O clima em Ilha Nakarai estava bastante agradável para o horário, era aproximadamente seis horas da noite quando decidiram jantar. Resolveram montar a mesa do jantar no lado de fora da cabana. O espaço do quintal era grande e confortável, o chão era de madeira de um tom mais claro, coberto por areia e pequenas plantas que teimavam em crescer ali. Os magos tiveram a idéia de fazer uma espécie de cobertura cheia de plantas para fazer de “teto”.
Não se havia passado meia hora quando começou a ventar forte e o tempo começava a fechar. A típica chuva de verão estava se aproximando em Nakarai e elas por sua vez, são extremamente fortes. Segundo os moradores da região, as gotas de chuvas são como as lágrimas das sereias e o mar agitado é a sua fúria.
Mesmo aos resmungos, os magos tiveram que se agrupar na sala. A cabana era feita com um material mágico excepcionalmente feito para estas ocasiões. Juvia ficou um pouco desconfortável com a forte chuva, ela se sentia “culpada” pela tempestade. Obviamente que Nakamas foram lhe confortar. Juvia não causava mais as chuvas faziam-se um bom tempo.
Passados mais ou menos uns trinta minutos, a chuva e o temporal ainda não havia parado. Natsu e Gray inventaram um jogo: quem agüentar o elemento oposto ganha... O que ganha exatamente ninguém sabe, mas, na hora era a coisa mis divertida. Natsu fazia uma pequena bola de fogo e o Gray segurava e vice e versa. Erza e Mira preparavam um delicioso bolo para passar o tempo também e Levy lia um livro enquanto Lily cochilava em seu colo até que...
A energia acabou...
Lucy – Ah! Era só o que faltava! - estava sentada nos degraus da escada que levava até os quartos ao lado de Wendy e Charlie quando tudo ficou no escuro.
Natsu – Eu dou um jeito... – o mago improvisou uma tocha em sua mão, mas, iluminava parte da sala, mas em algum momento ele se cansaria.
Mirajane – Erza me ajude a localizar velas ou algo parecido. Laxus querido me ajude também. – disse após tirar o bolo recém pronto do forno.
Laxus – Tá bom... – bufou.
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Em meio á chuva forte, um vulto preto bate intensamente na porta de vidro da sala, claro que ninguém esperava por uma visita naquela situação.
Gray – Quem é?
??? – É o Jellal, pelo amor de tudo é que sagrado abrem isso! – seu apelo foi atendido após Elfman, que estava próximo a porta, a abriu e fechou em segundos. – Obrigado! Muito obrigado!
Erza – Jellal!? O que faz aqui?
Jellal – Eu queria te ver e... Bem... A chuva foi mais rápida... – mesmo com a pouca luz que emanava do braço já cansado, de Natsu, era possível imaginar uma Erza totalmente corada e sem jeito.
Erza – B-Bem... Tom-Toma – e jogou uma tolha de mesa para ele se secar
Jellal – Obr-Obrigado, eu acho...
Mirajane – Achei! – gritou a albina com varias velas em mãos. – Vamos acendê-las e assim, daremos um descanso ao Natsu.
E assim foi feito, aos poucos, a cabana foi ficando mais clara. Lisanna e Evergreen acabaram dormindo no sofá maior, Natsu e Gray voltaram a sua pequena competição, Gajeel não aparecia na sala já havia um bom tempo, Levy podia sentir em seu colo Lily tremendo muito por causa dos trovoes e raios que explodiam do lado de fora. A cada cinco minutos Lucy encara Natsu e depois parava e assim foi até que ele percebeu, já que ele estava praticamente de frente para ela, encostado em uma espécie de balcão que separava a sala da cozinha.
Natsu – Está tudo bem Luce? – perguntou, ainda fazendo o joguinho.
Gray – Vou parar de jogar. – disse em um tom entediado. – Amanha terminamos isso ai. – E saiu, indo em direção as escadas e quando ficou ao lado de Lucy, deu uma risadinha e depois seguiu para o quarto dos rapazes. Lucy odiou a risadinha.
Lucy – Tonto. – murmurou. – Estou bem sim Natsu, só estou entediada.
Natsu – Quer brincar disso também? – e fez uma pequena bola de fogo.
Lucy – De jeito nenhum! Isso pode me machucar.
Natsu – Ah ta, foi mal... Ahn Lucy? – foi se aproximando, sentando ao lado dela. Wendy e Charlie também haviam ido dormir.
Lucy – Hm?
Natsu – É que... – antes mesmo de o mago terminar a frase, uma luz alaranjada surge de frente para eles.
Lucy – Loke?
Loke – Boa noite á todos! – saudou e depois, olhou com cara feia para o casal a sua frente. – Vejo que estão “ocupados”. – falou com desdém.
Lucy – Não estamos “ocupados” – retrucou.
Natsu – O que faz por aqui? – perguntou meio confuso.
Loke – Vim fazer algo que já deveria ter feito há muito tempo! Lucy! – puxou gentilmente a mão da maga estelar e segurou. – Eu preciso dizer isso, nem que seja na frente de todo mundo daqui... Que eu... Que eu... – os poucos que sobraram na sala observavam curioso com a declaração do Espírito Estelar.
Levy – Essa eu quero ver... – murmurou a jovem maga para si mesma. Era como os livros que lia. Seu estilo clichê favorito: triangulo amoroso.
Lucy – Loke...?
Loke – Eu te amo... É isso, eu realmente amo você. – assumiu, ainda a olhando atentamente. Natsu ficou em silencio. – Desde que você me salvou da punição desde a aquele vez eu... Eu... Eu não quero perder você como eu perdi a Karen...
Lucy não disse nada, apenas o encarou e depois encarou Natsu quieto e com uma expressao seria. Ela teve seus cinco minutos de surto e saiu correndo, empurrando Loke ou qualquer coisa que teria em sua frente. Foi em direção ao temporal e ignorou os apelos para ficar. Natsu e Loke correram atrás dela. Apenas os dois, os que ficaram acharam melhor que esta “busca” deveria ser afeita por eles. Elfman, Laxus e Jellal cogitaram em ajudar, mas foram impedidos por Mira.
Mira - Somente eles deverão resolver este assunto meninos. Lucy ficará bem. – todos assentiram.
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Lucy corria sem olhar para onde ia, em meio á escuridão e chuva, ela acabou surtando com os sentimentos de Loke e os seus e os dos Natsu juntos. Ela tropeçara muitas vezes e quase não enxergava. Na ultima vez que tropeçou nos galhos da trilha que levava até o aos bangalôs do Hotel, ela viu um pequeno bangalô com as luzes ainda acessas. Seguiu em direção á luzes misteriosas, quando chegou à fachada do bangalô, bateu na porta desesperadamente.
Lucy – Por favor, me deixe entrar. – não deu nem dez segundos que bateu a porta se abriu, e para o alivio da maga, era alguém conhecida. – ò graças a Mavis, Carl!
Carl – Lucy entre, por favor... – a maga entrou no bangalô aconchegante, inteiramente feito de madeira mais clara. A sala também era acoplada a cozinha o que o tornava menor, afinal, é uma casa onde uma pessoa morava. As paredes tinham pinturas marítimas, como oceano, peixes exóticos e uma pintura muito bonita da margem da praia ao por do Sol. Carl trouxe-lhe uma toalha seca e algumas roupas. – Estas roupas eram da... Mizune... Eu acredito que sirvam em você.
Lucy – Obri-Obrigada. – agradeceu um pouco constrangida. – Você é muito gentil.
Carl – Obrigado. – corou um pouco ao ver o corpo molhado de Lucy. A roupa molhada estava marcando o corpo esbelto da loira que quase que imediatamente foi ao quarto se trocar.
Após alguns minutos depois, Lucy apareceu com um vestido todo azul-claro e com uma fita preta um pouco acima do quadril. O decote era desenhado em forma de “u”, não a deixando vulgar. Era um vestido modesto, porem muito bonito. Assim como Juvia, Mizune amava a cor azul.
Lucy – Obrigada Carl, nem sei como te agradecer.
Carl – Não se preocupe... Mas, me ajude a entender o que é que você está fazendo aqui numa hora dessas e nesta chuva... – encostou-se na pia da cozinha de frente para Lucy. A maga ficou ainda mais envergonhada ao lembrar o porquê de sua “fuga”.
Lucy – Bom, resumindo, eu entrei um colapso amoroso, digamos assim.
Carl – E...? – insistiu curioso.
Lucy – E que eu estou em meio á um triangulo amoroso! – quando respondeu nem a própria conseguiu acreditar no que disse.
Carl – Ah! Os triângulos amorosos são um tipo de problema bem peculiar. É interessante a capacidade do ser humano de amar duas pessoas, ou ser amada por duas pessoas. Você poderia me dizer quem são os “felizardos”?
Lucy – Natsu e Loke... – respondeu, mas, estava muito envergonhada.
Carl – Ambos são seus amigos... Ambos da mesma Guilda, Ambos te amam...
Lucy – É... E também... Pera... – começou a pensar no que Carl quis dizer com “ambos te amam”. – Co-Como assim? O-O Natsu... – ficou tão vermelha quanto os cabelos de Erza.
Carl – É evidente... Por favor, responda sinceramente as minhas perguntas e você mesmo vai perceber isso.
Lucy – Tá bom...
Carl – Ele te faz rir com coisas idiotas?
Lucy – Hm... Sim...
Carl – Ele sempre te convida a fazer missões com ele?
Lucy – Sim... Às vezes umas missões bem estranhas... – analisou.
Carl – Ok, só mais duas... Ele te deu algum tipo de apelido?
Lucy – Ele me chama de “Luce” às vezes...
Carl – Ele sempre fez de tudo para te proteger?
Lucy – S-Sim... – as voz falhou quando finalmente a ultima pergunta foi feita. Realmente, o Natsu amava Lucy.
Carl – Então, ele te ama. – respondeu alegremente.
Lucy – Mas... E a Lisanna...? É o amor de infância dele...
Carl – Disse bem... De infância. Lisanna pode ser para sempre o primeiro amor da vida dele, mas, o amor da vida dele é você Lucy. Deveria ser ele falar isso, mas já que você surtou e correu floresta a fora. Alguém deveria dizer isso. – era notável que a chuva já se acalmara um pouco, assim como o coração de uma maga confusa.
Lucy – Mas, enquanto ao Loke? Eu gosto muito dele também, ele sempre me protege, sempre quer o meu bem...
Carl – Só você poderá esclarecer isso agora. Acho que seria melhor você descansar um pouco... Venha, pode deitar na minha cama. – e a puxou gentilmente pelo pulso indicando o caminho.
Lucy – E você? Não vai dormir?
Carl – Durmo na sala, não tem problema... – respondeu apontando para o sofá feito de madeira com um forro da cor creme. – Bons sonhos Sra. Heartifilia.
Lucy – Obrigada Carl, você é realmente muito gentil, Mizune é uma mulher de sorte. – assim que entrou no quarto deitou-se na cama confortável, aparentemente do mesmo estilo da cama de casal onde Mira e Laxus dormem.
“Mizune era uma mulher de sorte”, pensou tristemente. Ele não contou o que realmente aconteceu naqueles dias. E talvez, não irá contar tão cedo para alguém.
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O dia seguinte amanheceu belo. O céu estava claro, sem indícios que na noite passada havia caído uma tempestade. Lucy havia dormido a noite inteira, não teve sonhos ou pesadelo. Acordou um pouco confusa e seduzida pelo cheiro que vinha da cozinha. Carl preparava o café da manhã e estava acompanhado de duas visitas...
Lucy – Lo-Loke...? Na-Natsu?
Loke – Minha linda flor! Fiquei tão preocupado!
Natsu – Luce nunca mais faça isso! Por favor... O Carl nos avisou onde você estava...
Lucy – Quando você fez isso Carl?
Carl – Bom, assim que você adormeceu e consegui encontrá-los aqui por perto. Pedi para retornassem hoje cedo. Acho que na volta deverão conversar sobre aquilo. Certo? – e piscou para a loira. Loke e Natsu não gostaram muito desta “piscada” do rapaz.
Lucy – Certo... – respondeu um pouco mais confiante. – Vamos?
Natsu – Mas o cheiro desse ovo tá muito bom...
Carl – Podem ficar para tomar café, logo terei que ir ao Hotel ver como as coisas estão.
Lucy – Natsu vamos tomar café lá na cabana, primeiramente precisamos resolver... Alguns assuntos pendentes...
Loke – Por mim tudo bem...
Natsu – Ah... Tá bom... Vamos!
Lucy agradeceu á hospitalidade, e seguiu, juntamente com Loke e Natsu para a cabana em que estão hospedados. Ficaram em silencio grande parte do caminho. Natsu encaravam Loke algumas vezes e depois observava Lucy caminhar em silencio. Quando faltava pouco para chegar ao destino, Lucy parou. Respirou fundo e virou-se para ver Loke e Natsu ansiosos.
Lucy – Loke... Eu queria falar em particular com o Natsu... Podemos conversar depois? Eu mesmo te invocarei... – mesmo fazendo uma cara de desgosto, ele aceitou e retornou ao Mundo dos Espíritos. – Natsu, preciso ser direta neste assunto... – falou com ele, quase sendo impossível olhar diretamente nos olhos castanhos do rosado.
Natsu – O que foi? – perguntou, “inocentemente”.
Lucy – O que você sente por mim? Não como Nakama, algo há mais que isso...
Natsu – Bem... Eu... Ahn... Como posso dizer...? – ficou brincando com as pontas de seu cachecol, um pouco envergonhado. Mas, respirou fundo. E a olhou nos olhos.
Lucy – Simplesmente diga Natsu...
Natsu – Eu me apaixonei por você, Luce...
Continua...
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