiente para apenas uma pessoa passar. Ele me olha e sorri discretamente. Paro de gemer imediatamente e reviro os olhos. Não acredito que fiz isto. Ele faz um sinal para que eu ficasse de olho e então entra no buraco recém feito. Espio pelo canto da coberta pendurada e vejo um guarda passando nas celas para checar se estava tudo bem. Merda Michael... O guarda se aproximava cada vez mais e meus nervos estavam a flor da pele. Onde ele está? O guarda agora estava vindo para a nossa cela, então eu tinha que inventar alguma coisa. Minha pena não podia aumentar por causa deste babaca. Tiro minha blusa, ficando de sutiã e bagunço um pouco o cabelo. O guarda bate na grade e eu espio pelo cobertor, o guarda me encara e diz, sério:

- Tire a coberta. - diz

- Hum... Nós estamos ocupados... Entende? - digo suando frio. Espero que ele não tenha percebido o nervosismo na minha voz.

- Não faça eu entrar até aí detenta. Tire o cobertor. - olho para o buraco na parede e percebo que o guarda não ia ver, mas ele também não iria ver Scofield e isso ia fuder tudo. Suspiro e tiro o pano lentamente, rezando para que Michael esteja voltando. O guarda encara meus peitos por um bom tempo e então sorri, mas quando seus olhos procuram Scofield pela cela e não o encontram, seu sorriso se fecha e suas sobrancelhas se erguem. 

- Onde está seu colega de cela, detenta? 

- Ele está ali atrás da cama... Se vestindo. - digo a primeira coisa que vem à minha cabeça. Sinto uma gota de suor escorrer pela minha testa e a seco com as costas da mão. O guarda estica o pescoço para encontrar Michael e grita

- Saia daí Scofield! Se eu tiver que entrar, os dois ficarão na solitária. - meu querido, se você entrar, a solitária vai ser o menor de meus problemas. Depois de ver que Michael não saiu de trás da cama, o guarda pega do bolço um molho de chaves e começa a procurar uma delas para abrir nossa cela. Fudeu.

- Estou aqui, chefe. - viro- me para trás bruscamente e suspiro aliviada ao ver Scofield parado sem camisa encarando o guarda. 

- O que você estava fazendo? - o guarda pergunta com um tom de voz seco e sério.

- Bom... Estávamos... Você sabe... - ele cora um pouco mas permanece calmo e sério ( como sempre ). O guarda suspira e passa pra próxima cela. Alguns detentos começam a gritar o nome de Michael e ele revira os olhos, me encarando.

- Você me deve uma, Scofield. - digo e sorrio, primeira vez que vejo os dentes dele em um sorriso bonito. Aliás, eu não tinha reparado direito, mas ele realmente tem uma aparência atrativa. 

- Vou recompensar você, nos tirando daqui. Pode ser? - diz baixinho e eu faço que sim com a cabeça. Agora que ele estava sem camisa, dou uma boa olhada em sua tatuagem até ele colocar a camiseta e algo na minha mente apita dizendo que tinha alguma coisa naquela tatuagem que era familiar. 



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