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História Esperando o Solstício - Cap.16


Escrita por: Aluanda

Notas do Autor


Uffa! Achei que não ia conseguir terminar! Mas esta ai mais um capitulo fresquinho.
Esses dois capítulos foram como uma ponte para o que tem que vir..
Boa leitura :D

Capítulo 16 - Cap.16


Demorou muitas semanas para me acalmar. Embora Rhysand me explicou mais de uma vez o porquê tinha deixado eles a levarem e o plano que tinha desenhado em mente, boa parte de mim não se conformava em deixa-la ir. Nem preciso dizer que estava cada dia mais calado, não comia direito, dormir menos ainda e sombras negras rodavam meu corpo o tempo todo.

“Eu preciso de você aqui. Nosso acordo foi com Liz, não com todo o povo Vheela. Por favor Az, mantenha seu foco.” Rhysand havia me repreendido assim que eu tentei ir ao continente escondido pela segunda vez. Obviamente não deu certo, mas depois disso Cassian, Rhys e eu começamos a fazer um plano de resgate. Infelizmente houve alguns rumores de complicações com acordos dos humanos no continente fazendo com que Feyre e as irmãs se dedicassem aos problemas políticos entre os povos, deixando de lado o famoso plano B que tanto Liz havia nos ajudado.

Enquanto isso estávamos dedicados a resgatar minha parceira. Cassian e Rhys tinham tomado a minha dor como pessoal, eles eram de fato os melhores irmãos que eu poderia escolher. Mas semanas tinham se passado e não sabíamos nenhuma informação dos vheelas. Ruven, em Neldor também não estava ajudando muito. Depois que finalmente se juntou a feérica a qual tinha fixação, seu interesse pelo povo vheela parecia ter diminuído. Não havia notado nenhuma movimentação estranha nos arredores de sua corte, nem se ofereceu em colocar um grupo de buscas pela irmã de Camella. Escondeu a vheela tão bem que ninguém o importunou e era assim que pretendia continuar.

A comunicação com Neldor não estava das melhores. Eu já tinha me oferecido para ir até lá mais de uma vez, mas Rhys pretendia lidar com Ruven pessoalmente.

O tempo passou e minha conexão com Liz continuava apenas em sonhos, não conseguia mais sentir nada desde que partira de Prythian, era como se ela estivesse me bloqueando e isso somente me fazia pensar que Liz de alguma forma se deu conta do nosso laço. Tentei por diversas vezes entender o que tinha acontecido naquele dia. Não encontrava pistas somente nesse silencio entre nós.

Contudo os sonhos por mais conturbados que fossem, me davam dicas do que podia ter acontecido ou do que estava acontecendo. Uma vez sonhei com um calabouço úmido e frio cheios de sapos e criaturas peçonhentas, Liz gritava por sua vida, se debatia entre corrente pedindo para viver. Naquela noite acordei assustado e não consegui mais dormir pensando que ela estava desesperada, se sentindo abandonada enquanto eu estava me deteriorando, tentando fazer o possível para salva-la. Passei o resto da noite em claro estudando os mapas, como se eu pudesse descobrir onde um povo que a séculos se escondiam poderia ter a enclausurado. O continente era muito extenso, maior que Prythian e demoraria anos para mapear todo o território, precisávamos de uma pista. E eu estaria encargado de achar, fui ao continente logo depois que eles desdobraram levando Liz e segui vigiando locais estratégicos com alguns espiões, mas sentia que seria melhor se eu mesmo estivesse lá.

Em 2 dias partiríamos todos juntos a Neldor numa visita não oficial e opressora. A nossa aliança estava em risco, pois por mais que os homens de Ruven estivessem fazendo o imaginável na fronteira com os humanos, o seu próprio líder não estava fazendo o possível em seus acordos, seguro e confortável no seu castelo.

Claramente o grão-senhor da corte noturna estava preocupado com isso. Ruven era seu principal aliado no continente, mas estava colocando empecilhos para salvar Liz. E algo me dizia que nem sequer tinha alertado a irmã que Liz estava sob julgamento correndo perigo de vida.

Eu tinha o conhecimento que as duas mantinham uma comunicação, não porque Liz me contou, mas porque as sombras a vigiavam e acreditava que a essa altura Camella desconfiava que algo tinha passado a irmã. Se Ruven não tinha intenção de avisa-la eu então faria.

Estava colocando a última parte da minha armadura quando Mor entrou no quarto. Não havia visto ela desde da captura de Liz, ela estava ocupada com o desfecho de intrusos conseguirem ir tão longe dentro do território da corte noturna e eu ocupado em achar brechas entre acordos com o continente e rastreando qualquer rastro dos vheelas.

“Az…” Vi Mor adentrando o aposento pelo canto do olho e em passos lentos, sentou na beirada da cama.
“Vou refazer o trajeto dos vheelas mais uma vez e encontro os demais em dois dias no porto velho.” Disse enquanto por fim ajeitava minha adaga na armadura.

“Eu sei.” Ela disse somente, ela se referia a minha parceria. Se fosse outros tempos eu teria ficando confuso e constrangido. Mas hoje eu só queria tirar esse peso do meu peito, respirar era difícil.

A encarei pela primeira vez que entrou no quarto. Não disse nada, apenas fitei em silencio seu rosto perfeito e seus olhos intensos, a minha fascinação por eles ainda estava ali, porem meu coração não reverberava. Eu estava meio morto, era assim como me sentia. Não gostava de falhar com as pessoas e tinha falhado miseravelmente com Liz, em todos os sentidos e estava apto para reverter essa situação custe o que custar.

“Como você esta?” Era visível que não estava bem, mas ela queria que eu verbalizasse mais do que poderia.

“Com raiva. Fui o culpado..”

“Não diga isso! ” Mor me cortou “Você não tem culpa que levaram Liz, foi uma serie de infortúnios. Não se critique tanto Azriel, mas saiba que estou aqui para te ajudar no que for preciso. ”

Mor me estudava com o olhar e eu somente balancei a cabeça.

“Eu sei. Eu faria o mesmo por você.” O ar estava me sufocando, precisava sair dali.

“Eu, eu queria que você soubesse que eu sei o que é perder alguém que a gente ama. ” Pelo caldeirão, era essa conversa que eu estava evitando, não conseguiria suportar a dor da Mor também, daria minha vida para vê-la sempre feliz. Me ajoelhei aos seus pés segurando suas mãos nas minhas.

“Deixe me terminar!” E se levantou abruptamente da cama, caminhando pelo aposento enquanto falava me deixando ainda de joelhos perto da cama. “Eu preciso. Preciso terminar de dizer...a dor é simplesmente dilacerante e demora muito tempo para cicatrizar e nunca mais somos os mesmos. Mas você, você não a perdeu ainda tem tempo, precisa pelo menos saber que ela estará a salvo. ” 

“Você entende?! Estava na frente de todos nós, na sua frente! Você encontrou a sua parceira e terá por fim, a oportunidade de ter aquilo que você sempre almejou, eu te amo Az! Mas não posso te oferecer o mesmo amor que Liz tem por você, porque sim, eu notei desde que ela chegou como ela acompanhava tudo que era referente a você, e por isso eu fiz questão de me aproximar dela, conhecer essa estranha feérica de cabelos coloridos que veio de súbito para nossa corte alegando ser uma aliada e que acabou te cativando! Ela é uma feérica peculiar! Não posso negar, assim como não nego que me afeiçoei a ela também, assim como foi com Feyre.”

“Mor, nada mudou dos meus sentimentos por você!” Disse em desespero.

“Mudou. E vai mudar mais ainda. Você tem uma parceira agora Az. Eu não posso mais te deixar preso a mim, não seria justo com você nem com ela.”

“O que exatamente você está querendo dizer Morrigan?” De repente senti uma fúria subir pela minha espinha.

“Que você não tem nenhum debito comigo. E que estarei sempre ao seu lado. Vamos trazer Liz de volta! Se esse for o seu desejo.”

Eu não podia acreditar! Mor realmente acreditava que o meu amor era oriundo de algum sentimento de dívida? De pena? Eu não consegui ficar mais um segundo na sua presença. Caminhei com passos largos sem dizer uma palavra para fora.

Não era possível que ela presumia isso! Eu me negava a pensar dessa forma. Eu tinha outras coisas em mente e não precisava de mais confusões para lidar. Ora, que péssima hora que Morrigan veio informar que ela sabia que eu tinha uma parceira e surpresa! Não era ela! Mas estava tudo bem, ela somente queria me ver feliz.

Eu queria quebrar alguma coisa, gritar até perder a voz. Mas não fiz nada disso. Segui o meu objetivo e nada encontrei sobre rastros dos Vheelas em Prythian, era como se eles tivessem somente surgidos ali, naquele local, mas sabia que era impossível.

Os dias se passaram e minha fúria com Mor não havia diminuído e isso só dificultava meu foco. Cassian era o único que se dirigia a palavra a mim. Chegamos em Neldor sem cerimonias, ninguém estava nos esperando, mas Ruven fez questão de nos receber no castelo.

Homens devidamente uniformizados esperavam de ambos os lados da entrada fazendo um corredor de escudos até as portas abertas do castelo em que Ruven e Melarue nos esperavam.

“Sejam bem-vindos. Rhysand, que adorável surpresa! ” Não saberia dizer se Ruven estava sendo polido ou debochado.

“Acho que demorei muito tempo para te visitar pessoalmente Ruven. Já era hora.” Rhys se virou para Melaure e adicionou “Esta encantadora Melaure, me agrada vê-la tão bem.”

Me desliguei completamente das conversas superficiais que Rhysand começara e procurei dentre os convidados da recepção Camella, mas ela não estava presente. O castelo parecia exatamente igual quando da última vez que estive aqui. Meus contatos nada sabiam da existência de uma vheela na corte de Neldor. Então meus olhos analíticos procuravam qualquer feérico que tivesse semelhanças com Liz. Camella deveria estar enfeitiçada.

A raiva tinha diminuído agora com minhas novas tarefas do nosso plano. Eu reconhecia que não era de Mor que eu tinha raiva, mas de mim mesmo e por ela ter aceitado incrivelmente bem o fato que não posso ama-la do mesmo jeito. Esperava lamentos, mas não houve nenhum.

Então eu vi. Entre tanta gente, uma cabeça loira me olhava curiosa escondida no fundo da sala, se camuflando entre a cortina que dava a outro corredor. Nada parecia a feérica que eu tinha perseguido quase um ano atrás, mas o formato dos olhos a denunciaram. Eram iguais a Liz. Encontrei Camella.



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