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História Estereótipo - Tutorial de como (não) driblar a Lei de Murphy


Escrita por: Victra

Notas do Autor


Boa leitura (♡)

Capítulo 10 - Tutorial de como (não) driblar a Lei de Murphy


A lei de Murphy foi adotada pela cultura ocidental como um adágio e, basicamente, dita o seguinte: “Se algo pode dar errado, dará.”.

Eu, particularmente, sempre acreditei que ela fizesse muito sentido. Não sei se é um acontecimento geral ou se ocorre apenas comigo, mas as coisas, realmente, costumam dar errado em minha vida. O tempo todo.

Tudo bem. Talvez eu fosse um pouco pessimista — ou seria otimista? —, mas eu estava muito a fim de mostrar a Murphy que ele podia estar errado enquanto esperava Jeongguk em frente à escola naquela tarde.

— Mãe, estou indo à casa de um amigo, tudo bem? — requeri sua permissão pelo telefone. Meus pés não paravam quietos, movendo-me em círculos durante a espera.

Eu estava alguns metros a frente da entrada principal do colégio, observando o movimento em seu portão.

Amigo? O Hale? — ela indagou do outro lado da linha.

— Nah. O Jeongguk.

Aquele japonês que você me mostrou? Ele é bonitinho. — seu tom era sugestivo.

— Ele é coreano. — corrigi-a. — E eu sei.

Olha, você devia ter me avisado antes.

— Isso quer dizer que eu não posso ir?

Quer dizer que você até pode, mas eu não estou muito feliz com isso. — fez uma pausa. — Você saiu com ele esse sábado, não? Está desencalhando?

— Mãe… — revirei os olhos. Pude avistar Jeongguk saindo pelo portão com seu grupo de amigos.

Olha, você segura essa periquita, garota. — repreendeu-me.

— Relaxa. Eu sou super responsável.

Pelo bem da sua vida, é bom que seja. — resmungou.

— Eu vou desligar. Tchau, mãe. Amo você. — acenei para Jeongguk, que rapidamente me viu, lançando-me um sorriso.

Tchau. Volte cedo. Juízo. E eu também te amo.

Desliguei a chamada em seguida. Meus pés se fixaram no chão enquanto eu aguardava Jeon se aproximar. Braceei de volta para seus amigos quando eles o fizeram.

— Vamos? — questionou-me quando estava perto o suficiente para que eu o escutasse.

— Aham. — Assenti. — É muito longe?

— Do outro lado da cidade. — disse, dando de ombros.

Arregalei os olhos.

— Jeongguk, eu sou sedentária. — comecei, já pensando no quanto estava nem um pouco a fim de andar. — Deus me livre ir a pé até lá.

— Preguiçosa. — acusou, rindo. — Eu estou brincando. É a alguns quarteirões daqui. — indicou a direção com um menear de cabeça.

— Ainda é muito longe. Podemos pegar o ônibus? — suspirei, frustrada.

Um dos ônibus escolares passou em nossa frente logo em sequência. Meus olhos brilharam quando o vi.

— Nah. Eu quero ir andando hoje. — sorriu.

— Tudo bem. Vai com Deus, amigo. A gente se vê. — disse e virei-me para a direção contrária, pondo meus pés para percorrerem o caminho até minha casa.

— Maeve. — Jeon disse e segurou em meu pulso esquerdo. — Vamos logo. — observei-o revirar os olhos por cima dos ombros.

Suspirei, dando-me por vencida.

— Vamos antes que meus pés mudem de ideia. — voltei-me a ele outra vez.

Jeongguk sorriu.

O caminho até a casa dos Jeon foi divertido, no final das contas; no meio dele, paramos em uma lanchonete para comer algo e aproveitamos para comprar doces, então eu tive tempo para descansar.

De qualquer forma, nem a tarefa de caminhar era tão horrível com a presença de Jeongguk. Isso me deixava um pouco preocupada, para falar a verdade. Eu realmente gostava de tê-lo por perto. Seus sorrisos tímidos e suas piadas sem graça me causavam sensações gostosas na boca do estômago.

— Noona, estou em casa. — Jeon disse assim que adentramos sua residência.

A casa dele era grande e bonita; tinha aquele quê moderno que deixaria minha mãe, uma orgulhosa designer de interiores, bem satisfeita.

Ainda assim, tiramos nossos sapatos no hall e calçamos uma espécie de pantufinha que fez com que eu me lembrasse de suas origens, uma vez que mostrasse o quanto sua família as conservava.

— Jeonggukie? — uma voz feminina soou.

A dona dela era uma garota de, aparentemente, uns vinte e dois anos. 

— Como foi a escola? — ajoelhou-se no sofá onde estava e virou-se para trás, visando enxergar o moreno.

Ela pareceu bem surpresa quando me viu. Seus olhos se arregalaram e sua boca se abriu em um perfeito ‘o’.

— Oi. — acenei timidamente em sua direção.

A mulher continuou com a mesma expressão. Comecei a me sentir desconfortável, então busquei o olhar de Jeongguk, que parecia estar entediado.

— Jeongguk, tem uma garota do seu lado. — ela disse como se fosse algo absurdo.

— É, eu percebi. Esta é a Maeve. Maeve, esta é a Somin, minha prima.

— Prazer. — sorri, ainda acanhada.

— Ah, meu Deus! — ela abriu um sorriso de orelha a orelha. — Eu pensei que nunca veria isso acontecer. — levantou-se do sofá, vindo a nosso encontro em seguida. — Quer dizer, quando eu perguntei o que ele faria caso achasse alguma garota legal e ele simplesmente disse: “Nada.” — engrossou a voz, como se o imitasse —, eu perdi as esperanças. Apenas aceitei que meu primo seria um eterno encalhado. — ela gesticulava enquanto falava. — Mas aqui está você. — segurou em meus ombros. Seus olhos me analisaram. — Ah, você é tão bonita! Como isso aconteceu? Você teve que ir muito atrás dele, não é?

— Eu… — comecei, mas ela me cortou quase imediatamente.

— Tudo bem. Ainda bem que você não desistiu. Ele é meio tonto pra notar e soltar sinais, mas é bem sincero quanto a sentimentos. — sorriu, dando tapinhas em um dos meus ombros.

— Noona — Jeongguk a cortou. —, você não tem que ir pra faculdade? — bagunçou os cabelos da nuca, nervoso. Suas bochechas estavam quentes outra vez; não soube se por vergonha ou frustração.

— Ah, é! — ela arregalou os olhos. — Eu preciso ir, cunhada... Cunhada? — franziu o cenho. — Ah, acho que é isso. Nunca pensei que usaria essa palavra, mesmo. — afastou-se, correndo até o sofá e jogando uma das alças da mochila que descansava nele sobre o ombro esquerdo.

— Tchau, noona. — Jeon soprou.

Nós dois a observamos ir até a porta, afobada.

— Eu fiz almoço, você lava a louça. Ah, tem camisinhas no meu quarto, mas não usem. — ergueu o indicador em nossa direção. — Tio Jeon vai ficar tão feliz! Parabéns. Vocês ficam lindos juntos! — e então cruzou a porta, assustando-nos com o baque estrondoso dela.

— O que foi isso? — mirei Jeongguk, ainda atônita e desconfortável.

— Ela é meio equivocada. Ignore. — mordeu o lábio inferior e abaixou o olhar.

— Okay. — arrastei a palavra em minha boca. — Ela é bem legal. — ri de lado, lembrando das palavras que ela proferiu tão abruptamente

— Ela é doida. — foi até o sofá onde sua prima estava, largando sua mochila sobre ele em seguida. — Ela veio fazer faculdade aqui. Biologia marinha. — sentou-se no estofado. — Ela diz que é porque é uma sereia. — riu, olhando para mim por cima do ombro. — Vem cá.

Fiz o que me fora pedido.

— Onde eu deixo isso? — indaguei-o, referindo-me a minha mochila.

Ele deu de ombros.

— Em qualquer lugar.

Percebi que ele não era muito bom em exercer a tarefa de anfitrião.

— Okay. — coloquei-a ao lado da sua. — O que vamos fazer aqui, afinal? — encaixei as mãos em minha cintura.

Eu estava sorrindo, não sabia exatamente de que maneira, mas devia transparecer um misto de felicidade e ansiedade engraçado.

Jeongguk levantou o olhar, mirando-me com um sorriso de lado.

— Vamos jogar?

Essa frase pode ter muitas interpretações, muitas mesmo. Infelizmente, Jeon se referia ao sentido literal dela.

— Como se atira aqui? — franzi o cenho, alternando meu olhar entre a TV e o controle em minhas mãos.

— Você mira aqui e atira aqui. — indicou os botões.

— Okay. — assenti. — E o que eu faço com aquele helicóptero? Ele tá me matando.

Jeongguk gargalhou ao meu lado.

— Atire nele com a bazuca. Sobe naquele prédio e atira.

— Deixa comigo. — sorri.

Comecei a mover meu personagem na direção das escadas. Um bloco, tudo bem. O segundo… eu caí num buraco em meio aos degraus.

— “Deixa comigo.” — ele tentou imitar meu tom de voz.

Eu ainda estava atônita encarando a tela de “game over”, tentando processar como consegui derrubar e quebrar o pescoço do personagem em tão poucos segundos.

— Coloca outro jogo. — ciciei, frustrada, enquanto empurrava o controle na direção do moreno.

Eu perdi a conta de quantos jogos comecei e desisti até Jeongguk sacar um jogo de dança da gaveta.

— Faz meses que eu não jogo isso. — ele notificou antes de colocar o CD no leitor.

Mesmo assim, ele ainda foi capaz de ganhar de mim em sete das dez músicas que dançamos antes de nos jogarmos no tapete da sala, exaustos.

Eu escolhi pelo menos duas músicas cujas coreografias eram executadas por casais. O jeito no qual Jeon corava em cada passo que requeria toques entre nós era impagável.

— Jeongguk — chamei-o.

Estávamos em posições opostas, mas nossas cabeças se encontravam na mesma altura.

— Hm? — virou o rosto, olhando-me de lado.

Fiquei alguns segundos perdida em meio à sensação que ter seus olhos tão pertos dos meus me trazia, mas logo me recompus.

— Que horas são?

— Sei lá… seis horas?

— É melhor eu ir pra casa. — suspirei.

— Ah… Tudo bem. — assentiu, mesmo que se mostrasse um pouco desapontado. — Vamos comer alguma coisa primeiro. — voltou seu olhar ao teto.

— Ainda têm doces na minha mochila. — lembrei, já juntando coragem e energia para me esticar até ela.

Assim que ergui meu tronco e mirei o sofá onde minha mochila descansava, tomei um susto.

— Jeongguk, tem um gato na minha mochila.

— Ah. — ele ergueu o tronco sobre os cotovelos. — É a Lyra. Esqueci de avisar sobre eles.

— Eles? — engoli a seco.

— Tem o gato da Somin, também. O Mochi.

— Ah, sim. — levantei-me, andando em passos curtos e meticulosos até minha bolsa, que servia de cama para um animal peludo e gordo.

Ah, até que era fofa de perto, apesar de carregar uma carranca pior do que a do meu professor de Química.

— Oi, bichana. Você me dá licença, por favor? — pedi do jeito mais simpático que consegui.

Pude ouvir a risada de Jeongguk atrás de mim.

— Ela não vai se levantar. É mais preguiçosa do que você. — ergueu-se sobre seus pés e aproximou-se de nós. — Vem cá, Lyra. — pegou-a com cuidado.

— Obrigada. — alcancei minha mochila e tirei os doces de dentro dela.

— De nada. — ele colocou a gata em outro lugar no sofá, acariciando-a em seguida. — Você não pode se deitar nas coisas dos outros, Lyra Jeon Jeon. — repreendeu-a como se ela fosse capaz de entendê-lo.

— Jeon Jeon? — fechei a mochila.

— É. — ele riu baixinho. — Noona achava que os gatos deviam ter dois sobrenomes, já que eram americanos. Mas nós dois temos o mesmo, então… — deu de ombros. — Pelo menos o último Jeon é meu.

— Sua prima é incrível. — ri.

— Não diga uma coisa dessas perto dela. Vai por mim.

Depois disso, fomos até a cozinha. Jeon serviu-me refrigerante e mais algumas besteiras.

— Você faz o que como atividade extra? — ele me indagou antes de levar uma bala à boca.

— Teatro. — sorri. — Foi o que me pareceu menos chato no começo, mas eu acabei descobrindo que gosto e sou boa nisso.

Além de tudo, o teatro havia me proporcionado outra coisa: Jeongguk. No dia em que o vi pela primeira vez, eu estava saindo da sala de música; havia acabado de devolver alguns microfones que o clube de teatro emprestou de lá.

— Tem uma atriz na minha casa? Devo me sentir honrado? — brincou. Seus cotovelos foram apoiados na mesa.

— Ainda não. Vai poder quando eu ganhar meu primeiro Óscar. — devolvi no mesmo tom.

— Então nunca vou poder me orgulhar de você. Que pena. — fingiu desapontamento.

— Claro que vai. Eu sou uma atriz incrível. — disse assim que uma ideia surgiu em minha cabeça.

Ah, Murphy, me aguarde.

— Só acredito vendo. — arqueou as sobrancelhas.

— Não vai ser hoje, então. — respirei fundo antes de continuar. — Porque eu tenho algo sério para falar. — abaixei o olhar. Meu indicador direito alcançou o topo do copo, contornando-o lentamente.

— O quê? — ele engoliu a seco.

— Jeongguk. — levantei-me. — Você faz de propósito? — mirei-o enquanto andava em sua direção.

— Não estou entendendo. — pude perceber quando ele prendeu sua respiração.

— Você tem noção do que causa em mim? — parei ao seu lado. — Eu gosto de você, Jeon. Eu quero você. Você não percebe isso? — levei minha destra ao seu rosto, dedilhando-o.

— Maeve, eu… — ele fechou os olhos.

— Você me quer também? — encurtei ainda mais a distância entre nós.

Murphy, me desaponte. Quase lá.

Nossas respirações se misturavam; seus lábios estavam tão pertos dos meus.

Eu tentei controlar o nervosismo que tomava conta de meu corpo, mas, ainda assim, pude sentir meus lábios tremendo em ansiedade.

Parecia que eu estava prestes a dar o meu primeiro beijo outra vez.

E, então, o toque de meu celular soou pelo cômodo, assustando a nós dois.

Afastei-me, subitamente, observando o contato de minha mãe brilhar na tela do aparelho que descansava sobre a mesa.

Mirei Jeongguk de soslaio, vendo-o ficar tão vermelho quanto a camiseta que usava.

— Pode se orgulhar agora. — disse, tentando aliviar o clima desconfortável que cobriu-nos como um véu. 

— O quê? — ele finalmente me olhou.

— Oras, vai precisar ver outra vez? — contornei a mesa, apanhando meu celular. Tentei evitar seu olhar, escondendo meu nervosismo.

— Você… — uma expressão que não pude decifrar se formou em seu rosto.

— Eu sou uma ótima atriz. — forcei um sorriso.

Recusei a ligação e mandei uma mensagem à minha mãe, dizendo-a que já estava a caminho.

— Você dirige? — levantei os olhos em sua direção.

Ele assentiu, ainda inquieto.

— Okay. Agora você vai levar esta atriz incrível até a casa dela, então.

— Okay. — ele entortou a cabeça para o lado e voltou. — Você… — olhou-me.

— Hm? — mirei-o em expectativa.

— Ah… Nada. — levantou-se. — Vamos. Tenho que deixar uma atriz em casa. — seu rosto esquentou outra vez.

Tudo bem, Murphy. Você venceu.


Notas Finais


poxa murphy

primeiro, amem essa conversa tanto quanto eu:

[23/7 01:50] A Última Delícia Do Casal Carvalho ♡: Queria que a Maeve fosse a Avril Lavigne pra ela morrer e eu ficar no lugar dela
[23/7 01:52] Lis 🌸: Vou tatuar isso KKKJKKKJ

Agora, me desculpem pela demora. eu juro que tentei atualizar ontem, mas eu só dormi durante 3 horas e passei o dia lutando contra o sono. quando chegou a madrugada e eu tentei escrever, meus olhos ficavam ardendo e eu não conseguia me focar, sccr
enfim, cá estou eu jejw

nhaaa, gostaria de desejar boas vindas às leitoras novas, meu coração é grandão e cabe todo mundo ♡

e esse beijo que não sai? sccr

espero que tenham gostado e me desculpem por qualquer erro.

me deixe saber o que vc achou do cap, por favor ♡

xx,

Lis-ah ♡


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