História Estrelas - Tutorial de como cuidar de uma criança bêbada

            - O que você quer, Jin? – Perguntei olhando em seus olhos, ele estava próximo demais de mim, por um momento esqueci de tudo que aconteceu, ele ainda era meu namorado maravilhoso, e em segundos a ilusão se esvaiu e lembrei daquela cena novamente, o que fez com que eu me afastasse um pouco.

            - As, eu... sinto muito por ter... você sabe...

            - Me traído com Ambre? Não, obrigada.

            - Sério, eu queria que você soubesse, não foi por sua causa, eu fui...

            - Definitivamente não foi por minha causa, eu era uma namorada excelente, e era sua amiga também, mas mesmo assim você me traiu. Porque quis. Não tem desculpa para isso.

            - Por favor, As, me dê uma segunda chance!

            - Não! Não quero mais saber de você, Seokjin, deixe-me continuar vivendo minha vida em paz! Pode ir se divertir com Ambre!

            - Mas é de você que eu gosto! – Jin, que ainda segurava meu pulso com força, me puxou para perto de si e me beijou, forte e desesperadamente, como ele nunca havia feito antes. Antes de eu perceber o que estava acontecendo, meu corpo foi dominado pelo êxtase do momento e eu me senti bem. Essa sensação acabou tão rápido quanto um piscar de olhos e me condenei por em um momento ter me sentido bem com aquilo. Eu tentei fazê-lo parar e empurrei-o com força, não conseguia afasta-lo de perto de mim, ele não deixava e estava me machucando. De repente, senti que alguém o puxou e seu aperto afrouxo, fazendo com que eu me afastasse dele e observasse o que aconteceu.

            Taehyung estava lá. Ele puxou o braço de Seokjin e deu um murro em seu rosto. As pessoas rapidamente se afastaram, Jin limpou o canto de sua boca e avançou para cima de Tae, que lhe deu um empurrão forte. Seokjin caiu e Taehyung se colocou a minha frente.

            - Deixe Astrid em paz! – Taehyung segurou minha mão e começou a nos tirar dali, Jin rapidamente se levantou e desferiu um soco forte no rosto de Tae. Eu me coloquei entre os dois antes que aquilo piorasse ainda mais.

            - Os dois estão loucos? Parem com isso!

            - Você não tem que deixar esse idiota falar por você, Astrid! – Seokjin estava terrível, o canto de sua boca sangrava e seu rosto estava vermelho e começando a inchar onde Tae bateu.

            - Ele está certo, quero que me deixe em paz! – Puxei Taehyung pelo braço e levei-o em passos rápidos até o outro lado do lugar, próximo aos banheiros, fiz com que ele se sentasse em uma mesa e me sentei a sua frente.

            - O que foi isso, Taehyung? Procurei você por toda parte e de repente você aparece do meu lado!

            - Eu não podia deixar aquele maluco machucar você, ninguém machuca minha amiga – ele estava falando mole sua cabeça balançava levemente.

            - Você está bêbado?!

            - Claro que não, Astrid! Eu não tomei nada, juro. Uma moça gentil tomou refrigerante comigo, ela que pagou, muito gentil a moça, né? Você podia ser gentil igual ela comigo...

            - Eu falei para você não aceitar nada de estranhos! Ela te embebedou!

            - Nããão, ela nunca faria isso. Eu conheço a moça, ela é legal e gentil... – sua cabeça pendeu um pouco para o lado e seu olhar estava distante, de repente voltou a ficar ativo novamente. – Meu rosto está doendo. Por que ele está doendo?

            - Esqueceu, idiota? Você se meteu em uma briga.

            - Não, Astrid. Você está enganada, TaeTae não se mete em brigas.

            - TaeTae não sabe o que diz porque está bêbado e machucado. A tia Astrid vai pegar alguma coisa para tirar esse sangue do seu rosto. E sabe o que TaeTae vai fazer? Vai ficar esperando aqui, sentadinho, até a tia Astrid voltar.

            - Não pode levantar?

            - Não pode levantar, nem se a moça gentil pedir.

            Fui rapidamente para o banheiro, quando entrei, olhei para trás para me certificar que ele ainda estava ali. Taehyung balançava um pouco o corpo e olhava para tudo com um os olhos brilhando, vi até ele falando sozinho e rindo. Me apressei em molhar um papel e levar outros secos para cuidar rapidamente de seus machucados. Não demorei nem três minutos, mas três minutos foram mais do que suficiente para que Taehyung fugisse.

            To: Jimin / Yuri / Helena / Namjoon / Yoongi

            Taehyung está bêbado em algum canto por aí, me ajudem a encontra-lo, por favor!

            From: Jimin

            Mals, As. Estou em um táxi agora com Helena, não tenho como ajudar, boa sorte aí – Jiminie.

            From: Anonymous

            Não se preocupe, As. Eu vou cuidar bem dele, não se preocupe.

            Droga! Só me faltava essa agora! Claro que ela está aqui, não é segredo de ninguém. Comecei a correr em busca daquele maluco e esbarrei em várias pessoas, uma dessas pessoas que eu esbarrei ficou brava e segurou meu braço.

            - Está com pressa, querida? – Ambre me olhava em desafio enquanto fincava suas unhas em meu pulso. Devolvi o olhar. – Aliás, o que está fazendo aqui? Não sabia que animais podiam entrar.

            - Se você conseguiu entrar, eu também consegui, idiota.

            - Está procurando alguém?

            - Não é da sua conta.

            - É sim, ou acha que não vi você beijando meu namorado?

            - Ele me beijou, e eu não estou indo atrás dele.

            - Está indo atrás de qual dos seus cachorrinhos então? – Revirei os olhos e puxei meu pulso com força, ela me olhou de cima a baixo e rapidamente virou um copo de alguma coisa em meu vestido. Eu a ignorei e voltei a me concentrar na busca. Vi uma multidão mais a frente e estava certa em achar que Taehyung estava no meio daquilo.

            Jin estava em cima dele, lhe chutando e socando, eu me coloquei em sua frente e acabei levando um tapa.

            - Astrid! Desculpa, não quis te... – dei um tapa em seu rosto e ajudei Taehyung a se levantar, coloquei seu braço em volta do meu ombro e tentei carrega-lo. Saímos da festa e pedi um táxi, ia ligar para Yoongi enquanto ele não chegava. Não foi necessário, Yoongi estava sentado na calçada e parecia desacordado. Cutuquei seu rosto e ele abriu os olhos num ímpeto.

            - Ah! O que está fazendo? Tá louca?

            - Aish, Yoongi, eu vou matar você!

            - Não vai não, o Batman vai me defender.

            - Que mané Batman o que! Levanta! Estamos indo para casa.

            - Mas eu quero voltar e me divertir...

            - Yoongi, você está bêbado, está um caco, e está indo para casa agora!

            Forcei-o a entrar no táxi e quase morri quando estávamos na avenida e ele abriu a porta tentando sair. O motorista me olhava com pena, estava no banco do meio e ambos dormiam em meu ombro, teria sido uma cena bonita se não fossem aquelas circunstancias. Felizmente, Yoongi, que já havia bebido outras vezes, estava mais acostumado e não tão grogue quanto Taehyung, então ele me ajudou a leva-lo no elevador até nosso apartamento,

            From: Yuri

            Oi, As! Desculpa não ter avisado antes, estou aqui na casa do Namjoon, ele está cuidando de mim, disse que eu bebi um pouco hoje... Não volto para casa hoje, certo? Espero que tudo dê certo aí para você, beijo! – Yui

            Yoongi foi tomar banho enquanto cuidava de Taehyung, coloquei-o sentado no sofá e peguei novamente a caixa de primeiros socorros, quando voltei, ele estava acordado, ainda que muito zen.

            - Ai! O que você está fazendo? – Fechei os olhos e respirei fundo, hoje a noite seria difícil.

            - Você se meteu em uma briga e se machucou feio, estou cuidado de você, como sempre faço – tirei o cabelo de seu rosto e olhei-o com cuidado. Estava com um olho roxo, um machucado na testa, o canto da boca sangrava e o nariz também.

            - Então não foi o papai que me bateu?

            - O que disse?

            - Estou tão feliz! Não foi ele dessa vez! – Seus olhos de fecharam e ele encostou a cabeça no sofá com um sorriso no rosto. Como assim o padrasto bate nele? Ou isso é apenas devaneio? Lavei seu rosto com cuidado para não o machucar ainda mais, coloquei band-aids onde dava e ataduras onde estava mais machucado. Seu rosto continuava belo mesmo machucado. Fui até o “quarto improvisado” de Yoongi e peguei uma camisa limpa.

            - Ei, acorda, coloca isso aqui.

            - Por que? Por que você está sujo de sangue, poeira e sabe-se lá mais o que.

            - Mamãe dizia para eu tomar banho antes de dormir, não vou tomar banho, mãe?

            - Você mal consegue ficar em pé, Tae, pode tomar amanhã de manhã, agora coloca a camisa limpinha do tio Yoongi. - Ele tombou a cabeça de lado e me olhou confuso, bufei e tirei seu boné e jaqueta. – Pronto, agora termina aí.

            - Ah, mãe, só dessa vez – Taehyung levantou os braços e fez biquinho, revirei os olhos e puxei sua camisa devagar.

            - O que você está fazendo, Astrid? – Yoongi surgiu do nada e me assustou, Taehyung, com a cabeça presa na gola da camisa, olhou ao redor procurando a voz da pessoa. – Essa camisa é minha, por que vai colocar nele? Aliás, por que está tirando a roupa dele?

            - Não estou tirando a roupa dele, só a camisa, e você, como um bom irmão, vai emprestar a ele.

            - Dá isso aqui que eu faço isso. Ele não vai gostar de saber quando acordar que você precisou troca-lo. – Yoongi tirou sua camisa de minha mão e me empurrou para um lugar onde eu não pudesse ver Taehyung de frente. – Agora vai você se arrumar, também não está nada bem.

            Peguei um pijama em meu quarto e fui tomar banho. Eu estava realmente um desastre, os cabelos bagunçados, o vestido sujo e a bochecha inchada e avermelhada. As unhas de Ambre deixaram uma marca feia em meu pulso para completar o pacote. Yoongi tinha uma cama agora, ficava em um pequeno quartinho que usávamos para guardar nossas coisas e muambas, peguei um travesseiro macio e um edredom fino e os levei para Taehyung.

            Sua cabeça estava apoiada no braço do sofá e seus olhos piscavam mecanicamente, ele parecia ter voltado a ser o mesmo. Quando me viu, deu um pequeno sorriso de canto, eu me sentei no chão a sua frente e nossas cabeças estavam quase na mesma altura. Levantei sua cabeça devagar e coloquei o travesseiro sob ela, mexi em seus cabelos com a ponta dos dedos enquanto ele parecia adormecer.

            - Astrid...

            - Oi, Tae.

            - Você é bem bonita, sabia?

            - Mas não sou definitivamente linda como a Linda – ele demorou certo tempo até entender o que eu disse, e quando entendeu, deu um pequeno sorriso.

            - Sabia que você tinha ficado com ciúmes!

            - Não fiquei e nem estou.

            - Astrid...

            - Oi, Tae.

            - Por que você está borrada e rodando? Sabia que tem outra Astrid ao seu lado?

            - Você não está legal, Tae, dorme um pouco e vai se sentir melhor.

            - Eu não quero dormir, quero ficar com você.

            - Você precisa dormir, está com sono, muito sono...

            - Só porque você está mexendo no meu cabelo.

            - Quer que eu pare? – Tirei a mão de seu cabelo com um sorriso e ele ficou emburrado de um jeito engraçado, segurou minha mão e a colocou de volta em seu cabelo.

            - Não. Continue. – Ele parecia estar lutando contra o sono, seus olhos se fechavam pesadamente e ele tornava-os a abrir com força.

            - Pare de lutar contra o sono, durma.

            - Mamãe nunca deixou eu dormir em outra casa e o papai vai me bater se eu chegar tarde em casa, estou com medo... – Verdade! Ele havia dito algo sobre o padrasto bater nele, se eu perguntar agora ele provavelmente me responderá, e não se lembrará depois.

            - Ele bate em você, Tae?

            - Sim, mas shiiu, é segredo. Não pode contar para ninguém, por isso é um segredo.

            - Desde quando?

            - Não lembro direito, eu preferia que ele batesse em mim do que em minha mãe ou irmã... – fazia sentido. Por isso ele às vezes aparecia machucado na escola e dizia que se meteu em brigas, era o padrasto o tempo todo. – Não precisa ficar triste, não dói mais, é para proteger as pessoas.

            - Por isso você bateu naquele homem e no Jin? Para me proteger?

            - Sim, TaeTae não faz muita coisa direito, então tem que ser bom em proteger as pessoas que ele gosta. – Suas palavras ficaram por muito tempo em minha cabeça, até que ponto ele estava devaneando e falando a verdade? Havia dor em seus olhos e não parecia ser do tipo física. Não é justo, Taehyung é uma pessoa tão boa e doce, por que acontecem essas coisas?

            - Não vou deixar você se machucar mais.

            - Vai cuidar de mim? Promete?

            - Prometo, não vou deixar ninguém te machucar – ele fechou os olhos e sorriu enquanto segurava uma de minhas mãos.

            - Você é medonha, Astrid, os monstros nem vão me atacar enquanto você estiver perto de mim me protegendo.

            - É o que eu faço de melhor. Agora pode dor... – senti o aperto em minha mão diminuindo e constatei que ele finalmente dormiu. Mexi em seus cabelos mais um pouco para garantir que ele continuasse dormindo e depois fui para meu quarto.

            Estava inquieta com tudo o que havia acontecido. A stalker estava lá e provavelmente conversou e embebedou Taehyung. Jungkook beijou meu pescoço algumas vezes. Yuri e Namjoon estão namorando e passando a noite juntos. Ambre estava na festa. Seokjin me beijou. Jin e Tae brigaram. Taehyung, a criança grande e bêbada, está dormindo em nosso sofá. Como conseguiria dormir depois de tantos acontecimentos?

            Dormia e acordava, não conseguia dormir constantemente por mais do que 1 hora. Levantei para ver se Taehyung estava bem, ele estava descoberto e quase caindo do sofá, ora se debatia, ora parecia uma pedra, ora sorria e ora murmurava coisas ininteligíveis. Coloquei a mão em sua testa e vi que ele estava ardendo em febre, coloquei uma toalha molhada em sua cabeça e comecei a mexer novamente em seus cabelos.

            Ele parecia uma criança enquanto dormia, tão doce e indefeso, os lábios vermelhos por conta da febre o deixavam ainda mais bonito. Porque Taehyung é bonito. Peguei a mim mesma admirando seu rosto, a pequena pinta no nariz, os cabelos macios e claros, a pequena falha na sobrancelha, cada detalhe de seu rosto é bonito.

            - Não... você não... pode fazer... isso... com ela... – ele murmurava baixinho enquanto dormia, me pergunto se devo acordá-lo ou algo do tipo, ele parece estar tendo um pesadelo. – Pare de... usa-la... você vai... machuca-la... – senti sua mão em meu rosto e me assustei, ele a passava levemente sobre minha bochecha, trazendo-me para mais perto dele. – Tão bonita... bonita mesmo... – E então seus lábios tocaram os meus em um selinho doce, senti o canto de sua boca de levantando em um sorriso, e quando ele se aproximou novamente para outro beijo, me afastei. – Minna? ... Não vá... Minna... desculpa...

            Minna?

            Seu rosto se virou rapidamente e tirei as mãos de seu cabelo. Taehyung me beijou? Mas ele estava dormindo e sequer estava sonhando comigo. E está bêbado, nem foi porque quis. Mas seus lábios tocaram os meus. Droga, porque estou decepcionada? Tenho que parar de pensar nisso. Voltei para minha cama e escondi o rosto no travesseiro, a cena se repetindo em minha cabeça fazia meu rosto corar um pouco. Taehyung me beijou. Não, Taehyung beijou Minna. Quem é Minna?

***

            Dormi muito mal mesmo. Meu corpo inteiro doía e minha cabeça rodava. Já passava do meio dia quando acordei e Yoongi não estava em casa. Taehyung ainda dormia abraçado ao travesseiro. Devia estar sonhando com Minna. Estava terminando de preparar o café quando ele acordou.

            - Nossa, minha cabeça está doendo muito...

            - Isso que dá ficar bêbado – entreguei a ele uma xícara de chocolate quente com marshmallows, receita do meu pai que cura qualquer coisa. Seus dedos tocaram os meus e eu me senti estranha.

            - Eu? Não, nunca bebi, eu nem bebo.

            - Embebedaram você. Eu disse para não aceitar nada de moças gentis.

            - O que? Eu não lembro de nada! – Ele olhou ao redor confuso e depois virou assustado para mim. – Espera! Eu dormi aqui? Cadê minha roupa?

            - Dormiu. Coloquei para lavar durante a noite, estavam sujas e com sangue.

            - Isso explica por que meu corpo inteiro dói... Eu apanhei muito?

            -  Sim... mas eu cuidei de você. Obrigada por ter me defendido ontem... – ele me olhou com um sorriso confuso, ele realmente não lembrava de absolutamente nada de ontem? Não lembra que me beijou e que disse que o padrasto bate nele? – Você... não lembra de nada de ontem?

            - Não. Eu fiz algo errado? – você me beijou, seu idiota, mas achou que estava beijando Minna, quem é Minna e por que eu me importo?

            - Deu muito trabalho! Se ficar bêbado de novo não espere que eu vá mima-lo como ontem!

            - Astrid Fontanatta? Me mimando? Nunca que isso é possível!

            - É um evento único na Terra e que não se repetirá – joguei uma almofada em seu rosto e ele riu, me sentei mais próxima dele no sofá e coloquei nossas xícaras vazias sobre a mesinha. – Agora me passa essa manta, estou com frio.

            - Você sabia que está de pijama? – Entregou-a para mim e eu liguei a televisão, coloquei no Netflix alguma coisa para vermos e revirei os olhos.

            - Você baba enquanto dorme, sabe disso? – Ele riu e eu tentei não rir também, mas não consegui.

            - Okay, estamos quites então. Aliás, o que está fazendo?

            - Colocando algo para vermos, ora.

            - É que eu... preciso ir embora, meu padrasto deve estar preocupado... – lembrei de suas palavras ontem e agora pude enxergar a dor por trás de seus olhos e sorriso gentil, não podia deixar que aquele homem o machucasse, é minha promessa. Segurei seu braço e puxei-o para perto de mim, impedindo que ele se levantasse.

            - Não, fica um pouquinho...

            - Desde quando temos essa intimidade?

            - Você dormiu em meu sofá, idiota, vai morrer se assistir um pouco de televisão comigo?

            - Aish, Astrid, como você é chata – ele se aconchegou ao meu lado e abraçou um travesseiro, estava tentada a mexer em seus cabelos novamente.

            - Sou mesmo, mas é só para os monstros não machucarem o pobre TaeTae – ele olhou para mim com os olhos semicerrados e eu ri de sua expressão. Isso parece ter despertado memórias de ontem talvez. Ele jogou a almofada em mim e eu me encostei em seu ombro. Adorava essa nossa amizade estranha. Estava tentada também em perguntar sobre Minna, sequer entendia porquê. Vou dar meu próprio jeito de descobrir sem que ele saiba, e claro que vou arrastar Jimin comigo.

            - Ei, As.

            - Oi, Tae.

            - Obrigado – ele deu seu sorriso quadrado e eu o devolvi com outro igual, certa de que a sensação que seu sorriso agora me dava não era algo natural e esperado, mas era boa demais para que eu lutasse contra.