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História Essas mulheres - RAQUEL - Marcando o terreno


Escrita por: CaliVillas

Capítulo 41 - RAQUEL - Marcando o terreno


Raquel estava sem palavras, nunca imaginaria uma história como aquela, se aproximou o abraçando, querendo confortá-lo, com a cabeça no peito dele e ficaram assim algum tempo até o interfone tocar.

- A comida chegou – Otávio disse, se afastando dela, e limpando o rosto com a mão, nenhum dos dois não tinha mais fome, agora. Mesmo assim, comeram sentados no chão da sala, encostados no sofá, quase em silêncio.

– Sabe, poderíamos sair um pouco aproveitar o final do domingo. Que tal um cinema? – Otávio tentou se animar, era preciso, não podia se deixar abater, principalmente, naquele momento, que estava com Raquel.

- Cinema? - Raquel indagou, surpreendida, pois há muita tempo, não ia ao cinema, muito menos com um homem - Gostei!

- Eu vou procurar um filme aqui – Otávio falou, já indo para o seu computador.

- Eu vou lá em casa, me arrumar – Ela completou, animada, se levantando e juntando os restos da comida, para serem descartados.

Voltando para seu apartamento, Raquel foi direto para o quarto, olhou o telefone celular esquecido, em cima da mesinha de cabeceira, e nele uma mensagem nele. ‘Saudades. V.”. Raquel sentou-se na cama, desanimada, pensou no que estava fazendo com Vitor, mesmo assim se aprontou e retornou para o apartamento de Otávio.

- O que foi? – Ele quis saber quando olhou o rosto dela, pressentindo que havia algo errado.

- Isso! – Raquel mostrou a mensagem no telefone.

- Ele não quer que você o esqueça, por isso, está marcando o terreno – Otávio concluiu, com um sorriso irônico.

- Talvez, ele esteja mesmo com saudades – Raquel deduziu, querendo acreditar que Vitor, realmente, gostasse dela.

- Talvez – Otávio replicou - Vamos! – Não deixando margens para ela hesitar.

Raquel tinha esquecido de como era bom, assistir um filme na telona, comendo pipoca. Pensando que com tanta comida chinesa, pipoca, estava saindo do controle, precisaria voltar para dieta, logo, mas acabou relaxando. Depois do filme, caminharam de volta para a casa, na noite estava agradável e fresca, até chegarem na frente das suas portas.

- Boa noite, Otávio. Foi uma noite muito legal, como há muito tempo, eu não tinha-  Raquel agradeceu, feliz.

- Você não vai ficar comigo? – Otávio ficou espantado com aquela despedida.

- Não posso dormir na sua casa, todas as noites – ela ponderou, pois aquilo estava indo depressa demais.

- Por que não? Você é solteira e eu sou divorciado, não temos que dar satisfação a ninguém – Ele retrucou, pois, sabia que corria contra o relógio, seu tempo era limitado para conquistar Raquel.

- Isso não é verdade – Raquel tentou argumentar, querendo convencer a si mesma.

- É, sim! Você quer ser fiel a um homem que está viajando com a esposa – Otávio contra-atacou com a verdade.

- Você coloca esta história de uma maneira muito dura – era difícil para ela ser exposta assim, a verdade nua e crua.

- Mas, esta é a verdade! Vamos, fique aqui comigo – a voz dele ficou mais macia, sedutora, ele a puxou para si, ela foi sem resistir.

- Amanhã é segunda, eu tenho que trabalhar – Ela procurou mais uma desculpa, sem muita firmeza.

- Você acorda e vai para casa se arrumar, só são poucos passos – ele sussurrou no ouvido dela, depois beijou seu pescoço – Não há nada ali para você.

- Eu fico – ela respondeu, esmorecida, nos braços dele.

 

Aquela segunda-feira estava atípica, Raquel chegou no escritório, atrasada, e todos pareciam bem agitados.

- O que está acontecendo aqui, hoje? – Perguntou a uma colega, tentando compreender aquele clima tenso.

- Você não soube? – A colega perguntou, surpresa, erguendo as sobrancelhas -  Vitor teve um infarto durante a viagem na Europa.

Raquel ficou pálida, seu coração disparou, sua boca estava seca, seus joelhos vacilaram, sentou-se.

- E como ele está? – Ela conseguiu perguntar, com medo da resposta.

- Eu, também, fiquei chocada, assim, como você – Ela comentou observando o estado de Raquel - Pelo que disseram, estável. Parece que não foi muito grave. Ele fará um tal cateterismo por lá mesmo, só voltará para casa, quando estiver melhor - informou

Raquel suspirou mais aliviada, conseguindo respirar com mais facilidade, porém, pelo resto do dia, não conseguia se concentrar no trabalho, pois, de certa forma, se sentia culpada e não sabia porquê, então ligou para Ana.

- Ana, eu preciso conversar com você – Raquel disse, se rendendo, não queria mais, enfrentar tudo aquilo sozinha.

- Raquel, o que foi? O que está acontecendo? – Ana ficou aflita, preocupada com a amiga.

- Não por telefone - Raquel pediu - Podemos nos ver amanhã. Almoçar juntas - sugeriu.

- Claro! Eu posso pedir para folgar à tarde, as coisas estão bem calmas por aqui, com o recesso, assim teremos mais tempo – Ana respondeu, solícita.

- Posso encontrar você aí, perto do seu trabalho? Não queria que fosse perto da minha casa ou do meu trabalho, eu preferia algum bem lugar discreto, onde poderíamos conversar em paz – Raquel pediu, precisava desabafar com amiga, estava disposta a contar toda a sua história a ela.

- Já sei aonde podemos ir, então nos vemos amanhã, Raquel. Beijos – Ana se despediu, preocupada com Raquel, intrigada para saber, o que estava acontecendo de tão urgente com a amiga.

- Até amanhã, Ana.

Naquela noite, Raquel não acendeu as luzes da sala, não queria que Otávio soubesse, que ela estava em casa, não podia vê-lo, pois, simplesmente, ele não entenderia a sua preocupação.



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