História Escolheria a mim - Scorbus Drarry - O almoço constrangedor

"Cap. 05 - O almoço constrangedor"

||640 palavras||

    Harry pigarreou.

    Estavam na sala de jantar, todos muito calados. Não se sabe dizer se era porque a comida era boa ou porque tinham vergonha de pronunciar palavra qualquer.

    Scorpius tentava fazer de tudo para esconder a marca que Albus fizera em si dos seus pais. Além disso, ele comia, às vezes, ele lançava olhares ameaçadores ao pequeno Potter que engolia em seco e se encolhia na cadeira.

    Draco, por sua vez, olhava os adolescentes com curiosidade. Scorpius sempre falara demais na hora das refeições mas agora estava muito quieto, o que não passou despercebido por seu pai que, ao ver a marca roxa no pescoço do filho, olhou para Albus com surpresa, ao invés de delatar a Harry, que estava mais perdido que pulga em careca.

    Albus não sabia se prestava a atenção na comida, no Sr. Malfoy, no Scorpius ou no seu próprio pai; tudo parecia ser interessante demais: a comida do Sr. Malfoy era extraordinária e ele faria de tudo para que seu pai cozinhasse como ele; além disso, Sr. Malfoy lançava olhares surpresos a ele enquanto Scorpius o matava com o olhar. Albus voltou a encarar o prato com medo dos Malfoys que o encaravam com expressões diferentes.

    Harry estava envergonhado e um tanto angustiado: sempre imaginara como seria se Draco gostasse dele e, quando descobriu que Draco sempre teve esse sentimento por ele, o loiro simplesmente diz que não sente o mesmo faz tempo. O coração de Harry pulava algumas batidas e tremia toda vez que ele olhava para Draco e ele o encarava de volta, com intensidade, parecendo interessado embora dissesse que não sentia mais nada por Harry.

    Era mentira.

    Draco não deixara de sentir aquilo por Harry. Nem quando se casou com a Astoria e teve Scorpius. Aquele sentimento por Harry o incomodava e ele sentia um formigamento entre as pernas toda vez que Harry o provocava (mesmo que Harry não percebesse que o  seduzia constantemente).

    Ouvia-se os estrépitos fracos e irregulares da fogueira, e o tintilar dos talheres nos pratos. Mas estavam tão constrangidos que não conseguiam ouvir nada.

    — Hum… é… Sr. Malfoy. — disse Albus querendo quebrar o silêncio. — Você cozinha bem.

    — Obrigado. — disse Draco na mesma hora enquanto olhava para Albus com malícia. O pequeno Potter se encolheu na cadeira por vergonha.

    — Você e o Sr. Potter… hum… conversaram? — perguntou Scorpius ao pai, interessado. Draco lançou um olhar cortante ao filho que voltou a encarar o prato.

    — Sim. — respondeu Draco. Harry engoliu em seco. — E você e o Albus se divertiram no quarto? — Scorpius corou e, se possível, encolheu ainda mais.

    — Sim. — respondeu Albus. Scorpius chutou sua canela por baixo da mesa e, se Harry e Draco não estivessem ali, Albus iria gritar um palavrão. Draco percebeu o movimento do filho enquanto Harry nem parecia escutar o que estava acontecendo.

    Outros segundos torturantes de silêncio predominaram na sala, e ficaram assim até a refeição se acabar.

    No fim da tarde, quando já estava anoitecendo Harry e Albus foram para casa. Ambos os Potter estavam contentes e tinham um sorriso vitorioso no rosto embora Harry não soubesse o porquê do filho estar tão feliz apesar de Albus souber exatamente o que aconteceu entre ele e o Sr. Malfoy.

    Albus estava contente pois Scorpius prendeu-o na parede depois do almoço. Ao invés de batê-lo, Scorpius disse que o puniria pelo que aconteceu no almoço, e saiu com um sorrisinho depois de beijá-lo.

    Scorpius se parecia tanto com seu pai.

    Já Harry estava feliz porque ele tinha criado coragem e convidado Draco para ir a sua casa (e levar Scorpius junto). Draco aceitou, lhe deu um beijo demorado na bochecha e ergueu as sobrancelhas em deboche ao ver a cara rosada de Harry com o movimento ousado do outro.

    Harry nunca esteve tão animado.

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