História Estações - Segunda Temporada - Festa universitária

Pov Lauren

(Autumn)

A mansão da irmandade - que eu nem me dei o trabalho de gravar qual era - estava no auge quando nós chegamos. Dinah foi a frente, já que seria ela que conseguiria nos colocar lá dentro sem chamarmos tanta atenção como intrusos ou penetras. O lugar era um típico lugar onde jovens adorariam morar. Espaçoso, com dois andares, piscina enorme nos fundos com direito a uma jacuzzi e um quiosque.

Em uma das salas tiraram os moveis e contrataram um DJ, a cozinha estava cheia de bebidas alcoólicas e tinha até mesmo alguns garçons circulando levando aperitivos aos convidados. A maioria ali já estava bêbada ou começando a ficar alegres demais.

Mas assim que entramos, chamamos a atenção de uma maneira mais surreal do que na escola. Afinal éramos cinco garotas e naquela noite seria modesto aceitarmos a realidade de que estávamos deslumbrantes e sexys. Merda, aquelas horas infernais no shopping com Normani tinham de valer a pena. E valeram assim que encontrei Camila em casa, quando seus olhos escureceram no segundo seguinte em que pousaram em mim. Mas a minha pequena latina não estava atrás, ela estava linda e tão gostosa que eu a guiava com um orgulho idiota de ter aquela beldade e poder berrar que era minha, apenas minha.

-Vamos lá para fora, aqui está infernal – Ariana pediu.

-Irônico você dizer isso como se não gostasse – Dinah implicou, mas logo abria caminho para a área da piscina – Rick! – ela gritou assim que avistou um garoto alto, musculoso e loiro, ele usava uma dessas blusas de jogador de algum esporte – A festa está divina! Mas poderia ficar melhor se você conseguisse tequila para mim e minhas amigas.

-É um pecado que garotas lindas como vocês não estejam se servindo em minha casa! Já vou providenciar!

-Tão fácil de manipular – Dinah deu de ombros quando ele se afastou.

-Assim são os garotos, são mais descomplicados – Ariana comentou – Fáceis de lidar, usar, jogar fora, pegar de novo e depois fazer eles se sentirem culpados.

-Minha mãe! – Normani a olhou incrédula – Desde quando você é uma sem coração?

-Talvez ela só esteja no lado errado – Camila comentou, seus olhos brilhando com a ideia – Deveria tentar algo com uma garota, vai ver o quanto elas são imprevisíveis e intensas!

-Camila deve ter algum poder especial para levar as pessoas pro lado do arco-íris – Dinah riu divertida.

-Camz, nem todo mundo é gay amor – disse com cuidado.

-Só estou sugerindo! – Camila ergueu as mãos em rendição – Talvez se ela mudar um pouco os gostos acabe se surpreendendo, ou descobrindo que definitivamente não gosta disso. Não há nada de errado na sugestão ok?

Antes que alguém comentasse algo, o garoto retornou com uma bandeja, seis copos de shot e uma garrafa de tequila. Ele virou a primeira rodada conosco, mas logo estava sussurrando algo no ouvido de Ariana. Ela fingia interesse, deu o sorriso certo e aceitou uma dança. Ela precisava extravasar tanto quanto Camila, não iria julgar a forma que ela faria isso!

A festa seguiu exatamente como festas de universidade são. Jovens bêbados, uma parte drogada e a outra apenas fazendo idiotices. Logo tinha um louco correndo nu e com pinturas corporais. Depois duas garotas dançando encima do balcão dentro da casa. Eles gritavam, eles se jogavam dentro da piscina e faziam brincadeiras sem sentido.

Mas dessa vez, eu tentei ignorar a loucura e a bizarrice que achava isso e me dediquei as minhas amigas. Infelizmente a voz da razão, vulgo Ally Brooke, tinha tirado a noite para estudar para uma prova. Ela era uma verdadeira nerd, mas o curso de medicina exigia dela uma dedicação absurda e a baixinha tentava manter as notas altas enquanto podia.  Sem a nossa curandeira, nós logo estávamos fazendo loucuras também.

Tentaram jogar Dinah na piscina. Ela deu um giro ágil e acabou jogando os dois garotos que tentavam fazer a travessura. No final ainda ergueu os braços como se fosse uma campeã e recebeu vários assovios e aplausos. Ariana se meteu em uma competição de virar bebidas e derrotou todos os cinco garotos, mas logo estava se atracando com aquele rapaz de mais cedo. Normani e Dinah dançavam com outras pessoas o tempo todo, mas volta e meia, quando se reencontravam, faltavam apenas se devorarem no lugar.

Porém o melhor de tudo era Camila.

Ela dançava se entregando ao ritmo. Mantinha-me perto com um ar possessivo, pois não eram poucos os olhares que lançavam para mim. Bebia, ria alto de qualquer besteira, falava coisas bobas e cantava a plenos pulmões qualquer música que gostasse. Em determinado momento encontramos com uma colega de Camila, uma garota hipster que andava com certa frequência com minha noiva.

-Quem diria que sua namorada é mesmo uma garota – Rachel disse em evidente tom de brincadeira.

-Na verdade, minha noiva – Camila entrelaçou nossos braços e tinha um enorme sorriso – Ou minha mulher, como preferir.

-Nossa, eu sempre via a Lauren como a possessiva da relação – Rachel parecia mesmo surpresa.

-Eu demonstro mais – admiti e tive dificuldades de segurar o riso – Mas a Camila é um demônio ciumento. Lembro de minha antiga parceira de biologia, uma vez ela apareceu lá em casa e...

-Não se atreva! – Camila quase gritou tentando me interromper.

-... tínhamos acabado de fazer sexo das pazes – prossegui a ignorando enquanto já começava a receber tapas – Camila abriu a porta, a garota deduziu o que estávamos fazendo e insinuou o sexo, mas a Camz a cortou dizendo....

-MICHELLE!

-“Se estávamos transando? Não, FODENDO!”

-OH MY!! – Rachel explodia em uma gargalhada.

-Sua vagabunda! Por que contou isso?! – Camila continuava tentando me bater e cada tapa era mais forte do que eu esperava.

-Foi épico amor!

Eu não sabia se ria, se fugia ou esquivava. Mas então resolvi surpreendê-la, envolvi apenas um braço na cintura dela, a puxei para perto de mim e a ergui do chão a deixando centímetros mais alta do que eu. Camila bufou, afundou as unhas em meus ombros e me fitou de maneira assassina. Eu apenas deixei meu sorriso crescer gradativamente, sem esconder a diversão de tê-la dessa forma, mas sem desviar um minuto sequer o olhar do dela.

-Eu odeio você! Isso não vale! Me solte e vamos lutar, não me obrigue a olhar pra esses olhos lindos e ver esse sorriso travesso! – Camila se debateu, mas eu a segurava firmemente – Eu odeio amar você, eu nem consigo me manter zangada e isso é um saco.

-Beije-me – ordenei.

-O que? Eu ainda estou irritada com vo---

-Beije-me agora, Camila! – ordenei mais firme.

Como que para me punir por não conseguir resistir a uma ordem minha, Camila adentrou os dedos em meu cabelo, agora escuro, e os segurou de maneira firme. Os lábios dela se chocaram com os meus sem esconder a irritação, pois exigiram tudo logo no primeiro toque. Ela dominou o beijo, o deixando tórrido e intenso no início, mas logo ao perceber que tinha o total controle a filha de Perséfone mudou a tática. Camila puxou meu cabelo quebrando nosso contato, mas a sua boca pairava sobre a minha. Quando tentei beijá-la novamente, a maldita se afastou e deu um sorrisinho sacana, fugindo mais uma vez quando fiz outra tentativa. Olhei para os lados, uma parte de mim ainda tinha ciência que estávamos em um lugar lotado de jovens bêbados universitários. Em poucos passos e amaldiçoando aqueles saltos, caminhei ainda mantendo Camila erguida e em meus braços, indo em direção a um canto mais escuro e afastado.

Encostei na parede, colocando Camila no chão. Porém antes que eu pudesse raciocinar a latina já puxava meu rosto em direção ao seu. O beijo foi lascivo, quente e vulgar. Nossas línguas se encontravam fora de nossas bocas, se enroscavam de maneira lenta e exploravam cada parte de nossa boca. As cabeças alternavam os encaixes das bocas, mudando a estratégia, deixando ainda mais enlouquecedor aquele longo e único beijo. Um que foi suficiente para deixar o tesão insuportável.

-Essa é a parte em que nós saímos voando daqui? – Camila indagou quando terminamos o beijo por falta de ar.

Sorri travessa não deixando de notar que ao redor da boca de Camila predominava as manchas vermelhas de meu batom. Minhas mãos deslizaram pelas costas dela com a palma espalmada, encontrando o objetivo nas nádegas avantajadas. A apertei e impulsionei o corpo dela para cima, obrigando minha latina a envolver as pernas em meu quadril.

-Segure firme – mandei.

Camila envolveu os braços em meu pescoço ao mesmo tempo em que eu pegava impulso para começar a voar. E pela primeira vez quase cai em pleno ar, pois Camila resolveu começar a sugar o meu ponto de pulso no pescoço e a roçar o corpo no meu, completando com leves reboladas. Arfei, a segurei mais firme e nunca voei tão rápido com ela em meu colo antes. Assim que chegamos em casa, fechei a porta assim que a ultrapassamos com certa força.

-Você foi má, Camila, eu podia ter nos derrubado! – reclamei guiado meus passos até o nosso quarto.

-Você nunca me derrubaria – Camila deu beijinhos no meu maxilar – Eu confio em você cegamente de que não nos deixaria cair.

A fitei quebrando qualquer argumento que ainda roçava em minha língua, pois logo estava sendo dominada pela de Camila, perdendo uma batalha vergonhosamente nos primeiros segundos.

Naquela noite nós nos deixamos levar por cada impulso ou vontade, cada desejo e cada gesto carinhoso. No fundo sabíamos que o tempo de tranquilidade estava acabando. O tempo de viagem de Jennel e os outros já era grande o suficiente para desconfiarmos que logo voltariam. Então deixamos que nossas almas se entrelaçassem enquanto nossos corpos traduziam o amor e o desejo através de toques, de gemidos, de uma entrega total uma a outra.