Olhando para o espelho, encarando o abismo negro de seus próprios olhos, podia ver o vazio a preencher o seu interior.
Um rasgo mal costurado em sua pele lhe dava a vista para um espaço vago onde deveria estar o seu preenchimento, como o algodão que enche a pelúcia, ou o sentimento que preenche o coração. Mas só se via o ar que enche os balões.
Sentia-se cansada, seus pés feridos pareciam pesar toneladas, mas o seu vazio faltoso de algo lhe dava leveza e fazia com que ela criasse asas.
Como uma flor que brota da noite para o dia, suas asas cresceram em suas costas como magia.
E ela pôde voar.
Voar em busca de algo que a preencha por dentro, algo, um sentimento.
Mas ela era a lua, e refletia no mar de forma tortuosa, era perfeita, mas se via defeituosa. Seu vazio era um cosmo que não podia ser preenchido. Porque a lua não pode amar.
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