PUMP
Depois de Jessi falar que não dariamos certo, tentei fazer o bom moço, coisa que eu não sou nem de longe.
Acho que fiz coisa de garotas com ela, não sei por que eu não sou marica, mas passamos o dia no shopping e todo aquele mela-mela.
A noite jantamos e eu entreguei o colar pra ela, achei bonitinho e comprei, não dando a mínima pro preço. Dormimos e eu até que queria foder mais o sono falou mais alto.
No outro dia acordei e algo disse na minha mente: vê o celular dela! E dessa vez eu não estava ao efeito de drogas pra ficar escutando vozes.
Peguei o celular dela na escrivaninha e desbloquiei, que burra, não tinha senha.
Fui direto nas redes sociais, onde não encontrei nada, quando reparei melhor tinha uma conversa do Quavo, abri para ler e ela acordou.
— Oque tá fazendo? — ela perguntou puxando o celular da minha mão.
— Então você troca ideia com o Quavo? — fiz uma pergunta retórica.
— Apenas falamos sobre assuntos de trabalho. — disse desconfiada.
— Deixa eu ver então Jessica!
— Não! Eu não fico mexendo no seu celular. — disse ela.
— Você transou com ele Jessica?
— Não, claro que não Gazzy! — respondeu rápido.
— Ele veio aqui? — falei olhando aos arredores.
— Para com isso! — ela disse indo pra cozinha.
Fui até ela e por instinto a prensei na parede puxando seu braço forte.
— Não brinca comigo Jessica! — falei no ouvido dela.
Ela ficou apavorada e eu soltei seu braço.
Tomei café da manhã e cai fora de lá sem me despedir. Eu não desconfiava até porque o Quavo é muito mais velho que ela, mas também não botava minha mão no fogo.
Peguei meu carro e meti marcha de volta pra casa, chegando lá Smoke estava bebendo cerveja com Madison, eu não aguentava mais ver a cara dessa garota todo dia aqui.
— Será que a gente pode trocar um papo? — falei a Smoke.
— Claro, pode falar cara! — disse ele.
— Só nos DOIS. — dei ênfase a "dois".
— Com licença, meu amor. — Smoke diz a Madison.
A garota saiu de cena.
— Vou ver outra casa pra mim e você pode ficar com essa se quiser, quero privacidade. Essa garota todo dia tá aqui, eu não posso trazer minhas vadias pois ela sempre tá aqui. — fui direto.
— Caralho Pump, é sério isso? — Smoke pergunta.
— Sim é muito sério! A casa também é minha porra.
— Achei que eramos brothers mais pelo visto não somos. Amanhã eu caio fora daqui! — ele disse alterando a voz.
— Acho que você não me entendeu Smoke. Eu to falando da garota! — expliquei mais ele virou as costas.
Foda-se o Smoke!
Tomei banho, me arrumei e liguei os garotos pra sair a noite, só que estavam todos ocupados, viados. Lembrei da Megan aquela vadia da festa do Migos, tão ligados?
Mandei mensagem e ela aceitou se encontrar comigo, me arrumei pra caralho e se encontramos na balada mais famosa de Miami, a Liv.
— Pensei que não ia te ver mais. — falou ela serena bebendo um coquetel.
— Estou sempre por ai baby. — respondi medindo ela da cabeça aos pés.
— Aceita? — ela se refere a cocaína.
— Tô tranquilo. — respondo.
— Sobra mais! — ela cheira uma fileira toda de uma vez.
Estávamos no camarote e pegamos alguns champagne, Megan já estava drogada mais que o normal e o foda é que ela se controlava ao máximo.
— Achou que eu iria te ligar? — ela perguntou.
— Normalmente é isso que elas fazem. — falei fumando meu baseado.
— Ainda bem que eu não sou igual a elas. — disse ela piscando.
— Será? — provoquei.
Ela apenas sorriu de canto. Talvez ela fosse eu na versão feminina.
Ficamos a noite toda usando drogas e bebendo, eu só queria ir pra casa e dormir como se não houvesse o amanhã. Enfim amanheceu.
No carro.
— Eu nunca me diverti tanto, sério! — disse ela com dificuldade.
— Que hotel quer ir? — perguntei mudando o foco.
— Primeiro eu gostaria de ir na praia, podemos? Não deve ter ninguém lá. — sugeriu ela.
Eu estava tão chapado que concordei e fui. Parei o carro e fiquei olhando o pôr-do-sol.
— Não vai descer? — perguntou ela.
— Não. — respondi.
Ela desceu e tirou o salto, não entendi nada e nem fiz questão de tentar entender, meu cérebro estava lento.
Depois de 15 minutos ela volta e sua fisionomia parece ter mudado, não liguei pois deveria ser coisa de mulher, bipolar e louca.
— Que hotel vamos? — perguntei novamente.
— O mais próximo. — disse ela encostando a cabeça na janela.
Escolhi um hotel que eu nunca vi, que ficava perto da praia. Subimos pro quarto e não era nada do que eu estava acostumado.
— Ótimo, boa noite. — disse ela deitando na cama.
Já ouviram aquela frase? "No final vai ter que dar" pois é, meu lema era esse.
— Vai dormir? — perguntei tirando meus sapatos.
— Quer conversar? Porque eu quero dormir. — respondeu simples.
— Você ta brincando né? — ri de nervosismo.
— Agora eu entendi Lil Pump, eu entendi tudo. Você queria sexo!
— Parabéns você descobriu a américa! Óbvio que eu queria sexo, achou que eu ia te ligar pra te pedir em casamento? — falei sarcástico.
— Achei que íamos ser amigos. — disse ela montando outra fileira de cocaína e fumando um cigarro.
Eu estava com o cu na mão, nunca vi alguém cheirar tanto como ela, tirando o Skyler mais nem ele usa tudo isso.
— Você não acha melhor parar com isso Megan?
— Você não esta aqui só pra me foder? Por que quer pagar de amigo conselheiro agora? — ela disse cheirando tudo.
— Não sou assim como você pensa. — menti.
— Não mesmo, você é pior. Você é mimado Lil Pump, egoísta! — disse ela.
— Vai se foder. Eu apenas vivo minha vida. — falei me deitando na cama.
— Eu também, como se fosse o último dia. — disse ela dando um longo suspiro.
Minha mãe sempre falava em pressentimento e eu nunca dei a foda pra isso, pra mim era história que ela contava. Mas naquela hora eu senti alguma coisa, ou poderia estar muito chapado de maconha.
— Você é feliz? — perguntei.
— Não! — ela me encarou.
— E porque não? Você é puta de uma gostosa, não parece que sofre.
— Nem todo mundo é, oque aparenta ser! — disse ela.
— Quer trocar ideia? — falei.
— Tanto faz. — silêncio longo. — Eu perdi meu casamento por causa de drogas e perdi a guarda da minha filha. — disse ela.
Caralho, de certa forma me senti um fodido.
— Você tem filha? — a olhei sério.
— Tenho. Sou a pior mãe do mundo. — respondeu encharcando os olhos.
— Ei, não fala isso! — a repreendi.
— E você também não é uma boa pessoa. Temos que encarar a realidade como ela é.
— Você nem me conhece! — resmunguei.
— E nem é preciso. Você é novo, pode mudar muita coisa Lil Pump, se tentar mudar depois será tarde! Agora vou dormir. — disse ela virando de costas.
Pensei naquelas palavras e talvez fizesse sentido.
Acabei pegando no sono.
Quando acordei Megan ainda estava dormindo e alguém estava batendo na porta, nosso horário no hotel deveria ter se expirado.
— Megan? Acorda porra! — falo colocando meu tênis de pressa. — JÁ VAI! — grito e a porta enfim para de ser batida.
Vou no banheiro mijar e Megan ainda esta dormindo.
— Megan, levanta. — falo e novamente ela não reage.
Me aproximo e observo que ela está na mesma posição que dormiu. Resolvo tocar nela e a pele esta muito gelada.
— Não... — checo seu pulso e não esta com pulsação.
Megan estava sem pulsação, faço massagem cardíaca no seu peito e nada. E novamente alguém bate na porta, e eu falo que já estamos descendo.
— Porra, merda... Oque eu vou fazer agora? — ando de um lado pro outro. — Megan esta morta, droga, droga.
Eu estou desesperado não sei oque fazer e tomo uma atitude inconsciente que é de sair fora, deixo todo meu dinheiro na cama, ligo pra emergência avisando oque aconteceu e caio fora.
Passo pela recepção sem ser visto, entro no meu carro e dou partida. No caminho a ficha cai, a Megan está morta mano e eu deixei ela lá.
Ligo pra Jessica que logo me atende.
*Ligação ativa*
— Aonde se meteu? — ela me pergunta.
— Aonde você ta Jessi? — falo nervoso.
— Em casa, por que?
— Estou indo pra ir.
Desligo sem receber respostas.
*Ligação encerrada*
Chego no apartamento de Jessi e entro.
— Tranca a porta Jessi. — eu fecho as cortinas.
— Oque deu em você Pump? — diz ela assustada.
— A garota Jessi, ela morreu do meu lado. — falo rapidamente.
— Que garota? Não to entendendo. — ela diz.
— Eu sai com uma amiga, ela usou muita cocaína e teve overdose no hotel. — coloco as mãos sob o rosto.
— Perai, deixa eu ver se eu entendi. Você levou sua amiga pra hotel? — Jessi pergunta.
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