História ESS- Elite Stars School - Novo plano

ESS, domingo 8:20 am dormitório feminino.....

Kagura estava deitada em sua cama, estava com preguiça de levantar, aliás estava com muita dor no pé por conta do acontecido no dia anterior. 
Ela estava pensando em tudo o que aconteceu, em tudo o que a Soyo tinha contado. Ela com certeza tinha que tirar satisfação com Nobume. Como ela podia ser tão baixa a ponto de usar chantagem e sequestro? Aqueles caras poderiam ter feito algo muito pior a elas! Será que Nobume não tinha um pingo de consciência?
- E agora? – suspirou
Nobume definitivamente era alguém perigosa.
A ruiva olhou para o relógio no celular e viu marcar 8:30. Num pulo ela se levantou e correu para o banheiro fazer a higiene matinal, até porque o café era servido até as 9:00.

Ela saiu trancando a porta e não conseguiu evitar olhar para os lados, sentindo-se receosa. Estava desconfiada de tudo depois do ocorrido. Correu do jeito que deu até o elevador apertando o botão do térreo e depois apertando rapidamente o de fechar a porta. 
Por Deus! Iria enlouquecer desse jeito. O elevador parou no térreo e ela saiu rapidamente do prédio seguindo para o refeitório, até ver Sougo escorado em uma árvore perto do prédio.
- Até que enfim ruivinha! Achei que ficaria sem café hoje. – brincou.
- o que faz aqui? 
- Achei que precisasse de companhia hoje. – na verdade estava preocupado, mas não quis falar sobre isso e deixá-la mais preocupada tanto quanto aparentava.
- Ah! – sorriu, relaxando o semblante. Era impressionante como ele conseguia fazê-la sentir-se calma. – ótimo então, vamos porque estou faminta.

Eles foram caminhando até a cantina, pegaram seus respectivos lanches e avistando Hijikata, já na metade de seu lanche, foram se sentar com ele.
- Bom dia preguiçosa. 
- Bom dia folgado.
Depois disso um silêncio se instaurou e comeram cada um preso em seus pensamentos.

Noite anterior....

Depois de deixarem Kagura na porta do dormitório feminino, Sougo e Hijikata começaram a conversar sobre todos os acontecimentos daquela noite. 
- Então, antes de você me ligar, eu já ia te ligar para avisar sobre sua irmã. 
Sougo parou de repente.
- Cara, tinha até me esquecido. E aí, achou ela?
- Sim. Eu conversei com ela e ela me disse que tinha seus motivos, depois me disse que voltou para ficar.
- Hum – Sougo voltou a andar – imagino que ela tenha mesmo. – ele viu a cara de espanto de Hijikata e falou – o que foi? Acha que sou algum idiota? Eu não posso ter 100% de certeza do que está acontecendo, mas pela resposta da minha mãe, imagino que ela tenha planejado algo. Só não me sinto bem em pensar que não pude ajudá-la em nada.
- Bem, pelo que parece sua mãe teve que mudar um pouco os planos.
-Dessa vez as coisas não vão acontecer da forma que ela quer, minha irmã está de volta e não vou permitir que ela vá embora novamente.

Sougo e Mitsuba eram gêmeos, mas ele era mais novo por alguns minutos então ela falava que a obrigação de cuidar era dela por ser a mais velha, mas Sougo não concordava, achava que era a obrigação dele por ser homem, um pensamento machista segundo Mitsuba.
 - Mas o nosso problema agora não é a sua mãe, é alguém tão perigoso quanto.
- Sim, Nobume não está medindo esforços mais. Antigamente era alguma brincadeira boba ou bullying com as meninas que pareciam como uma ameaça para ela. Eu deveria ter cortado nas primeiras maldades dela.
- Agora não adianta mais chorar pelo que já aconteceu, o jeito é enfrentar a maluca. Você sempre arruma as mais esquisitas- Hijikata riu destrancando a porta do quarto deles – cara estou morto, acho que vou tomar banho e capotar e você?
- Vou fazer o mesmo, mas antes vou marcar um encontro amanhã com a Nobume na hora do almoço e preciso que você vigie a Kagura.
- Ok. – Hijikata concordou já jogando a toalha em cima do ombro e entrando no banheiro em seguida.
 
Sougo digitou rapidamente a mensagem e repetindo Hijikata, entrou no banheiro.

De volta ao café da manhã....

Sougo e Kagura estavam terminando seu lanche enquanto Hijikata já havia terminado. Ele notou o clima pesado entre eles e resolveu intervir.

- Que tal darmos uma volta fora da escola depois que terminarmos?
- Por mim tudo bem. – Kagura respondeu rapidamente o que surpreendeu os dois visto a dificuldade que tiveram ontem para fazê-la ir à festa. – o que foi? Não estou afim de ficar presa aqui na escola em pleno domingo e vocês são minha única opção por aqui, então não entendam errado.
 Sougo riu aliviado vendo que a ruiva estava bem e desbocada de sempre, pensou por um momento que Nobume poderia tê-la intimidado.
- Ok ruivinha, então fale menos e termine seu lanche. – provocou.
- Olha aqui seu..
- Será que os dois conseguem ficar no mesmo espaço por dois minutos sem discutir? Parecem duas crianças. – Hijikata falou com tédio.
Kagura calou se sentindo envergonhada por ter seguido a onda de Sougo de novo e voltou a comer calada para poder sair.

Por aí.....

Depois que terminaram o lanche, eles foram ao carro de Hijikata e novamente Kagura e Sougo tiveram que se esconder enquanto o segundo resmungava sobre querer ir no seu carro.
- Você sabe que não pode, não sei porque insiste. -Hijikata rebateu.
Como ainda eram 10h30 am, os meninos decidiam onde iriam parar primeiro.

- Que tal cinema – Kagura sugeriu.
- Muito cedo, mas na parte da tarde podemos ir. – Sougo mentiu pelo fato de ter que se encontrar com Nobume ao 12h. – vamos jogar algum jogo, que tal fliperama.
- Parece bom pra mim – Kagura respondeu imediatamente, adorava jogar no fliperama da cidade.
- Então está decidido. – Hijikata falou.

Eles desceram do carro estacionado em frente ao fliperama e adentraram o local que tinha vários tipos de jogos, tanto novos quanto mais antigos, o que os deixou fascinados.

Os três estavam se divertindo em jogos aleatórios até que Sougo reparou nas horas.
-Preciso sair um instante e já volto. Se vocês estiverem com fome, podem me esperar ali na lanchonete da esquina. – lançou um olhar sugestivo para Hijikata que respondeu do mesmo jeito.
- Onde você vai? – a ruiva perguntou curiosa
- Nossa, que fome! Vamos lá ruivinha? – Hijikata começou a empurrar Kagura.

Ela tentou protestar mas foi arrastada antes de conseguir prosseguir.
Sougo olhou eles se afastarem e então tomou a direção oposta. Ele caminhou um pouco até chegar ao destino: um restaurante cinco estrelas. Ele entrou, avistou quem queria e depois de ser liberado a prosseguir, ele se dirigiu à mesa mais afastada que se encontrava Nobume.
-Oi – ela sorriu
Ele nada disse e se sentou
- Eu imaginei que você se atrasaria um pouco e então já fiz o pedido, espero que goste. – ela parecia extremamente feliz.
- Olha...
Nesse momento o garçom chegou com os pedidos colocando os pratos à frente dos dois e logo em seguida colocando a bebida.
Eles começaram a comer e o silêncio foi cortado por Nobume mais uma vez.
- Estou muito feliz por ter tomado a decisão certa Sougo.
- O que? Do que está falando?
- Do porque você veio. Finalmente entendeu que ninguém mais vai amar você tanto quanto eu.
Sougo a olhou pasmo e precisou de alguns segundos para se recompor.
- Acho que você me entendeu errado. Não foi por isso que eu vim aqui.
O sorriso de Nobume foi morrendo aos poucos.
- Então por que você veio?
- Você está de brincadeira? Sabe que vim aqui por conta de ontem, ou então não acharia que vim ficar com você. Tem ideia do que fez? Imaginou que algo realmente sério poderia ter acontecido? Eu os escutei conversando ontem e eles estavam planejando algo pior que o susto com as duas – ao lembrar ele trincou os dentes com raiva – Eu realmente espero que você não seja tão baixa ao ponto de não se importar com isso, por nos conhecermos a tanto tempo espero que você não esperasse que fosse tão longe assim.
- O que? Eu não esperava que fosse tão longe, eu juro! – Nobume começava a chorar – eu só queria dar um susto nela, porque eu te amo! Eu só quero ficar com você.
Sougo suspirou. Nobume começava a parecer insana.
- Olha, para o bem da nossa amizade, espero que isso não se repita.
Ela suspirou e limpou o rosto.
- Tudo bem então. Vamos terminar o almoço.
- Não, preciso ir agora, estão me esperando. – Sougo se levantou e saiu do restaurante deixando Nobume sozinha com os pratos quase intocados. Ela terminou de limpar as lágrimas e com muita raiva pegou seu telefone fazendo uma ligação.
- Alô?
- Tsuki, deu tudo errado! Eu achei que ele tinha resolvido ficar comigo depois de tudo mas ele não quis, veio apenas para brigar comigo.
- E então? 
- Então eu chorei, fingi de boba o de sempre. 
- Isso mesmo, se você ameaçar ele de novo igual das outras vezes ele vai se afastar mais.
- Tudo o que eu preciso é ser boazinha e acabar com aquela ruiva sem graça por traz dos panos, bom plano Tsuki, tenho que reconhecer, vamos tentar da sua forma dessa vez.
- Tudo bem, agora tenho que ir, até amanhã.

Depois de desligar, Nobume continuou a almoçar pensando sobre o plano fracassado. Por um momento achou que ele tinha se rendido e resolveu ficar com ela, mas vendo Sougo com o olhar tão sério, de uma forma que nunca tinha visto antes, resolveu se fazer de santa e fingir que iria desistir. 
Ela estava com raiva, tudo culpa daquela novata idiota, mas não ia ficar assim, ela iria pagar caro por interferir do amor de Nobume.

A tarde passou bem agradável para Hijikata, Sougo e Kagura. Como o combinado eles foram ao cinema na parte da tarde e se empanturraram de besteiras. Quando estava prestes a anoitecer, eles resolveram voltar ao colégio.

Kagura estava deitada em sua cama depois de ter tomado um banho quando Soyo chegou.
- Oi – Soyo sorriu um pouco sem graça.
- Oi, como foi o resto do seu final de semana?
- Tudo tranquilo. Eu queria me desculpar com você de novo por ontem.
- Soyo, eu já te falei ontem, está tudo bem. Não precisa se preocupar mais e nem ficar estranha comigo. Só me prometa que se te ameaçarem de novo você irá me avisar.
- Eu prometo.
Elas se abraçaram e então Soyo se lembrou de algo.
- Então Kagura-chan, o que você vai fazer amanhã sobre o beijo?
- Que beijo?
- O seu e do Okita-san. Você esqueceu? A escola inteira recebeu a imagem de vocês.
Naquele momento a expressão da Kagura poderia ser comparada ao quadro o grito. Como poderia ter esquecido? Foram tantos acontecimentos que tinha esquecido o beijo em frente à enfermaria. Já não bastava a Nobume e agora tinha lembrado da vergonha sobre descobrir que a escola inteira falava dela é de Sougo.
- Talvez eu me esconda o resto da semana. – afundou o rosto no travesseiro – eu só queria poder me formar em paz.
- Depois de conquistar o menino mais popular, não iria passar despercebida.
- Ele não gosta de mim, já te disse.
- Kagura-chan preste atenção – Soyo falou séria – Você acha mesmo que Okita-san agiria da forma que agiu com você, se preocupando e indo nos salvar ao invés de chamar a polícia por se preocupar com sua família por quê?
- Peso na consciência?
- Claro que não! Eu não sou amiga íntima dele, mas o conheço desde pequena e sei como ele é. Ele não se daria a esse trabalho só por isso.
- Realmente, acho que inclusive ele sequer tenha consciência, mas não acredito que ele possa gostar de mim. – ficou com uma expressão triste.
- Você é linda e incrível, por que ele não iria gostar? Falo apenas o que eu vejo e você gosta dele.

Kagura pensou em retrucar, mas percebeu que não podia. Antes era tão fácil negar que gostava de Sougo, mas agora as palavras simplesmente não saíam.
- Kagura-chan, pense no que eu falei. Sei que se você começar a reparar nos mínimos detalhes vai perceber.
Então Soyo se dirigiu ao banheiro para tomar banho e se deitar, deixando uma Kagura pensativa. Não sabia o que faria no dia seguinte e sua cabeça já estava quente de tanto pensar.
- Quer saber? Vou deixar rolar e ver o que acontece. – assim ela se virou de lado jogando a coberta por cima de sua cabeça, torcendo para que o dia seguinte não fosse tão desastroso quanto temia que fosse.