História Escuridão Mortal - Acampamento

Jordan pagou as cervejas com três notas amassadas e sujas. O vendedor devolveu algumas moedas como troco e então entregou o saco de papel onde estavam as garrafas de vidro. Poucos segundos depois o rapaz já estava no carro e seguia para a casa de Erica onde iria se encontrar com os melhores amigos. Todos estavam ansiosos para o acampamento e já estavam mandando mensagens para perguntar se iriam viajar logo para a floresta. Jordan ignorou o som do celular e continuou dirigindo o carro velho do pai até chegar diante da simples, porém arrumada, casa da namorada, Erica.

Deixou as cervejas no carro e tocou a campainha. Ajeitou o cabelo curto castanho e ficou encarando os próprios olhos verdes no vidro da porta. Ouviu o barulho do trinco e então Erica apareceu. A garota, de dezoito anos, tinha belos olhos azuis, cabelo longo loiro e era alta. Ela era cobiçada por todos os caras da universidade e Jordan tinha de controlar-se para não entrar brigas por causa das cantadas que era obrigado a ouvir.

- Oi, amor! - Ela deu um beijo rápido no rapaz de mesma idade.

- Oi. Já estão prontos?

- Sim, estávamos esperando você! Camila estava impaciente e te mandou mensagens! -  Ela revirou os olhos.

- Sem problemas. Tive de ouvir meu pai falando sobre comportamento antes de sair de casa, por isso demorei!

- Comprou as cervejas? - Havia malícia na voz de Erica.

- Claro! - Respondeu Jordan enquanto sorria para a namorada.

- E as camisinhas?

- Estão em minha carteira! - Jordan ficou duro só de ouvir a namorada falar a palavra "camisinha". Estava ansioso pelo fim de semana de acampamento para poder transar com Erica até os dois não aguentarem mais. Ambos tinham famílias chatas que ficavam em cima dos dois quando estavam juntos em casa.

- JORDAN! - Gritou Bruno com animação. Ele aproximou-se carregando a mochila velha que levava para todo lado. O rapaz era mais alto que Jordan, além de ser musculoso e ter olhos azuis, pele clara e cabelo loiro ondulado. Alguns achavam que ele e Erica possuíam algum tipo de parentesco, mas eram apenas amigos.

Os dois se cumprimentaram e então apareceu Camila, que estava irritada. Ela era alta, magra, tinha pele escura e cabelo encaracolado. Era muito linda e certa vez Jordan teve vontade de trair a namorada com a amiga, mas soube controlar-se. Por última surgiu Henry, o primo legal de Erica. Ele era muito magro, alto, tinha cabelo e olhos castanhos. Era o cara que entendia tudo sobre games, filmes, séries e internet. Só não era nerd porque pegava um número alto de garotas (e garotos) todo fim de semana. Era o único rapaz do grupo que deixara a barba crescer.

- Comprou as cervejas? - Questionou Camila com seu jeito autoritário.

- Claro! Estão no carro! - Respondeu Jordan.

- Então podemos ir! Eu estava ansioso para que esse fim de semana chegasse logo! - Exclamou Bruno.

- E os cigarros? - Camila interrompeu a felicidade deles mais uma vez.

- Estão no meu bolso. - Respondeu Henry. - Acho que podemos ir!

O grupo então entrou no carro velho. Erica e Jordan foram na frente e os outros três no banco de trás. Jordan ligou o rádio e o grupo ficou rindo, conversando e cantando enquanto o carro seguia pelas ruas da cidade e aos poucos deixava o perímetro urbano. Logo as luzes e as casas foram substituídas por borrões escuros de árvores, arbustos altos e placas da estrada. Alguns minutos depois o caminho já não era asfaltado e tornou-se tortuoso. Camila estava dando risada, pois Henry tinha contado uma piada sobre uma garota que vomitara enquanto chupava um pau. Bruno não riu e achou nojento.

O objetivo deles era chegar até a Fazenda Allanis, um local abandonado que fora construído por um velho irlandês e que fora palco de um assassinato horrível no passado. Ele matou as duas filhas e depois enforcou a mulher. Permaneceu vivo por mais uma semana e então foi encontrado morto no porão da casa. A polícia nunca conseguiu desvendar como ele foi morto. A propriedade então ganhou fama de assombrada e o grupo de amigos queria acampar por lá para tentar registrar alguma coisa fora do comum, além de fumar, beber e fazer sexo. Queriam aproveitar o fim de semana.

Erica não parava de rir enquanto Jordan cantava uma música famosa trocando alguns versos por palavrões. Quando perceberam já estavam diante da porteira destruída da fazenda. Nesse mesmo instante as risadas pararam.