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História Estrelas - O porquê de todos os porquês - Último Capítulo


Escrita por: Miss_Giannini

Notas do Autor


Olá meu povo! Vem aí mais um da saga dos favoritos e dos maiores que eu escrevi, espero que gostem, de verdade! Boa leitura!

Capítulo 49 - O porquê de todos os porquês - Último Capítulo


Fanfic / Fanfiction Estrelas - O porquê de todos os porquês - Último Capítulo

            O céu parecia uma paleta de aquarela. Os tons de laranja, amarelo e rosa se misturavam em camadas indistintas, horas elas se mesclavam tanto que podia arriscar em dizer que as nuvens eram lilases. Se o céu está assim visto através daquela pequena janela da catedral, imagino como ele estaria visto do jardim.

            - Jimin, eu juro que se você não parar de andar em círculos, você entra nessa igreja de cadeira de rodas – ele riu nervoso e colocou as mãos nos cabelos, ele estava me deixando nervosa.

            - Eu não posso fazer isso, As, não posso.

            - Você esperou por esse momento a sua vida toda, Jiminie! Você ama Lena e ela te ama, não ouse voltar atrás agora!

            - O que? Está louca, Astrid? – Ele olhou incrédulo para mim e riu nervoso, estava começando a suar e ficar vermelho. – Não duvido disso, mas não posso me casar sem a gravata, e ela não para em meu pescoço!

            - Vinte e cinco anos e não sabe amarrar uma gravata, que vida mal vivida, Park Jimin – caminhei até ele na frente do espelho e ajeitei a mesma em seu pescoço, ele olhou tudo atentamente pelo reflexo, mas eu estava certa de que quando ela soltasse, ele já teria esquecido o que fazer. – Pare de ficar tão nervoso, você não está indo para a guerra.

            - Mas não dizem que o casamento é semelhante?

            - Relaxa, Jiminie, deixa de ser tão neurótico – ele respirou fundo algumas vezes e eu fiz com que ele se sentasse em uma cadeira. Ouvi alguém batendo na porta e o rosto de Suni surgiu rapidamente. – Oi, Suni. Precisa de alguma coisa?

            Suni entrou no quarto e me deu um abraço. Ela havia crescido quase um palmo desde a última vez que nos vimos, seus cabelos estavam maiores e mais claros do que os de Linna. Não podia acreditar minha garotinha já tinha treze anos de idade, estou ficando velha.

            - Eu não, unnie, mas o oppa precisa.

            - Soube que você é especialista em amarrar gravatas? – Taehyung entrou na sala logo em seguida e eu ri com sua expressão envergonhada.

            - Vem aqui, besta – puxei ele pela gravata abarrotada em volta de seu pescoço e deixei-o a minha frente. Podia sentir seus olhos em mim enquanto eu a arrumava, e quando nossos olhares se encontraram, sorri. – Pare de me encarar, você está me deixando com vergonha.

            - Já disse quão bonita você está hoje?

            - Sim, pelo menos umas seis vezes desde a hora que saímos de casa – ele riu baixo e seu braços envolveram minha cintura. – Seu cabelo está todo bagunçado! O que vocês dois estavam aprontando? – Tae desviou o olhar e Suni riu, aqueles dois juntos era encrenca na certa. Toquei seus fios castanhos e macios e tentei coloca-los no lugar, o que foi muito difícil já que ultimamente seu cabelo era um redemoinho completo.

            - Não pode contar para ela, Suni!

            - O oppa acabou jogando as alianças no jardim e nós tivemos que busca-las – a risada de Suni era deliciosa de se ouvir, Tae revirou os olhos e Jimin só faltou desmaiar.

            - VOCÊ PERDEU MINHAS ALIANÇAS?

            - Sua pequena traidora... – Tae se soltou de mim e correu para atacar Suni com cócegas, ela riu mais alto e quando se livrou dele, correu para longe dali. Tae mexeu em seu paletó e retirou as alianças, mostrando-as a Jiminie. – Estão aqui, está vendo? Elas podem estar com um pouquinho de grama e terra, mas nada que não possamos resolver.

            - Aish, Taehyung, não faz isso comigo não, cara...

            - Meninos, chega de papo. Lena pode se atrasar, nós não. Hora de encarar o padre, Chim.

            Jimin respirou fundo diversas vezes e caminhou em passos decididos até o interior da igreja, onde dezenas de convidados já aguardavam ansiosos. Segurei a mão de Tae e nós subimos no palco, assim como Yuri e Namjoon, éramos padrinhos de seu casamento. A mãe do Park veio lhe dizer algumas palavras incentivadoras e o tranquilizou, aquele poder que só as mães tinham.

            - Yuri, onde está a Chae?

            - Ela e Suni vão entrar com Lena daqui a pouco.

            No final das contas, ganhei a aposta com Jimin, Yuri e Namjoon tiveram uma menina e eu faço questão de jogar isso na sua cara pelos sete anos que se seguiram. Kim Chae herdou as melhores características de seus pais, os olhos incrivelmente azuis de Yuri e as adoráveis covinhas de Namjoon, e isso tudo combinava perfeitamente com seu cabelo castanho escuro.

            Com todos já em seus lugares, os sinos começaram a tocar e era quase possível ouvir os batimentos acelerados de meu melhor amigo ao meu lado. Jimin, Taehyung e Namjoon vieram combinando, pareciam até irmãos. As portas se abriram e Helena entrou com um sorriso glorioso, seus cachos estavam soltos e com pequenas flores os adornando, sua pele escura combinava perfeitamente com o vestido branco.

            Lena e Yuri seguiram carreira na moda juntas, Lena desenhava os modelos e Yuri os produzia, de modo que os vestidos usados por nós três eram de sua nova marca. Lena parecia uma princesa, seu vestido tinha diversas pequenas flores de um dourado bem claro e mangas de renda. Yuri e eu optamos por um que combinasse com nossos olhos, o dela, longo e da cor do mar, e o meu, na altura dos joelhos e um pouco rodado, verde e de alças.

            - Pare de chorar, hyung – murmurou Tae contendo o riso, Jimin limpou os olhos marejados discretamente e inflou o peito, eu sorri, orgulhosa do momento de meu melhor amigo.

            A cerimônia seguiu como planejado. Chae, Suni e Felipe jogaram flores pelo caminho e recebiam olhares admirados, os três estavam tão lindos que nem pareciam os baderneiros malucos que eram. Quando o padre finalmente oficializou tudo e Jimin beijou Lena, todos batemos palmas e jogamos muito arroz em cima deles, o sorriso do Park era o mais feliz e brilhante que um dia ele já deu.

            - Você sabe o caminho da festa, certo? – Entrei no carro e coloquei o cinto, Suni se sentou atrás e fez o mesmo. Taehyung tirou um aparelho de seu paletó com um sorriso vitorioso.

            - Relaxa, o GPS cuida de tudo.

            Ele programou a rota e eu comecei uma prece silenciosa em minha mente, tinha certeza de que Suni fazia o mesmo. A questão é que meu namorado não é um bom piloto, não é tão ruim quanto Yoongi e minha mãe, isso nem sequer é possível, mas está perto. Ele geralmente prefere usar a moto, mas dessa vez não teve jeito: tínhamos que ir de carro.

            Não era para ser longe, Jimin disse que o local da festa ficava a quarenta minutos da igreja. Quando se passou uma hora de trajeto e o céu já estava completamente azulado, perdi as esperanças.

            - Tae, onde nós estamos?

            - Perto.

            - Você está dizendo isso há meia hora!

            - Agora estamos mais perto do que meia hora atrás – ele sorriu e eu quis bater minha cabeça na janela.

            - Não acredito que estamos perdidos.

            - Talvez eu tenha pegado uma curva ou outra errada, mas nada do que não possamos resolver.

            - Relaxa, ele disse – começou Suni imitando Tae -, o GPS cuida de tudo.

            - Calada aí, mocinha. Está querendo ir a pé?

            - Aposto que se eu tivesse ido a pé já estaria lá.

            Comecei a rir alto e Taehyung me olhou frustrado, sua expressão só me fazia rir mais. Depois de alguns protestos, ele finalmente cedeu e eu assumi o volante, e em menos de vinte minutos já havíamos chegado no salão.

            - Vocês demoraram tanto que achei que tinham voltado para casa! – Lena e Jimin nos receberam com um sorriso e um abraço.

            - O esperto aqui errou o caminho e nos perdemos.

            - Bela namorada eu tenho – Tae revirou os olhos e nós rimos. Entregamos o presente que havíamos comprado para os noivos e seguimos de mãos dadas até a nossa mesa.

            Suni e Chae se davam muito bem, combinadas com Felipe então, nem me diga. Yuri e Namjoon dividiram a mesa junto conosco e a noite foi muito divertida. Jimin e Lena uniram suas culturas e seu casamento era uma mistura harmônica de tudo, eu estava comendo como uma condenada e acho que estava deixando Tae envergonhado, visto que a cada vez que eu ia ao buffet, ele fingia não me conhecer.

            - Há quantos dias você não está alimentando essa menina, Taehyung? – Perguntou Namjoon dando risada após minha quarta ida ao buffet. Taehyung respirou fundo e cobriu o rosto com as mãos.

            - Onde foi que eu errei, meu deus?

            - Sabe, Tae, a última vez em que eu comi tanto assim era porque eu estava grávida.

            - Cale a boca, Yuri – revirei os olhos e Namjoon e ela riram alto, Taehyung me olhou com os olhos arregalados e quase engasgou. – Eu não estou grávida, seu idiota, só com fome mesmo.

            - Se você deixasse eu cozinhar, isso não teria acontecido...

            - Da última vez que você cozinhou, a energia acabou, isso só pode ser um sinal.

            Conversamos muito durante o tempo que se seguiu. Jimin e Lena passaram de mesa em mesa e pudemos rir muito juntos, um fotógrafo gentil estava sempre ao seu encalço, como uma sombra. Só voltamos a ver as crianças quando o DJ nos chamou para dançar, ele não era um Yoongi da vida, mas era um cara muito legal.

            Ah sim, Yoongi Fontanatta está nos Estados Unidos com seus 30 e poucos anos, dá para acreditar? Ele adotou o pseudônimo SUGA e se tornou um rapper e DJ de muito sucesso, até voltou a jogar basquete nas horas vagas. Yoongi se acertou na vida e eu tinha muito orgulho dele.

            Tae me tomou pela mão e começamos a dançar daquele jeitinho diferente só nosso, nos divertindo muito como se ninguém estivesse nos olhando. Ele acabou pegando certa prática já que Jimin e eu o arrastamos para algumas baladas ao longo dos anos, ainda mais depois que Lena voltou a morar em Seoul. E eu prometi que nunca mais o deixaria sozinho, então ele não se meteu mais em brigas ou foi embebedado, mas sempre acabava voltando para meu apartamento de uma forma ou outra.

            Linna e sua família passaram a morar com ele em sua casa, mas já que agora eu tinha o apartamento só para mim, passávamos a maior parte do tempo lá mesmo. A cada dia, sentia que aquele lugar era ainda mais nosso e amava isso.

            - Trouxe para você, deve estar com sede – Tae voltou com duas taças de champanhe e seu mais lindo sorriso quadrado. Dei um beijo em sua boca e batemos nossas taças devagar, quando estava prestes a beber, avistei Chae ao fundo e deixei a taça nas mãos de meu namorado.

            - Não se pendura aí não, minha filha! Se você cair sua mãe me mata!

            Corri na direção da menina pendurada em uma cortina e Taehyung suspirou. Eu era quase uma segunda mãe de Chae, eu era o lado ajuizado e preocupado já que Yuri e Namjoon davam total liberdade para a menina, e também era eu que fazia os curativos, ganhei o título de enfermeira das famílias.

            - Tia As, você é muito chata, estamos só brincando.

            - Eu vivo dizendo isso a ela, Chae, mas ela não escuta nunca – Tae pegou a garota no colo e a colocou no chão, que voltou a correr atrás de Suni e Felipe.

            - Ah então eu sou chata, é? – Cruzei os braços e ele me olhou com um sorriso cansado e cheio de segundas intenções, intenções essas que foram captadas quando seu nariz traçou uma linha em meu pescoço até chegar em minhas bochechas, causando me deliciosos arrepios.

            - A mais chata de todas.

            - É agora que eu digo “já que é assim, não vou te dar um beijo” – ele riu baixo e eu mordi o lábio inferior. – Só dessa vez ouviu bem?

            Tae indicou que sim com a cabeça e seus lábios finalmente tocaram os meus. Detestava a minha habilidade em ser totalmente vulnerável a Kim Taehyung, ultimamente eu estava percebendo que ele estava começando a se aproveitar disso e tratei de me tornar mais difícil, mas às vezes eu acabava cedendo, afinal, ele é meu ponto fraco.

            - Astrid! – Ouvi os passos de Yuri se aproximando e sua voz estridente. Afastei minha cabeça devagar e Tae segurou minha cintura com força, impedindo que nossos lábios se afastassem. – Aish, vocês dois, esperem até chegarem em casa.

            - O que é tão importante, Yui? – Perguntou Tae sem desviar os olhos de minha boca, eu a mordi devagar e pude vê-lo suspirar. Eu também tenho meus truques, Kim Taehyung.

            - Lena vai jogar o buquê, As! Vamos lá!

            - Vou ficar aqui mais um pouquinho, pode pegar para você – coloquei meus braços no pescoço de Tae e ele riu baixo.

            - Eu já estou casada, besta! Temos que ir logo ou as senhoras de meia idade vão atacar Lena. Isso vai ser como a 77˚ edição dos Jogos Vorazes.

            - Não, Yuri, me deixa! – Eu suspirei contrariada e Yuri bateu o pé, dando-me um daqueles seus olhares assustadores e segurando minha mão com força, e em seguida, me vi no meio de diversas pessoas desesperadas por um simples conjunto de flores.

            A verdade é que eu estava muito bem como estava, acho que Tae e eu poderíamos viver perfeitamente bem e felizes para sempre, não fazia questão de casamento ou algo do tipo. Para satisfazer Yuri, estava ali por perto. Por perto quer dizer apoiada em uma pilastra com os braços cruzados, longe de qualquer trajetória que aquele buquê poderia tomar.

            - Estão prontas? – Lena segurou o buquê sobre sua cabeça e ameaçou jogar. Taehyung, que estava observando aquilo tudo dando risada junto de Jimin, correu na direção de Suni quando a viu no meio daquelas mulheres.

            - O que raios você pensa que está fazendo?

            - Vou pegar esse buquê, oras – respondeu Suni com uma sobrancelha arqueada, Taehyung só faltava explodir, o que ele não tinha de cíumes comigo, tinha com Suni.

            - E vai fazer o que com ele, criatura? Colocar num vaso ou replantar?

            - Se eu pegar, Yoongi-oppa vai me pedir em casamento. Nós ficamos noivos durante sua soneca. – Eu quis rir, mas me senti cruel. Yoongi foi mesmo o primeiro amor de Suni e ela sentia muita falta dele. Sinceramente, eu queria que ela fosse alguns anos mais velha e ele alguns anos mais novo para que eles pudessem ficar juntos. Ou o tempo simplesmente podia parar para Yoongi até que Suni tivesse sua idade.

            - Suni, com treze anos a gente brinca na rua e estuda, não fica procurando namorado e muito menos marido.

            - Deixa eu me iludir, oppa! Eu sei que não vou pegar esse buquê mesmo! - Suni revirou os olhos e voltou para o meio da multidão, dessa vez, levando Chae consigo.

            - Sua sobrinha é uma péssima influência para minha filha – comentou Namjoon com um suspiro, Jimin só observava aquilo dando risada.

            - Vou jogar! – Lena ameaçou mais algumas vezes e eu já estava entediada. Eu mesma estava quase gritando algo como “joga esse treco logo” porque eu simplesmente não aguentava mais ficar em pé. Cogitava a ideia de puxar uma cadeira ou simplesmente sair de fininho.

            Lena jogou o buquê para o alto e eu fechei os olhos. Quando não ouvi euforia logo depois, abri os olhos temerosa. Lena estava com o buquê em mãos e olhando a multidão, meu rosto refletia o de todas as outras pessoas ali: interrogação. Tudo só se agravou quando Lena caminhou com um sorriso em minha direção.

            Ai não...

            - Astrid, é seu – seu sorriso aumentou e ela estendeu ele na minha direção, olhei incrédula dele para ela diversas vezes.

            - Não, é seu, pode jogar, ficar, sei lá – senti as palavras se atropelando e por algum motivo, comecei a suar frio. Senti meu corpo mole e achei que fosse desmaiar, Lena usou disso e envolveu o buquê em minhas mãos.

            - Eu assumo daqui.

            Lena se posicionou ao lado de Jimin e eles deram as mãos enquanto se olhavam com um sorriso triunfante. Taehyung, agora parado a minha frente, estudava meu rosto com cuidado e eu senti o ar faltando em mim.

            - Sabe que agora você tem seis meses para se casar ou azar para o resto da vida, certo?

            - Isso foi ideia sua...?

            - Ah, pode ter certeza – daí para frente vi tudo em câmera lenda. Não se ajoelhe. Não olhe para mim com essa cara. Não me dê esse sorriso. Não faça isso... – Astrid Fontanatta, você aceita se casar comigo e me fazer o homem mais feliz da Via Láctea?

            Olhei para ele, olhei para o anel brilhante a minha frente. Olhei para as pessoas ao meu redor. Senti meu corpo tremer e não conseguia explicar porque estava me sentindo assim. Mas aquele safado sabia, ele inclinou levemente a cabeça para o lado e seu sorriso aumentou.

            - Sabe, quando eu estava em coma, você prometeu que se casaria comigo.

            - Aish, dessas coisas você lembra! – Ele riu e se levantou devagar, sua mão tocou meu rosto e eu senti a eletricidade novamente, deliciosamente perigosa.

            - Casa-se comigo, As.

            Não esperava por isso, nem que eu vivesse mil vidas eu esperaria por isso. Percebi que estava demorando para responder e pude ver seus olhos brilharem, eu não me perdoaria se o magoasse, então tirei tudo o que se passava em minha mente e parei de pensar demais. Puxei sua nuca e seus lábios ligaram-se aos meus no mesmo instante, submissos.

            - Isso é um sim? – Perguntou com um sorriso quando eu o soltei em busca de ar.

            - Sim, antes que eu mude de ideia – Tae sorriu vitorioso e me abraçou, as pessoas começaram a aplaudir e eu senti meu rosto corar. Sussurrei em meio ao seu abraço apertado e ele riu. – Mas é só porque eu sou uma mulher de palavra.

            - Com certeza é só por isso.

            Taehyung colocou o anel brilhante em meu dedo e sorriu como uma criança ao ganhar um brinquedo novo. E quando eu achava que não poderia ter mais surpresas, ele enfim desamarrou o fio vermelho de seu mindinho e amarrou-o no meu.

***

            Graças a Kim Taehyung, agora cá estou eu, nervosa e andando em círculos em meu quarto. Era quase possível ouvir a voz de Jimin dizendo “o jogo virou, não é mesmo?”. Eu só faltava cavar um buraco na terra, queria ir para a Lua, o que na verdade não seria tão difícil assim, já que eu finalmente realizei meu sonho astronômico.

            - Se você estragar o meu vestido, eu torno Taehyung viúvo – Yuri segurou meus ombros com força e me impediu de continuar minhas voltas. – O que raios te incomoda tanto?

            - Não sei se estou pronta.

            - Qual é, vocês praticamente moram juntos e estão juntos desde o ensino médio!

            - Você está estranha, minha filha – Antonella Fontanatta entrou em meu quarto observando-me da cabeça aos pés.

            - Obrigada, mama, agora me sinto bem mais tranquila – sentei-me na cama com cuidado e minha mãe se sentou ao meu lado com um sorriso.

            - Estou brincando, querida. Você está como um anjo.

            Yuri e Lena trabalharam durante dias no meu vestido, o motivo? Disse que já que eu tinha que me casar, queria que fosse com o vestido dos meus sonhos – um modelo semelhante ao de uma das minhas personagens favoritas, América Singer. Eu iria adorar um parecido com o de Katniss Everdeen também, ambos eram lindos.

            - Quem é você e o que fez com minha irmãzinha desengonçada?

            - Não fale assim, Yoongi!

            - Mama, você pode brincar com ela e eu não? – Ela deu um tapa em seu pescoço e ele revirou os olhos. – Você está linda, okay?

            - Eu... preciso de um minuto sozinha.

            - O que? Mas eu preciso terminar seu cabelo!

            Expulsei Yuri, minha mãe e irmão para fora do quarto e fechei a porta. Segui até a janela e a abri, permitindo que a brisa noturna adentrasse em meu quarto. Olhei para as estrelas e esperei encontrar meu pai entre elas. Yuri me mataria se eu arruinasse sua maquiagem perfeita com minhas lágrimas, mas estava se tornando inevitável.

            - Papai... – murmurei mantendo a voz forte para que ele ouvisse -, hoje é meu grande dia, certo? O que você acha do Tae? Ele é minha estrela cadente, eu o amo muito. Gostaria que o senhor estivesse aqui, gostaria mesmo. A mama e o Yoongi também, eu posso ver isso mesmo que eles não digam. Sei exatamente o que você diria agora “não chore, minha estrelinha, hoje é um dia feliz, você tem que sorrir, não chorar” acompanhado de um abraço. Amo você, papai, obrigada por sempre cuidar de mim.

            Yuri entrou no quarto novamente e finalizou tudo o que faltava. Eu não gosto de me atrasar, então passar meia hora dentro do carro esperando minha melhor amiga me liberar foi um verdadeiro sufoco. Imagino então como deve ter sido para Taehyung, Jimin certamente estaria louco a uma hora dessa. Na hora certa, ela mandou uma mensagem para Yoongi, que estava no carro comigo e ele tomou minha mão.

            - Está pronta?

            - Acho que você deve estar mais pronto que eu.

            Meu irmão sorriu e eu apertei sua mão devagar. As portas se abriram e quando eu vi meu namorado, quer dizer, noivo, a minha frente, todas as preocupações e incertezas que eu tinha desapareceram por completo. Eu não podia estar mais feliz e certa. Os olhos de Tae brilhavam como seu sorriso, eu quis rir quando vi que ele estava emocionado e Jimin disse algo como “agora sabe como é, né?”.

            - Você está linda – sussurrou, eu passei o dedo com cuidado em seu rosto e limpei uma lágrima que ia rolar, ele sorriu e segurou minhas mãos em seguida.

            - Eu sei.

            - Não vai dizer que eu estou lindo também?

            - Não – respondi rindo e ele segurou o riso, o homem a nossa frente lhe deu um olhar severo. – Desculpe, pode continuar.

            Éramos padrinhos um dos outros, então como já dá para perceber, os nossos eram Jimin e Lena e Namjoon e Yuri. Minha mãe e Yoongi também estavam ao meu lado, e ao lado de Tae, Linna e Han. As formalidades se seguiram e eu constatei surpresa que Taehyung não se embolou uma vez sequer ao pronunciar os votos. Eu também fiquei muito feliz quando não gaguejei, acho que ele também.

            - Pode beijar sua noiva.

            - Com toda certeza – suas mãos tocaram meu rosto e ele sorriu antes de nossos lábios se tocarem, dando-me um beijo devagar e apaixonado, levei um susto quando ele me inclinou para trás e ri quando as pessoas aplaudiram. Tae me abraçou com um sorriso enorme e eu me senti esmagada por um momento. – Eu te amo, As, mais que tudo no mundo.

            - Também te amo, mas amo mais quando você não está me esmagando.

            - Aish, mas você não me dá uma trégua, hein.

            - Relaxa que daqui para frente vai ser pior – sorri quando ele me devolveu com um olhar assustado, objetivo atingido com sucesso.

            Nossa festa foi igualmente maravilhosa, simples, porém muito divertida. Yoongi dançou uma música lenta com Suni. Jimin comeu mais bolo do que qualquer um e quase desmaiou quando Lena anunciou que estava grávida. Namjoon se transformou numa máquina de dança após alguns copos de bebida, e a partir dessa noite constatamos: Kim Namjoon não nasceu para a dança. Yoongi animou nossa festa com suas músicas e raps monstros. Jungkook também havia sido convidado, fiquei muito feliz em vê-lo ali, ao longo dos anos nossa amizade aumentou bastante. Também fiquei feliz em constatar que ele finalmente ouviu meus conselhos e convidou Linda para sair, ele também merece ser igualmente feliz.

            - Posso te roubar por um segundo ou dois? – Tae sussurrou em meu ouvido enquanto eu estava conversando com meus tios italianos. Pedi licença e segurei sua mão.

            - Não corra! Estou de salto! – Ele parou de correr e olhou em meus olhos com um sorriso de canto. – Nem pensar, isso não... Kim Taehyung!

            Ele me pegou no colo e voltou a correr, eu me segurei em seu pescoço com força, Tae não é lá a pessoa mais forte que existe, e digamos que comer tanto na festa de Jimin me trouxe um quilinho ou dois. Ele só me colocou no chão quando chegamos na área externa do salão, composta por uma pequena fonte e um gramado lindo.

            - O que foi dessa vez? – Nossos olhares se encontraram com um sorriso, ele estava ofegante e sorridente, não havia reparado antes, então ri quando notei a gravata amarrada em sua testa, como uma bandana.

            - Só queria dizer o quanto amo a minha esposa – respondeu dando de ombros com seu lindo sorriso quadrado.

            - Só isso é? – Envolvi meus braços em seu pescoço e nossos narizes se tocaram, geladinhos como sempre.

            - Não é o bastante para você? – Ele sorriu e envolveu minha cintura, trazendo-me mais para perto. Meu nariz tocou seu pescoço e eu senti o aroma delicioso e familiar de sua pele combinado com um perfume amadeirado.

            - Vale o esforço.

            Não importa quantas vezes ele me beijasse, quantos anos se passassem, eu jamais me cansaria de seu toque, do sabor suave de seus lábios e do modo como apenas Kim Taehyung conseguia tornar cada beijo único e especial.

            - Ei, Tae.

            - Oi, As – respondeu com sua deliciosa voz rouca que me causava arrepios enquanto depositava beijos suaves ao longo de meu pescoço.

            - Eu te amo.

            - Achei que nunca diria isso – ele riu e me deu um enorme abraço de urso, fazendo com que eu também desse risada -, mal vejo a hora de chegarmos em casa, na nossa casa.

            - Vamos poder nos divertir um pouquinho.

            - Um pouquinho?

            - Certo, um montão – ele estendeu a mão em minha direção e eu entrelacei nossos dedos, nossas alianças se tornaram nossos fios vermelhos do Destino, embora não estivessem em nossos mindinhos, havia um motivo para elas estarem nos anelares: é por eles que passa uma veia que vai direto para o coração. – Vem, vamos, temos uma festa toda pela frente.

            Voltamos para a festa e dançamos a noite toda, até minha mãe, que jurou que não dançaria, se rendeu e caiu na dança. Vi Jimin bêbado pela primeira vez na minha vida e rirei dessa memória para todo o sempre. Em uma noite, comi o equivalente a uma vida inteira, minhas tias italianas pediram encarecidamente que Taehyung me alimentasse direitinho, mal sabiam elas onde eu estava me metendo. Yuri me obrigou a jogar o tal buquê, disse que era uma tradição que eu não podia quebrar, acabou que ele voou até as mãos de minha avó paterna.

            Quando nossa música começou a tocar e Taehyung tomou minha mão para que dançássemos, não podia deixar de pensar em como tudo, de fato, mudou. Esse era apenas o fim de mais um capítulo bom em nossas vidas, mas estava com certeza demasiadamente longe de ser o final de nossa história. Ainda tínhamos muitos capítulos para escrever e rescrever. No final das contas, tudo tem uma causa, um motivo para estar acontecendo. Por mais que pensemos “qual a necessidade disso? Sério, por que isso está acontecendo?” no final das contas, tudo tem um porquê. Mas tudo bem você não saber disso, eu também não sabia. As estrelas me contaram. E agora eu estou contando para você.

            - Promete que vai ficar comigo para sempre? – Perguntei mirando seus olhos castanhos, ele sorriu e apoiou sua testa na minha, ocasionando outro sorriso em mim.

            - Para todo o sempre e com todas as estrelas de testemunha.


Notas Finais


Calma aí que esse ainda não é o fim. Quer dizer, é e não é. Espero que tenham gostado deste capítulo, gostei bastante de escrevê-lo, como esse é o penúltimo capítulo da fic, adoraria saber o que vocês pensam :)
Sobre o capítulo anterior, a música nas partes em itálico é Everything Has Changed - Taylor Swift e Ed Sheeran. Percebi que bastante gente não pegou a referência oculta àquele capítulo do baile, no problems, mals por também não ter comentado no final co cap, queria deixar meio que subentendido, mas vou colocar um P.Szinho lá.
Este foi o último capítulo da história da Astrid, mas para o final da fic, preparei uma coisa especial para o próximo capítulo, espero de coração que seja do agrado de vocês, é uma espécie de capítulo bônus... do ponto de vista do Tae, que foi um dos únicos que não teve seu pov na fic toda.
Também deixo um questionamento (não me deixem no vácuo, pessu), o que vocês acham de uma história que seria do ponto de vista de um dos meninos? É estranho/nada a ver demais? Vocês acham interessante ou acham que não daria certo? **É uma pesquisa de opinião para minha próxima história, ainda estou trabalhando nela, mas gostaria muito de saber o que vocês pensam**
Obrigada por estarem comigo até aqui, por terem se tornado parte de minha imensa constelação :) Nos vemos em breve, tentarei não postar de madrugada, sério Kk

P.s: Alguém mais aí tá no teto com a notícia dos mozão vindo pra SP? Eu sou de SP, tô bem animada! :D


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