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História Eterna Amizade - Corna, porém não trouxa!


Escrita por: Nani_Sama

Notas do Autor


Hey, gente. Turu bom?

CHEGUEEEI. FINALMENTE TERMINEI ESSA FANFIC. Estou mega feliz!
Essa fanfic terá ao todo 13 capítulos.
Considero um mini fanfic e não longa, pois já vi bem maiores.
Postarei todos os sábados um capítulo. Se eu estiver livre, uma hora possa surpreender com um capítulo antes do tempos, vamos ver.

Essa fanfic é do SiCheng. Tem Johnny, JaeHyun, Yuta, TaeYong, Xiaojun e Hendery, só que não aparecem com constancia, tendo o foco voltado praticamente no SiCheng e na principal. Talvez, o único personagem marcante que possa parecer virá em um capitulo mais pra frente, mas está aparecerá com frequência.

PRESTEM ATENÇÃO ANTES DE INICIAR A FANFIC:
- Contém conteúdo para maiores de dezoito anos, ou seja, o famoso hentai.
- Existe putarias com brinquedos e até coisas que remetem ou desenrolam para um ménage.
- Fala um pouco de uma certa síndrome, então tem uma pauta séria.
- Tem drama, mas é tão pouco que resolvi não marcar essa caixinha.
- ESSA FANFIC ABORDA O TEMA BISSEXUALIDADE. Infelizmente, a maioria dos coreanos, pelo que pesquisei, não sabem ou não aceitam. Existes bares gays e, separadamente, tem os para as lésbicas. Eles não se juntam pelo que vi. Contudo, nessa história, a bissexualidade sera retratada nessa sociedade, dessa forma. De forma não muito tensa, mas também não é levinho. Não haverá narrações de beijos entre homens... no máximo terá breve menções. Tenho medo de não marcar e dá problema.


Acabando com os avisos, eu finalizo desejando uma boa leitura <3

Capítulo 1 - Corna, porém não trouxa!


Fanfic / Fanfiction Eterna Amizade - Corna, porém não trouxa!

- Então você pode me ajudar a cuidar? – Oi?! Mais nem fodendo.

É um perfeito cara de pau sem noção total!

Era só o que me faltava...

Ele faz meu chão sumir e logo em seguida pede uma asneira dessas?!

Me conta que trai - sabe  sei lá quantas vezes rolou -, engravida a garota e vem me dizer tudo pedindo na cara de pau para eu ajudar a cuidar da cria?

Nem em um milhão de anos!

Nem em outra vida!

Eu ri tamanho o nervoso que sentia. Agradeci mentalmente por ainda ser noiva e não ter assinado papel nenhum com aquele filho da puta. Levantei na hora, tirei o anel de noivado e deixei diante dele, bem na mesinha que tinha entre as cadeiras.

Ele segurou minha mão assim que me virei para ir arrumar minhas malas. Infelizmente, aquele apartamento era dele, mesmo eu tendo comprado boa parte dos móveis.

Naquele momento, não fazia nenhuma questão de nenhum deles.

- O que isso quer dizer?

- Que acabou, YoonOh! Não vou cuidar do filho de ninguém. Você que fez,  então lide você com isso. – Rapidamente soltei minha mão da dele e andei em direção ao quarto.

- S-só foi uma noite...

- Não importa o que aconteceu, você me traiu e sabe o quão eu odeio isso Desabafei tanto com você sobre ter visto minha mãe perder o chão, mas pelo visto não foi nada para você.

- É que você não tem... – Me virei para ele com raiva.

- O que?! Te dado atenção? Ah, vá se foder. Não fui eu que te fiz me trair não. Deitou com outra, porque quis. Não quero discutir isso e se você ainda sente algo por mim, vai calar essa boca que só tá falado bosta e me deixar sozinha fazendo as malas. – Segui em direção ao quarto, torcendo que poderia ficar a sós comigo mesma e consegui.

Meu coração estava destruído.

YoonOh e eu estávamos juntos há cinco anos, desde o último ano da faculdade. Ele havia pedido transferência para minha universidade. Nos conhecemos em uma aula da matéria de pesquisa quando tivemos que fazer um trabalho no mesmo grupo. Depois disso, ele sempre dava um jeito de puxar assunto comigo. Deixei me levar pelo coração e aceitei sair com ele quando pediu. Lembro do SiCheng comentar comigo para ter cuidado, que não sentia que eu seria feliz com YoonOh... durou cinco anos, mas sabe-se lá desde quando eu era traída.

Claro que não confiava nesse papo de uma noite só.

Fazia dois anos que ele me pediu em noivado e achei que éramos felizes, mas pelo visto, eu era satisfeita sozinha. Trabalhávamos tanto pra juntar grana pro casamento, só que percebi que talvez essas horas extras dele era pra ficar com a outra  já que dava para notar a diferença de dinheiro que eu colocava na conta – essa por sorte estava somente em meu nome – e do que ele depositava.

Enquanto tirava as roupas do cabide e jogava dentro da mala, com fúria, eu fui pensando em vários detalhes que mostravam que ele me traia e parece que realmente fingi demência.

Uma vez senti um perfume feminino vindo dele. Outra vez, enquanto fazíamos amor, eu vi um chupão bem roxinho no meio de sua barriga, mas ele alegou que era hematoma. E eu? Bem, acreditei no idiota. Fora as vezes que ele se afastava para mexer no celular.

Eu fui bem idiota em não ter notado. Lágrimas caiam pela minha face sem que eu conseguisse controlar.

Se eu tivesse ouvido meu  amigo...

SiCheng era meu amigo desde de o ensino médio. A amizade surgiu de forma tão natural que quando vi já trocávamos figurinhas sobre nossos crush. Ele é abertamente bissexual. Todo mundo sabia disso. Muitos implicavam com isso, mas ele nunca deixava barato e eu o ajudava com isso. Fazíamos cada bagunça na escola para por esse pessoal no lugar. Claro, de forma, que nunca ninguém nos pegou. Éramos o suporte um do outro  e nos divertíamos.

Infelizmente, devido a nossa sociedade ser muito tradicional, havia agressões de vários tipos e eu o ajudava como podia. Inclusive, chegou um momento que as amigas que eu tinham me pediram para escolher elas ou ele. Eu escolhi ele, ainda mais por o destratarem tanto quando o mesmo nunca disse nada delas. Foi um época complicada, mas teve suas diversões.

Apesar dele não ir muito com a cara do YoonOh, era educado com ele e nunca nos afastamos.

Quando começou a faculdade, ele conheceu um japonês super bonito, gay e que caiu de quatro por ele. Nakamoto Yuta fazia o coração do meu amigo acelerar. Foi aos poucos, mas quando vi, os dois estavam namorando firme. Vez ou outra, depois que engatei o namoro com o YoonOh, saiamos em encontro duplo e era divertido.

Até dois meses atrás, quando Winwin – apelido do SiCheng – chegou em mim dizendo que tinha terminado tudo com o Nakamoto. Ele alegou que o relacionamento tinha desgastado e que já não sentia o mesmo sentimento pelo rapaz. Nesse dia, saímos pra beber e ele tava triste, mas aliviado por achar ter feito o certo. O consolei, passei a noite na casa dele e vimos nossos filmes favoritos.

Só que dessa vez era eu que iria consolada.

Estava doendo demais aquela situação toda. YoonOh era o cara que mais amei. Durou tanto tempo, tínhamos tantos planos. Achei que estávamos juntos, mas pelo visto, ele cansou de mim e foi atrás de outra.

A aliança de noivado em seu dedo não valia de nada e provavelmente há muito já não tinha um significado.

Peguei os sapatos que eu mais gostava, sabendo que não caberia tudo, mas tentei colocar tudo ali. Caso voltasse ali para pegar algo, queria que fosse rápido.

Nunca volto atrás quando estou tão decidida.

Estava terminando de socar a roupa na mala, quando escutei:

- Você vai pra ele, né? O seu amante. – Nessa hora, a raiva me subiu. Peguei a primeira coisa que vi, no caso um vaso, e me virei já tacando nele, que desviou. O objeto atingiu o chão e se quebrou em vários pedaços.

Era um vaso que eu comprei pra por as flores que ele me trouxe na ultima comemoração da nossa relação.

Eu sentia que meus olhos ardiam.

- Não sou como você, YoonOh.

- Ah, por favor! Você e ele sempre estão colados por ai.  Aposto que é tudo o que queria era um motivo pra terminar. – Dava para ver a maldade e o deboche reunidos no olhar dele e em suas palavras.

Óbvio que não deixei barato.

- Diferente de você, eu sei separar muito bem as coisas. Jamais dormiria com outro tendo um compromisso, ainda mais um noivado que estava contando os dias para finalmente começarmos a planejar o casamento. Se tinha algum problema, era para ter falado, sempre dei abertura pra isso, mas não, sequer comentou. Dormiu com outra, porque quis. Agora acha que tenho que ser obrigada a cuidar do que é somente seu dever? Vá pro inferno! – Voltei para a mala, a fechei e já fui a puxando pela alça.

Enquanto saia do quarto, ele segurou meu braço e me obrigou a olha-lo:

- Se você sair por aquela porta, saiba que não haverá volta.

- Que bom! – Murmurei antes de me soltar dele. Me virei e voltei a andar, mas logo parei. –  Ah! Não seja filho da puta e lide com seus erros. – Recomendei antes de voltar a andar, puxando a mala de rodinhas junto de mim.

Peguei minha bolsa em cima do criado mundo da sala, rapidamente achei a chave do meu carro no chaveiro e meu celular estava na mesinha, a mesma que deixei o anel. Aquilo doeu.

Peguei o celular com o olhar sob o anel, lembrando de tudo que vivi com aquele homem e me senti muito mal.

- Ainda bem que vai embora, ela é mais mulher do que você nunca foi. – Aquilo foi a facada final no meu coração.

Passou a ser óbvio que não havia sido somente uma noite.

Sequei as lagrimas que caiam naquele instante, respirei fundo, peguei a carteira e me virei para ele. Não iria mais tolerar nenhuma besteira dele. Qualquer carinho que eu pudesse ter por ele sumira naquele momento e assim, de forma seca, falei:

- Que bom pra você! – Coloquei na bolsa o celular, caminhei até a porta, passando por ele pelo trajeto e abri a porta. – Pode dar esse anel de merda pra ela também. – Sai batendo a porta com força.

E então pareceu que perdi as força, quase que cai no chão. Respirei fundo, apertei mais minha mão na alça da mala e ajeitei a bolsa em meu ombro. Segui pro elevador.

 

No carro, depois de colocar a mala no porta-malas, eu entrei no banco da direção e... desmontei.

Comecei a chorar novamente. Encostei minha testa no volante e deixei que minha dor fosse derramada. Não consegui evitar de lembrar do que tivemos, das promessas, das recordações como o primeiro beijo e o dia que me pediu em casamento. Eu o amava tanto e então fui traída da pior maneira, sem motivos. Não havia razão pra que ele tivesse simplesmente feito o que fez.

Lembrei do dia em que ele me levou no parque de diversões. Na roda gigante, segurou minha mão e entrelaçou nossos dedos. Ele me olhava de uma forma que jamais achei que seria olhada. Achei que ele me amava verdadeiramente por momentos tão românticos que fazia acontecer.

Em seguida, ele disse que deveríamos namorar e eu concordei sentindo que estava flutuando de pura felicidade.

O noivado foi um show a parte. Ele fechou o restaurante que sempre íamos comer. Havia balões, músicos cantando nossa musica – ouvimos no dia que demos nosso primeiro beijo, no ponto de ônibus, depois da aula -, “Snowflake” da Gummy e me pediu como se eu fosse uma rainha.

Fez tantas juras de amor...

Escolhemos o apartamento juntos. Conversamos por horas. Foi nesse dia que o vi me prometendo ser sincero e pedindo o mesmo pra mim. A fidelidade seria pra sempre e falou que havia muito amor pra que durasse até o fim de nossas vidas... tudo da boca pra fora da parte dele.

Eram tantas lembranças, afinal, foram cincos anos até ele simplesmente destruir tudo. Jogou tudo fora como se fosse nada e me traiu. Traiu achando que ia aceitar ser corna e pior, cuidar de uma criança que é fruto dessa sujeirada.

Não, não sou esse tipo de mulher. Não dá. O que vi quando criança fora demais pra mim. Ele sabia disso e me traiu sem pensar nenhum pouco em tudo que lhe falei.

Depois de um tempo, quando me senti um  pouco melhor, liguei o carro e sai dali o mais rápido que pude.

Sabia a direção que eu tinha que pegar.

Winwin me receberia, sempre manteve as portas abertas pra mim. Não mandei mensagem, mas sabia que não hesitaria em me deixar ficar em sua casa. Além disso, era a casa dele. Não era de confiar plenamente em ninguém cem porcento facilmente, diferente de mim, que acabei dividindo tudo com o YoonOh.

A realidade é que eu demorava pra confiar também. Meu único amigo era o SiCheng, mas também confiei em meu noivo.

Não deveria confiar por completo em ninguém, principalmente em namorado.

Eu fui otária demais. Provavelmente, ele viu isso escrito na minha testa e se aproveitou de mim.

Estacionei em frente a casa do Winwin. Fiquei ali, por um momento, parada, apenas olhando a residência. Não estava com medo dele negar minha possível estadia breve ali, mas sim o “já sabia” vindo dele. Conheço-o muito bem para saber qual seria sua reação. Estava ciente que ouviria um monte dele e acabei rindo soprado ao lembrar de tantas vezes que ele me avisara sobre as mais variadas situações, como o dia que não acreditei nele que ia chover, mas choveu e eu voltei de baixo de chuva do escritório. Foi um dia que meu carro estava no mecânico e meu ex noivo disse que estava numa reunião importante. A solução foi o ônibus e escutar a risada debochada do meu amigo no telefone.

SiCheng tinha um ótimo sexo sentido e ele usava isso ao seu favor.

Decidida, peguei a bolsa, que havia jogando no banco ao lado, sai do carro, peguei a mala e tranquei o automóvel.

Cheguei no portão e toquei a campainha. Nesse mesmo momento a porta de dentro se abriu e olhei através das grades curiosa. Me surpreendi ao ver Nakamoto que, ao me ver, fincou os olhos em mim parecendo querer me matar. Dei dois passos para trás quando ele veio e abriu o portão rapidamente, o empurrando para o lado, sem deixar de me fitar. Em seguida, desceu o olhar para minha mala e então voltou a me olhar.

- Gyuri? – Escutei a voz do Winwin e desviei o olhar para meu amigo que fechou a porta e veio até o portão.

Nesse mesmo momento, Nakamoto saiu pisando duro pela rua e eu fiquei olhando para os passos do mesmo.

- Eu... atrapalhei algo? – Segui olhando pro rapaz se distanciando.

- Oh! Nem pensar... você acredita que ele ainda... - Ele deu uma parada brusca e pigarreou. – Por que a mala?

E então tudo voltou na minha mente como se alguém me acertasse uma pedra.

- Terminei com ele. – Murmurei, engoli seco e encolhi os ombros.

- Oi?! – Ele me olhou perdido, realmente não parecia ter entendido.

Mesmo que isso doesse, eu tinha que falar mais uma vez.

Respirei fundo, o olhei nos olhos e disse:

- Terminei com Jung YoonOh.

Sem hesitar, ele pegou a minha mala e deu espaço para que eu entrasse.

-  Entre, sakura – Entrei já fechando o portão atrás de mim, passando o cadeado, coisa que estava aberto até então, e me virei. – Por quê não me ligou? – Então tirou a bolsa do meu ombro.

- Não pensei, Winwin. Você sabe como fico quando algo muito ruim acontece. – Ele levou minha mala para dentro de sua casa e eu fui logo atrás.

Fechei a porta atrás de mim, a trancando, e me encostei nela, cabisbaixa. Não aguentei. Comecei a chorar novamente.

Escorei até o chão e encolhi minhas pernas, as envolvendo com meus braços.

- Minha mãe vai se decepcionar comigo... escolhi tão mal... confiei tanto... você tava certo... como sempre. – Falei baixinho, mas ele ouviu. Em milésimos de segundo, vi seus pés surgirem no meu campo de visão e ele se agachou, ficando na mesma altura que eu. – Eu sei, você avisou...

- Sim, avisei... mas quando amamos a gente só queremos nos entregar e tá tudo bem isso, Sakura. – Era meu apelido dele para mim. Ele falava que eu lembrava a personagem do “Naruto” no requisito de ser tão teimosa e, ao mesmo tempo, uma protetora, na qual sempre defende os amigos – no caso o amigo. Vimos esse anime na adolescência, sempre juntos e chegamos até o início de “Naruto Shippuden”, cujo perdeu a graça para nós dois ai e ai partimos para  “Fairy Tail". Apenas ele me chamava assim. – Não sei o motivo do término, mas estou aqui, hm? –  Assenti.

Nos olhamos, então abandonei minhas pernas e o abracei, sendo correspondida de imediato. Ficamos nessa posição por um tempo. Me deixei ser levada ao encostar o rosto em seu ombro e voltando a chorar copiosamente. Sentia seus dedos pelo meu cabelo, em uma carícia, enquanto apenas tentava acalmar meu próprio coração.

YoonOh se tornara muito importante pra mim. Não conseguia entender os motivos, muito menos a cara de pau dele em achar que eu seguiria ao seu lado cuidando do filho de sua amante. Ele enfiou tudo de uma vez só dentro de mim, como se essa situação fosse algo normal de qualquer cotidiano.

Será que cedia tanto para que ele pensasse que sou assim?

Triste saber que alguém com quem se namora por cinco anos te trai, engravida outra e, o pior, não te conhece de verdade. Tudo parecia doer dentro de mim. Estava quebrada ao perceber tantas coisas seguidamente, sem parar.

- Ande, vamos, levanta. – Ele falou se afastando e levantando. Estendeu a mão pra mim, mostrando um sorriso reconfortante e correspondi com um forçado, ainda sentindo lágrimas percorrem pelo meu rosto. Demorei, mas segurei sua mão e me ergui.

Ele me abraçou mais uma vez e me cheirou. Logo ri, mesmo ainda chorando. Sabia o que viria a seguir.

- Você nem tomou banho? – Murmurou fingindo falsa irritação.

- Acha que eu aguentaria respirar o mesmo ar com um boy lixo tóxico por muito tempo?

- É, tem razão. Você fez bem.

- Que tal você me dar um banho? – Nós vivíamos perguntando isso pro outro, mas era uma brincadeira idiota. As respostas eram sempre diferenciadas e levadas a um fora vindo minha ou dele.

No caso, ele deu o fora a seguir:

- Para de ser pervertida! Já te disse que meu corpinho tem muito valor para ser usado por qualquer um. Vá tomar um banho, está  bem? Aquele quarto que tenho pra você está arrumadinho, ai vai tirar essa roupa de escritório e vai colocar algo confortável, ok? – Não aguentei e ri, lhe dando em seguida um peteleco. – Aii!

- A pervertida vai tomar um banho. Beijos! – Tirei as sapatilhas, as deixando ali, e adentrei mais adentro da casa.

- Coloquei a mala no corredor junto com sua bolsa, então leva para o quarto.

- Tá bem.

Conhecia mais aquela casa que a da minha mãe.

Segui para o corredor, segurei a mala pela alça, peguei a bolsa e a puxei até o quarto.  Deixei-a no chão, a virei e abri. Tirei de lá uma blusa da série "Strangers Things”, que fica enorme em mim, uma calça moletom, preta, e um par de peças intimas. Taquei minha bolsa para cima da cama e acertei em cheio.

Sai do quarto já indo em direção onde ficava o banheiro. Adentrei, liguei a torneira da banheira e comecei a me despir enquanto a mesma enchia.

Nada melhor do que um bom banho na banheira. Precisava relaxar, espairecer e esquecer. Prendi meus cabelos com a piranha que sempre deixo ali  e finalmente me banhei na água soltando um peso que parecia que eu carregava. Naquele momento, desejei que toda dor que eu sentisse fosse transferida para aquela água, cuja logo iria deslizar para o ralo.

Tentei não pensar, mas era difícil.

Não é fácil esquecer os cinco anos, principalmente o últimos dois anos,  já que passei a morar com ele logo depois que noivamos. Mesmo contra minha mãe que queria que eu só morasse depois de casar com ele, eu fui por estar crente que iriamos passar o resto da vida juntos. No fim, os decepcionei a ela.

“Como vou contar isso?”

Quis afundar meu rosto da água, mas não tinha deixando nenhum shampoo. Não iria estragar meu cabelo pensando nisso. Isso não ajudaria arrumar meus problemas. Iria ficar com meus problemas e mais um cabelo molhado sem shampoo e nem nada.

Soltei um riso seco e peguei o sabão para passar no meu corpo.

Enquanto passava, lembrei de dois dias atrás, quando foi a última noite tórrida que tive com YoonOh. Nós éramos tão quentes na cama. Não havia motivos, sequer faltava na cama. Claro que fosse este o motivo, não o isentaria. Ainda assim, talvez eu me sentisse um pouco melhor se achasse um motivo, mas não havia e não quis ficar pra saber. Só queria ficar bem longe dele.

Minha mente dizia na lata o motivo:

“É um cafajeste. Provavelmente você foi corna durante os cinco anos, parabéns GyurI, agora pega o prêmio de trouxa.”

- Sou a corna do ano. – Pensei em voz alta ao colocar o sabonete na saboneteira. Bati palmas em seguida e ri baixo de mim mesma. – Cinco anos perdidos. – Murmurei batendo na minha testa diversas vezes. Sou tão burra que acabei acertando resido do sabão nos olhos nesse movimento. – Mas que merda!

Não podia afundar, se não, do jeito que sou atrapalhada, ia molhar meu cabelo.

Liguei a água, ergui bem meu rosto e fechei os olhos ainda nervosa, torcendo pra ardência passar logo.

Fiquei um bom tempo ali, refletindo, tentando me limpar da melhor forma, tentando tirar essas lembranças em um passe de magica da minha cabecinha e tentando não me machucar também.

Fisicamente, no caso.

Quando sai, peguei a toalha, que ficava ali para sempre que eu vinha, e me sequei com ela. Coloquei a roupa e voltei para tirar a tampa do ralo, deixando a água descer.

Ali, naquele mesmo momento, eu mentalizei que não choraria mais.

Peguei a roupa suja e já levei de imediato para a cozinha, lugar onde Winwin tava, lavando a louça distraidamente.

- Posso por a roupa na máquina?

- Claro. – E de imediato fui em direção ao eletrodoméstico, abri e taquei a roupa.

- Quer comer algo?

- Estou sem fome... – Ele pegou minha mão e começou a me guiar até a sala.

- Então vamos ver um filme.

- Clichê? – Inquiri já pensando em um daqueles romances bem diabéticos que viamos vez ou outra, para espantar a tristeza e nos fazer soltar suspiros de alívio.

- Clichê.

- Talvez não seja a melhor saída hoje. Estou para mais um de comédia, sem romance, por favor. – Aleguei enquanto ele se sentava e me puxava para me acomodar ao seu lado.

- Tá bem, faremos isso, afinal temos os clichês de comédia também. – Ele pegou o controle, ligou a tv e caçou a netflix. Nesse momento, eu me senti pronta para falar o que havia acontecido. Ele ficaria puto com o YoonOh e acho que assim me sentiria mais aliviada. Precisava tirar isso de mim.

Na época no ensino médio, ele sofria bullying por ser Chinês também. Crianças são imaturas e muito más. Por isso, nessa época, eu praticamente passava quase que vinte e quatro horas ao seu lado. Minha mãe era e segue sendo a diretora. Ninguém podia mexer comigo, fosse dentro ou fora da escola, mas com ele implicavam e até partiam para os ataques físicos. Na época, ele era frangino, ou seja,  bem magrinho e as pessoas queriam abusar dele. Contudo, desde o momento que vi sua situação, me aproximei e decidi defende-lo.

Não achava justo o que faziam.

Ele não se sentiu inferior como um macho embuste, pelo contrário. Prometeu que um dia iria fazer o mesmo por mim.

Depois da formatura, ele começou a malhar e a lutar Kung Fu. Depois de um tempo, parou os exercícios, mas seguiu com a luta e não pensa em ficar longe das aulas desde então. Assim que sai do escritório, as segundas e quartas, ele vai pra aula.

- Winwin... – Comecei e senti que minha garganta ficou seca.

 - Antes de qualquer coisa, eu só preciso saber: vou matar um homem? – Ele seguiu mexendo no controle, com o olhar fixo na televisão.

- Se for quem estou pensando adoraria. – Sorriu maliciosamente com a minha resposta.

- Então amanhã...

- Não, Winwin. Não podemos sequer brincar em planejar a morte dele. – Eu o interrompi, o que o fez olhar de relance para mim, antes de retornar a se concentrar em por o e-mail para conseguir entrar no aplicativo.

- Por que? – Encolhi os ombros, querendo me calar, mas respirei fundo. Era meu melhor amigo, ele precisava saber da desgraça que me meti.

- Ele vai ser pai. – Ele soltou o controle na hora, chocado, o deixando cair no chão.

Nessa hora, virou para meu lado, cruzou as pernas e começou a intercalar em olhar para minha barriga e para meus olhos. Foi então que entendi o que ele fazia.

- Eu vou ser tio?

- Não, pelo amor de Deus, não! - Fiz careta. Não queria ser mãe nem tão cedo, então só de pensar já me fazia sentir vontade de mandar o útero sair de dentro de mim. - Ele engravidou a amante.

- Ah, amante... – Ficou tão aliviado que soltou a perola da noite, como se fosse algo de boa. Mordi os lábios nervosamente enquanto ele finalmente se ligou no que ouvira - Pera, amante?! Aquele filho da puta te traiu e engravidou outra? – Ele levantou do sofá na hora. Sabia que a vontade que meu amigo tinha era de matar.

Peguei sua mão e a segurei fortemente.

- Winwin... – Murmurei. – Só me console, fique ao meu lado... eu só quero isso, hm? – Ele apertou minha mão de leve, sentou novamente e começou a acariciar com o polegar sobre meus dedos. Levou-os ate perto dos lábios e depositou um beijo ali, antes de soltar,  passar o braço por trás de mim e me puxar pelo ombro. Cedi encostando a cabeça em seu ombro. Ele deu beijos seguidos na minha cabeça e passou a olhar para a televisão distraidamente. – Eu fiz tudo, mas de tudo por ele... não cometi erros, não me culpo...

- Que bom. Ele nunca te mereceu de verdade. – Murmurou e logo senti seu queixo de leve sob minha cabeça.

- Ele jogou tudo de uma vez só em mim.

- É um canalha mesmo! – Alterou a voz e eu pus minha mão em seu joelho.

- Um bastardo... como pode trair um mulherão que sou eu? – Indaguei baixinho, triste, mas sem perder minha autoestima.

- É um trouxa mesmo, Sakura. – Acomodei mais meu rosto em seu ombro. – Espera, vou pegar o controle. – Ele usou o pé para fazer isso e conseguiu. Quase sempre fazia isso. Eu ri baixo. – Eu tenho várias habilidades.

- Disso eu sei... – Rimos em conjunto e ele colocou um filme de comédia na netflix.

Pelas duas horas seguintes e eu esqueci temporariamente de tudo o que passei, me concentrando no filme e amando o carinho do meu melhor amigo em meus cabelos. Rimos, comentamos sobre as escrotices que aconteciam no filme e fomos relaxando mais.

Quando terminou o filme, eu me pronunciei:

- Você reatou com o Nakamoto ou ele veio te encher pra voltar com ele? – O vi desligar a televisão.

- Ele não desiste. Vive me ligando e querendo recomeçar. Ai dessa vez, eu veio dizendo que você era o motivo de eu ter terminado, que eu não enxergava que você atrapalhava. – Respirou fundo. – Ai, Sakura... não aguentei ouvir isso e mandei ele nunca mais olhar na minha cara. Quase usei o que aprendo nas aulas nele. Descontei na parede, mas confesso que foi por pouco que não soquei a cara dele.. – Desabafou extremamente irritado.

- Esses machos são puramente tóxicos... e a gente não viu antes. – Ele respirou fundo.

- Não entendo isso, ele não era assim... ele não tinha ciúmes de você.

- Você terminou com ele por cair na rotina, mas pelo visto ele vai culpar o céus e terras pelo término. – Alertei me afastando de seus braços e o olhando. Ele revirou os olhos e colocou o braço por trás da cabeça. – Cuidado, ok? – Pedi baixinho, preocupada.

Homens que ficam em cima depois que o namoro chega ao fim acaba me assustando mais do que muita coisa. Eu sempre via mulheres tendo problema com isso, homens poderiam não ser diferente em alguns casos e naquele senti que meu amigo corria risco.

- Fica tranquila... hm? Sei me cuidar e tenho certeza que não fará nada de mal comigo. Vamos ver outro filme?

- Sim, agora quero o clichê de romance. – Ele sorriu e assentiu.

E passamos as horas seguintes vendo filmes e, vez ou outra, comentando sobre algumas cenas. Um do lado do outro, sem mais falar dos nos ex.

E, naquela noite, eu realmente não chorei mais por aquele embuste do meu ex.


Notas Finais


E ai, gostaram? <3
Espero que sim, haha!
Até o próximo! ;*


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