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-Foi só eu virar a cara pra você sair por ai se esfregando com outra?- Ela chega mais perto dele-.
-Monica, como pode pensar isso? Eu sou sua melhor amiga, nunca ficaria com o Cebola!-Denise entra na frente dos dois-.
-Eu vi, e dessa vez não foi nem por meio de fotos, eu flagrei os dois. O que tem a dizer em sua defesa? –Ela fica cada vez com mais Riva-.
-Nada, se você não acredita em mim, que sou, ou melhor, achava que era a sua melhor amiga não tenho mais o que falar- Ela abaixa a cabeça e, chorando, pega suas coisas- Adeus Monica, só que depois que você vier procurar, arrependida, eu não estarei mais aqui!
Monica olha para a amiga, e por um segundo pensa em ir lá, abraçar, dizer que foi tudo um mal-entendido e que iriam fazer compras juntas, mas a raiva e o ódio, o pensamento de traição, a fez ficar para lá, olhando uma das pessoas mais importantes de sua vida ir embora.
-Viu o que você fez, sua raiva a sua impulsividade fez a Denise, que é a sua melhor amiga ir embora!-Cebola se senta-.
-Ela não é mais a minha melhor amiga, e quer saber, acho que nunca foi - Monica serra os punhos-.
-Está enganada Monica, nós nunca fizemos nada demais, nunca te causamos mal, ao contrario, a única pessoa que esta fazendo isso agora, é você... -Ele se levanta e sai, deixando Monica sozinha com seus pensamentos-.
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-Que barra isso que eles estão passando- Magali fala andando com Cascão no parque-.
-Também acho, se eu pegasse quem mandou àquelas fotos- Cascão cerra os punhos-.
-Calma Cas, não ia adiantar nada a violência agora, nós temos que descobrir quem fez isso, e acabar de uma vez por todas com essa historia - Magali repreende o garoto-.
-Isso se a Monica ouvir né, ela não quer saber de mais nada, aquela garota é muito impulsiva- Ele senta em um banco-.
-Esqueceu que esta falando da minha melhor amiga? E eu cacho que o Cebola também não é tão santo, e que na primeira oportunidade que tivesse ia se jogar para cima de alguma menina ai!- Ela diz brava-.
-O Cebola? Para de defender a sua amiguinha Denise, ela também deve ter culpa e...
-Calma Cascão, acho que não é bom ficarmos brigando pelo problema deles!-Magali fica mais calma-.
-Você tem razão Maga- Ele também se acalma- Que tal um sorvete para acalmar?
-Topo- Ela da um sorriso- O meu é de Creme-.
-Vou comprar-Ele sai também sorrindo-.
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Eles chegam em casa, não havia ninguém no apartamento.
-Mãe, pai Cebola? –Ele grita- Chegamos!
-Acho que não tem ninguém Cas- Magali fala vinda da cozinha-.
-Tem razão, meus pais devem ter saído juntos! Mas onde será que o Cebola se meteu?- Ele pergunta se sentando em cima de um papel-.
-O que isso?-Magali pergunta curiosa-.
-“Amigos, bom, eu sei que é meio clichê escrever cartas de despedidas, mas não iria conseguir esperar vocês chegarem para me despedir. A Monica não quer mais saber de mim, ela não quer mais saber de ninguém. E ela era a única coisa que me prendia aqui. Infelizmente, seguirei minha vida na terra onde nasci, ao lado de meus pais, quem sabe eu até não arranje outro alguém lá. A esta altura já devo estar no carro, na estrada, seguindo meu rumo. Não pretendo voltar. Sentirei saudades.
Ass: Cebola.”-.
-O Cebola foi embora, por causa da Monica? –Cascão indaga surpreso- Ele não podia fazer isso, e a facul, e o trabalho que ele ia começar no restaurante e nós?
-Ele não podia mesmo, a Monica precisa saber disso!- Magali pega o celular para ligar para a amiga-.
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-Como ela pode pensar isso de mim?-.
Denise seguia rápido pela estrada, estava dirigindo fazia algumas horas, em geral, isso a animava, mas não hoje.
-Ela é minha melhor amiga, ela não podia. Se eu pego quem fez isso!-Seu rosto inchado por lagrimas secas, que deram espaço a novas, frescas, que ainda estavam caindo do rosto de dela- Ela não podia... Não...
Denise acelera ainda mais o carro, a estrada estava praticamente vazia.
-Monica, nosa amizade acabou- Ela arranca do pescoço o colar que havia ganhado de presente, e quando olha para a pista novamente tem uma surpresa infeliz-.
Naquele momento, o impacto no coração de Denise só não foi maior que o do carro em colisão com um caminhão qualquer. O vidro estilhaçado batendo em seu rosto já arranhado, a traseira, antes tão bem cuidada, agora amassada. O carro dá mais um lopping que parecia eterno na cabeça da garota. Aquilo não teria fim? Mas teve, o grande veiculo escorregou por entre matos e arvores e finalmente parou, e parou mal, estava amassado, uma gaiola prendendo Denise, impedindo a garota de pedir ajuda.
-Socor... –Ela não consegue terminar a frase, mas antes que pudesse repousar em paz, vê um par de botas em sua frente.
-Alo! É da emergência? –Era voz de homem-.
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-Filha? Esta tudo bem? – Dona Luiza entra no quarto da filha-.
-Nem um pouco mãe- Monica havia parado de chorar fazia alguns minutos- Está tudo vindo como um turbilhão-.
De repente o celular da garota começa a tocar. Era Magali.
-Monica? Você não vai acreditar! O Cebola, ele foi embora, voltou para São Sebastião.
-Como Maga?-.
-Exatamente! Por sua causa ele foi embora- O tom de repreensão na voz da amiga- Se você ir para a estrada agora, você alcança ele.
-Eu tenho que falar com ele e..
-Dona Monica, telefone para a senhorita!- Marta entrega o telefone a Monica-.
-Alo?
-Alo, por acaso é Monica Souza?
-Eu mesma! Quem é?
-Aqui é Cleyde. Uma das enfermeiras do hospital Lázaro de Betânia! Recebemos uma paciente, Denise!
Naquele momento o estomago de Monica embrulha...
-Ela sofreu um acidente de carro, e quando acordou só falou no seu nome. Nós tentamos ligar para o celular da senhora, usando o celular da paciente, estava ocupado.
Monica se sente culpada por ter atendido Magali.
-Mas o de sua casa também estava salvo, tentamos e conseguimos! A senhora poderia vir aqui no hospital?
-Cla... Claro- Mais uma lagrima escorre do rosto de Monica, só que desta vez de tristeza, uma tristeza muito pior do que a que sentiu quando viu àquelas fotos, uma dor, que não desejava ao pior de seus inimigos-.
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