História Estetoscópios, jalecos e amor - Vizinhos

“Os noivos Im Hyunsik e Oh Hye Rin, o convidam para celebrar seu casamento em …”

Kyung sorriu para o papel, provavelmente, a garota prendada devia ter escolhido tudo. Riu pensando na única vez que desejou se casar, o noivo era o mesmo.

## lembrança ##

Havia um imenso campo de margaridas, na colina antes de chegar a vila. Todas as tardes, Kyungsoo e Hyunsik, iam até lá. Era um lugar tranquilo, onde os primos podiam brincar livremente. Mas naquela tarde, não estavam brincando. Sik, que era o mais, tinha alguns machucados no rosto, e Soo os olhos vermelhos de chorar. O maior tinha brigado com alguns garotos que zombavam do outro. As crianças da vila não sabiam porque, apenas repetiam as ações dos adultos. Então insultavam e riam pelas costas dos Do’s. O garoto filho dos Lee’s sempre implicava com Kyung, era comum o casamento entre as duas famílias, e por terem a idade próxima, era provável que seriam os dois. Mas Soo não queria aquele alfa implicante, então ria alto, dizendo que ele nunca casaria se não fosse com ele. Fazendo o pequeno ômega chorar, e seu primo comprar a briga dele.

— Não chore está bem, eu vou cuidar de você – Hyun disse segurando a mão pequena do ômega.

— Eu … eu … — fungou – não quero que te machuquem – e abriu a boca a chorar. O maior o abraçou – Urg... urg... ele disse … disse … que eu nunca vou casar... Buaaaaaaa!

— Vai sim... vai casar comigo... — disse ainda abraçado no outro sentindo seu rosto queimar. Os soluços pararam. E por mais que o alfa não quisesse ver a cara do primo de vergonha, ele olhou. Soo sorria minimamente, estava feliz.

— É verdade? – Limpou o rosto com as costas da mão – promete que casa comigo? — Agora mostrava seu lindo sorriso de coração para outro.

— Eu … prometo... Soo... fecha os olhos – o menor fechou, apertando bem, confiou no primo o bastante para fazê-lo

— O que vai fazer Sik?

— Shiiii... — mordeu o lábio nervoso — … você já vai ver... — Aproximou seu rosto do outro, e tocou os lábios nos do outro, por alguns instantes e se afastou o encarando – pode abrir – Soo abriu os olhos e sorriu.

— Você me beijou? — Sik apenas concordou com a cabeça – me beijou! Agora vai ter que casar comigo! — Se levantou e saiu correndo em meio as margaridas, Sik também correu. Ficaram algum tempo lá antes que anoitecesse.

## fim da lembrança ##

— Com licença... — Do olhou para frente, tinha se distraído totalmente, ainda sorria para a lembrança, mas assim que viu quem falava consigo, seu sorriso foi ainda maior — está encostado nas...

— Sangil. — O alfa sorriu de volta.

— Sim... ah... — se lembrou assim que sentiu o cheiro do ômega – o amigo do Bambam.

— Sim, e você o bartender. O que faz aqui?

— É.… parece que somos vizinhos – apontou para o armário em que o moreno estava encostado.

— Uh... então mora aqui... — mordeu o lábio, fazendo o alfa ficar concentrado em seus lábios. E no enorme sorriso que deu depois — … qual é? Eu pego para você… — correu os dedos sinuosamente pelas caixas de correio. Sangil não parou para pensar onde estava, prensou o ômega contra os armários tomando seus lábios num beijo apertado. E não demorou muito, já estavam entrando no apartamento do alfa, aos beijos e amassos.

***

— Alô. Omma que saudades. — O rosado ligava todas as noites para os pais — como estão?

— Querido. Estamos bem e você? Está bem?

O tom preocupado da beta fez o coração bater apertado no peito do Xiao.

— Estou bem. Sabe como Baekkie é, sempre cuida de mim.

— Ele é um menino de ouro. — O carinho era evidente na voz da mulher.

— E ainda tenho o tio Jongdae. — apesar de fazer dias que não via o ômega mais velho porém o mesmo lhe mandava mensagens constantes.

— Omma vou desligar, tenho que estudar.

— Sim, meu querido lembre— se de comer e cuidar da sua saúde também.

— Vou sim Omma. Te amo.

— Eu também querido.

Luh sentou na cama, ainda sorrindo por falar com a mãe, olhou as caixas fechadas esperando por serem arrumadas suspirou indo até elas.

— Vamos lá. Melhor começar agora.

As horas passaram, quando finalmente tudo estava no lugar dentro do quarto Luhan lembrou que não tinha almoçado.

— Soo. Vamos comer? Tem alguma coisa aqui para fazer?

Checou os armários que assim como a geladeira estavam vazios.

— Não tem nada para comer.

O outro não respondeu, o rosado foi até o quarto do moreno e ele não estava lá.

— Podia avisar. Esquece, vou ao mercado.

Xiao pegou a carteira e seguiu para rua tinha visto um mercado a duas quadras, não era uma grande distância.

...

Caminhou pelos corredores, havia muitas coisas para comprar estava satisfeito por ter feito sua lista, Baek sempre ria dele quando iam ao mercado. “Você parece um ômega do lar, cuidado do alfa e dos filhotes” o riso do amigo fazia falta.

E ali estava o pequeno ômega parado diante da prateleira na ponta dos pés, tentando pegar o suco.

— Porque essas coisas são sempre as mais altas? — Reclamou tentando alcançar a caixa.

— Essa é uma boa pergunta. Eu pego para você.

Luh reconheceu a voz e quando virou teve a confirmação, Oh Sehun estava ali com seu suco favorito na mão.

— Quantas?

— Quantas o que?

— Caixas. Sabe de suco.

O rosado corou ao perceber que tinha esquecido completamente do suco ao ver o chefe tão descontraído com uma calça jeans e uma camiseta preta que deixou o loiro mais lindo.

— Uma, obrigado.

— Sem problemas. — Um aceno e seguiu para o outro corredor.

Compras feitas e o rosado seguia para o apartamento, arrependido por ter comprado mais coisas do que poderia carregar sem um carro.

Uma buzina o fez olhar para o lado e ali estava o chefe em um carro, o que era engraçado já que Sehun andava de moto para todo lado.

— Vem eu te levo.

— Obrigado — não pensou duas vezes entrou no carro — a segunda vez hoje.

— Segunda? — O loiro perguntou enquanto dirigia.

— Que me ajuda. Primeiro com o suco, e agora a carona.

— Hum, onde é sua casa?

— Acabei de mudar — disse tímido ao lembrar que não sabia o nome da rua — ainda não decorei...

O loiro não disse nada, aguardando que o menor achasse seu endereço no celular.

— É na próxima quadra a direita, o prédio espelhado.

Sehun manobrou entrando no estacionamento seguiu até uma vaga.

— Obrigado, me ajudou muito. — Luh era todo sorrisos enquanto pegava suas compras.

— Sem problemas, era meu caminho também. — O loiro não pode deixar de sorrir para o menor. — Moro nesse prédio também.

Xiao abriu e fechou a boca, era muita coincidência.

— Em qual andar?

— Quarto.

O elevador veio rápido e logo os dois estavam entrando em seus apartamentos que por coincidência do destino era um ao lado do outro.

…

Jongin não tinha conseguido dormir direito, os vizinhos novos tinham feito algum barulho no apartamento sobre o seu. A folga tão esperada foi perdida. Entrou no elevador ainda movendo a cabeça para os lados tentando aliviar a tensão, apertou para o térreo, a porta começou a fechar e ouviu duas vozes animadas pedindo para segurar, apertou rápido o botão para abrir, e a porta parou com um palmo para fechar e tornou a abrir.

— Obrigado. — A voz animada e doce do ômega soou.

— De nada… — finalmente o alfa olhou para frente e viu os dois colegas de equipe entrarem — vocês?

— Jongin também mora aqui? — Luh falou animado

— Uau, estamos dominando o prédio então. — Soo disse não tão animado, apertando para o elevador descer.

…