História Esmeralda da Luz - Capítulo 1 - O ataque

1 – O ataque


Os três continuam avançando pela floresta, em silêncio. Daisy nota um certo desânimo em Robert. Então pergunta, quebrando o silêncio:

–Robert, tudo bem?

Nenhuma resposta.

–Robert?

Dessa vez, Robert responde sem olhar para Daisy:

–Você sabe que não...

–Como assim eu sei? – pergunta Daisy, um pouco surpresa.

Robert olha para Daisy dessa vez, e Daisy pode notar a expressão de raiva em seu rosto:

–É claro que sabe! Você diz “voltar pra casa”, mas do que adianta? – Robert abaixa a cabeça – Sabe o que vamos encontrar lá... Você se lembra disso... Com certeza se lembra...

–É, eu lembro... –Daisy também abaixa a cabeça – Mas temos viajado esse tempo todo sem nenhum resultado e já deu pra perceber que vai continuar assim! Além do mais, acho que o nosso lugar é lá mesmo... Pelo menos até termos alguma pista sobre o que fazer.

–Me desculpe Daisy, mas só de pensar naquele lugar já é detestável. Afinal, existem várias lembranças detestáveis sobre aquele lugar...

Daisy não responde nada. A equipe continua caminhando em silêncio, até Robert escutar alguma coisa.

–Escutaram isso?

– O que? – pergunta Katherine, tentando ouvir alguma coisa também, sem sucesso. –Eu não estou ouvindo nada!

–Sei lá, parecia que tinha algo se mexendo nas árvores. Mas nem eu estou escutando mais.

–Deve ter sido só impressão. –diz Daisy. –Em todo caso, vamos ter mais cuidado agora.

O trio avança cautelosamente, até ser surpreendido por um robô.

Um dos robôs era vermelho, com o número 3 desenhado no centro, e dois braços com garras. Havia também algo parecido com uma câmera cinza, com a inscrição A-D, no solo. Todos se surpreendem mais ainda quando essa câmera diz, com voz robótica.

–Alvo Daisy the Light Fox localizado. Iniciar programa de captura Raposa-do-Caos.

Após isso, o robô vermelho tenta atacar Daisy, que se esquiva do golpe com uma pirueta. A câmera apenas observa a luta.

Enquanto Daisy continua se esquivando dos golpes, Katherine conecta seu computador de bolso à câmera e coleta informações sobre ela.

Robert acerta um chute na perna direita do robô, mas surte pouco efeito. O robô continua a atacar Daisy, ignorando Robert, que continua a chutar o robô, sem sucesso. De repente, Katherine grita:

–Robert, chuta o braço esquerdo dele!

Robert obedece. O robô tenta atacar Robert, que desvia e acerta outro chute no mesmo ponto. O robô fica atordoado por alguns segundos, e tomba. A câmera cinza anuncia:

–Unidade 3 danificada. Dois novos inimigos identificados. Roubo de dados. Voltando a base.

O robô e a câmera desaparecem.

–Nossa! –exclama Katherine, impressionada. – Que robôs eram esses?

–Não sei, –diz Robert –mas estavam atrás de nós.

–De mim, você quer dizer– diz Daisy, nervosa. –Katherine, como descobriu que o braço esquerdo era o ponto fraco do robô?

–Baixei alguns dados daquela câmera. Os robôs dessa série A-D são programados apenas para lutar e capturar. A câmera cinza é enviada para coletar dados sobre as batalhas e enviá-las para algum receptor. Ela também guarda informações sobre os robôs. Foi assim que consegui todas essas informações.

–Ta, – diz Daisy, interrompendo a explicação. – mas aquela coisa disse algo sobre “programa de captura Raposa-do-Caos”. O que é isso, afinal?

–Pelo que descobri, Raposa-do-Caos é um programa cuja finalidade é sugar a energia das sete Esmeraldas do Caos.

–Esmeraldas do Caos? Não são aquelas jóias místicas que segundo a lenda contem um enorme poder e estão escondidas em algum lugar de Mobius?

–Exato. Aqui estão elas.

Katherine aperta alguns botões em seu computador. Então surge na tela uma imagem de sete jóias nas cores vermelha, azul, amarela, verde, branca, turquesa e violeta. Ao fundo, uma grande jóia verde semelhante às outras.

–Eu lhe apresento as sete Esmeraldas do Caos e a Esmeralda Mestre! – diz Katherine, com entusiasmo.

–Esmeralda Mestre?

–É. A Esmeralda Mestre é a mais poderosa de todas as oito. Muito pouco se sabe sobre ela. –Katherine faz uma pausa. –De alguma forma, o programa Raposa-do-Caos tem a ver com as esmeraldas e... com você, Daisy.

–Mas o quê? O que eu tenho a ver com as Esmeraldas do Caos?

–Isso eu não sei. Muitas informações sobre o programa estavam bloqueadas.

–Peraí! –interrompe Robert. – Se as informações do programa estavam bloqueadas, porque as outras não estavam?

–Eu não sei. Parecia que estavam desbloqueadas de propósito... Portanto, há uma boa chance de estarmos sendo... enganados.

–Por que não disse antes? Isso me deixa bem mais tranquilo! Isso tudo deve ser invenção de algum cientista louco por aí. – Robert olha para o céu. – Já ta ficando tarde. É melhor a gente acampar e continuar amanhã.

As garotas concordam.

É noite. Katherine e Robert dormem em seus sacos de dormir. A única acordada é Daisy, que ainda pensa sobre os últimos acontecimentos deitada em seu saco de dormir.

– “Esmeraldas do Caos... O que será que elas tem a ver comigo? E quem será que construiu aqueles robôs para me atacar? E por que tenho a sensação de que já vi aquele robô antes? – Daisy olha para Robert. –Robert disse que tudo isso não passa de uma invenção, mas, não foi o que pareceu pra mim. Pra mim, tem alguma coisa estranha por aqui, e eu vou descobrir! Mas é melhor relaxar e dormir agora...”

Daisy adormece.