Quinta-feira, dezessete de março de dois mil e dezesseis, à meia-noite e quarenta minutos, no meio da floresta dos Park. So-min.
Ela vê uma lanterna e clareia o lado de fora, chamando a atenção da criatura para si, que a olha e rosna. Sua aparência era como a de um lobo, mas ainda tinha traços de uma mulher... Aquilo tudo não fazia sentido, e ela mesma não acreditaria se não estivesse vendo com seus próprios olhos.
Então, com medo, ela se tranca dentro da torre.
...
Quinta-feira, dezessete de março de dois mil e dezesseis, às duas horas da manhã, nas minas. So-min e Ji-woo.
Ela vê aquela coisa correr por cima das tábuas e reza para que ele não chegasse ali em baixo. Seja o que fosse, não era boa coisa e com certeza queria machucá-la e realmente iria, se tivesse a pegado. Ela suspira e continua andando, até sentir uma mão encostar-se ao seu ombro e paralisa antes de se virar bruscamente, com medo.
Ela vê o rosto de sua namorada, completamente pálida. Ela tinha um machucado na testa, onde se espalhava sangue. Seu olhar era cansado e turvo, parecendo confusa, mas conseguiu se lembrar que ela estava ali.
So-min não sabia, mas ela fez questão de a proteger na queda, para que não se machucasse tanto. Mas, acabou que, quem se machucou foi ela mesma.
— So-min... — Seus lábios pálidos sussurram, sem conseguir dizer nada além disso. Parecia que ia desmaiar a qualquer segundo, e So-min queria isso, para que ela não fosse um fardo para si. A garota que, um dia, ela chamou de “amor”.
Ela tira a mão da garota de seu ombro com agressividade, quase que a lançando para longe de si. Ji-woo apenas sente um aperto no peito, anulando a dor do machucado em sua cabeça.
— Se quiser me seguir, vai ter que ser mais esperta, ouviu? — falou com firmeza e raiva no olhar. — Não quero você atrás de mim, apenas sendo um fardo! — completa, apenas para deixar a garota mais triste, na tentativa que ela ficasse ali e não fosse atrás dela.
Ela não responde, por não conseguir e pela dor que So-min a causava ser muito maior que qualquer uma que outras pessoas poderiam fazer. Ela era a pessoa que ela mais amava nesse mundo e a tratava daquela forma.
Ela apenas um lampião apagado e estende para que So-min pegasse. Ela hesita, pelo jeito que a tratou segundos antes de ela fazer isso, mas acaba por pegá-lo, de qualquer forma, pois não se importava com o que falava para a mesma ou, muito menos, o que ela sentia, pois ela não passava de capacho para si.
De qualquer forma, não tinha fogo por ali e So-min teria de achá-lo para isso, mas não faria, por medo de machucar suas unhas, não importa o quão perigoso a situação fosse. Mas, a má notícia era que, pela escuridão que estava aquele lugar, não teria fogo ali tão facilmente.
Enquanto se dispôs a andar, So-min pensava, enquanto ouvia os passos lentos de Ji-woo atrás de si, que não tinha força suficiente, mas tentava a seguir. Se aquele lampião estava ali, elas não eram as únicas a estarem ali... Pelo menos, não pela primeira vez... Enquanto pensava nisso, seu coração disparou, como um pressentimento de que algo aconteceria.
Então, inexplicavelmente, uma tocha acendeu-se perto das rochas, amostrando alguns crânios humanos presos pela parede rochosa, fazendo So-min se assustar e dar um pulo. Ji-woo também, mas seu corpo não permitiu que ela fizesse nenhum movimento brusco. Aquilo, com certeza, estava ali há muito tempo. Mas não havia explicação racional alguma, a tocha apenas estava lá, acesa, com um fogo que não havia antes.
So-min se aproximou, hesitante, e até lembrou de consultar a namorada com um olhar. O que o medo não faz, não é mesmo?
— Amor... — Ji-woo resolveu falar, depois de muito tempo. — Não toca... nisso... — disse com dificuldade, apenas para alertá-la que poderia ser perigoso.
Mesmo assim, a curiosidade de So-min é maior que seu juízo e ela se aproxima de um dos crânios.
“Esta ação terá conseqüências... Escolha com cuidado.”
...
Terça-feira, dezesseis de março de dois mil e dezesseis, às oito horas, no chalé dos Park. Hyun-ah.
“Atualização do Efeito Borboleta”.
Jae-beom chamou a atenção de Hyun-ah, então, ele decidiu dizer o que se passava em sua cabeça sobre tudo aquilo que a mulher dissera.
— Como você sabe disso? — Foi até ela, franzindo o cenho e puxando toda a coragem que tinha dentro de si, pois, na sua cabeça, ela era uma ameaça.
— Eu tava presa com elas. — diz, abaixando a cabeça.
— Você tá mentindo! — quebra o silêncio. — Você só está dizendo isso para se safar! Com certeza, você que matou nossos amigos e acha que vamos acreditar nesse conto de fadas. — afirma.
Jae-beom agora desconfia de tudo que Hyun-ah fizer.
As pessoas mudam as expressões de confusão para medo e desconfiança. Chang-bin aperta Felix no abraço, que estremece de medo.
— Concordo com o Jae-beom, acho que ela tá mentindo. — Jennie diz, cruzando os braços e se juntando à ele.
— A gente tem que expulsar essa mulher daqui! — Seung-wan se intromete, mais radical do que qualquer um ali, até mesmo a cruel Jennie.
— Então, é isso? Vão expulsar ela assim? — Pranpriya cruza os braços, parecendo se voltar contra todos ali, que estavam em maioria.
— Ela é perigosa, Pranpriya! — Roseanne insiste, mostrando de que lado estava.
— Ela pode não ser! — Já Ji-soo, não escolhia o mesmo lado da namorada.
— Deixe de ser cadelinha da Pranpriya, Kim Ji-soo. — Jennie a enfrenta de frente, pronta para bater nela por qualquer motivo mínimo que fosse, pois, não importava a situação, ela queria acabar com a garota de qualquer jeito, apenas por estar próxima de sua namorada, a qual ela nem se importava, só se importava com seu ego. — Escolha seu lado, pelo menos uma vez na vida, e não fique na sombra da minha namorada. Ela nunca trocaria alguém como eu por alguém como você. — a humilha na frente de todos ali.
— Jennie... Fica quieta. — Vai até as duas e pega a mão de Ji-soo, a fazendo ficar um pouco confusa pela proximidade. Afinal, o que rolava entre elas? De qualquer forma, Roseanne estava começando a entender o que estava acontecendo.
— Se não vai expulsar essa vadia, eu faço isso! — Jennie diz, pegando o braço da ruiva, completamente tomado por machucados, e a levando lá pra fora.
— Não pode fazer isso, Jennie! — Pranpriya corre e entra na sua frente, mas apenas é empurrada pela morena, jogando a ruiva do lado de fora, como um lixo, e trancando a porta novamente.
— Meu Deus, Pranpriya... — Ji-soo corre até ela e estende a mão. — Você está bem? — pergunta, ajudando-a a levantar.
— Estou sim, eu apenas... — Sorriu de uma maneira triste. A própria namorada fazendo algo desse nível... — Apenas machuquei minha mão. — Mostra um pequeno ralado.
— Vamos cuidar disso. — Toca seu ombro, indicando para irem para a cozinha, enquanto o olhar da namorada dela estava sobre ambas.
— Não podemos. — Balança a cabeça. — Não podemos deixar a Hyun-ah sozinha lá fora! — Implora para ela com os olhos.
— Certo... — Abaixa o olhar e suspira, abrindo um pequeno sorriso. — Vamos atrás dela! — Sorri maior e pega sua mão, indo até a porta.
— Esperem! — Huening interrompe-as. — Não podem ir sozinhas! — mente, indo até elas. Essa não era a verdadeira razão de querer acompanhá-las.
— Ok, obrigada, Kai! — a mais velha sorriu e abriu a porta para ambos irem na frente.
...
Terça-feira, dezessete de março de dois mil e dezesseis, às oito e meia da noite, na floresta dos Park. Chae-ryeong e Da-hyun.
Após rodopiarem naquela floresta, completamente perdida, com a ajuda da neblina da nevasca, Chae-ryeong e Da-hyun viram algo que passasse da completa confusão daquela floresta, que mais parecia um labirinto. Quando chegaram na montanha, tudo foi mais fácil de achar, até mesmo quando Da-hyun carregava uma mala cor-de-rosa imensa. Talvez fosse a neve as confundindo... Talvez não...
Elas vêem um clarão de luz roxa intenso, quebrando todo o cinza eterno que martelava em suas visões.
— O-o que é isso? — Chae se atreve a perguntar.
— E-eu não sei, mas não se afasta de mim. — a mais velha passa na frente dela novamente, a protegendo caso aquilo fosse qualquer coisa perigosa, o que era o mais provável.
Então, elas ouvem um ruído atrás de si e vêem o rosto com toda clareza. A nevasca parecia ter desaparecido do nada e eles estavam cercados por árvores e árvores sem fim. Da-hyun até mesmo se pergunta como chegaram ali, já que parecia não ter saída. O desespero bate.
— Chris? — Ela pergunta, franzindo o cenho.
— Oi, Da-hy... — Sorri sem jeito, mostrando seu par de covinhas, meio que forçando ser simpático, pois nada estava bem para sorrir.
— O que está fazendo aqui? — pergunta.
— Procurando meus alunos. — Suspira. — Não vou simplesmente deixá-los pra trás e sair daqui. Afinal, a culpa é minha deles estarem aqui agora... — diz, certo do que estava fazendo e Da-hyun assente, concordando com seu comportamento tão protetor.
— Eu entendo que eles são, praticamente, sua família. Mas não se culpe por isso, certo? — Segura a mão dele e aperta um pouco. Ele sorri e assente.
— Isso é... uma árvore? — Chae-ryeong pergunta, salvando o assunto que tinha morrido e finalmente percebendo que a fonte da luz roxa era uma árvore.
Como isso era possível? Bem, dado à todas as coisas impossíveis, não se podia tentar contestar isso e deixar todas aquelas coisas sem explicação para trás.
— É... — Da-hyun responde sem muita certeza, também confusa.
— Vocês vão entrar? — Chris pergunta, tendo seus olhos iluminados pela luz que se torna ainda mais convidativa. — Por que eu vou. — Dá um passo a frente, sem nem olhá-las, como se não importasse se eles iriam ou não, ele tinha que ir para salvar sua família.
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