História Estou morando com uma nerd - Eu não sei... (Gale)

Levy on.

Eu não sei mais o que fazer com ele!

Ele tira minha inocência, chega chegando, roubando tudo de mim e me transformando.

Para me trocar pela minha discípula!

Estou acustumada com ele me zuando, me chamando de tábua, e fazendo o escambal todo! Mas...tinha que apelar assim?

Não vou esconder, estou apaixonada por ele.

Por isso...ver ele abraçando outra garota...ver ele falando que ela é bonita...é como uma tortura!

E o pior, é que a Harumi também acha que ele é um "príncipe encantado"!

Me sentei no chão e abracei minhas pernas.

Por que tive que gostar de um cara três vezes maior que eu e um completo idiota arrogante?

Meus olhos lacrimejaram.

-Droga, aquela loira é um saco.-ouvi vozes chegando mais perto, ou melhor, A voz.

A voz de um cara que vive me atormentando, desde que cheguei nessa cidade.

Pensei em levantar e me esconder no box, porém ele foi mais ágil e quando menos percebi,já estava agachado na minha frente com a mão apoiando seu queixo-e que queixo- e seus olhos fixos nos meus.

-Que cena deprimente...

-H-Hey! Aqui é o banheiro feminino caso não notou!

-Cala boca e vamos para o que interessa?

-E o que interes-- -

Fui interrompida por suas fortes mãos me pegando pela cintura e me sentando na pia, iria gritar "por que você fez isso?!"

Mas logo ele me calou com sua boca.Que entrou sem permissão, pra falar a verdade, acho que eu deveria estar acostumada com isso, ele vive roubando beijos meus-acho que por isso as pessoas o chamam de pedófilo-,mas sempre, em cada um deles, eu insisto em me sentir nos céus, querendo nunca mais sair de perto dele.

Fiquei meio sem reação,estava em transe, do nada sentir aquela língua áspera-que por sorte, não tinha piercing- e gostosa me invadindo-opa...-, um choque correu pela minha espinha.Se essa sensação é maravilhosa, imagina as outras?Ri mentalmente.

Logo caiu a ficha de que eu estava completamente imóvel quando vi aqueles olhos vermelho escuro me fitando, como se pedissem "Ei, faça sua parte também."

Meio relutante, pois uma parte de mim ainda lembrava do que ele fez, retribuí o beijo, ignorando todo o rancor e dando a razão para os meus sentimentos e vontades carnais.

Que vontade de bater nesse cara, como ele pode me controlar assim?

A mente é minha, eu que escolho o que quero.

Ao mesmo tempo que tenho vontade de bater nele, sinto uma vontade imensurável, de beijar ele toda hora, e tenho que admitir, vivo esperando por esses beijos inesperados vindo dele.

Talvez eu consiga satisfazer essas duas vontades. Já tive vários sonhos com ele, e um deles é dele sendo o meu escravo e eu usando um chicote-se é que me entendem.

Mas não vou realizar ele.

Mesmo com toda a tentação, meu juízo sempre funciona nessas horas e então eu o paro.

Ainda com nossas línguas resistentes e com ainda um pouco de ar nos pulmões, tivemos que parar.

Vozes femininas estavam vindo, o que elas fariam se me vissem assim? Me humilhariam na frente de todos?

Talvez, e como sempre, eu sairia a prejudicada, afinal, mesmo Gajeel sendo chamado de "pedófilo", ele não liga nem um pouco para isso.

-G-Gajeel!-sussurrei desesperada.

Ele tampou minha boca e me levou para dentro do último box.

Ele se sentou na privada-com a tampa fechada-e eu no colo dele. Nossas respirações ainda estavam descompassadas, com a minha pegando em seu queixo, e a dele pegando em meu cabelo.

Sem querer corei ao imaginar o tanto de coisas safadas que poderiam acontecer nesse cubículo.

Sem esperar as respirações voltarem ao normal, ele começou uma sessão de selinhos interminante.

Aquilo me drogava, me viciava mais do que meus livros, e ah, se tem uma coisa que pode fazer eu parar de ler eles quase que imediatamente,essa coisa se chama Gajeel.

Muitos acharam estranho, quando eu mudei de repente, mas sabe, até que eu gosto dessa mudança, afinal, se eu não estivesse assim, provavelmente eu não teria conhecido o Gajeel.

Dei um pulo quando ouvi a porta do box ao lado sendo aberta e só agora percebendo as garotas em frente ao espelho conversando.

-Oe, não faça isso baixinha, assim você me deixa louco...-sussurrou sensualmente em meu ouvido e eu o empurrei, corando em seguida.Logo o barulho acabou e eu percebi que estávamos sozinhos no banheiro de novo.

- V-Vamos ir embora antes que alguém te veja...

-Está com medo de alguém te encontrar nessa situação?-sorriu debochando.

-Talvez...-saí do colo dele.

-Geehee...

Saímos do box e eu peguei minha pequena bolsa, indo para a porta.

-Tchau.-disse meio envergonhada.

-Onde você vai?

-Eu...vou embora junto com a Lucy...

-Acho que ela já foi embora...-bocejou.

-Como?!

-Quando tava vindo pra cá vi ela bocejando, provavelmente estava com sono e foi embora...

-Não...ela não fez isso!-fui para a sala principal percorrendo os olhos por toda sua extensão e não encontrando nenhum rastro da loira.-Merda! Tenho que ir embora sozinha agora!

Fui para a saída, e logo veio os flashes da última hora, como pude ser tão trouxa em ceder?

Agora ele irá ficar se achando pra depois fazer aquilo com a Haru!

Sinceramente...vivo negando...mas a verdade é que sou mesmo uma criança...uma criança desesperada que acredita que tem o seu príncipe...

O Gajeel está mais para ladrão do que príncipe...

Bem, e por que estou pensando no Gajeel faz um tempão?

Simples, eu sou trouxa.

Virei a esquina, pra falar a verdade, estou com medo...não sou como a Lu, que luta Jiu Jitsu, eu sou só uma garota de estatura baixa, sem peito e que lê livros adultos...ah, e que também está sendo iludida por um rockeiro, sem vergonha e que os outros o chamam de pedófilo.

Merda! Mais a frente tem um beco! Sei que isso soa estranho, mas nos livros, em alguns acontecem estupros, e coisas bem fortes, e o maior clichê do estupro basicamente é os becos!

Não quero virar a "abusada" que o Natsu sempre fala!

Ah, se bem que, do que eu to reclamando?Eu sou uma tábua, pareço uma criança, ninguém iria me querer...

A não ser que seja um pedófilo.

Para de pensar nisso Levy! Quando não é no Gajeel é em pedófilos?!

Logo uma mão grossa tapou minha boca e me levou para dentro do beco.

"Fudeu..."

Comecei a gritar, sem sucesso, afinal a mão abafou o som.

Meus olhos lacrimejaram, não quero isso! Por favor! Alguém me ajude!-pedia no pensamento, pois no fundo eu sabia, ninguém irá me salvar.

"Gajeel..."-a lágrima escorreu pela mão do homem.

Logo o homem me beijou,via aquilo com repugnância e nojo, até reconhecer aquele beijo.

O beijo que faz minha pele se eriçar;

O beijo que faz um frio gosto no meu estômago;

O beijo que faz meus pulmões ganharem fôlego de um campeão de natação;

CANALHA! 

Aproveitei que seu rosto estava perto,dei-lhe com todas as minhas forças um tapa que até ardeu a minha mão.

-Ai...que mão pesada Levy!

-Seu...seu...SEU CANALHA! COMO TEVE CORAGEM DE FAZER ISSO?!

-Geehee...então deu certo...

-Ah, então deu certo?! Ok! Deu certo! Agora eu te odeio mais ainda seu escrúpulo!

-Calma, foi só uma brincadeira!

-Brincadeira?! Eu achei que eu iria morrer! Que eu iria passar os piores momentos da minha vida! Que ia passar o resto da vida traumatizada!

-Mas eu não iria fazer isso!

-Faça-me o favor! Me deixa! Já brincou demais com a minha cara hoje!

-Brinquei?-perguntou confuso.

-Sim! Três vezes, para sua informação!

-Hum...no carro...-contou no dedo-Agora...Ué! Foram só duas!

-Você sabe do que eu estou falando Gajeel!

-Hã?-pensou, logo ficando indignado

-Hey! Eu não brinquei com você quando te beijei!

-Ah claro, e eu sou o John!

-Quem é John?

-Sei lá!-disse, estou muito brava.

- ...-bufou, logo prendendo meus braços e me beijando outra vez.Iria me defender e faze-lo afastar,mas não conseguia.Então tive uma idéia. Na hora em que ele deu uma brecha eu mordi com força o seu lábio inferior.

A parte boa? É que ele me soltou e sentiu dor.

A parte ruim? É que eu machuquei minha gengiva em seu piercing.

-AI! VOCÊ É LOUCA?!-perguntou enquanto tentava conter a dor.

-Ai...-fechava os olhos com força para esquecer a dor.

-Oe, você machucou?-perguntou preocupado.

Apenas assenti.

-D-Deixa eu ver...-me surpreendi, ela primeira vez na vida, eu vi o Gajeel preocupado e gaguejando.

-Não foi nada...apenas minha gengiva...-mostrei a ele.

-Desculpa...droga! Pra que pus piercing aqui?!-se culpava.

-Ah...olha, eu já vou embora, não precisa se culpar...-ia dar as costas quando ele joga sua blusa pra mim.Sempre tive vontade de usá-lá, tem o cheiro dele.

-Pra que essa blusa?

-Está um pouco frio...vamos?

-"Vamos"?-coloquei a blusa que ficou parecendo um vestido.

-Ai...como você é lenta...-suspirou cansado-Você não acha que eu iria vir aqui só pra pregar uma peça em você né?E você não acha que eu iria deixar você ir sozinha ora casa a essas hora da noite né?-disse irônico.

-Pois dispenso sua ajuda! -o que você tá falando sua imbecil? É lógico que você quer a ajudá dele!-Não aguento mais olhar para sua cara!Você acha que eu não tenho sentimentos?!Como acha que eu me senti nesses dois anos?! Com você me roubando beijos toda hora?! Eu sonhava com um príncipe! E o que acontece? Um búfalo cheio de piercing's! Você só faz isso por diversão não é?!-ele tentava falar, mas eu não deixava-Agora vou fazer essa pergunta pela milésima vez! Por que me beijou no dia que nos conhecemos?

-Eu não sei...

-Eu só tinha 13 anos porra! Será que não entende?!Tre-ze a-nos! E tinha a aparência de 10 anos! Isso que não entendo!Como pôde?!

-Eu já disse:eu não sei!

-Ah claro...você tem esse hábito né, beijar todas, não importa a aparência!Aposto que nem olhou no meu rosto!Você é um canalha que se aproveita de mi-- -fui interrompida por ele me beijando de novo.

-Caralho Levy! Será que você não consegue entender um "eu não sei"?! Eu já disse! Também não sei o que deu em mim! E o que dá em mim toda hora quando estou perto ou longe de você! Eu simplesmente sinto essa necessidade de te beijar não entende?!Eu só quero ficar do seu lado!

-Droga! Seu imbecil!-comecei a chorar- Por que fez isso?!Por que me transformou nessa pessoa?! Por que?! Por que a cada beijo, a cada dia só aumenta esse amor idiota?!-ele fez uma cara assustada,-Ah, ótimo! Acho que era o único que não sabia! Até o Natsu me zuava por causa disso e você nem ouvia! É um inútil!-saí correndo dali, não acredito que disse...o que ele fará agora? Irá rir de mim? Me humilhar? Terei de mudar de escola? Ou até mesmo voltar para minha cidade natal? Já chorava de soluçar, meu mundo foi para baixo, e pra complicar essa maldita blusa tem o cheiro dele! -Ah!-caí nas pedras pequenas misturada com cacos de vidro.

Arde...aposto que ralei meus joelhos...mas...essa dor nem se compara com a que estava no meu coração.

-Levy!-Gajeel corria até mim com uma carranca e meio que..desesperado.

Por que? Estava ansioso para me rejeitar logo? Por mais que eu não quisesse olhar para sua cara, não me movi, não tinha forças, e na altura do campeonato, nada seria tão ruim quanto ser rejeitada, por isso queria que acabasse logo.

-O que você tem na cabeça sua idiota?!

Você ...-pensei.

-...

-Vamos, vou fazer um curativo em você...-me pegou no colo, coisa que nem relutei,não tinha forças nem pra caminhar, apenas para chorar.

Andava tranquilamente, sem pressa alguma,entre nós só havia o silêncio.

Podia jurar que ouvi uma arritmia cardíaca, que pensei ser dele, mas após raciocinar um pouco, vi que minha cabeça estava pousada no lado direito de seu tórax, então considerei ser minha.

Toda a calmaria acabou quando foi ouvido um trovão nos céus, avisando que um temporal estava por vim.

Ele apertou o passo, passando a correr quando os primeiros pingos surgiram, e tentando me cobrir-o que não era nenhum pouco difícil.

Chegamos em um prédio ao lado da mansão,o que estranhei pois da última vez que vim, ele morava com os pais dele.

Mesmo assim não perguntei e apenas me deixei ser levada até o 4º andar e ir no apartamento de número 207. Entramos e logo de cara vi que ele não perdeu o defeito de não ter nenhum senso de limpeza.  

-Não repare a bagunça.-disse baixo.

-Impossível não reparar...-consegui responder, mesmo que tenha sido apenas um sussurro.

-Geehee...-sorriu de canto.

Me deixou em cima de sua cama, indo para um cômodo-que eu sugeria ser um banheiro-e voltando com uma toalha em mãos. Colocou em minha cabeça, achei que iria deixar eu mesma me enxugar, mas só senti suas mãos pesadas e enormes enxugando rapidamente meu cabelo e deixando-o todo bagunçado e armado.

Senti vergonha por ele me ver assim, mas o mesmo até pareceu gostar mais da minha versão desleixada.

Depois ele levantou e foi ao seu guarda-roupas, onde julguei estar quase todo vazio, pois suas roupas estavam no chão.

Tirou de lá um enorme edredom cinza e jogou em cima de mim que até fui forçada a deitar por conta do peso.

Veio até mim se sentando na minha frente e olhou para mim pedindo permissão com o olhar, assenti e mostrei meus joelhos para ele.

Incrível como consigo decifrar o olhar dele. É como se eu ouvisse sua voz em minha mente e eu rapidamente entendesse aquelas orbes carmesim.

Ele fez uma careta para o meu machucado e se levantou, colocando minhas pernas delicadamente onde estavam.

-Já volto, não saia...

-...

Vi ele deixando o apartamento e me deixando sozinha. O que me deixou um pouco triste, pois queria ficar mais tempo com ele.

Mas aproveitei esse tempo para observar melhor o seu quarto.

Por incrível que pareça, não havia nenhuma peça feminina-o que de alguma forma me aliviava-mas ainda não tirava da minha mente que um monte de garotas já tiveram esse mesmo privilégio que eu,de deitar nessa cama enorme.

Afinal,ele é amigo de Natsu Dragneel e Gray Fullbuster, quem me garante?

Qualquer pessoa no meu lugar iria reclamar do cheiro de roupas suadas e mofadas, mas apenas de pensar no dono acho que meu olfato nem percebe.

Era um apartamento até que simples, e que se arrumasse com certeza os cômodos pareceriam maiores.

Logo ouvi a porta ser aberta e aparecer um moreno todo molhado e com uma sacola na mão.

-Cheguei...-se sentou na minha frente de novo e analisou meus joelhos outra vez , pegando da sacola um item que se parecia com uma pinça.

Tentou com cuidado tirar um caco de vidro alojado em meu joelho direito, mas a pinça sempre saía dentre seus dedos,por sua mão ser muito grande, e eu gargalhava mentalmente por ele ser tão desajeitado.

Vendo que ele começou a se estressar, eu peguei a pinça de sua mão e comecei a eu mesma tirar os vidros.

Após tirar a maioria ele pegou um algodão e começou a limpar minha pele suja de sangue.Em seguida desinfetando o machucado.

Após o feito, pegou uma pomada e passou no local para cicatrizar mais rápido.

Encheu os joelhos de algodão-o que achei desnecessário-e colocou o esparadrapo em cima.Por fim olhando para mim com um olhar que sei muito bem o que significava.

-Obrigada ...-disse meio amarga,mas que só fez o moreno achar graça.

O silêncio se instalou de novo. Me senti incomodada, gosto de conversar com ele, nem que seja pelo olhar. Então falei a primeira coisa que me veio a cabeça.

Péssima ideia...

-Gajeel...

-Hum...

-Se você não me vê como mulher, então você me vê como homem...pois bem,eu presumo que você seja gay,pois vive roubando beijos meus já faz dois anos...-ele fez uma careta engraçada, o que me fez rir baixinho.

-Desculpa...eu menti.

-Não seja idiota, eu entendi o que você falou, só queria cortar esse clima.

-Típico de uma comediante nato.

-Geehee...-o provoquei imitando sua risada.

-Geehee...-riu também-Mas...eu menti mesmo, sério...

-He, então você precisa ir á um oftalmologista, como você mesmo disse, eu sou uma tábua, não tenho atributos femininos.E mesmo que doa um pouco, por que outras tem demais-lembrei de Lucy e Erza-, eu me conformei com meu corpo...

-Uma mulher não tem só peito Levy, ela tem vários atributos, e sim, você tem muitos...

-Ah é? E o que? Eu sou pequena, minha pele é alva e meus cabelos são cacheados, que nem a Harumi? Completando, eu sou fofa? Pra mim, fofa não quer dizer atraente...

-Quer mesmo que eu te diga seus atributos?

-Talvez...

-Bem...sua pele é macia, e dá vontade de tocar todos os centímetros do seu corpo...-disse passando a mão no meu braço e mordendo o lóbulo da minha orelha.

-Hum...o que mais?-disse, fazendo um tom insatisfeito.

-Seu corpo pequeno me enlouquece.

-Não mudou muita coisa da Harumi...

-Suas coxas torneadas me fazem ferver...-disse apertando as mesmas enquanto beijava meu pescoço,ato que fez eu cair na gargalhada por conta das cócegas. Mas logo ao parar a crise e absorver melhor a frase,corei com seu comentário, não só de vergonha, mas de felicidade, nenhum homem nunca falou assim de mim...-Também amo sua risada...

Ele sorriu travesso, talvez por ter conseguido me fazer arrepiar.

-T-Tá...e o que mais? Só isso que tenho de atributos?-mesmo sabendo que aquilo não iria dar bem no final, eu queria ouvir mais essas coisas.

-Hum...sua cintura delicada...-disse descendo os beijos para minha barriga, o que fazia mais cócegas, comecei a rir desesperadamente outra vez-Seu cheiro... seu rosto delicado...seu cabelo curto que te deixa mais atraente...-eu poderia explodir de felicidade apenas por ouvir o garoto que eu amo falando isso de mim.

-Não sei ainda...

-Geehee, preciso apelar então?

-Hum...acho que sim...

-Ok então...Levy, sua bunda é muito linda!-pronto, virei uma pimenta.

-Waaaaaaah!-tentei sair de perto dele imediatamente.

-Geehee...você que pediu, não me culpe...-me prendeu em seus braços.

-Pervertido...-virei meu olhar-E o que mais você gosta em mim?...-perguntei com um olhar triste, provavelmente ele só acha o meu corpo bonito...pensei.

-Amo quando você cora...quando você faz careta...quando está nervosa...quando se acha...quando está feliz...do jeito que mente quando está constrangida..quando está indignada...quando vai aprontar alguma...amo o seu jeito de fazer tudo Levy...-disse enterrando a cabeça no meu pescoço, que incrivelmente não sentiu cócegas no momento, e deitou-se do meu lado, puxando minha cintura para si.

-Gajeel o que...-fui interrompida. -Não são só suas atrações físicas que me atraem...tudo em você me atrai...Levy eu...

Senti o sono me pesar.

-Levy? Você escutou o que eu disse?

-Hã? -bocejei-Não, pode...repetir?...

-Eu disse que-- -

Adormeci...

Afinal são 2h00min da manhã...

No final, acabei esquecendo as coisas de ruim que ele fez a mim...

Mas a melhor parte, é que eu estava nos braços de Gajeel, e eu nunca quero sair deles, mesmo se ele fizer aquelas brincadeiras comigo de novo...nunca vou cansar de tentar desvendar esses olhos carmesim...

~Flashback 2 anos atrás~

Me sentei na mesa da biblioteca da minha nova escola, queria estudar com a Lu-chan, mas infelizmente não teve vagas para mim na Fairy Tail, bem, eu tento entrar no ensinou médio...

Estou aqui há 3 dias e o máximo que consegui foi comprar um livro, que pensando bem, nem olhei a sinopse ainda... Pensando nele, acho que vou lê-lo agora...

Fiz isso e me surpreendi algumas páginas depois.

Esse não é o livro que comprei! A-A história é boa mas não tenho idade para isso!

...eu continuo ou não?...

¿T?

...acho que fiz a maior burrada da minha vida lendo esse livro inteiro...

Andava apressada e tremendo até a livraria.

Cheguei e abri as portas rapidamente.

-Garotinha, estou fechando...-disse o senhor.

Eu não ligo que me chamem assim...

-É-É rápido!

-O que você deseja?

-Eu comprei um livro, e acabei trocando com outro cliente...

-Deixa eu ver que livro é...-olhou a capa-Ah, foi o Gaj-chan que comprou...

-"Gaj-chan"?

-Sim,Gajeel, ele vem na minha loja desde pequenininho, quando ficava em recuperação...comprando esse tipo de livro é? Já é de se esperar, afinal ele já tem 15 anos...

-S-Só quero saber se pode deixar esse livro pro senhor entregar pra ele...e se possível pegar o que eu comprei...

-Me desculpa menininha, não posso...mas se quiser, eu te dou o endereço dele, assim você pede para o seu papai te levar e entrega o livro e pega o seu...

-Ah...-pensei, olhei para o céu e vi que estava escurecendo.

Será que o onii-chan vai ficar bravo comigo?

Fazia muito tempo que eu não via ele, não sei se ele mudou...

A única diferença que eu notei foi a tatuagem e que ele namora muito...

Não posso deixar ele ver esse livro e pensar coisas erradas! Com certeza ele vai contar para o papai como sempre!

Mas também não posso voltar com ele pra casa...

-Ok...mas eu sou nova na cidade,não sei onde fica às ruas...

-Ah, não se preocupe...ó, vira a esquina e vai em frente até achar uma mansão que tem um r e um d desenhado no portão, lá é onde ele mora...

-O-Ok...-ele explicou do jeito mais fácil...acho que ele realmente pensa que eu sou uma criancinha...-Boa tarde...

-Boa tarde...

Saí da loja seguindo as instruções, e no final da rua, ao lado de um prédio, achei a mansão, que na plaquinha, dizia pertencer aos RedFox.

Tentei apertar no interfone mas não alcançava, suspirei cansada de situações como essa.

Comecei uma sessão de pulos tentando alcançar o interfone até finalmente conseguir apertar e ouvir uma voz feminina do outra lado da linha.

~Quem deseja entrar?

-S-Sou Levy McGarden! Preciso falar com Gajeel-san...

~Eh?!-ela gritou-Não me diga que ele fez outra criança chorar de novo?!

-N-Não...

~Ele roubou o dinheiro da igreja de novo?!

-Não...-ficava mais confusa a cada sugestão da mulher.

~Ele combinou de colocar mais um piercing de novo?! Ele não cansa desses ferros inúteis?!

-N-Não é isso...

~Ele perdeu média?

-N-Não sei, eu só...

~Ele matou aula pra ler gibis?!

-É...s-senhora...

~Ele quebrou a guitarra novinha que eu dei pra ele semana passada?!

-N-Não sei...

~Ele fez mais uma tatuagem sem meu consentimento?!-gritou exasperada.

-Senhora, calma...

~Ah!-fez um tom preocupado-Ele sofreu um acidente e não me disse? Bem que notei que hoje ele está bem estranho!Entrou no quarto sem dizer nada...

-Não é isso!

~Ai senhor! Ele engravidou alguém?!

-N-Não!

~Pior! Ele dormiu em um encontro e deixou a garota falando sozinha mais uma vez?!-gritou com voz chorosa-Desse jeito não vou ter nora e nem netinhos!

-S-Senhora...respire...eu vim aqui porque eu fui comprar um livro e acabou eu pegando o livro dele e ele o meu...

~MEU FILHO SABE LER?!

-É...creio que sim, se não, não teria comprado o livro...-disse fazendo uma careta.

~MEU FILHO SABE LER!-começou a festejar deixando-me mais confusa do que estava.-METT! NOSSO FILHO SABE LER!

~SÉRIO?!-ouvi outra voz, dessa vez masculina, mais ao fundo-NÃO BRINCA!

~POIS É!AÍ GAROTA DA VOZ FINA, PODE ENTRAR E OBRIGADA PELA NOTÍCIA MARAVILHOSA!

-Tá... -disse após o interfone ser desligado.

Eu em, que família estranha... -pensei.

Andei por todo o jardim, vendo um menininho brincando tristemente no balanço de madeira, com suas mãos segurando as grandes correntes.

Não ousei chegar perto,mesmo curiosa, apenas segui em frente, indo até achar a frente da casa, com as enormes portas abertas.

-Licença...-disse na porta para uma mulher de corpo escultural e longos cabelos pretos que acabava de fazer uma ligação.

-Ah...uma menininha...-desligou e guardou seu celular e se agachou para falar comigo, afinal, estava de salto alto.-Se perdeu foi? Cadê seu papai e sua mamãe?-seus olhos eram de um preto profundo.

-É...-fiquei pasma ao ver ela falando,pela vigésima vez no dia acharem que eu era uma criancinha...-Eu sou a garota do interfone...

-Eh?! Sério?! Bem que percebi que sua voz era muito fina...mas você não pode ir entrando na casa dos outros assim, já pensou se eu fosse má?

-Ah...senhora...

-Nada de senhora! Não sou velha! Só tenho 39 anos!Meu nome é Lirya! Mas meu apelido é Lir!

-Ok, é...Lirya-san...então né, desculpa te contrariar, mas...eu tenho 13 anos...

-Eh? Sério? Olha, eu sei que toda menininha quer parecer madura, mas não precisa mentir pra mim ok?

-Uh...-suspirei, e peguei minha certidão de nascimento na minha pasta, ultimamente tenho usado ela, afinal, na escola quase ligaram para o conselho tutelar pra saber o que eu tava fazendo lá...-aqui, veja...2001, viu?

-É...acho que uma pessoa de 8 anos não saberia falsificar um documento...oh! Melhor ainda! 13 não é? Só 2 anos de diferença do meu menino mais velho! Vocês podem se casar! Seria tipo aqueles clichês!"Ela trocou o seu livro e achou o amor de sua vida"! Além de que você teria uma sogra maravilhosa!

-Ah...Lirya-san...eu nunca vi seu filho na vida...só vi na fila da livraria, mas nem consegui ver seu rosto....além de que...ele não gostaria de uma garota miúda como eu...por isso, acho que está fora de cogitação...

-Bem...pode acontecer amor a primeira vista...ah! Vou te contar um segredo! Ano passado, teve uma época que achamos que ele era gay porque nunca saía com ninguém...um dia,o pai dele colocou uma playboy na gaveta do banheiro dele e depois de uma semana ele nem tinha mexido nela...-disse frustrada-Eu fiquei meio decepcionada...queria ter netinhos, mas eu iria aceitar...aí fomos falar pra ele se assumir e ser feliz e ele ficou puto da vida...-me assustei com o linguajar-perguntou se a gente estava zuando da cara dele, se a gente tinha minhoca na cabeça, ou se éramos aliens...depois disso veio a explicação...ele nem tinha abrido a gaveta...e ele disse que não gostava de mulheres falsificadas, ou garotas patricinhas...e disse também que já saiu com várias garotas...bem, a parte ruim foi que ele sempre dormia no encontro e deixava a garota falando sozinha...mas não deixa de ser hétero né? Não que eu seja preconceituosa, nunca...

-E onde eu entro na história?

-Você não é falsificada...isso é meio óbvio, nem tem idade pra colocar silicone...e você não é patricinha! Olha, sua saia da escola vai até o joelho!

-L-Lirya-san...se não se importa, eu só vim entregar esse livro e pegar o meu...você já está me assustando...

-Ah, claro...me desculpa...eu estava brincando! Mas ter uma garota fofinha de nora não seria uma má idéia...

-Querida,o wi-fi não tá pegan-- -ué,que menininha é essa? Não me diga que...você adotou uma criança sem meu consentimento?! Sei que você queria uma garota, mas já temos 2 filhos Lir! Por que você fez isso?!

Nossa...eles não tem fé uns nos outros? Já é a segunda vez que isso acontece...

-Mett, deixa de ser idiota, essa é a garota do interfone...

-Sério?-me olhou estranho-Você já lê?

-Mett! Ela tem 13 anos!-mostrou minha certidão.

-Nossa...desculpa...

-Esse é o meu marido, Metalicana! -apontou para o homem de cabelos pretos também, e olhos vermelhos claros.

-Hehe, olá!

-Olá...

-O quarto do Gaj fica no segundo andar, última porta, a mais...diferente...

-Ok...

-Vou ver o Lisandre, pode ir lá...-a mulher foi para o jardim.

-Fique a vontade, vou para o meu escritório...-o homem disse gentilmente.

-Ok... Fui subir as escadas.

Gajeel...Lirya...Metalicana...Lisandre... Que família de nome estranho! Ou melhor, tudo nessa família é estranho...

Realmente, essa porta é bem...diferente...

Tinha pichações de "não entre","me deixe em paz","vá embora" e um monte de placas de "cuidado, cão perigoso".

Bem...acho que valentões são assim mesmo,vou pegar meu livro, custe o que custar! Bati na porta, meio fraco.

Não atendeu.

Bati na porta um pouco mais forte.

Não atendeu.

Droga! Eu e esse meu medo idiota! Vou bater mais forte! Fiz o feito e agora apareceu um garoto duas vezes mais alto que eu.

Dessa vez olhei melhor pra ele.

Cabelos pretos e curtos, mas que já estavam na hora de cortar.

Pele morena.

2 piercing's na orelha esquerda.

1 piercing no queixo-meu Deus, que queixo lindo!-que já aparentava ser recente, pois estava vermelho o local.

Roupas surradas e abarrotadas.

Cara de sono.

Será que ele estava dormindo?

-É ...Gajeel não é?

-O próprio...-bocejou-o que você quer? Fala logo, estou com sono...

-Eu...a gente acabou trocando nossos livros no caixa, queria devolver o seu e pegar o meu...

-Ah sim, lembro, espere um pouco...-voltou pra dentro e voltou com o meu livro em mãos-É esse não é?

-Sim.

-É um bom livro...-me entregou-embora eu só tenha lido algumas linhas porque estava com preguiça...

-Ah, obrigada...o seu também é um bom livro-entreguei pra ele- Li inteiro...

Ele arqueou a sobrancelha.

-Sério?

-Sim...-fiquei constrangida, notando o que ele tinha pensado de mim, "uma garota de 8 anos que lê essas coisas".

Ficamos nos observando por um tempo.

Ele tinha olhos vermelhos escuros. A combinação dos pais dele.

Ele se inclinou e tocou seus lábios nos meus, fiquei assustada com a nova sensação de ter minha saliva sendo misturada a outra.

Fiquei paralisada até só então perceber. 

Meu primeiro beijo acaba de ser roubado por um desconhecido!

Apenas corei, não fazendo nada,estava em um choque.

Logo ele se separou e ficamos nos encarando por mais alguns minutos até ele se pronunciar.

-Quantos anos você tem?

-T-T-Tr-Treze...

-Hum...entra.-soou mais como uma ordem.

-N- Não! P-preciso ir embora e-- -

-Entra logo...não vou fazer nada de estranho com você...

Tenho sérias dúvidas...

-A-Ah!-ele me empurrou para dentro do quarto dele desarrumado.

-Lê isso que tá na sua mão...-apontou para o meu livro de suspense.

-M-Mas...eu...

-Só leia até eu dormir, depois pode ir embora...-deitou em sua cama.

-U-Uh...por que?...

-Não sei...apenas leia...

E foi assim que terminei meu dia...

Lendo para um estranho que roubou meu primeiro beijo...

Um cara estranho, numa família que só tem nome estranho-e que é estranha-, numa vida estranha.

E que estava fazendo eu me sentir estranha...

Sinceramente?

 Eu não sei...

Flashback off