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História Escola Anti-gays - Jikook - Intensificar esse sentimento


Escrita por: Nickendipity

Notas do Autor


CHEGAY
QUE SAUDADES QUE EU ESTAVA!
Feliz ano novo, meus amores, que tudo melhore e que esse ano eu termine EAG amém! hahaha

Esse capítulo foi apagado pelo meu computador, reescrito e foi bem complicado! Juntei bastante coisa para encurtar a história e não deixar vocês entediados, mas espero que tenha valido a demora!

Boa leitura!

Capítulo 10 - Intensificar esse sentimento


A garota que estava gritando se calou e se encolheu automaticamente quando nos viu, minha reação não foi muito diferente. Ela estava nua e machucada de tal forma que ao vê-la eu desviei o olhar quase imediatamente. Mas Jimin não, ele foi até ela, tirando seu moletom recém colocado e a entregando para que ela o vestisse.

Eu não faço ideia do que estava acontecendo, haviam garotos que gostavam de pregar peças, mas fazer isso com uma garota... isso ultrapassa qualquer limite! Jimin-hyung e ela trocam algumas palavras, mas estou apenas absorto tentando aceitar tudo isso que nem presto tanta atenção.

Eu fui buscar algo para ela comer a pedido de Jimin e quando voltei pude ver como ela estava tremendo e com medo.

-Ele é totalmente inofensivo. - Jimin diz para ela, sobre mim.

Ela aceita o lanche e nos afastamos para o outro canto da sala, lhe dando privacidade.

Questiono sobre aquilo e Jimin me conta o que aconteceu, ele diz que vazaram fotos íntimas dela e que isso estava circulando entre os garotos - olhando para seu círculo de amigos faz sentido ele já saber o que houve -, então, ele acha que os garotos apenas pensaram que por isso tinham direito de humilha-la. Eu fiquei enjoado, com raiva e uma vontade de abraçá-la mesmo sabendo que isso não a faria se sentir bem. Jimin disse que acha que não abusaram dela sexualmente, mas mesmo assim, aquilo foi uma violação já muito grande.

Meu Hyung pergunta a ela se ela quer remédio ou precisa de alguma coisa, a gente insiste, mas ela nega, então apenas sugerimos para levá-la ao seu dormitório em segurança. A escoltamos até lá e sinto que ela só fica aliviada quando dizemos para ela entrar, ela volta por um instante e questiona:

-Por que está fazendo isso? - Sua sentença foi destinada a Jimin.

-Isso o que? –Ele parece confuso.

-Pessoas como você não ajudam os outros sem nada em troca... –Ela se encolhe.

-Não se preocupe. - Ele entendeu qual era o receio dela. -Eu não sou como os outros, apenas isso. Você pode entrar, se mexerem com você de novo, pode nos procurar discretamente, podemos tentar te ajudar.

Ela agradece de novo e quando ela entra meu peito ainda dói, sinto dó dela, isso era muito injusto. Doía mais ainda saber que aqueles garotos não iriam ser punidos.

-Vem. - Jimin pega meu pulso ao perceber que estou olhando para a porta. - Vou te deixar no dormitório também. –Ele sussurra, me puxando pelo pulso e eu não consigo deixar de imaginar como seria se estivéssemos de mãos dadas.

Após poucos passos ele o solta e passamos a andar apenas um do lado do outro.

-Eu sei que você está se sentindo mal por ela, acredite, eu entendo. –Ele quebra o silêncio.

-Eu só queria poder fazer alguma coisa, ajudar mais. –Suspiro. - Sabe, - pigarreio - ela tem razão. Sobre pessoas como você não serem assim.

-Você está tanto tempo comigo e ainda acha que eu sou esse monstro?! – Ele diz em tom de drama. – Isso porque você é quem mais me conhece.

-Ei, não foi isso que quis di-... espera, eu sou?

-Entre os meninos do time? Sem dúvidas. –Ele ri soprado. -Você pode acabar com a minha vida.

-É por isso que você é legal comigo?

-Não! – Ele me dá um soco fraco. - Acho que eu tendo a gostar de coisas que podem acabar com a minha vida.

Eu quase erro o passo. Eu sabia que ele estava falando sobre gostar de mim como amigo, mas escutar isso era tão... ele pigarreia ao perceber meu silencio em meio ao meu pânico interno.

-Eu sou assim para que eu possa ajudar as outras pessoas. –Ele explica, sobre minha fala. –Taehyung tem razão, sobre ter um preço ser popular e eu pago todos os dias, mas não só porque eu sou egoísta, talvez eu seja um pouco, mas... eu quero usar meus privilégios para ajudar pessoas.

-Você é incrível. –Isso sai como um pensamento em voz alta. Nós já estávamos na frente do meu quarto, então ele para e me encara e sinto uma vontade estranha de toca-lo, abraça-lo, fazer carinho..., mas era diferente do que senti pela garota agora a pouco, eu não sei, minha mão até involuntariamente se ergue um pouco, mas consigo controlar. –Eu vou entrar... já deu o toque de recolher...

-Sim. –Ele concorda. -Boa noite.

-Boa noite, hyung.

Entro para o quarto rapidamente, batendo a porta forte por causa do meu jeito desastrado.

-Credo, JungKook. Que susto! –Taehyung reclama do outro lado. – Por que tanta demora? ‘Tava namorando?

-Shiiiu. – O repreendo. - Quem dera, aconteceu algo horrível.

Eu acabo contando para Taehyung o que aconteceu com a garota, conto porque sei que ele – mais do que qualquer outro – nunca a julgaria ou a faria mal; pelo contrário, ele teve um boom de ódio.

Ele até socou a parede - e depois que sentiu dor ficou choramingando -. Era horrível e eu sabia, eu senti claramente seu sentimento de impotência.

Em toda minha vida, vi e escutei que mulheres não podiam fazer isso e aquilo, até de próprias mulheres. Nós, homens, apenas não poderíamos fazer nada que nos igualasse a elas, de resto, a vida parecia bem mais simples. “A garota do primeiro ano apanhou” – eu escutava, “Mas o que ela fez? Elas provocam e depois se fazem de coitadinhas”. – respondiam. “Aquela garota ali foi estuprada” “Ah, qual é, ela é uma vadia!”. Sendo invisível aqui e ali eu ouvia coisas assim, um incômodo me acometia, mas eu apenas só podia olhar. Homens que gostam de garotas tratam elas desse jeito e eu que não gosto, me sinto mal; eu mal consigo entender essa lógica.

Mas acho que nesse ano, minha cabeça mudou bastante, eu já começara entender o porquê Taehyung ficava incomodado com tudo que acontecia aqui.

 

 

 

 

 

 

Parte 2.

 

Dias depois.

“Eu nunca escrevi uma carta de amor, eu nunca amei, eu tenho certeza, eu sequer me apaixonei, eu sequer senti algo por alguém além de admiração e amizade profunda, até agora. Quando eu perguntei para um amigo sobre como descrever o amor ou como falar sobre ele, ele disse que eu deveria ser sincero, desde a minha falta de destreza para entender o que sinto, até a lacuna profunda de sentimentos que você preencheu no meu peito, porque eu não sei se é amor, tampouco sabia que era paixão há poucos dias, mas eu sei o que eu sinto agora.

O que eu sinto por você é felicidade, de ver você, de falar com você, de estar com você. Desde a primeira vez que te vi eu apenas lembro de estar feliz apenas por respirar o mesmo ar que você, quando você falou comigo pela primeira vez, lembro de me perguntar sequencialmente se estava preso em um sonho, e não importa quantos dias eu possa passar do seu lado, eu ainda me sinto feliz como uma criança fazendo algo que gosta pela primeira vez.

O que eu sinto por você, eu acreditava ser admiração, pela pessoa bondosa, talentosa, forte, altruísta e adorável que é, e por mais que eu tenha escolhido apenas esses 5 adjetivos, eu queria falar muito mais, eu poderia ficar dias falando das coisas que gosto em você, desde o seu sorriso e os dedos da mão, até a personalidade incrível que eu quero conhecer cada dia mais. Então, o que eu sinto por você está longe de ser só admiração e acredito que até mesmo as amizades mais sinceras não têm o desejo e necessidade reprimida que sinto de te tocar.”

Largo a caneta e encaro o papel, cético se isso estava realmente ficando adequado.

-Isso está ficando muito bom! Sério, é melhor do que a maioria dos romances que leio. -Taehyung enxerido diz, esticando o pescoço para ver o que eu estava escrevendo.

-Não sei não… ainda falta muita coisa, mas não sei se é uma boa ideia entregar isso para o Professor Kim.

-Eu acho que ele vai adorar. –Ele pega a meu caderno nas mãos. -“necessidade reprimida que sinto de te tocar”, meu Deus, o neném não é neném!

-Cale a boca. – Eu corei e peguei meu caderno de volta. -Você acha que eu devo tirar essa parte?

-Não, a paixão tem dessas. –Deu de ombros.

Fecho o caderno, estávamos estudamos em uma sala vazia antes do almoço.

-Vamos logo, depois eu termino isso.

-Não está pronto? –Ele também guarda suas coisas.

-Não sei, é difícil colocar tudo que sinto em uma folha de papel.

-Meu Deus, você não era tão boiola assim. – Eu o chuto. –Ai! Eu quis dizer de um jeito fofo!

No almoço, eu observo de longe minha inspiração para o trabalho de português – e para tudo ultimamente –, torcendo para que ele ao menos me cumprimente. Ele era sempre tão rodeado de pessoas, sempre falando e sorrindo de uma forma que eu nem o reconhecia. Sua namorada agarrava seu braço de um modo que parece que incomodava, sempre o tocando como se mostrasse que ele pertencia a ela, afugentando qualquer garota que ousasse ser uma ameaça. Mal sabia ela que não precisava fazer isso apenas com garotas.

Isso me faz pensar se mais alguém tem pensamentos gays com Jimin, me faz pensar se mais alguém tem pensamentos gays, acho que nós nunca saberíamos ou, pelo menos, seria melhor assim.

Ele consegue escapar assim que sua namorada sai com as novas líderes de torcida, e, magicamente, ele vem até mim, mas não é comigo que ele fala.

Ele me ignora, e pergunta para Taehyung se estou dormindo e me alimentando bem. Eu reviro os olhos.

-Está sim, baba bastante toda noite. – Meu colega de quarto diz e eu o chuto debaixo da mesa. –Ai! É a segunda vez hoje! –Ele resmunga.

-Eu não babo. –Rebato.

-Baba sim! –Os dois dizem em uníssono e eu encaro Jimin.

Ele dá de ombros.

-Eu já te vi dormir. –Ele lembra e meu rosto queima. –Qualquer coisa, se ele começar com aquilo de novo, você deve me avisar. –Ele pede para Taehyung.

-Claro. – Meu colega o responde e depois olha para nós dois, Jimin fica em silêncio me encarando como se quisesse me dizer algo por telepatia.  –Bem, eu vou ver se tem mais sobremesa. Fique à vontade, Jimin. – Eu sinto que ele quer nos deixar sozinhos e isso me deixa mais ansioso.

-Você... quer alguma coisa? –Eu pergunto meio receoso e ele parece encabulado.

-Ficou na cara, né? – Ele diz, olhando para trás, onde Taehyung fingia procurar algo. –É que eu fiz uma coisa sem sua autorização. –Ele engole seco. -Bem, você me disse que queria ajudar pessoas, certo? – Eu assinto meio hesitante. –Tem um trabalho voluntário para um orfanato, carregar as doações pra lá... eu pensei que era um bom começo, então inscrevi nossos nomes. – Eu fico surpreso. –Na verdade, eu quem queria ir e queria companhia, então fiz isso. Se você não quiser, acho que dá tempo de retirar os nomes, não tem problema mesmo...

-Só a gente? – O interrompo.

-E as pessoas que quiserem ir..., mas a lista estava vazia quando escrevi.

-Não, digo, você não vai chamar Hoseok-hyung ou sua namorada...?

Ele ri.

-Você é engraçado, JungKook. –Há alguém o chamando para voltar à mesa, ele faz gesto para que espere. –Então, você não quer ir, certo? Está tudo bem, me desculpe por-

-Não! –Eu exclamo rapidamente. -Quer dizer, sim, eu quero. Eu vou adorar, eu só... fiquei surpreso.

-Sério?! –Ele abre o sorriso mais lindo desse mundo, fazendo seus olhos se fecharem de um jeito muito fofo. –Se não quiser, é só dizer...

-Mas eu quero, mesmo. Quando é?

-Sábado... – Hoje era quinta-feira. -8 horas da manhã. Eu posso passar no seu dormitório 15 minutos antes para pegarmos a van juntos...

-É perfeito.

-Ótimo! – Ele parece animado. – Eu preciso voltar. Se cuida, dongsaeng, mais tarde tem treino.

-Eu vou estar lá. – Eu digo, antes de ele se distanciar. Ele está sempre fazendo isso, correndo para lá e pra cá, entre os populares e os fracassados.

 

 

Na sexta, o dia fica tão agitado que não acrescento mais nada no meu trabalho sobre o amor, apenas espero que seja o suficiente. O clima da escola toda estava diferente, após um anúncio, só se fala de uma coisa: O baile, que já tinha data marcada.

Seria meu primeiro baile desde que eu entrei para o Ensino Médio, se eu fosse, é claro. Bailes consistiam em primeiramente ter um par, convidar garotas e coisas assim, nos últimos dias, com minha popularidade subindo, não é como se eu não conseguisse um par, mas eu não quero qualquer tipo de contato com alguém que não seja ele.

 

 

 

Kim SeokJin

 

Pego os trabalhos para corrigir, é tolo quem acredita que professor trabalha apenas no horário que está em sala de aula. Fico ali por horas, corrigindo e lendo seus textos sobre o amor. Era até divertido, a incapacidade de uns de entender - embora houvesse um esforço -, a afobação de outros, a negligência com o trabalho de uns e outros que valeu a pena ler.

Passo um bom tempo lendo, até que um texto me chama atenção em especial, eu termino de ler e procuro a identificação "Jeon JungKook - 1° ano".

Leio algumas vezes até que eu poderia recitar o texto sem olha-lo. É bonito, caloroso e próximo, eu tinha certeza que não era mera especulação, seus sentimentos estavam ali, expostos, talvez para a pessoa errada.

Guardo o resto dos trabalhos e deixo o de JungKook separado. Corrijo os textos do segundo ano e então já é de madrugada. Por incrível que pareça não tenho sono, nesse lugar o sono não me visitava com facilidade, eu não via a hora para estar bem longe daqui, mas eu não conseguia, nem se pudesse.

Decido ao menos relaxar e deixo para ler os trabalhos do terceiro ano amanhã, mas ao olhar o primeiro trabalho da lista, meus olhos brilham em direção a uma grafia desleixada e cheia de erros de ortografias grotescos até para uma criança. Kim Namjoon.

Suspiro, ele me dava dor de cabeça demais para lidar com ele hoje. Decido ler o texto de JungKook mais uma vez antes de dormir, então, lembro de outro texto na pilha do segundo ano que me chamou bastante atenção.

 

 

 

 

 

Jeon JungKook

 

Ir para um orfanato parecia ser uma experiência legal. Devia ser um lugar colorido, cheio de brinquedos e de crianças fofinhas a espera de uma família. Mas todo esse meu pensamento foi um tremendo engano.

-Vocês que Rosestock mandaram para entregar as doações? –Uma freira pergunta quando chegamos no orfanato, que na verdade parecia algum rearranjo de uma igreja.

-Sim, madre. –Jimin responde ao meu lado, enquanto segura uma caixa, um pouco menor do que a que eu estava carregando.

-Entrem, meninos, entrem. –A mulher diz e adentramos naquele recinto que não era nada como eu imaginava. –Deixem as caixas naquela sala, por favor.

No meio do caminho encontramos algumas crianças, mas elas pareciam um pouco padronizadas e enrijecidas.

O vice diretor e o motorista – que vieram com a gente – adentraram a igreja junto da madre e continuamos a carregar as caixas.

-Isso deveria valer como treino. –Eu digo ao Capitão quando pego mais uma caixa pesada, a última restante.

-Não reclame, você é mais forte do que eu.

-Não anda se exercitando, Capitão? –O provoco.

-Não é isso, você é maior, e não sei se você percebeu, mas seus braços já não são mais aqueles gravetinhos de antes.

-Ei! –Ele ri.

Após terminarmos de entregar as doações, uma freira – que não era a mesma que nos atendeu - nos aborda:
-Meninos, vocês podem, por favor, ficar de olho neles por alguns minutos? A professora já irá busca-los. – Diz sobre uma salinha de crianças à nossa esquerda.

-Será um prazer, não se preocupe. –Aquele que fala mais responde por nós dois.

As crianças sobre os nossos cuidados deveriam ter cerca de 7 anos de idade pelo seu tamanho, mas não agiam como tal faixa etária. Todos pareciam muito assustados olhando para nós.

-Que tal contar uma história? –Eu sugiro. -Vocês gostam?

Algumas crianças pareceram interessadas e pararam sobre nós.

Eu olho pra Jimin e ele assente, sorrindo.

-Qual história vocês gostam? - Park questiona.

Aquelas crianças parecem perdidas.

-Bem, eu gosto do patinho feio. -Eu recomendo.

-Eu nunca ouvi essa. -Uma garotinha diz, se aproximando. -Você vai contar pra gente?

Os olhos dela parecem brilhar, isso me faz sorrir.

-Sim, sentem-se todos. - Aquelas crianças eram bem obedientes, todas se sentaram ao meu redor, meio com receio. -Era uma vez, em uma lagoa, vários patinhos, todos amarelinhos e da mesma forma, muito parecidos. Mas havia um que era diferente, e por ele ser diferente, todos o chamavam de feio, o maltratavam e o magoavam. – comecei a contar – Enquanto o patinho crescia, houve naquele lago a visita de um belo cisne, o patinho não se aproximou porque se achava muito feio, mas admirou de longe a beleza daquele lindo cisne. Então, sabem o que aconteceu? –As crianças balançaram a cabeça negativamente e se inclinaram curiosas. – O patinho cresceu e descobriu porque ele era tão diferente. Um dia, ele se olhou no reflexo do lago e viu que ele não era um pato como os outros, mas sim um lindo cisne como aquele que ele tanto admirava.

-E o que aconteceu depois? – Um dos garotos questionou.

-Bem, o cisne viveu feliz para sempre. –Respondi.

-Com o outro cisne? –A garotinha sugeriu e eu corei.

-Ah... bem...

-Crianças, vocês estão incomodando os garotos? – Uma mulher jovem aparece, deduzi que fosse a professora deles.

As crianças se levantam do chão automaticamente.

-De maneira alguma, eles são adoráveis. –Replico.

-Sinto muito se eles disseram algo. Vim busca-los.

Todos ficam um tanto tristonhos, mas conformados.

-Não se preocupe, a gente só contou uma história. Foi um prazer conhecer vocês.

-Sim, a gente gostou bastante.

-Vocês vão vir mais vezes? –Uma das garotinhas que falou conosco a pouco perguntou.

-Soo! –A professora a repreendeu. –Venham logo. Desculpe, meninos. –Ela disse, puxando algumas crianças e outras a seguiram.

Ficamos só eu e Jimin na sala em que as crianças estavam.

-Você gosta mesmo de crianças, não é? –Ele me pergunta, quando se percebe que as crianças estão bem longe.

Eu confirmo com a cabeça.

-Você também, certo?

-Sim... Você quer ser pai um dia?

Eu me encolho.

-Nunca pensei muito nisso. Você quer?

-Sim, eu sonho muito com isso. Talvez seja só necessidade de cuidar de alguém e porque eles são fofinhos, mas tenho vontade de levar um para casa. –Ele diz com um sorriso fofo.

-Você pode ter um no futuro. Com Min-hee. – Doía profundamente dizer algo assim.

-Não sei, não quero ter um filho com ela. –Seu sorriso some.

-Você vai terminar com ela? Depois da escola? –Eu questiono e sinto-o estremecer.

-Eu pretendo, então meu pai vai me cobrar uma família e netos e o pai de Min-hee vai me chamar de aproveitador e vai ser um saco. Mas está nos meus planos, então, não acho que terei filhos.

Eu não sabia o que dizer, isso me dava esperanças ao mesmo tempo que me dava um banho de água fria.

-V-você pode encontrar alguém que goste. – Poderia ser eu, mas não posso lhe dar filhos.

-É, posso...

-E adotar? –É quase como um pensamento tosco em voz alta. Não é como se um orfanato como esse fosse dar alguma dessas crianças se não fôssemos uma família tradicional (meu Deus, estou soando como Taehyung).

-Seria legal. É uma troca que eu acho bonita, você quer amar alguém e eles querem ser amados, querem uma família. –Ele sorri pequeno sem me olhar. –E você? Já sabe quem vai convidar para o baile?

-Ahn... não. –Eu não queria nem lembrar disso.

-Não gosta de ninguém? Nem de longe? –Ele questiona como se estivesse me provocando e eu quase me sinto bravo.

-Não. Ninguém. – Exceto você, idiota.

-Bem, se quiser arranjar um par vai ser fácil, mas se não quiser ir ao baile, não vai estar perdendo muita coisa, é chato e meloso.

-Eu acho que eu não vou.

Uma garotinha de uns 10 anos entra no recinto.

-Com licença, o padre acabou de ficar desocupado, a madre quer saber se vocês querem se confessar.

Fico tenso com essa possibilidade, não estava pronto, não podia realmente me confessar. Confessar meus pecados? Qual deles? Estar apaixonado por um garoto? Ter pensamentos carnais com ele?

Jimin me encara.

-Você quer? - Eu abro a boca e fecho algumas vezes. –Acho que não é uma boa hora, agradeça a madre por nós. –Ele diz, se dirigindo à garotinha.

Ela se curva e sai da sala.

-Algum problema? –Meu hyung pergunta para mim. –Eu senti que você não queria... Honestamente, eu também não.

-Hyung... –Ele me encara. – O que é pecado?

-Por que está me perguntando isso? – Ele parece confuso.

-Esqueça. Eu...

-Não, diga. –Ele insiste.

-É que...  –Eu me odeio muito por não pensar antes de falar, porque eu sempre me colocava nesse tipo de situação encurralada.

Felizmente ele não insiste mais.

-Pecado para mim é tudo que prejudica alguém, como roubar, matar, mentir, ofender... –Ele me responde.

-E se uma coisa não prejudica ninguém... se é uma coisa que só diz respeito a você.

-Está me perguntando se sexo...? –Ele abaixou a voz na última palavra.

-Não! –Exclamo e ele cai na risada.

-Eu sei, só estava te provocando. Mas se não prejudica ninguém, eu não acho errado.

Isso me tranquilizava um pouco.

-Aquela garota... que a gente ajudou... –Lembrei que isso poderia afastar desconfianças da minha pergunta estranha.

-Estavam falando que ela é uma grande pecadora e suja, honestamente, é pura hipocrisia, aquilo foi apenas porque ela era uma garota, independente de como surgiu aquelas fotos, ela não fez nada de errado.

-Certo, hyung. Obrigada...

Isso me lembra que talvez Jimin tenha dilemas parecidos com os meus.

-Sinto que quer me falar alguma coisa.

-Eu sou tão legível assim para você?

-Só às vezes. –Ele sorri.

Então já percebeu que estou apaixonado pelo meu capitão?!

-Sabe, naquele dia em que você me disse que estava com vergonha... de mim e da-daquelas roupas, sabe? Eu ia te responder, mas aí aconteceu tudo aquilo e acabei não dizendo nada... –Ele me encarava imóvel, sem nenhuma reação. – O tempo que eu tenho passado com Taehyung tem me feito muito bem, eu não contei o seu segredo, mas ele me diz umas coisas muito diferentes, ele é diferente, você sabe, mas mesmo assim somos amigos. Bem, de qualquer forma, o que eu quero dizer, é que ele me fez aprender muita coisa e que você não precisa ficar com vergonha de gostar ou usar aquilo ou de dançar se é o que você gosta. Infelizmente, você não pode mostrar para o mundo ainda, mas quanto a você, não tenha vergonha, sinta orgulho disso, de quem você é, porque eu sinto, hyung.

-JungKook... isso é... –Seu olho derrubou uma lágrima, mas ele rapidamente a secou.

-Eu não disse nada de mais, é tudo que Taehyung me ensinou, devo dizer. –Brinquei, tentando fazer com que ele se sentisse melhor. – Mas é a verdade, eu gosto de você como você é, tipo o Taehyung, ele é maluquinho, mas é meu amigo, é a primeira pessoa que me tratou bem nesse lugar.

-Vocês parecem bem próximos. –Ele torceu o nariz. –O importante é que ninguém nunca disse algo assim para mim, quer dizer, uma pessoa... mas, vindo de você é diferente, eu... não esperava, achei que tivesse ficado com... nojo de mim. - Ele olhou para baixo obviamente abalado.

Era o contrário de nojo, sempre foi, mesmo quando eu me afastei e fiquei chocado, nunca foi nojo. Esquecendo completamente o lugar que estamos e com uma coragem súbita surgindo, seguro seu rosto com minhas mãos e o faço me encarar.

-Nunca diga isso. Hyung... –Eu seco suas lágrimas com meus dedos, mas ao escutar passos eu retiro minhas mãos e me afasto.

Acho que fui longe demais hoje, era hora de voltar.

 

...

Os últimos dias passaram depressa, estávamos focados apenas em treinar, mais do que nunca. Tentei ao máximo não me distrair com Jimin, porque o que eu mais tinha medo estava próximo. Amanhã era o nosso primeiro jogo da temporada.

-Eu não quero decepciona-lo. – Eu digo em voz alta para meu colega de quarto que estava tentando consolar minha ansiedade pré-jogo.

-Então o problema não é o jogo?

-É, é o jogo, ele, Yoongi, Namjoon... todos jogam muito bem! E se eu estragar tudo? E se eu prejudicar o time?

-Vai dar tudo certo. Eu não entendo nada de basquete, mas sei que se empenharam muito. Você foi treinado por aqueles que admira, então deve ser tão bom quanto eles. Fique tranquilo.

-Eu vou tentar.

-Como andam as coisas entre você e Jimin?

-Na mesma, somos bem amigos agora.

-Você está na friendzone, já pensou em se declarar? –Eu quase engulo saliva errado ao escutar essa frase.

-Taehyung, isso é absurdo... Eu não posso.

-Por que não? – Não era possível que ele ainda não entendia a gravidade da situação.

-E se ele me entregar e eu... morrer? É muito perigoso. Eu não posso me arriscar assim.

-Pelo amor de Deus, JungKook. Você se apaixonou por alguém que você acha que seria capaz de fazer isso?

-Ele não seria. –Respondo com sinceridade. –Ele é bom... ele é realmente bom.

-Então o máximo que pode acontecer é ele te rejeitar!

-E se afastar e eu perder tudo o que tenho hoje com ele.

-Talvez, mas se ele for legal mesmo, ele não vai se afastar, ele vai entender. Porque vai ser muito doloroso pra você passar anos ao lado dele sem poder dizer o que sente e ser só um amigo.

-Eu sei. –Suspirei. – Mas, hipoteticamente, como eu poderia fazer isso? Chegar aleatoriamente e dizer: “eu gosto de você”? É estranho demais!

-As pessoas dizem isso ou algo que está no coração, como o que você escreveu no trabalho, o importante é ser sincero.

Eu suspiro.

-Eu vou esperar... alguns meses, sabe? Quem sabe eu não o entenda melhor. Porque tem vezes... que ele me deixa tão esperançoso que fico me perguntando se estou imaginando coisas... quando ele me faz carinho, quando ele se preocupa, quando ele fica próximo... eu não vejo garotos tratando outros garotos assim.

-Aqui? –Taehyung bufou. –Não vê mesmo! Mas Jimin age assim com seus outros amigos?

-Não... e ele não me trata assim quando os outros estão olhando. Ele me disse que... comigo ele pode ser ele mesmo.

-Eu honestamente acho que você tem chances altíssimas, vocês dariam um casal bem fofo. –Ele sorri encorajador. -Antes de se declarar, segure a mão dele, faça um carinho, observe como ele reage.

-Eu vou tentar. –Me remexo na cama mais uma vez.

-Bem, eu estou com sono, vou dormir. –Ele se espreguiça.

-Tudo bem, Tae, eu também vou tentar. Boa noite.

-Boa noite.

Quando fecho os olhos, pensando em tudo que ele me disse, uma batida em nossa porta me faz despertar novamente.


Notas Finais


Perguntinhas:
1- Quem está batendo na porta?
2- O JungKook deve se declarar?
3 - E essa carta de amor, hein? SeokJin sacou alguma coisa?

Bem, o próximo capítulo PROMETE, estamos entrando na minha fase favorita de EAG! Quero publicar em breve, tomara que eu resolva meus problemas com a narração do basquete hahaha

COMENTEM, FAVORITEM E ME INCENTIVEM,
AMO VOCÊS,
BEIJÃO


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