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História Eternal Disaster - Poker


Escrita por: UpperEastSidder

Notas do Autor


Sinto muito por ficar sem postar, foi por isso que postei aquele capitulo extra, sabia que o lugar p onde eu iria em SC não seria bom e não era - n tinha wifi e era no meio do mato. Odiei cada segundo. Não adianta, n sou natureba. Preciso do wifi.
Escrevi isso, por enquanto, mas já tenho muitas ideias para os próximos capitulos. Eu to com uma dor de cabeça e torcicolo tremenda e meu dia foi azarado pra caramba, por isso não vou fazer mais nenhum capitulo. Sem falar que os comentários estão em baixa então né, pra q me esforçar se vcs nem comentam?
Peço com mt carinho que deem uma olhada na minha fic My Life With a Big Mistakes, pois eu tenho 9 capitulos prontos e só to esperando receber uma atenção lá para postar.
Meu celular morreu e eu to bem triste, não me toquem
Boa leitura

Capítulo 28 - Poker


Fanfic / Fanfiction Eternal Disaster - Poker

PDV TRAVIS

Meus dedos estavam tensos ao redor dos guidões da Harley, apertava-os tão forte, tentando focar em sentir pelo menos algo que parecesse real, que podia sentir as marcas deles tomarem forma em minha mão. Minha cabeça, protegida pelo capacete, parecia capaz de explodir a qualquer segundo, as informações se aglomeravam e ligavam-se com fatos para os quais, antes, não havia explicações. Thomas era um Agente do FBI. Thomas, meu irmão mais velho, um agente publicitário, era, na verdade, a porra de um agente do FBI. Meu irmão trabalhava para a porcaria do FBI. Minha mente gritou e quando não aguentei mais, derrapei na Harley, jogando o capacete para cima dela e olhando para os lados, querendo saber onde todos aqueles pensamentos irritados e confusos haviam me trazido. Olhei para cima e reconheci a academia de Brandon – um belo de um babaca.

Entro sem me preocupar em cumprimentar ninguém, passo pela longa extensão de aparelhos esportivos e pelos olhares curiosos e interessados, mas não paro para ninguém. Encontro o que estava procurando, perto da janela um piso revestido e balançando sozinho ali no meio um saco de boxe, implorando para que meus punhos o acertassem até que ele balançasse com tanta força que atravessasse aquelas janelas.

Sem me preparar, desferi o primeiro soco e depois o segundo, respirei fundo, sentindo a adrenalina correr pelo meu corpo, passando por cada vaso sanguíneo, gritando para mim que eu precisava dela – e eu sabia que sim. Joguei a jaqueta para trás e mais do que nunca desejei estar numa luta do Círculo, desejei ter um brutamontes na minha frente pronto para apanhar e de acordo com isso, queria socar seu rosto até que seu nariz parecesse estar de ponta cabeça e o sangue jorrasse, queria dar uma cotovelada em seu maxilar e ouvir o delicioso som de ossos quebrando. Mas eu não podia. Eu tinha um único saco de boxe na minha frente e precisaria ser o suficiente se eu quisesse manter tudo no lugar. Voltei a soca-lo como se eu realmente pudesse fazê-lo quebrar, fazendo-o balançar para trás e voltar para frente, como um atacante cujo ataque eu estava pronto para bloquear.

Thomas disse que eu tinha contatos dos quais nem desconfiava e era ali que minha mente estava. Ele disse que eu poderia ser útil para o FBI, não, ele deu a entender que serei útil para o FBI e que não poderei negar essa ajuda. Ele me deixaria saber quando o dia chegasse, mas eu não enxergava de que forma eu poderia prestar assistência a um bando de babacas com armas. Eu era apenas um estudante de direito, havia milhares como eu que podiam trabalhar para o FBI. Eu não sabia o que eu tinha de diferente e isso estava acabando comigo – e eu não poderia fazer nada quanto a isso. Thomas havia arriscado seu trabalho por mim. Liis – quem eu havia acabado de conhecer e não sabia nada a respeito -  havia arriscado seu trabalho por mim. E eu não podia fazer nada, além de esperar.

Soquei com mais força, até sentir a cartilagem dos nós de meus dedos descolar e abrir pequenos ferimentos ensanguentados. Uma mão cobriu meu ombro e, antes que eu pudesse evitar, meu punho voou em sua direção – mas o bastardo sortudo desviou.

-Ehei, campeão, vamos com calma – Brandon abriu um largo sorriso para mim enquanto eu ofegava, esfregando os pulsos ainda quentes – Está aqui há algumas horas, dia difícil?

Bufei e passei a mão pelos cabelos suados – Nem me fale.

Sua mão deixou meu ombro e ele cruzou os braços, ainda observando seu saco de boxe parar de balançar, com um pequeno receio de que ele despencasse.

-Você é bom, Travis – ele riu – mas isso não é novidade. Todo mundo sabe que um Maddox é bom.

Arqueei a sobrancelha e esperei ele continuar, observando a luz do dia lá fora diminuir.

-Estou precisando de alguém como você, Travis. Você é bom: bom lutador e bom com a clientela – ele meneou com a cabeça por cima do ombro e, seguindo seu olhar, reparei em uma pequena multidão que especulava enquanto eu descontava minha fúria. Sua maior parte constituída por mulheres – Então? Precisando de um emprego?

Estreitei os olhos, pensando em sua oferta, ou melhor, tentando achar um lugar de minha mente que estivesse vaga para pensar sobre isso. Eu e Shepley estávamos duros, é verdade, e aulas de monitoria ou apostas na sinuca não manteriam o aluguel para sempre. Brandon começou a caminhar e eu o segui enquanto ele se gabava de seu sucesso empresarial. Em um pequeno tour, ele me contou como funcionaria e o quanto um personal trainer poderia ganhar por cliente, depois mencionou algo sobre aulas de luta livre e sorriu, parando ao lado do balcão onde sua secretária loura mordia a ponta da caneta – ele piscou para ela e ela alargou um sorriso. Bufei, irritado pelo desrespeito claro de Brandon com sua mulher grávida que o esperava em casa. O cara era um babaca, o rei dos maricas e eu desejava muito poder ser quem o socaria até deformar seu rosto, mas o que ele me oferecia era bom demais – nenhum louco recusaria um trabalho bem pago e fácil como esse.

Estendi minha mão – Fechado.

Brandon jogou uma camiseta da equipe para mim e apertou minha mão. Acenei e voltei para Harley, precisava de um banho e uma cabeça limpa para a noite de hoje.

PDV ABBY

-Acho que está bom por hoje, meu amor – sorri para Blake que espirrava água de sua banheira azul – Você precisa se arrumar se quer ver o Dindo Travis esta noite.

Ela balbuciou alguma de suas palavras inventadas e sorriu para mim, esperando para que eu a tirasse de sua piscina particular. Enrolei a tolha por seu corpinho molhado e distribui beijos por seu cabelo enquanto a ouvia rir.

Levei-a até o quarto e a deixei de fralda em cima da cama enquanto escolhia uma entre suas dúzias roupas.

-Eu também acho – respondi para uma de suas falações que não faziam nenhum sentido – Você gosta de vermelho, Blake?

Procurei por sua aprovação e a encontrei em seus olhos, idênticos aos meus, que piscavam de baixo do cobertor onde ela havia se enfiado. Puxei-a para perto de mim e a vesti com uma grossa meia calça e um conjunto de vestido e casaco vermelho – acreditando que eles seriam quentes o suficiente para protege-la do frio que fevereiro causava lá fora.

-Você vai precisar disso – finalizei cobrindo seus cabelos por uma touca vermelha e sorri para ela – Você está linda.

O interfone soou uma hora depois e América insistiu em tocá-lo várias vezes enquanto cantava o quão frio estava lá fora e o quão insatisfeita ela estava por eu fazê-la esperar.

-Já estamos descendo, pare de cantar ou vai assustar alguém – respondi pela caixinha metálica da qual saia as exclamações infantis de minha melhor amiga.

Rolei os olhos e peguei a bolsa de Blake, depois a enrolei em uma manta quente e a carreguei até lá embaixo, correndo para o carro (ao som de suas gargalhadas) e pulando no banco traseiro, para que não tivéssemos que ficar mais do que o necessário de baixo daquela temperatura congelante.

-Alguém está se divertindo – América sorriu do banco do passageiro e cumprimentou Blake com um beijo em sua mão gorducha – A Dinda sentiu saudade. Você anda muito ocupada.

Dei de ombros enquanto Shepley engatava a primeira – Temos um sério compromisso com a casa do Mickey.

Shepley riu acompanhado de América, preparando-se para tomar o caminho até a casa do primo – Espero que esteja pronta para essa noite, Abby.

Arqueei uma sobrancelha – O que quer dizer?

-Quero dizer que os Maddox são loucos.

Gargalhei – Lido com dois deles há mais de um ano. Não pode ficar muito pior.

América fez uma careta – Não diga isso.

Blake concordou emitindo exclamações e saltando em meu colo, parecendo muito impressionada pela neve que se acumulava nos vidros.

Ao chegar, Shepley tomou a dianteira, entrando de mãos dadas com América para a festa de gritos e exclamações que era aquela casa familiar envelhecida pelo tempo.

-O merdinha júnior está aqui! – um dos garotos gritou lá dentro e eu sorri para o ambiente acolhedor do qual estava prestes a fazer parte.

Travis esperava ansioso na porta, suas pernas tremiam e a paz do seu rosto era atrapalhada por algum de seus pensamentos, embora um sorriso ainda brilhasse estendendo-se por toda a extensão de seu rosto. Ele tomou a bolsa de Blake em uma das mãos.

-Minhas garotas! – ele exclamou contente, estendendo os braços para Blake, que se jogou diretamente neles, reconhecendo o ambiente seguro que a esperava.

Fechei a porta atrás de mim e suspirei ao retirar o casaco e o cachecol. Encarei o papel de parede amarelado e as fotos que enfeitavam grande parte da sala, os garotos se encontravam lá, ao redor de um homem mais velho e divertido, com rugas nos olhos causadas pelo sorriso largo em seu rosto, todos distribuíam cumprimentos e abraços aos recém chegados e pareciam rir de qualquer coisa. Estou pronta para cumprir meu papel social e conhecer a grande família Maddox, mas uma voz familiar chama minha atenção e congela até mesmo minhas unhas do pé. Arfo e solto uma exclamação que chama atenção de todos na casa, cada par de olho está em mim, mas eu estou maravilhada e assustada, olhando apenas para minha filha.

-Papa! – ela diz novamente, como se já não tivesse monopolizado toda a atenção.

-Ah. Meu. Deus. – ouço escapar dos lábios de América e sei que estou tentando formular exatamente as mesmas palavras.

Sinto que há uma pequena movimentação ao redor de nós, sinto a euforia que vem de América e a curiosidade no olhar da família Maddox, sinto o choque que atingiu o corpo de Travis e sei que ele só está presente o suficiente para envolver seus braços na figura elétrica de Blake que pula e repete suas primeiras palavras para aqueles que ainda não tiveram chance de ouvir.

-Caralho! – consigo dizer e tapo minha boca no mesmo momento, lembrando da promessa de não usar palavrões perto do bebê. Travis voltou ao momento e seus olhos perderam o foco entre mim e Blake, mas depois ele abriu um largo sorriso seguido por uma gargalhada e distribuiu beijos pela bochecha gorda do bebê que segurava. Ele estava recuperado e animado com o avanço de minha filha, mas eu ainda estava absorvendo tudo o que aquilo significava.

-Você arrasou, Mini Beija-Flor – ele a ergueu sobre a cabeça e a balançou como um pequeno aviãozinho -  Nem posso acreditar que ouvi sua primeira palavra!

Ele está raciocinando isso direito ou era só eu? Ela o havia chamado de PAI. A primeira palavra de minha filha era “papa” e não era direcionada a seu pai biológico, ela estava chamando Travis de pai e, de uma maneira estranha, estava coberta de razão.

-Blake Dot Abernathy – consegui expulsar as palavras de mim, meu tom de voz atraiu todos da sala e até Blake pareceu sentir a seriedade da situação, me olhando com curiosidade. Abri um largo sorriso – Você deveria ter chamado a mim!

A tensão foi quebrada. A sala voltou a rir e a conversar e, de repente, aquele momento era apenas meu e de Travis. Sorri para ele e apertei meus lábios contra o rosto de Blake várias vezes.

-Estou tão orgulhosa de você.

Olhei para Travis, permitindo a alegria que o momento proporcionava tomar conta de mim e o abracei – Obrigada – sussurrei baixinho, para que só ele pudesse ouvir.

Ele agarrou minha cintura e me elevou poucos centímetros do chão.

-Vamos, Beija-Flor – ele pegou minha mão e me trouxe até a sala – Vou apresentar esse bando de manés para você.

-Ei! – Trent exclamou do sofá, onde Camille estava sentada em seu colo.

-Tem razão – Travis rolou os olhos – Esse mané você já conhece.

Segurei uma risada e vasculhei o cômodo, reconhecendo o poderoso DNA que predominava na família Maddox, eles todos poderiam ser gêmeos.

Trent jogou uma almofada em Travis, quem desviou, divertindo-se com o comportamento infantil do irmão.

- Parem, os dois – Cami levantou revirando os olhos e aproximando-se de Travis, fazendo gestos engraçados para que Blake passasse ao colo dela – Vão acertar Blake assim.

Cami deu pulinhos com Blake até o sofá, deixando o caminho livre para que eu pudesse cumprimentar a família.

-Esse é meu pai – Travis apontou orgulhoso para o homem de idade que coçava a barriga protuberante na poltrona, antes que ele pudesse levantar eu o impedi e o abracei ali mesmo – Jim Maddox.

-É bom finalmente conhecer você, menina. Pôr um rosto nos dois beija-flores dos quais esse moleque não para de falar.

Travis mordeu o lábio, ruborizando levemente, apenas o suficiente para eu perceber que ele estava envergonhado.

-É bom conhece-lo, sr. Maddox.

Ele balançou a mão dispensando a formalidade – Aqui, garota, a família se trata pelo primeiro nome.

Sorri, com os cantos da boca elevando-se o máximo que podia, o coração amoleceu e eu não consegui fazer nada se não encará-lo com pura gratidão.

-Não monopolize a garota, pai! – um dos meninos reclamou – Também queremos conhece-la.

-É praticamente como se conhecêssemos – um dos gêmeos, não podia nem sequer dizer qual (com tatuagens idênticas ao do irmão), disse, apertando em um abraço a morena de olhos verde – Travis é Ph.d no assunto Beija-Flor, seria bom ouvir o nome de verdade da garota apenas uma vez.

-Okay, seu maricas, cale a boca antes que eu a quebre – Travis tentou fingir indignação, mas nunca seria capaz de atacar um de seus irmãos, nem sequer parecia incomodado com os comentários implicantes. –Esse são Tyler e Taylor – ele explicou para mim, apontado respectivamente para cada um (a única forma de diferenciá-los era pelas mulheres que os acompanhavam) – E Ellie e Faylin.

Travis pôs nomes nos rostos da morena e da loira, quem parecia desconfortável e deslocada na situação, sem sentir que merecia estar ali, talvez, com olhos arregalados e atentos que corriam por toda a sala, mas não paravam em mim e nem em ninguém – ela evitava contato visual a todo custo e isso me dizia que ela tinha um segredo. Seja o que for, eu não estava aqui para descobri-lo, ou para julgá-la diante de sua notável timidez – Faylin era mais parte da família do que eu era.

Os quatro levantaram para me cumprimentar, os gêmeos com abraços apertados – o que descobrir ser típico de um Maddox – e as garotas com mais sutileza.

-Sua filha é linda – Faylin sorriu para mim, mas seus olhos tristes não condiziam com o sentimento que ela tentava passar.

-Obrigada.

Travis, com a mão em minha cintura, conduziu-me para os últimos desconhecidos da sala e, de uma hora para outro, estava desconfortável, mudando o peso do corpo constantemente – de um pé para o outro. Travis nunca havia indicado problema com nenhum dos seus irmãos ou sequer com alguém de sua família, durante todo o tempo em que o conheço ele demonstrou-se bastante apegado a todos e disposto a defende-los com a maior fúria de seus punhos, contudo, o sofá com seu irmão mais velho, Thomas, e com a garota de longos cabelos pretos e olhos asiáticos, parecia incomodá-lo de uma forma que os outros não incomodavam. Talvez eu soubesse o porquê: quando virei para Thomas percebi que seus olhos haviam estado em mim o tempo todo, analisando cada movimento que eu fizesse, tentando parecer tão sútil quanto a mulher que sorria para mim – mas que eu sabia me avaliar a cada segundo.

-Thomas, meu irmão mais velho e Liis. Eles trabalham juntos na Califórnia.

Thomas era mais sério que os outros garotos, mais responsável dentro de seu terno e gravata frouxa e, com certeza, mais maduro devido as circunstâncias que a vida o fizera enfrentar. Ele e Camille haviam sido um casal, mas ao encarar a mulher que sutilmente repousava a mão em seu joelho, não pude imaginar uma combinação mais perfeita. Eram como duas engrenagens necessárias para o funcionamento de uma máquina crucial – e sabiam disso. Com feições relaxadas, Liis foi a primeira a se levantar e me cumprimentar com um aperto de mão, dizendo-se feliz em me conhecer.

-Não fique nervosa – ela murmurou em um tom mais baixo, sorrindo para mim como se fossemos cúmplices – É a primeira vez que conheço a família também.

Anui com a cabeça, tentando parecer tão simpática quanto havia sido com os outros, mas o olhar que ela se esforçava tanto para esconder ainda estava lá, fazendo-me sentir diante de um laboratório de ciências, pronta para ser dissecada como um sapo, sem dó. Thomas, o maior contraste da família, cumprimentou-me com uma posição relaxada e um aperto de mão firme, envolvendo os ombros de Liis com um de seus braços.

-É Abigail, não é?

-Abby – o corrigi, tentando não parecer uma babaca – Só Abby.

-Só Abby tem um sobrenome? – ele alargou o sorriso brincando de um jeito diferente de seus outros irmãos.

-Abernathy – respondi com a sobrancelha arqueada, tentando entender porque meu sobrenome viria a ser de seu interesse.

Travis soltou um longo suspiro ao meu lado e eu lembrei que ele havia estado lá, parado, durante todo aquele jogo de olhares indiscretos entre nosso trio – Acho que estamos todos apresentados.

Blake guinchou, agora de pé no colo de Trent, pulando como se ele fosse sua própria cama elástica. Trent era ótimo com crianças, era um pacote de tatuagens com extinto paternal escorrendo pelas orelhas, suspirei ainda sentindo muito pela sua perda e de Camille – não importa o que ela tivesse dito, acho que Trent estaria pronto a qualquer momento se uma criança precisasse dele.

-É claro – disse Travis recuperando o senso de humor outra vez e puxando Blake para sentar-se em seus ombros. Seu peito estufou-se de orgulho quando a apresentou – E essa princesinha que rouba a cena é a Blake, minha afilhada.

A sala toda quis cumprimentar e paparicar um pouco, Blake passou de colo em colo e pareceu se divertir com a agitação que não era usual para ela; qualquer rebuliço deixava minha pequena feliz, estava tão exausta de nossos dias monótonos que adorava qualquer um que fizesse caretas para ela. Blake amava ser o centro das atenções.

-Esse aqui, Blake – disse Travis estendendo Blake para o único que ainda não a havia segurado – É o vovô Jim – os olhos de Jim relaxaram e enrugaram-se em um sorriso – Ele é o papai do Dindo Travis e vai ser muito bonzinho com você, se você usar todo seu charme, aposto que descola uns doces – olhei feio para ele, que gargalhou. Blake aninhou-se no colo do novo “vovô” e me senti grata por ter tanta gente para amar minha filha. Em um movimento rápido ela tomou o chapéu de Jim e exibiu seus cabelos brancos e ralos, rindo e balançando a nova aquisição, arrancando risadas de todos.

-Muito bem, madames – Trent levantou-se do sofá espreguiçando-se e chamando atenção para si. Algo me diz que ele estava prestes a fazer uma pequena apresentação – Para honrar a tradição que vovô começou há muito tempo, nós, homens, nos juntaremos para uma partida de poker. Vocês são convidadas a juntar-se a nós se quiserem – dito isso ele riu, como se a ideia fosse improvável e nós, figuras femininas, fossemos frágeis demais para algo do gênero.

O que é claro, irritou América.

-Abby vai jogar! – ela gritou pulando do sofá, trazendo Shepley consigo, que até então se divertia com a situação.

Olhei para ela embasbacada, com os olhos em chamas jurando que a mataria e que deveria consertar aquela situação agora mesmo. Eu não estava ali para seu divertimento, ela sabia muito bem que eu nunca jogaria novamente, não se pudesse evitar – eu estava ali para ficar longe disso e, embora minha vida tenha tomado um rumo diferente da qual eu imaginava, ainda era melhor do que mais uma partida de poker.

-Jogávamos na internet – ela abriu os dentes e sorriu maliciosa, com aquela cara de quem tinha uma carta de baixo da manga (e ela estava certa, ela me tinha) – Jogávamos online, Abby era a melhor de todas. – sufoquei uma risada quando entendi aonde ela queria ir e, em um sorriso cúmplice, decidi que uma partida divertida não machucaria ninguém. Eu sabia o que ela queria: dar uma lição nos Maddox por subestimarem a força feminina, eu não podia recusar.

Os olhos da sala dançavam entre mim e Mare, nem mesmos os guinchos felizes de Blake e seu balbuciar chamavam atenção. Eles estavam esperando por minha decisão, especialmente Travis e... Thomas? Não gostava de ter pressentimentos ruins sobre uma família que me acolheu imediatamente, mas o irmão mais velho de Trav me dava arrepios.

Respirei fundo, curtindo o suspense que estava dando a eles e a pequena tortura psicológica que eu estava fazendo com Mare e suas expectativas.

-Tudo bem, só por diversão. Sempre quis saber como seria jogar ao vivo – dei de ombros, sentindo a emoção que eu tanto temia correr pelas minhas veias. Eu nunca disse que não gostava do poker, que não gostava de ganhar e observar o olhar de todos que subestimaram uma garotinha, era uma sensação maravilhosa e, talvez, justamente por isso, eu precisava me manter longe e alerta – Mas preciso que alguém fique de olho em Blake.

-Deixa comigo – a voz fraca de Faylin soou antes de qualquer voluntário e ela sorriu, tentando transparecer confiança. Eu não sei quem essa garota era, mas ela estaria de baixo de meus olhos.

-Obrigada Faylin. Só vou pedir que tome cuidado e não a balance muito, ela está um pouco doente e o estômago está frágil. Tem vomitado e tossido bastante.

-Pode confiar em mim. – ela estendeu os braços para a bebê. Jim entregou a criança e sentou-se no lugar de honra da mesa redonda, balançando as cartas e as embaralhando sem rodeios.

-Bem – Ellie levantou-se animada, puxando pela mão Camille e Liis – Acho que sobra para nós preparar um jantar que não venha em uma caixa de pizza.

Alguns dos meninos reclamaram enquanto Jim observava a cena contente, jogando cartas de uma mão para a outra. Ellie deu tapinhas na bochecha de Tyler e conduziu as garotas até a cozinha.

-América, você não vem? – Cami pôs a cabeça pela porta antes de desaparecer.

-Você não vai querer América na cozinha – Shepley avisou com uma careta antes que eu tivesse a chance, e levou um belo pescotapa.

Sentei-me onde Travis indicou e Mare se inclinou sobre mim, arreganhando seus dentes – Sou a parceira da Abby, acho justo. Afinal você estão muito bem treinados para nós.

-Bem, bonecas – Taylor distribuiu as fichas e eu sorri sabendo que ele seria o primeiro que eu derrubaria – Só não vale chorar.

-Espero que isso valha para você, maricas – Travis riu.

-Cala boca, merdinha, você vai perder para uma garota em segundos – Tyler provocou e os irmãos riram, ofendendo as habilidades de Travis como jogador.

-Que isso meninos – os repreendi – Estamos em um jogo amigável. Ninguém precisa sair chorando.

Troquei um olhar com América e sorri, recolhendo minhas cartas e pronta para massacrar até o último Maddox daquela mesa.


Notas Finais


Próximo capitulo teremos Lucky Thirteen e uma revelação e tanto, vocês vão adorar, prometo. Então me encham de reviews e torçam p que meu celular volte a funcionar. Torcer para minha dor de cabeça ir embora vale tb - e o torcicolo.
Preciso de companhia p amanha a noite e nao tenho ngm, ótimo, pensa num ser triste.
XOXO
Gossip Girl


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