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História Esse Amor - Segredo revelado


Escrita por: Nymus

Notas do Autor


Pode ter erros. Postei do cel, dai eh pior ainda pra corrigir...

Capítulo 20 - Segredo revelado


[YunJi]

O bebê não estava feliz e fazia questão de me mostrar a cada instante. Na manhã do sábado, eu passei mal e fui trabalhar quando achei que ia conseguir me manter em pé. Consegui um emprego como maquiadora num salão próximo ao prédio, um lugar onde atendiam os moradores locais, só gente importante e rica. Ainda não era o emprego dos meus sonhos, mas era melhor ter alguma renda do que nenhuma.

A tarde, eu tentei localizar Park JinSun e descobrir a verdade sobre o boato da internet, mas não o encontrei. Fiquei horas esperando embaixo do sol forte que ele voltasse e quando achei que ia desmaiar na rua, eu desisti. Voltei para casa de ônibus e ela estava vazia - a não ser pelo gato solitário que sempre vinha na porta me receber. Rapidamente me afeiçoei a ele, Iye-chan era um ótimo companheiro.

Esperei por JiYong, mas ele não apareceu. Então, fiz o que deveria ter feito antes: mandei uma mensagem e descobri que ele estava no Japão. Como assim ele foi viajar para outro país com aquela situação estranha entre nós? Ele não tinha qualquer consideração e eu estava tão cansada de ficar brigada porque o bebê parecia sentir e estava furioso dentro de mim.

O bolo que comprei para comemorar meu novo emprego estava na geladeira, não no mesmo lugar onde eu o tinha colocado, mas estava lá. Bem, eu estava começando a ver coisas. Era claro que o bolo estava na mesma prateleira, eu só estava cansada e não conseguir manter as coisas no estômago estava me matando. Estava frustrada também por não ter achado JinSun, sabia que havia algo muito errado com toda aquela história. E estava muito magoada porque eu morava com alguém que não se importava.

O sentimentalismo de grávida me sufocaria. No passado, eu teria ido embora, largado mão de tudo aquilo que me era oferecido. Agora, eu não podia. Eu queria tanto um pai para o bebê, eu queria que desse certo. Não entendia porque JiYong era tão ciumento e porque ele nunca pedia desculpas. Talvez estivesse começando a criar um enredo que me afastava da realidade e era por isso que estava tão chateada. Precisava pôr os pés no chão e me manter ali.

Depois do banho, eu sentei no sofá confortável da sala e implorei ao bebê que ficasse calmo. Minhas preces nunca chegaram a serem atendidas. Iye-chan se aproximou e esfregou sua cauda macia no sofisticado aparelho de som de JiYong. Apanhei o headset caro e liguei para ouvir as músicas. Assim que a voz de JiYong soou, todo o meu ser reverberou e o bebê acalmou. Fechei os olhos e admiti que estava com saudades dele (não deveria, mas estava). O gato sentou-se do meu lado e agradeci a ele, acariciando a cabeça de pelos macios e tocando o focinho preto. Coloquei o headset em cima da barriga e todo o mal estar sumiu. Deitei no sofá e coloquei meus fones para ouvir Aerosmith. “Isso, escute seu pai cantar enquanto a mamãe escuta outras músicas… A mamãe não gosta muito das músicas do papai, mas ele é ótimo no grupo dele” murmurei. O bebê pareceu entender e eu dormi na sala.

Na manhã de domingo, eu tinha certeza que ia morrer. Nada ficava no estômago, nem mesmo água. Tentei achar as biscoitos de arroz que HaeSol havia me dado, certamente o bebê não os rejeitaria, mas não sabia onde JiYong os colocou. A casa dele era imaculada e sempre me fazia pensar na bagunça que eu trazia. Eu mexi em todos os armários da cozinha e coloquei tudo para fora. Isso consumiu minha pouca energia. Tentei tomar um suco e fiquei com ânsia apenas de sentir o cheiro. Abri a geladeira e tudo embrulhava meu estômago.

Estava fraca e queria ligar para HaeSol, para que ele viesse me buscar. Não tinha mais ninguém para ligar. Não consegui ver os números no meu celular ou mesmo a tela. Tudo ficou preto e eu lembro de ter caído no chão da cozinha.

Acordei com alguém batendo no meu rosto. Era uma mulher mais velha que eu nunca tinha visto antes. “Fique acordada que a ajuda está vindo” ela disse e sua voz estava bem distante.

“Meu bebê” murmurei.

“Você está sangrando… Fique acordada que vamos te levar ao hospital”.

Sangrando.

As palavras flutuaram ao meu redor e eu fiz um grande esforço para entender. Não bebê, fique comigo. É você que está sangrando? Fique comigo.

Fui socorrida e notava as bocas que se mexiam e o som que não vinha. Falaram algo do meu braço, ele realmente doía. Não conseguia me manter acordada. Estava tão cansada.

Quando acordei novamente, estava num quarto de hospital. Era um desses quartos que a gente vê nos dramas da TV, com paredes amarelas e flores nos cantos. Tudo tão claro e limpo. Eu retirei o respirador do nariz e olhei para o lado. Aquela mulher estava lá, sentada corretamente, com as pernas juntas, a bolsa no colo. Usava um vestido de verão florido, o cabelo estava todo puxado para trás, num coque severo. Os brincos eram rubis que brilhavam. O rosto era uma expressão nula, ela parecia um quadro por não se mover. Uma dor me fez olhar meu braço enfaixado e tentei lembrar onde o tinha machucado. Voltei a olhar a mulher e ela se levantou, deixando a bolsa na cadeira que esteve ocupando.

“Você acordou… Está se sentindo melhor?”.

“Meu bebê?” quis logo saber. Acariciei meu ventre coberto pela manta hospitalar e senti as lágrimas aflorarem.

“Ele está bem… O médico está esperando você acordar para realizar os demais exames. Ele disse que você desmaiou, mas colocou o braço para proteger a queda. Você abriu a pele quando bateu na quina do balcão da cozinha, tiveram que fechar com pontos. Não quebrou ou trincou, você deu sorte”.

“O bebê está mesmo bem?”.

“Está sim… Vamos, fique calma” ela disse e passou a mão no meu cabelo. Era um toque carinhoso e eu tentei me acalmar.

“Quem é você?” perguntei, fungando. Ela trouxe uma caixa com lenços de papel e me ofereceu. Tentei usar o braço ferido e ela o segurou, fazendo com que eu abaixasse o membro na cama.

“Sou Han SiRan, a mãe de JiYong. Quem é você e o que fazia na casa do meu filho?”.

A mãe dele. Fiquei muda, sem saber o que deveria falar. Eu nunca tinha perguntado da familia dele por temer que ele perguntasse da minha. O que iria falar? Que minha mãe vivia num asilo e que não se lembrava de mim? As pessoas não queriam se relacionar com gente que tinha família complicada, imagina com família doente. Não tinha vergonha da minha mãe e da minha tia, eram minha família, mas eu não queria que JiYong fosse embora.

“Me chamo Mo YunJi… Eu moro com seu filho” respondi, secando as lágrimas. Ela apertou as duas mãos na frente do corpo e voltou a sua posição severa. Seus olhos especulavam sobre mim.

“Esse bebê é dele?”. Acenei com a cabeça e ela apertou os olhos. “Onde está o papel que prova isso?”.

“JiYong-sshi não quis, embora eu tenha dito que faria o teste se ele quisesse… Eu posso ver o médico agora? Eu quero saber do bebê”.

Notei que ela apertou os dentes e então, assentiu. Saiu do quarto com muita elegância e eu voltei a chorar, preocupada a gravidez. Quando SiRan voltou, estava acompanhada de uma médica e de uma enfermeira. Elas sorriram e me levaram na maca até a outra sala. Lá tinha o aparelho de ultrasonografia, só que bem maior e mais moderno do que o que tinha sido usado em mim na primeira vez que fiz o pré-natal. Tentei relaxar quando levantaram a manta e meu avental hospitalar. O gel frio foi passado e a médica sorriu novamente.

“Vamos ver seu bebê, mocinha… Agora relaxe” ela disse e eu olhei para a tela do maquinário enquanto ela passava o transdutor no meu ventre. “Ah, aqui está ele… Parece que está tudo bem…” a médica disse e me olhou. Eu sorri, os olhos marejados e olhei para o monitor. A médica apontou e explicou a posição. “Ele tem um coração forte… Você quer ouvir?” perguntou e eu assenti. O som foi aumentado e o batimento cardíaco tomou a sala, ritmado e poderoso. Foi o som mais lindo que escutei na minha vida. Eu desejei que o pai estivesse comigo, para vê-lo se maravilhar assim como eu. Coloquei a mão na boca para evitar gritar e meus olhos foram para a mãe de JiYong, próxima a maca, que também estava com os olhos marejados. “Viu? Está tudo bem… Você precisa tomar mais cuidado, estava muito desidratada e está muito calor para realizar atividades. Algumas grávidas costumam desmaiar com mais frequencia, você pode ser uma dessas, precisa tomar cuidado. Em contra partida, sua libido está em alta e o sexo pode ser muito bom. Seu marido vai concordar”.

“Eu não tenho marido, mas obrigada por tudo”.

O sorriso dela sumiu, foi um breve julgamento. Não me intimidei. Eu não podia mentir e não estava preocupada. O bebê estava bem e era tudo o que eu precisava saber. Fui levada novamente para o quarto e colocaram um novo soro no suporte, o ligando ao tubo perfurado na minha mão do braço ferido. Recebi uma imagem do ultrassom depois e encarei a primeira foto do meu filho.

O mundo, como eu conhecia, se desenhava novamente. Ele era mais colorido agora, ele tinha um som forte. Eu não conseguia conter as minhas lágrimas. Ali, naquele instante, tudo estava perfeito de uma maneira que eu nunca imaginei que poderia estar. Eu nunca tinha estado naquele lugar onde havia um amor incondicional. Olhando para a imagem, para a vida que eu gerava, eu entendi que o amor vinha dali.

SiRan entrou no quarto depois, acompanhada de outra enfermeira que trazia uma bandeja com comida. Me acomodei na cama para comer e fiquei preocupada com a ideia de passar mal. Ingeri um pedaço de pão e tomei um pouco do suco, quando senti que estava tudo bem, comi um pouco mais. Estava faminta.

“Se sente melhor agora que sabe que seu bebê está bem?” SiRan perguntou e a encarei, concordando com cabeça. “Quando eu estava grávida, eu tive muitos desmaios. É melhor que não fique sozinha” ela comentou e se sentou na cadeira confortável, cruzando as pernas de forma elegante. Eu sabia que o interrogatório ia começar. Ele não falou de mim para a sua família, me perguntei porque. Estaria com vergonha? Eu era inadequada? “De onde é sua família?”.

“Somos de Seul, mas minha mãe vive em Busan agora”.

“E seu pai?”.

“Eu não tenho um… Minha mãe foi mãe solteira”.

“Por que DooJoon-sshi nunca me falou de você?”.

“Eu não sei… Ele deveria falar?”.

Ela sorriu, parece ter se divertido com a minha resposta. Abri um pote de pudim e comecei a comer com desespero. Quem disse que a comida de hospital era ruim? Aquela era deliciosa ou eu estava com muita fome. O lugar parecia caro, talvez a comida fosse melhor. Afinal, quem pagaria pelo hospital?

“Você é a moça que eu vi no dia que JiYong estava cozinhando… Ele preparou um jantar para você?”.

“Sim, ele quis me mostrar a casa e me convenceu a morar com ele”.

“Convenceu? E quanto a Zion. T? Outro dia eu te vi com ele… Que tipo de relação você tem com ele?”.

“Ele é meu amigo. Meu único amigo” murmurei. Ela não esboçou qualquer reação. “Eu não tenho nada com ele, ele é meu amigo”.

“Hmmm… Zion. T é uma ótima pessoa” ela comentou. A conversa cessou por segundos, nos encaramos. Não sabia o que pensar, se queria pensar.

“A senhora deve me achar uma oportunista, mas posso garantir que não sou. Eu não queria ter ficado grávida, apenas aconteceu. E contei a ele porque como eu não tive pai, não queria repetir isso ao meu filho. JiYong-sshi sugeriu que morássemos juntos, ele disse que a casa era grande e que queria participar da criação” expliquei a ela. SiRan possuía um olhar apurado, como de um gavião. Sabia que ela não tinha acreditado, mas não poderia fazer mais nada se havia contado a verdade.

“E o que você faz?”.

“Sou maquiadora”.

“É engraçado… Meu filho nunca falou de você”.

Então, eu perdi a fome. Eu sabia onde aquela conversa acabaria e não estava pronta para ouvir. Me sentia fraca. “Eu sei disso… Seu filho acha que somos estranhos”.

“E vocês são?”.

“Acho que sim” sussurrei. “Eu gostaria de dormir um pouco, se a senhora não se importar…”.

Ela ficou de pé, colocou a alça da bolsa no ombro, pegou a bandeja e saiu. Me encolhi na cama. Não demorei a dormir. Todas aquelas emoções me desgastaram. O bebê estava bem e era tudo o que realmente importava.


Notas Finais


Essa história terá 32 capítulos, talvez 35 se tiver mais detalhes.


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