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História Eternidade - Medo sem voz.


Escrita por: heartofvenus

Notas do Autor


Desculpem a demora, Pokémon Go esteve consumindo minha alma ultimamente ;-; HSUAHSAUSH
Como recompensa, trago um capítulo um pouco maior que os anteriores.

Boa leitura! <3

Capítulo 6 - Medo sem voz.


Haviam se passado dois anos desde que Luhan se transformou em um anjo caído e esteve desaparecido desde então. O loiro sumiu sem deixar rastro algum para namorado que ainda sofria o sumiço sem explicações do anjo.

Para Sehun restavam apenas saudades dos momentos que compartilhava com o outro, dos beijos e carícias trocadas, do quão sortudo se sentia por ter alguém tão incrível ao seu lado. Pouco depois que o querubim o deixou, decidiu estudar no exterior. Queria se afastar um pouco daquela atmosfera toda.

Em meio a pensamentos negativos e sentimentos de culpa, Jongin se condenava todos os dias por não ser capaz de fazer nada para ajudar o amigo. Era subordinado de Junmyeon, afinal, não poderia ir contra o próprio chefe. Se fosse o caso, o arcanjo cortaria suas asas junto com as de Luhan, o que não seria tão ruim assim, talvez não passaria a eternidade se sentindo um covarde.

Por falar em Junmyeon, algumas semanas atrás havia designado uma tarefa à Jongin. Outro humano infeliz chegava ao fim de sua vida, e o anjo da morte deveria por fim à tudo. Seria na manhã seguinte que tudo iria acontecer.

Os anjos da morte sabiam o dia e horário da morte do humano a qual cuidavam em suas últimas semanas, mas não poderiam saber como e onde aconteceria. Criatura alguma no universo sabia detalhes sobre acontecimentos futuros. Dia e horário da morte dos humanos eram as únicas coisas prescritas.

O tal humano fazia parte de uma pequena família da região em que Jongin geralmente "trabalhava", apenas pai e filha. Também havia o irmão mais velho que há pouco estava morando fora e aparecia somente às vezes. Eram uma família bem conturbada, os homens estavam sempre discutindo por algum motivo aleatório e completamente sem sentido. Não que fosse incomum para Jongin, por se tratar de um anjo da morte já havia presenciado situações muito piores e extremas.

Era tarde - véspera da morte do humano, e sua casa estava em uma paz quase incomum. Mei estava sozinha em casa, na sala de estar frente à TV imitando os movimentos de um vídeo musical que passava. Abaixou o volume da TV quando pensou ter ouvido a campainha tocar, e decidiu checar para ver se realmente alguém havia chegado.

— Soo irmãozão! — Disse animada ao abrir a porta e ver o irmão. Praticamente se jogou nos braços dele, o abraçando forte. — Eu senti tantas saudades... Er... Oi tio Chanyeol! — Acenava sem jeito para outro rapaz, sem largar o irmão.

Kyungsoo havia sido expulso de casa por seu pai, furioso ao descobrir que o garoto era homossexual - típico de um drama clichê. Desde então estava morando com seu melhor amigo, Chanyeol.

Entraram em casa - Kyungsoo agradecendo por não dar de cara com seu pai - e logo o irmão entregou para Mei um pacote grande de marshmallows.

— Sei que é o seu doce favorito. Não consegui passar em frente à loja de doces e simplesmente não comprar um pacote.

Os olhos da garota quase brilharam, e no mesmo instante ela abraçou o pacote de marshmallows como se fosse a coisa mais preciosa do mundo. Chanyeol riu com a cena.

Sentaram no sofá e Mei foi logo abrindo o pacote de doces, colocando dois marshmallows na boca.

— Dançando de novo, Mei? — Chanyeol perguntou ao notar a TV que ainda passava vídeos musicais. — Ao que me lembro você é muito boa nisso.

A garota balançou a cabeça, afirmando.

— Um dia eu vou entrar na universidade do tio Chanyeol... — Disse enquanto colocava mais dois marshmallows na boca. — E vou ser atriz e dançarina.

— Era só o que me faltava. — A figura paterna acabara de entrar na casa. — Um é gay e a outra quer viver de "arte". — Enfatizou com nojo. — Esperto foi o Sehun que percebeu que esse lugar não presta e foi embora.

Chanyeol fechou os olhos por um momento e respirou fundo enquanto o pai do amigo sumia de vista para outro cômodo, sendo seguido por Kyungsoo.

— Vamos fazer uma competição de dança? — Chanyeol bagunçou os cabelos da garota ao notar a expressão triste que a mesma fizera. — Perde quem se cansar primeiro!

O garoto entrou furioso na suíte do homem, puxando o braço do pai que logo o puxava de volta. O mais velho estava - como de costume - bêbado.

Jongin observava de canto. Algo naquele garoto prendia sua atenção, ele era dono de um charme misterioso e extremamente atraente aos olhos do anjo.

— Você não tem jeito mesmo... — Respirou fundo. — Vem, você precisa de um banho frio.

Kyungsoo não conseguia odiar o pai. É verdade que ficava sempre com raiva, explodindo e gritando com o outro, mas no fundo não odiava. Era seu pai e por mais imprestável que fosse, havia criado três filhos - dois que nem de sangue eram. Ajudou o pai a entrar no banho, deixando que a água fria do chuveiro fizesse o restante do trabalho.

— Hoje é sexta, como de costume vou levar a Mei para passar o fim de semana comigo e com o Chanyeol.

— Tanto faz... — O pai balançou a mão, como se mandasse o filho sair. — Não fale alto, minha cabeça dói. Volte amanhã, sozinho, temos coisas a resolver quando essa maldita dor passar...

Sem dizer nada, o garoto apenas saiu cabisbaixo do local, voltando para a sala. Arqueou uma das sobrancelhas ao ver a cena: Mei dançava sem parar enquanto Chanyeol estava jogado no chão, fingindo estar completamente exausto. Riu.

— Não acredito que o todo poderoso professor perdeu para a minha irmãzinha. — Kyungsoo provocou.

— Ela é muito boa, não tem como vencer. — Chanyeol entrou na brincadeira.

E finalmente arrancaram um riso da garotinha que agora havia parado de dançar.

— Sim! Eu sou muito melhor que o tio Chanyeol. — Ainda rindo, a garota fez uma careta, mostrando a língua para o maior que apenas riu em resposta. — Soo, vou pegar minha mochila, tá bem?

— Claro, Mei. Não demore muito, já vamos sair. — Pegou o controle da TV, a desligando.

Chanyeol - que ainda estava no chão - esticou sua mão para o garoto, que sem demora ajudou o melhor amigo a se levantar. O professor não queria ser indelicado e perguntar sobre o pai problemático do outro, então apenas puxou algum assunto qualquer enquanto a menor não voltava.

Minutos depois a garota já estava pronta, e então saíram de casa, deixando enfim o pai sozinho. Já era noite, mas não moravam muito longe dali, apenas alguns quarteirões e já estavam na casa que Chanyeol e Kyungsoo dividiam.

Mei entrou na frente, correndo para o quarto do irmão e jogando suas coisas na cama de cima do beliche que ali havia. Kyungsoo entrou logo atrás.

— Calma, tornado. A cama não vai fugir de você. — O irmão disse em meio a risos.

Como resposta a irmã jogou um travesseiro no garoto, que agarrou o mesmo rapidamente.

— Eu quero dormir na cama de cima dessa vez, Soo! Você nunca deixa...

— Não quero que você corra o risco de cair e se machucar.

Outro travesseiro foi lançado, dessa vez Kyungsoo não esperava, então o mesmo acertou sua cabeça. O garoto soltou o travesseiro que havia agarrado e correu em direção à garota, a pegando no colo e fazendo cócegas na mesma - que logo caiu na gargalhada.

— Se dormir na cama de baixo, eu faço uma super-hiper-mega-power cabana para você. — Kyungsoo parava com as cócegas e colocava a garota no chão.

— Só... Dessa... Vez. — Disse pausadamente por estar ofegante de tanto rir.

O irmão pegou alguns lençóis e prendeu na cama de cima, deixando que os mesmos caíssem nas laterais da cama de baixo, formando a tal cabana que havia prometido. A garota deixou um pequeno bico se formar nos lábios ao ver a super-hiper-mega-power cabana do irmão, e revirou os olhos.

Nesse meio tempo, Chanyeol preparou o jantar para todos e os chamou. Após o jantar, Mei já cansada decidiu ir dormir, enquanto os garotos ficaram na sala jogando vídeo game.

— Aquele velho idiota não tem noção mesmo. Queria ter condições de eu mesmo cuidar da Mei. — Kyungsoo pausou o jogo, jogando o controle de lado no sofá. — E ainda diz que tem algo a tratar comigo.

— Talvez ele queira se desculpar.

— Será?

 

 

Na manhã seguinte, Kyungsoo acordou cedo. Rapidamente se arrumou e deu um último beijo na bochecha da irmã que ainda dormia. Se despediu de Chanyeol e saiu de casa, fazendo apressado o caminho inverso ao que fez na noite anterior.

Estava preocupado se seu pai estava bem, se ainda estava com dor ou se havia ao menos se alimentado adequadamente.

Se assustou ao notar a porta da frente aberta, por mais estúpido que fosse o pai que tinha, ele nunca deixaria a casa aberta desse jeito. O homem prezava por seus objetos de valor, não deixaria que qualquer ladrão facilmente entrasse na casa e roubasse seus pertences. Kyungsoo entrou correndo na casa para verificar se algo estava errado, e foi surpreendido quando alguém o agarrou, segurando suas mãos e levando um pedaço de pano até o seu nariz, o que o fez desmaiar logo após aspirar o cheiro que dele emanava.

Quando acordou, Kyungsoo estava no quarto que antes era seu, sentado em uma cadeira onde seus pés e braços estavam amarrados por uma corda grossa e extremamente apertada. Doía.

— Finalmente acordou. — O homem estava sentado na antiga cama de Kyungsoo. — Não teria graça com você apagado.

O garoto assustado e ainda meio zonzo levantou a cabeça, notando a imagem do próprio pai sentado na cama, fumando. Ao lado do pai, no colchão, havia uma arma com uma única bala ao lado da mesma - o que fez Kyungsoo arregalar os olhos e estremecer.

— Onde conseguiu isso? Por que você tem isso? — Perguntava desesperado enquanto tentava inutilmente puxar os braços e pernas da cadeira para se soltar. — PAI!

Jongin observava do outro lado do quarto, sem esboçar emoção alguma.

— Você é um desgosto... Não gosta de jogos? Vamos jogar um! — O mais velho ria sarcástico. — Nunca tivemos um tempo de pai e filho, não é mesmo?

Pegou o revólver e colocou a única bala dentro, o apontando em seguida para o próprio filho que de imediato fechou os olhos.

— Bang! — Puxou o gatilho. A arma não disparou.

Lágrimas já escorriam pelo rosto do garoto, seu coração estava acelerado e seu corpo tremia tanto que não tinha nem mesmo voz para gritar por ajuda. Minsoo então apontou a arma para a própria cabeça, puxando o gatilho.

Novamente sem disparo.

Jongin se aproximou e ficou ao lado do homem que novamente apontava a arma para Kyungsoo. A hora certa se aproximava e o anjo estava curioso sobre o que aconteceria.

— Pai, por favor, não faz isso. — O garoto implorava entre lágrimas.

O pai que apenas ignorava as súplicas do filho, tornou a puxar o gatilho. Kyungsoo que já esperava pelo pior se encolheu, voltando a fechar os olhos. Nada aconteceu até o garoto ouvir o disparo do revólver, olhou para frente e notou o pai que acabara de atirar em si mesmo, caído na cama.

Kyungsoo deu um grito com todas as forças de seus pulmões, assustado não somente com o pai que agora estava morto, mas também com o garoto que do nada apareceu no local, ao lado do homem caído.

Jongin segurou com a destra um pequeno objeto brilhante de coloração azulada que pairava sob o corpo de Minsoo, apertou o mesmo com todas as suas forças, o destruindo em mil pedaços.

— Q-Quem é você? — Kyungsoo enfim se pronunciou, gaguejando.

— Huh? Você pode me ver? — Jongin o olhou curioso.

O humano ainda desnorteado não conseguiu responder. Apenas desmaiou novamente.


Notas Finais


Espero não estar fazendo vocês sofrerem muito. ;;

Até o próximo capítulo!


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