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História Esperançar - Extra 1


Escrita por: _hobisunshine

Notas do Autor


Oi, gente. Ai está o primeiro extra, é JiKook. Quem não gosta, não precisa ler. Quem gosta, boa leitura e vejo vocês nas notas finais?

Não revisei, perdoem os erros.

Capítulo 53 - Extra 1


Fanfic / Fanfiction Esperançar - Extra 1

Yoongi organizava pela quinta vez na mesma semana, os papéis que normalmente só ganhavam um destino no fim da montagem da edição mensal. Não havia um espaço daquele escritório que não tivesse um brinco, nem um funcionário que não sofresse com seu mau humor constante. E era tudo por causa de Hoseok.

Passei sem falar nada, deixando para lá aquela tentativa frustrada de fingir que tudo ficaria bem. Carregava a xícara de café em mãos, sentando no canto, na mesa pequena destinada a mim. Adicionei algumas colheres de açúcar, tentando dosar a ira que descarregava naquela função. Ninguém além de nós – nosso grupo de amigos – sabia por que o Min estava uma pilha, chegava a ser ridícula a forma como a volta daquele infeliz mexia com todos.

Yoongi, sem sombra de dúvidas, sempre seria o mais afetado. Parecia uma bomba-relógio, cada minuto ao lado dele passou a ser perigoso. Eu sofria muito mais, porque além de colega de trabalho e subordinado, ainda tinha grande sentimentos pelo branquelo sem coração.

— Você pode parar com essa droga de barulho? — gritou, se referindo ao tintilar da colher com a xícara. — Se vai beber essa droga, beba. Se não vai, apenas pare.

— Qual o problema com você? É só um café! — acabei gritando de volta.

— Desculpa, Kook. Eu... Me perdoe. Minha cabeça ta’ cheia, a revista ta’ uma bagunça e eu não sei como lidar com isso.

— A revista ou é você que está uma bagunça?

Ele parecia um garotinho perdido, visivelmente atordoado levou as mãos pálidas até os lábios, deixando o olhar desesperado desviar de mim para os papéis na mesa. Tive pena, as coisas estavam mesmo difíceis. Foi lentamente afundando o rosto entre as palmas, como se quisesse se esconder e eu assistia tudo àquilo com uma queimação no peito.

— Você vai ao jantar no sábado à noite? – resolvi tocar no assunto do incomodo, visto que ele precisava desabafar e nunca daria o primeiro passo.

— O quê? — saltou no lugar, me encarando sem jeito. — Bem... Hum. Não quero falar sobre isso, você devia estar trabalhando.

— Você vai?

— Jeon. Por favor, faça o seu trabalho.

— Ele chegou há dois dias, disse que queria ver todos.

— Eu não vou, ta’ legal? Pode parar de falar sobre isso? Já basta Namjoon e Seokjin, quero ter paz pelo menos no meu trabalho.

— Sabe, hyung. É bem triste ver que ainda não superou tudo que aconteceu enquanto Hoseok seguiu com a vida dele — deixei aquilo escapar com mais ira do que o esperado.

Sempre achei que um dia ele deixaria passar, que fosse ser curado e que seria questão de tempo até que pudesse amar livremente outra vez – no caso, me amar. Mas apenas a notícia da volta daquele homem tirou tudo dos eixos, deixou Yoongi atordoado e me apresentou a mais cruel realidade: eu nunca teria uma chance.

Hoseok ganhava de mim sem nem fazer nada, apenas a menção do nome dele acabava com nossa proximidade de anos. Meu chefe chegou a murmurar algo em resposta, mas saí e bati a porta antes de poder ouvir. Acabei deixando o café fresquinho para trás.

 

 

 

 

 

[...]

 

 

 

 

No mesmo fatídico jantar tive conhecimento que Park Jimin seria a única coisa boa naquela situação toda, ele não precisou de mais que um sorriso para ganhar minha simpatia. Nem mais do que umas perguntas inocentes para ganhar minha solidariedade. O ruivo havia caído de paraquedas ali, era o único a não saber de nada. Absolutamente nada.

Com o passar do tempo deixou de ser segredo para mim e os outros que Hoseok tentava desesperadamente contato com o Min, que certamente logo, logo cederia às investidas nada sutis do ex. Eu só conseguia pensar o quanto fui estúpido, pior, o quanto sofreria com tudo aquilo se concretizando bem debaixo do meu nariz.

Além de SoonKyu e eu, havia um inocente no meio de todo esse fogo cruzado e sujeira do passado. Jimin, porém, estava em desvantagem, não sabia que Yoongi sempre foi a verdadeira obsessão de Hoseok. Tanto que quando se conheceram, eles automaticamente ficaram próximos. Chegava a ser engraçada a cena dos dois juntos, o Park doava afeto ao inimigo.

Diferente de mim, o recém-chegado parecia muito animado e ansioso para o jantar de noivado de nossos amigos. Parece que seria o próprio. E levando em conta os acontecimentos recentes, não conseguia imaginar aquilo realmente acontecendo um dia. A simples ideia já me fazia querer cuidar ainda mais dele. Já seria dolorosa uma traição de um namorado, com um noivo torna tudo pior.

— Você acha que ficou bom, Kookie? — saiu da cabine procurando por mim, passava as mãos por um blazer negro. — Ou eu devo usar terno e gravata?

Tentei me manter indiferente e apenas concordei em um aceno, respondendo algumas mensagens no celular.

— Ei, eu trouxe você aqui para me ajudar — os dedos gordinhos interromperam minha visão da tela. — Olhe para mim.

— Tanto faz, hyung. Qualquer um ta’ bom.

— Qualquer um não, Jeon Jeongguk. Eu quero algo especial.

— Você vai ficar lindo com qualquer coisa, hyung.  Qualquer peça daqui ficaria muito bem em você. Pode ir com um pano velho enrolado no corpo que eu irei te achar um dos caras mais bonitos daquela festa.

Ele baixou a cabeça, escondendo o rosto, mas pude ver as orelhas tornando-se um vermelho vivo bem parecido ao do cabelo. Adorável. Fiz um carinho nos fios sedosos, descendo até o queixo para fazer com que me olhasse.

Fui encarado e percebi que até mesmo os olhos dele eram amáveis, além de passarem a impressão que poderiam ver tudo que eu escondia. Sorri e acarinhei a bochecha gordinha com o polegar, desviando o olhar porque aquilo se tornou demais para mim.

— Não sou o mais bonito porque Yoongi hyung vai estar lá, não é, Kookie? — ele sorria compreensivo, mas meus olhos se arregalaram. — Eu não sou bobo, consigo ver a forma que você olha para ele.

E deu as costas, entrando no provador para tirar a peça que nem reparei. Estava tão em choque que permaneci no mesmo lugar, com a mão ainda no ar e a maior cara de imbecil do mundo. Sempre achei que guardasse bem meus sentimentos, mas Jimin parecia um passo a frente em tudo.

— Isso tudo é um pouco errado, Jeon. Ele tem uma namorada.

— É complicado... — cocei a nuca, fechando os olhos com força.

— Ei, eu não vou te julgar, nem contar para ninguém — afastou o pano, colocando apenas a cabeça para fora. — Você pode confiar em mim para conversar, sobre qualquer coisa. Deve ser pesado carregar tudo isso.

— Você nem faz ideia.

— Eles parecem um casal fofo. Mas eu torço por você, sempre.

— Queria não sentir tudo isso, queria não amar alguém que ama outro — falei com certo pesar, me referindo à Hoseok, mesmo que Jimin não fizesse ideia. — Eu decidi que é hora de esquecê-lo.

— O que te fez mudar de ideia?

— Eu percebi que nunca teria uma chance, ele nem me enxerga como uma opção.

— Ah, se é assim eu vou ajudar.

— Com o quê? — perguntei divertido quando saiu saltitante da cabine.

— A esquecer ele, oras — balançou a cabeça para tentar organizar os fios. — Dê um tempo daquele hyung. Vocês estão todo o tempo juntos, é por isso que não consegue seguir em frente.

— Você fala como se fosse fácil.

— Peça uma folga, mete a cara nos trabalhos como fotógrafo. Respire um pouco daquela revista, vamos sair mais vezes — segurou meus ombros, fazendo com que lhe encarasse. —Ei, ânimo.

— Estou bem, sério, hyung.

— Nós vamos passar mais tempo juntos a partir de agora, vou fazer tudo por você. Promete que vai me ajudar a te ajudar.

— Eu prometo.

— Isso é música para meus ouvidos — brincou com meu cabelo enquanto sorria. — Agora comece me ajudando a escolher uma roupa.

 

 

 

 

 

[...]

 

 

 

 

 

Jimin inocentemente fazia tudo por mim, salvando um pouco de si mesmo no processo. Ele ficava longe da raposa que o noivo era, e eu esquecia cada vez mais o Yoongi hyung. Não havia deixado de amar, o sentimento impertinente ainda continuava no mesmo lugar, cutucando fortemente meu peito cansado. No entanto, as coisas não mais giravam em torno disso.

Yoongi nem mesmo era mais minha primeira opção, para absolutamente nada. Jimin passou a ser oficialmente minha melhor pessoa no mundo. Com o passar dos meses permitiu que eu me aproximasse, chegando mais longe do que jamais conseguiria com qualquer outro.

Presença assídua em meu apartamento, o baixinho até fizera amizade com meu porteiro e alguns dos meus vizinhos. Além disso, os toques entre nós eram frequentes, a definição de espaço pessoal não cabia em nossa amizade, nós viramos um só. E isso sem maldade alguma, sentia apenas como se Jimin fosse meu irmão mais velho.

— Kookie... — ele chamou manhoso, mas não desvie os olhos da tela, do que estávamos jogando. Apenas murmurei em resposta. — Tem alguma coisa acontecendo, não tem?

— O quê?

— Com vocês. Eu não sei, sinto que você e seus amigos estão sempre escondendo algo de mim.

— Por que acha isso? — finalmente pausei o jogo, deixando o controle descansar no tapete para encara-lo.

— Sabe, dongsaeng, eu não sou nenhum bobo. Você está sempre me afastando deles, querendo que sejamos apenas nós dois o tempo todo. Outro dia peguei Namjoon hyung e o Hobi cochichando. Eles estão sempre fazendo isso pelas minhas costas, eu sei que tem algo... Só quero saber se tem a ver com o Yoongi hyung.

Incapaz de responder, muito menos mentir, apenas desviei o olhar e procurei um dos diversos salgadinhos que compramos. Por mais que não estivesse com fome, achei melhor ocupar minha boca naquele momento.

— Pela sua cara, acho que a resposta é sim.

— É difícil...

— Depois do jantar de noivado dos meninos tudo ficou tão esquisito, principalmente o Hobi. Agora ele simplesmente decidiu viajar com o Yoongi hyung por uma semana para resolver problemas da família dele e todo mundo está agindo como se isso fosse a coisa mais normal do mundo. E não é, Kookie. Não é.

— Está com ciúme do Yoongi, Jiminie? — tentei forçar uma piada, mas o rosto dele continuou fechado.

— Não é ciúme, eu só sinto que não posso confiar nele. Estou com um mau pressentimento sobre essa viagem. Me parece... Errado de tantas formas que nem sei dizer. Quero confiar no meu noivo, mas é tudo tão complicado.

— Esse assunto não é meu, sabe? Não tem que ser eu a te contar isso, sinto muito.

— Mas tem algo muito errado, não é? — perguntou curioso e apenas concordei em um aceno bem lento. — Eu sei que posso confiar em você, Kook. Entre todos os outros, é o único que se importa verdadeiramente comigo.

Sorri com a afirmação, jogando-me em cima de Jimin que riu baixinho e docemente. Nem parecia que há minutos atrás estava tão tenso quando rolamos em meu tapete e apenas gargalhou de forma gostosa, me chutando para longe com aqueles pés pequenos.

Hoseok e Yoongi realmente estavam sendo óbvios, só nunca pensei que Jimin enxergaria aquilo com tanta facilidade. Pedi que passasse esses dias comigo para que não pensasse muito, também para que não se sentisse solitário. Além do mais, o meu apartamento virou um lugar totalmente sem vida sem as gargalhadas contagiantes dele.

 

 

 

 

 

[...]

 

 

 

 

Assim que Hoseok tomou vergonha na cara e terminou com Jimin, pensei que ao menos tivesse sido sincero, mas isso não aconteceu. Apenas um tempo depois os dois vieram a conversar, sendo assim, meu amigo baixinho tinha conhecimento de tudo. Esperava que fosse uma situação complicada para digerir.

O que não esperava é que fosse guardar rancor de todos, como se fossemos cúmplices das traições. E eu nunca pensei que fosse ficar tão desesperado com alguém me deixando de lado. Nem Yoongi conseguia trazer felicidade quando chegava ao escritório, estava sofrendo com aquele gelo todo.

Cheguei a perder noites do sono e só sabia falar sobre Jimin às pessoas com quem dormia, três de três disseram que estava apaixonado, mas não podia ter ouvido coisa mais absurda em toda a vida.

Mesmo assim, depois de encher a cara e transar até perder as forças em minhas pernas, eu ainda pensava nele. Foi por esse motivo que fui até o apartamento dos dois, poucas semanas haviam sido castigo o suficiente. Bati na porta com força, gritando o nome do Jimin. Parei apenas quando a cabeleira ruiva apareceu.

— Jeon? — indagou baixinho e tive uma maldita vontade de beijar aqueles lábios fartos.

— Kookie, me chame de Kookie — disse arrastado e ele riu de mim. — Ainda ri da minha desgraça, seu anão miserável — escondi o rosto, passando minhas mãos com força nele. — Eu senti sua falta.

— Eu também senti sua falta.

— Desculpa ter vindo aqui depois de beber tanto, mas nós precisamos acabar com isso.

— Sim, precisamos. Entre, vou te fazer um café e nós conversamos.

Conversar era a última coisa que queria naquele momento, mas deixei meus sapatos na entrada e entrei cambaleando. As fotos do casal ainda estavam espalhadas pela sala mesmo depois do término e reclamei em alto e bom som, mas Jimin não pôde ouvir por ter andado muito rápido. Ao chegar até a cozinha achei melhor que fosse assim e decidi guardar aquele incômodo para não gerar mais uma briga. Corri até aqui para conversar.

— Você não toma jeito, não é? Pare de beber tanto.

Ri me sentindo mais leve e sentei num dos bancos altos que rodeavam o grande balcão.

— Você vai ao jantar do Tae? — aquilo foi a única coisa que me veio em mente, então me senti patético. — Todos nós sentimos sua falta.

— Ele me ligou ontem, nós conversamos. Eu tentei falar com você, dizer que estava tudo bem, mas o seu celular nem mesmo chamou.

— Ah, isso... — cocei a nuca. — Eu quebrei ele.

Havia quebrado o aparelho porque ficava encarando as fotos de Jimin nas redes sociais, mas ele não precisava saber disso. O ruivo riu baixinho e eu quis apertar aquelas bochechas fofas. Nenhum adulto podia ser tão infantil, aquele homem não podia ser real.

— Kookie... Está tudo bem entre nós, de verdade? — me encarou quando estendeu a xícara e concordei freneticamente, fazendo-o rir mais uma vez. — Eu senti tanto a sua falta. Mas taaanto.

Jimin estendeu a vogal da última palavra, dando a volta no balcão que nos separava para me abraçar. Eu apertei os braços em volta dele, encaixando-o entre minhas pernas. Minhas mãos apertavam com força o pano do pijama e eu afundava o nariz naquele cabelo tão sedoso.

— Ah, Jimin. Meu apartamento não é a mesma coisa sem você, parece que aquela casa é mais nossa do que minha.

— Eu sinto mesmo falta de tudo lá — afastou-se minimamente para me encarar. — Principalmente das nossas tardes de jogos e filmes. Nossa, nem sei mais o que é diversão. Além dos mais, sou o único que arruma aquele lugar, né.

E ele riu mais uma vez, fazendo os olhos mais inchados pelo sono se fecharem. Droga, tão lindo. Tão lindo. O rostinho estava todo amassado, eu sem dúvida alguma o tirei de um sono bem gostoso e não me arrependia daquilo.

Percebendo que o encarava demais, Jimin tentou se afastar, mas eu o puxei para perto, dessa vez pela cintura e colei nossos troncos. Ele deu um pequeno pulo, apertando minha camisa por reflexo. Droga, como pude me enganar por tanto tempo? Eu o queria, queria mais do que já quis alguém um dia. Ri com o pensamento e fui olhado como se fosse maluco.

— O que você está fazendo, seu dongsaeng esquisito?

— Jimin — fechei o sorriso, agora ficando de pé. — Seria estranho eu dizer que quero muito te beijar agora?

Jimin parou por um segundo, encarando-me para buscar qualquer resquício de brincadeira ou vacilo em minha voz. No entanto, me mantive firme (o mais firme que alguém bêbado consegue ser) e o baixinho não negou o contato quando me aproximei. Pelo contrário, as mãos pequenas e gorduchas afundaram em meus fios e ele aprofundou o que seria apenas um selar.

 

 

 

 

 

[...]

 

 

 

 

Depois do beijo eu e Jimin passamos a ser mais próximos do que antes, ainda mais próximos que namorados. Ele ficava mais tempo em minha casa do que no antigo apartamento que antes dividia com o ex e eu me tornei o cara mais feliz de toda Coreia.

Os trabalhos antes desgastantes nem pareciam grande coisa. Yoongi hyung passou a se tornar mais disperso e se afundou mais na própria bolha e todo mundo sabia o porquê. Mas não ousei falar nada, ele e Hoseok não eram mais um problema meu. Minha saúde mental agradecia a presença de Jimin.

Quando terminei tudo que me foi ordenado, praticamente fugi e acabei encontrando um ruivo distraído a minha espera. Rodeei o banco da recepção onde ele estava sentado, cobrindo os olhos pequenos com minhas mãos. As dele bem quentinhas cobriram as minhas, para depois agraciar meus ouvidos com sua risada baixinha.

— Quem será? — perguntou em uma falsa curiosidade.

— Ah, talvez o homem dos seus sonhos.

Falei em uma tentativa de brincadeira, mas aquilo enrijeceu o corpo pequeno em minha frente e ele deu fim à nossa proximidade levantando. Franzi o cenho e o baixinho indicou a porta, por onde saímos em silêncio.

Andamos até o meu apartamento, que graças ao que era mais sagrado não ficava muito longe da revista. Toda aquela falta de palavras estava me dando nos nervos. Assim que chegamos Jimin sentou em meu sofá lentamente, parecendo deslocado, diferente de como fazia antes.

— Ok, você está estranho. Desembucha de uma vez.

— Eu nem sei por onde começar — se encolheu.

— Comece sendo sincero, por favor.

— Serei, mas primeiro sente aqui.

— Fale.

— Primeiro sente, eu trouxe nossa comida.

— O quê? — minha voz saiu mais fina do que queria. — Park Jimin, diga.

— Vai ficar frio, precisamos aproveitar tudo agora.

— Eu não quero droga de comida nenhuma! — gritei, vendo ele se encolher ainda mais em sinal de culpa. Aquilo me encheu de raiva. — Pare de enrolar, só de diga de uma vez.

— Kookie... Não é tão fácil.

— Apenas diga, Jimin. Droga!

— Eu resolvi voltar com o Hoseok — soltou tudo rapidamente, me fazendo arregalar os olhos. — Ele foi em casa, eu pedi que conversássemos e acabou que a gente se beijou. Hobi disse que estava triste, mas que nós podemos recomeçar, que eu-

— Ele está usando você, Jimin! — disse irritado, interrompendo o falatório. — Como pode ser tão estúpido? Qual o problema com a cabeça de vocês? Está usando você porque o Yoongi hyung não deixou tudo para ficar com ele, você é a droga de uma segunda opção para aquele babaca.

— Que seja... — baixou a cabeça com certo pesar.

— Você merece muito mais do que ser a segunda opção de alguém.

— Pelo menos sou uma opção. Eu o amo, você sabe como é.

— Como é ser um estúpido de marca maior? Não, eu não sei.

— Não fale assim — disse choroso. — Duvido se Yoongi aparecesse e pedisse que ficasse com ele, você não abriria mão de tudo. Inclusive disso que nós temos.

Virei e dei um soco na parede, assustando-o. Não conseguia acreditar que aquilo estava acontecendo, não com Jimin. Yoongi havia perdido qualquer pingo amor próprio e se arrastava aos pés de Hoseok, tudo bem, todos nós sabíamos disso. Mas Jimin era novidade.

— Não, não abriria. E sabe por que, Jimin? — perguntei virando para ele que negou com a cabeça. — Porque eu te amo.

— Você...? — Jimin ia continuar, mas deixou morrer.

— Sim, sou ainda mais imbecil do que você. Agora sai.

— Não, espera. — Ele levantou exasperado, correndo até mim. — Por que nunca me disse isso antes? Eu... Kookie... Droga! Eu...

— Você não precisa fingir algum sentimento por mim apenas para se sentir melhor, está tudo bem. Só vá embora e acabe com esse momento tão constrangedor.

 

 

 

 

[...]

 

 

 

Com toda a confusão que meus sentimentos se tornaram, não queria encarar ninguém. Me afastei o quanto era possível de Yoongi, meus outros amigos, até dos casos sem importância. Meu coração precisava de um descanso de todo aquele peso, eu precisava me liberar de toda aquela amargura.

Passei uns dias maldizendo Hoseok, odiando-o, mas precisei encara-lo de novo em nossos encontros e no casamento de Jin e Namjoon. Não foi fácil, foi bem desconfortável na verdade, principalmente porque o noivo dele ficava no meu pé e tentava conversar quando tudo que eu queria era que eles sumissem.

Desde que expulsei o Park do meu apartamento, não nos falamos mais e o único com quem dividia o peso era Taehyung. Meu primo ouvia minhas lamentações de porre bem chato sem reclamar uma única vez, estava pagando pelas vezes que fiz aquilo por ele no passado, inclusive por causa do próprio Jung.

— Ali, aquela mesa está vaga — Taehyung apontou para um lugar que milagrosamente tinha sido liberado no pub lotado.

Resolvemos sair no meio da semana porque não queria ficar sozinho, porque meu apartamento carregava lembranças demais em suas paredes e eu não conseguia dormir sem antes tomar alguma coisa.

— Mais alguém está vindo? — esfreguei uma mão na outra querendo esquenta-las.

— Não, seremos os únicos.

— Tae, você está com um olhar psicopata. Só me olha assim quando falar alguma coisa, então apenas diga.

— Eu? Quem disse?

Se fez de desentendido e chamou o garçom. Não respondeu aos meus chamados e ainda sumiu pelo aglomerado de pessoas. Balancei a cabeça em negação, tomando um gole da bebida que chegou rápido demais.

Em pensar que meu próprio primo também havia se apaixonado por Hoseok, que se não fosse esperto o suficiente, talvez fosse ele naquele rolo que o nosso casal problemático se meteu. Afastei os pensamentos, tomando um gole generoso da cerveja que estava muito gelada. Com o clima frio não era muito inteligente fazer aquilo, mas mesmo assim não me importei.

— Você não vai acreditar, tinha um casal se comendo em uma das cabines — o Kim disse em meio aos risos quando voltou. — Eu só podia ouvir os gemidos deles.

— Até parece que nunca fez isso.

— Isso faz parte do meu passado, ok? — riu e tomou um gole da cerveja. — E você? É sobre você que quero falar.

— Sabia. Apenas diga.

— Eu percebi que as coisas melhoraram, que você também melhorou e pensou melhor sobre o assunto. Jimin ainda continua me ligando, ele está sofrendo. Não é a hora de dar uma nova chance a felicidade de vocês?

— O que isso significa?

— Jimin está destruído, você também. Chegou a hora de juntar os cacos.

— Ele quem me destruiu, merece morrer sozinho — agradeci ao garçom a nova cerveja, tomando imediatamente um gole. — E nem me olhe com essa cara.

— Ele esteve em minha casa semana passada, o garoto está horrível. E nem é por causa do Hoseok.

— Hum — murmurei, deixando claro meu desinteresse.

— Jimin disse que o mais se arrepende nisso tudo é de ter machucado você, que você é um garoto incrível e que se ele pudesse, gostaria de voltar no tempo. Que só fez aquela burrada porque não sabia dos seus sentimentos. Ele passou horas chorando em meus ombros, pergunte ao Jungsu.

— Isso não é o suficiente, eu quero que Jimin sofra. E sofra muito, sofra até o fim de seus dias.

— Você não é assim, não seja rancoroso.

— Ele foi a segunda pessoa por quem eu verdadeiramente me apaixonei, me declarei, também foi a segunda que fodeu com tudo da pior forma possível. E tudo por causa do mesmo cara — tomei um gole, olhando ao redor. — Eu quero que o Jimin morra sozinho, que ele pague por tudo que fez e espero que você não toque no nome dele nunca mais. Eu não mais me meter no meio desse trio de malucos.

Meu primo bateu uma mão na outra, como quem diz que estava desistindo e eu agradeci por aquilo. Nós finalmente pedimos petiscos, mais algumas cervejas, passamos um tempo agradável juntos e colocamos os assuntos em dia. Dançamos e finalmente chegou a hora de ir.

O dia seguinte ainda tínhamos trabalho, à noite teria o jantar de casamento de Min ShinHye e deveríamos nos preservar. Taehyung me deu carona, que agradeci com um abraço e promessas de novas cervejas. Quando desci dei pulinhos para espantar o frio e comecei em correr até a portaria do prédio.

Acabei parando antes de chegar, uma figura que conhecia muito bem estava encolhida em um casaco fino e parecia um filhote perdido. Xinguei baixinho e corri até lá, ajoelhando-me em frente à Jimin que sorriu preguiçosamente quando me viu. Levemente alterado, as bochechas estavam coradas pelo álcool e pelo frio intenso.

— O quão irresponsável você é? O que está fazendo nesse frio aqui fora?

— Eu precisava mesmo falar com você, estou retribuindo a visita — soltou um soluço e acabou rindo. — Opa.

— Vamos. Vem comigo.

— Aaah! — comemorou e notei seus lábios trêmulos e roxos pelo frio. — Eu sabia que meu dongsaeng era um bom garoto e não me deixaria aqui fora.

— Idiota. Existem muitas formas diferentes de me chamar atenção que não envolva risco a sua saúde.

— Não tenha a cara de pau de dizer que não tentei, passei os últimos meses me rastejando por você — soluçou novamente e eu me amaldiçoei por achar aquele ato tão adorável. — Além disso, nós somos covardes demais para tomar decisões estando sóbrios, você sabe.

Sorte bebi pouco, um bêbado não teria condições de cuidar de outro, ainda mais um tão manhoso quanto Jimin. O homem grudou em mim e eu praticamente o carreguei por todo o caminho, e quando o sentei no sofá para que pudesse esquenta-lo, ainda reclamou que não queria ficar sozinho.

Decidi leva-lo comigo para cozinha e o sentei numa das poucas cadeiras, preparando um café para nós dois. Enquanto tomava, liguei para pizzaria e pedi algo. Não comi nada, tenho certeza que ele também não.

Por falar nisso, o Park parecia abatido. Os olhos estavam inchados por um recente choro, assim como o rosto inteiro. Parecia mais magro, tinha olheiras bem evidentes e sumia no casaco grande que vesti nele. Passei algum tempo encarando-o, acordando do transe depois que ele largou a xícara na mesa, visivelmente mais sóbrio e baixou o rosto, envergonhado.

— O seu cabelo... — quebrei o silêncio. — Rosa ficou bom em você.

— Já sabe o que dizem. Quando você tem o coração partido, deve pintar o cabelo.

— Eu avisei.

— Não foi o Hoseok quem partiu meu coração. Fui eu mesmo.

Jimin finalmente me encarou, permaneci com os braços cruzados olhando-o sem expressão alguma. Tentava fingir que tudo ok, mas não podia mentir para mim mesmo. Saber que sofreu por minha causa me deixava mal, diferente do que pensei que fosse acontecer.

— O que você quer aqui?

— Sei que errei com você, mas eu mereço ao menos ser ouvido.

— Eu sei o que vai falar, então não.

— Ah, sabe? Então o que vou falar? — ele pareceu agressivo, muito diferente do garotinho indefeso que eu conhecia. Aquela situação maluca tinha mexido com os nervos de todo mundo.

Fiquei encarando-o, tentando entender por que queria tanto ceder. Deixar todo orgulho para trás e beija-lo sem nem precisar ouvir o que quer que tenha para falar. Coincidentemente a campainha tocou, meu pedido chegou rápido. Após pagar a pizza, encontrei-o encolhido em meu sofá, abraçando minha almofada preferida como fazia antes.

— Coma, duvido que esteja se alimentando direito.

— Ah, e pizza é um ótimo alimento — brincou, mas já mordia um pedaço.

— Foi o que consegui pensar, é difícil fazer isso com alguém agarrado em você.

— É que você é um dongsaeng bem cheiroso.

— Calado. Apenas coma, isso não significa nada — tentei parecer sério, mas ainda pude ver um sorrisinho em seu rosto.

Depois de pegar o refrigerante, sentei no chão em frente à mesinha de centro e liguei a televisão. Comemos apenas assistindo metade de um episódio de uma série que temos em comum, quando as costas reclamaram sentei no sofá e Jimin se aproximou, diminuindo a distância entre nós.

Não falei nada, então a criaturinha manhosa abraçou um dos meus braços e deitou a cabeça em meu ombro. A cena nem era incomum, fazíamos aquilo sempre, então não pensei em afastar. O cheirinho do shampoo dele veio forte, assim como o perfume fraco que usava.

— Eu ia dizer que senti sua falta mais do que já senti de qualquer outra pessoa, que não conseguia dormir direito, nem comer direito — começou bem baixinho, ainda olhando para TV. — Que eu parecia viver um pesadelo sem fim, nada mais fazia sentido. E nem mesmo estando junto de Hoseok o buraco se fechava. Esses dias em que me ignorou foram os piores da minha vida, fiquei desesperado.

— Jimin — interrompi. — É tarde.

— Não é, Jeon. Eu te amo, sei que me ama também, por mais estúpido que eu seja. E é por isso que somos o certo um para o outro, curamos nossos corações partidos sem nem nos dar conta disso — ajeitou-se de joelhos no sofá, ficando de frente para mim. — Quando estava com você, esquecia tudo ao redor. Ainda esqueço. Se perguntarem meu nome agora mesmo, eu não vou saber responder. E nem é por culpa do álcool.

Nós rimos e eu virei para ele, sentando de lado. O sujeito em minha frente continuava lindo da mesma forma que lembrava, cada canto daquele rostinho infantil era meu preferido. Não tinha como escolher, eu o amava por inteiro, até com suas imperfeições.

Levei a destra até o rosto agora mais magro, deixando um carinho na bochecha que costumava ser tão cheinha. Jimin deitou a cabeça em minha mão, quase ronronando como um pequeno e fofo gatinho. Nos encaramos novamente e eu sorri, concordando com um aceno. Não tinha necessidade de verbalizar uma resposta.

Éramos tortos desse jeito, sempre foi assim desde o começo. Eu curaria o coração ferido de Jimin, ele o meu. Nós amaríamos de forma verdadeira juntos, provando do amor que não souberam nos dar. Inclinei sobre ele e uni nossos lábios, começando o beijo com lentidão.

Com carinho e sutileza puxei-o para perto, temendo que qualquer movimento brusco terminasse com aquele sonho. Os lábios fartos eram ainda melhores do que me lembrava, ele os mexia com paixão, talvez certo desespero. Separamo-nos ofegantes e foi automático sorrir diante da situação.

— Eu senti sua falta — disse ainda sem ar e ele concordou, me beijando novamente.

— Espero nunca mais ter que ouvir essa frase saindo da sua boca — falou manhoso quando nos separamos. — Eu amo você, Jeon Jeongguk. Não quero nunca mais ter que me separar.

— Esse sim é meu tipo de frase.

Gargalhei e carreguei o corpo miúdo, Jimin mais do que rapidamente sentou de lado em meu colo, passando um dos braços pelo meu pescoço. Ele cheirava levemente a álcool ainda, talvez cigarro, certamente o de outra pessoa.

Naquele momento só pensava em nos manter o mais perto que fosse possível, nossas bocas pareciam ímãs, nos ligando fortemente enquanto o homem sobre mim se acolhia melhor, agora com uma perna de cada lado do meu corpo.

Passando a mão pelo corpo magro, notei que havia perdido mais quilos do que imaginei, as costelas eram visíveis. As bochechas adoráveis não foram a única coisa que disseram adeus. Até as coxas fartas eram menores, mas ainda sim estavam gostosas de apertar. Apalpei, subindo para as nádegas.

— Eu quero que engorde.

— O que você está falando?

— Eu gosto das suas bochechas, sua carinha gordinha de criança.

— Ah, Kookie. Isso não é algo romântico para se dizer.

— E se eu disser que você é pessoa mais bonita do mundo, que cada dia longe de você era como a morte para mim? — ele corou e eu ri, apertando-o junto de mim. — Eu te amo, Park Jimin. Mas essa é a última chance que estou nos dando.

— Eu vou aproveitar a melhor chance da minha vida, pode deixar.

Beijei-o novamente, fincando os dedos com mais força nas nádegas dessa vez. Jimin soltou um barulhinho excitante e eu vi naquilo um incentivo. Liberei-o do casaco, deixando o pano cair no chão. Em seguida parti o beijo, tirando a camisa e expondo o corpo branquinho como a neve que caía lá fora.

Ele tremeu pelo frio, se encolhendo também pela vergonha. Sorri e afastei as mãos pequeninas que me atrapalhavam, trazendo-as até o meio de minhas pernas, sobre o zíper da minha calça. Jimin corou ainda mais, ficando da mesma cor que os fios e eu selei nossos lábios.

— Kookie — chamou manhoso quando desci os beijos pelo pescoço branco. — Eu preciso de um banho.

— Então vamos tomar juntos.

Passei as mãos por baixo das pernas dele, levantando do sofá. Jimin grudou em mim e escondeu o rosto em meu pescoço. Aquela seria nossa primeira vez ficando nus na frente do outro, podia sentir sua timidez.

Assim que chegamos, retirei o que restou da roupa que o cobria e beijei carinhosamente cada canto exposto de pele. Ele havia perdido mais peso do que imaginei, parecia tão pequeno, ainda mais indefeso daquele jeito. Já completamente despidos, segurei o rosto vermelho entre as mãos, beijando-o novamente.

— Não precisa sentir vergonha, você é lindo — sussurrei ao deixar um selinho casto.

Em um silêncio confortável caminhamos até o box, e quando liguei o chuveiro, meu baixinho finalmente pareceu relaxar na água quente. Abracei-o por trás, beijando os ombros, passando pela nuca, enquanto ele suspirava contido.

— Eu posso ajudar você?

— Sim — respondeu tímido.

Fazendo com que virasse de frente para mim, encarei o rosto corado e sorri. Eu faria Jimin amar o próprio corpo amando-o por inteiro, sem pressa nenhuma. Ensaboei as mãos, passando com zelo por toda parte, sentindo o olhar dele acompanhar cada um dos meus atos e os músculos relaxarem com meu toque sutil.

Usei carinho para lavar os fios rosados, e quando não sobrou mais nenhuma parte que precisasse ser limpa, fomos juntos para debaixo do chuveiro. Após terminar o banho, sequei com a mesma calma de antes, mas agora nós conversávamos e me contava as novidades.

Ouvia sobre seu dia-a-dia enquanto usava do secador para dar um jeito em nossos cabelos, deixando o meu por último. Jimin fez uma camisa minha de pijama e se afundou entre os travesseiros logo em seguida, sorrindo como uma criança feliz. Vesti apenas um shorts e deitei, ficando sobre ele.

— Você diz que eu sou lindo, deveria olhar para si mesmo. Eu nunca me cansaria dessa sua carinha de bebê.

— Eu ainda prefiro olhar para você, Park Jimin.

Rocei nossos narizes, colando os lábios em seguida. Os lábios cheios foram receptivos, enroscando-me em toda sua sedução. Não resisti manter aquilo carinhoso por muito tempo, acabei aprofundando o contato, abrindo as pernas dele para que pudesse me alojar ali.

Não houve resistência, pelo contrário, as pernas firmes prenderam-me em um enlace e o pano caiu expondo mais pele. Passei as mãos pelas coxas, parando nas nádegas, o que fez Jimin soltar um gemido mais longo e abandonar o beijo.

— Eu não vou aguentar se você continuar fazendo esses sons tão deliciosos — afundei o rosto no pescoço dele, gostando de sentir o cheiro do meu sabonete.

— Ninguém está pedindo que aguente.

Tomei-o novamente em um beijo, carregando-o para que levantasse comigo sem precisar dar fim ao contato. Sentei sobre minhas pernas, com ele ainda pendurado em mim, com as pernas me circulando. Subi o tecido da camisa usada, afastando-nos apenas para tirar.

Não ficou tímido e nem corou como da primeira vez, apenas sorriu e concordou em um aceno. Contornei a cintura com minhas mãos, deitando-o novamente para poder aprecia-lo sem roupas. Jimin parecia um sonho bom demais, aquele tipo de imagem que a gente não quer esquecer.

Dessa vez desci os beijos pelo tronco branco mordendo, chupando por onde passava. Segurei o membro rosado entre os dedos, sentindo-o aumentar de tamanho contra minha palma. Minha boca encontrou os mamilos bem rijos, sugando um de cada vez com lentidão. Os gemidos que ganhei eram bem gostosinhos, Jimin apertava os lençóis e parecia tentar se controlar.

— Vamos lá, me deixe te ouvir.

— Droga. Pare, Jeon. Isso é tão vergonhoso.

Ri baixinho e levantei o quadril dele, fazendo com que abrisse as pernas ainda mais. Jimin parecia querer se enterrar no colchão, mas não deixei que fechasse as pernas. Desci beijos pelas coxas bonitas, morrendo na entrada rosada.

Ele prendeu um gemido na garganta, apertando meus fios. Diferente do que esperei, não foi para me afastar dali. Então chupei e lambi, deliciando-me com seus gemidos e xingamentos. Dizia que eu era um desgraçado, ao mesmo tempo em que falava o quão malditamente bom aquilo era. E eu gostava de ouvi-lo, tanto quanto gostava de lhe dar prazer.

Segui com a língua até a ereção que suguei com certa pressão e afinco, brincando com dedos no interior bem lubrificado. Lentamente fui deitando-o novamente, ainda movimentando os dedos, mas já pronto para beija-lo outra vez. O contato não foi recusado, o rosado gemia e rebolava contra os dígitos. Foi quando coloquei mais um deles que meu lábio inferior foi preso em uma mordida.

— Merda, eu quero tanto entrar em você.

— Vamos logo com isso, dongsaeng — choramingou, puxando meu cabelo. — Eu não aguento mais.

Aquela carinha chorosa pedindo por mim era mais do que podia aguentar, eu queria me enterrar em Jimin e afastar todos os sentimentos ruins de uma vez. Retirei os dedos e ele choramingou de novo, tentei levantar e fui puxado para cima. Murmurei que logo voltaria e Jimin permaneceu na mesma posição, apenas me olhando curioso.

Afastei-me apenas para pegar preservativo e lubrificante. Sentia o olhar desejoso queimar em mim enquanto andava. Apenas devidamente preparado foi que voltei para cama e beijei mais uma vez os lábios rosados, mordendo em seguida o ombro dele. Marquei com gosto aquela região, ouvindo-o gemer em desespero. Queria tanto aquilo quanto eu.

— Vire — pedi, apertando a cintura fina. — Por favor.

Jimin não contestou meu pedido, apenas virou e empinou levemente o quadril. Afastei ainda mais as nádegas, roçando o falo melecado contra a região que se contraiu. Não aguentei e lentamente fui tomando espaço, sendo bem recebido naquele aperto, deliciosamente acolhido. Parecia o paraíso.

Devidamente engolido, abracei a cintura fina e beijei os ombros, a nuca, começando finalmente a me mover. Precisei afastar para assistir a cena, meu membro sumia e reaparecia e eu nem havia lhe dado um tempo. Só que Jimin parecia não se importar e gemia junto comigo, sobrepondo o som do contato feroz de nossos corpos.

Os sons deleitosos eram o estopim para minha brutalidade, eu investi com mais força e ele choramingou, agarrando a beirada colchão para manter-se no lugar. Não foi preciso puxá-lo contra mim, Jimin fazia isso por vontade própria e a bunda branquinha e gulosa me engolia inteiro, rebolando a cada arremetida.

Os dons de dançarino vieram a calhar nesse momento, cada rebolar era intenso com a experiência de um profissional, eu me tornei um expectador da cena. A bundinha branquinha era violentamente acertada pelo meu quadril, ondulava, e aos poucos se avermelhava diante da brutalidade.

— Droga, Jimin! Você é tão gostoso.

Nem parecia inverno lá fora, o quarto tinha uma amostra do inferno. Era quente, sensual, libidinoso. O Park passou a se tocar, contraindo-se ao meu redor e gemendo mais alto, ele estava chegando perto. Interrompi o que fazia, saindo de dentro dele.

— Seu... — ia me xingar, mas desistiu. — Espero que tenha um bom motivo.

— Claro que eu tenho. Acha que perderia a oportunidade de te ver gozar? Eu quero olhar seu rostinho lindo, agora vira para mim.

Como uma criança mimada negou e eu ri, deitando sobre ele para lhe beijar as costas suadas. Jimin virou o rosto corado e nossas bocas se encontraram, sendo assim rocei meu membro entre as nádegas fartas imitando estocadas e aquilo pareceu acendê-lo, porque gemeu bem gostoso e partiu nosso beijo para virar rapidamente.

Sem demora me enterrei nele, que agora estava deitado e arranhou minhas costas com gosto enquanto olhava em meus olhos, parecia me desafiar. Aquilo só fez que fosse mais violento nas investidas, a cama rangeu com força, batendo na parede no ritmo dos meus movimentos. Receberíamos diversas reclamações do vizinho, mas naquele momento só queria continuar fazendo com que o rosado jogasse a cabeça para trás e grunhisse em contentamento, engolindo toda a ousadia de antes.

Aproveitei do espaço cedido e mordi o pescoço, chupando porções generosas de pele e deixando minhas marcas enquanto os sons dele se tornavam ainda mais altos. Não demorou muito e fui apertado com mais vontade, meu membro pulsou, eu continuei movendo e Jimin me dando seus gemidos agudos.

Gozei dentro da camisinha, chamando o nome do homem que me abraçava com força e havia nos melecado inteiro sem nem ser tocado. Recusava-me a sair de dentro dele, me afastando apenas para encarar o rosto saciado e mil vezes mais bonito. Park sorriu para mim ainda meio grogue e não resisti e acabei beijando-o pela milésima vez naquela noite.

— Eu acho que estou oficialmente viciado em seus lábios — sussurrei, ainda ofegante e agora cansado. — Meu Deus, Jiminie. Isso foi maravilhoso.

— Você é maravilhoso — passou os braços pelos meus ombros e eu primeiro retirei-me de dentro dele, para finalmente deitar sobre seu corpo.

Permanecemos juntos alguns minutos, apenas regulando a respiração. O pequeno de fios tingidos parecia bem mais calmo, leve, tanto que fazia carinho em minhas costas maltratadas antes por seus arranhões. Fiz questão de quebrar o silêncio:

— Eu acho que te amo muito mais agora. Sério, tipo muito mesmo.

— Não seja bobo.

— Falo sério, você é oficialmente o cara mais perfeito do mundo.

Livrei-me da camisinha e ele riu do que disse, apenas o encarei e afirmei que falava sério. Jimin nunca levava meus elogios a sério, eu o encheria deles até que finalmente entendesse o quão maravilhoso é. Fui até o banheiro e voltei ajeitando a calça que vestia e com uma toalha. Acabei limpando o hyung que estava muito manhoso, buscando minha camisa para vestir novamente.

— Nós precisamos de um banho, amor.

— Nãããoo — reclamou manhoso como era e me puxou para perto. — Eu estou cansado, vamos apenas dormir. Amanhã nós tomamos banho e continuamos.

— Continuamos, huh?

— Sim. Agora seja um bom dongsaeng, vem aqui e me dê algum carinho.

Quem resistiria àquela carinha de cachorro que caiu da mudança? Eu não. Deitei, puxando-o para perto de mim. Sem o movimento todo do sexo, voltava a ficar frio novamente e Jimin se encolheu, apertando-me bem forte. Terminamos o episódio começado mais cedo, e ele quem dormiu primeiro. Eu ainda perdi algum tempo encarando-o.

Fazia alguns carinhos nos fios tingidos, olhando seu rosto tranquilo. Nem parecia que passamos todo esse tempo separados, eu sentia que aquele sofrimento terrível fazia parte de um passado bem distante. Parecia que sempre estivemos assim, na minha cama, com meu braço sendo usado de travesseiro. Desliguei a televisão, virando para encara-lo.

Nós começamos feridos, amando outras pessoas e envolvidos em um mar de sofrimento que não nos pertencia. Agora começaríamos de novo sem a confusão do outro casal (que agora seguia feliz), sem a nossa própria confusão, e sem qualquer mágoa. Estava disposto a abrir meu coração para Jimin, sabia que ele também.

— Jeon... — chamou com os olhos fechados, fazendo um biquinho.

— Estou aqui, bem aqui.


Notas Finais


Muita gente ficou curiosa como jikook começou, espero ter explicado direitinho. Foi difícil resumir tudo que aconteceu, mas acho que ficou bem claro. O lemon foi um presente, só não sei se ficou mesmo bom.

Se por acaso alguém gostou e quer mais, deixem nos comentários. Eu tava com saudade de vocês!!!!


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