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História Eu e meus Alfas. - Capítulo 30: Preconceito.


Escrita por: AmHaVe

Notas do Autor


Oi pessoal, tudo bem???

Desculpa a demora pra postar, mas está aqui um novo capítulo!

Capítulo 31 - Capítulo 30: Preconceito.


O bom de ser autônomo é que posso trabalhar da forma que quiser, quantos dias quiser. O ruim é que eu tenho que trabalhar o dobro pra ter dinheiro. 

Não gosto muito de ter que ficar pedindo dinheiro para os dois pra eu usar, afinal, eles quase não gastam e ficam reclamando se uso o deles. Então se eu tenho o meu ninguém me perturba se eu gastar nem no quê, desde que eu ajude em casa também.

Termino de escovar os dentes e pego minha carteira e as chaves do meu carro e saio rumo a primeira casa pra adestrar os animais do dia. 



Já são quase meio dia quando finalmente termino de adestrar o primeiro animal que estou ensinando, um cachorro labrador, bem travesso e meio destrutivo. 

Adestrar não é difícil, aliás, o cachorro só precisa ser ensinado a fazer o certo. O difícil é ensinar o dono, porque eles mesmos dão mal costume e deseducam o animal, o que acaba fazendo o meu trabalho o dobro. Tem horas que me pego pensando que na verdade estou adestrando o dono ao invés do animal.

Por isso acabo tendo que fazer o trabalho várias e várias vezes na mesma casa. Mas tudo bem, faz parte do trabalho e é gostoso. Com isso também descolo um bico pra cuidar do animal caso os donos precisarem sair e não puderem levar, porque afinal confiam em mim e o bicho já está acostumado comigo também.

Me despeço dos donos e recebo o pagamento combinado de todo adestramento, pois meu trabalho aqui está terminado depois da quinta visita, agrado o cachorro uma última vez e vou embora. 

Estou com fome e estou 900 beris mais rico!!! Vou comer no Sanji hoje!

Pego o celular e disco o número pra avisar o Torao antes que ele arranque o meu pescoço por não dar sinal de vida. 

- Alô? - ele diz do outro lado. 

- Torao, terminei o serviço já e vou comer no Sanji.

- Ok. Passa aqui em casa antes, tem a conta de luz pra pagar e aproveita pra levar as vasilhas de marmita dele pra devolver.

- Tá. Você quer ir também?

- Não Lu-ya, tô terminando uma tese. Você sabe que estou aproveitando o tempo parado pra fazer outra especialização.

- Sei, você está estudando de novo. Realmente não sei porque estudar de novo se você já terminou.

- Porque eu gosto, já falamos sobre isso.

- Tem louco pra tudo, fazer o que né?

- Vou desligar, até daqui a pouco.

- Ok, até! Te amo.

- Também.

Entro no carro e vou em casa primeiro, pego as contas e verifico o que ele vai comer antes de sair. Se não ele vai ficar distraído e não vai comer nada. Ele aproveita e me convence a deixar boa parte do meu dinheiro em casa pra eu não gastar tudo de uma vez, que até que não é má idéia.

Depois de sair de casa vou direto pra o restaurante, deixo o carro na rua em frente, pego a sacola de marmitas e me dirijo a porta. Olho bem para o prédio e lembro que não muito tempo atrás ainda se chamava Baratiê e pertencia ao velho Zeff. Se fechar os olhos consigo ver até a cozinha antiga que cheguei a trabalhar um verão lá como garçom, mas acabei demitido por quebrar muita das louças. Acabo dando risada com a lembrança.

Agora se chama All Blue, é um prédio grande, todo de vidro, com grande pilares de aquário, com as poucas paredes pintadas de um azul escuro contrastando com as mesas e tudo mais em branco feito com pedra que reflete a cor da parede e dos aquários. 

Quando vou entrar, um cara novo que fica na mesinha da porta me olha de cima em baixo e franze o nariz. 

- Posso ajudar?

- Não obrigado. - e novamente tento passar pra ir em uma das mesas.

- Senhor, você tem reserva? - ele me impede de passar novamente.

- Não, eu só vou almoçar e…

- Então eu peço pra que se retire.

Aquilo me espanta. Percebo que ele novamente me olha de cima a baixo e torce o nariz. Olho pras minhas roupas, talvez o cachorro tivesse sujado elas demais e eu não vi. Mas estão limpas, tanto a bermuda, quanto a regata vermelha que estou vestindo.

Chacoalho a cabeça e o olho ainda com a boca aberta sem reação.

- Porquê? - pergunto simplesmente.

- Não creio que o senhor tenha as condições nem esteja apropriado para o ambiente.

Olho novamente pra ele sem acreditar no que ele disse. Se tenho ou não dinheiro não é da conta dele e como me visto sou eu quem escolho.

O ignoro e tento passar mais uma vez, só pra ser barrado por ele novamente que entra na minha frente.

- Senhor, se insistir vou ser obrigado a chamar o segurança.

- Chama - eu digo já puto com esse cara - ou melhor, chama o dono de uma vez! - e vou passando por ele.

Ele tenta me comandar com os olhos tentando me intimidar, mas o ignoro por completo, ele fica de boca aberta enquanto acaba chamando realmente o segurança. Isso explica a arrogância. Sinceramente odeio Alfas como ele.

Ele segura o meu braço com certa força pra me impedir, me puxando e tenta outra vez me intimidar.

- Me solta! - rosno entre os dentes o comando antes que arrebente a fuça dele ao mesmo tempo que vejo a Carrot servindo uma mesa de frente e faço sinal com a cabeça pra ela.

O rapaz Alfa na mesma hora se assusta e encolhe o braço obedecendo o comando, olho pra ele comandando sem palavras pra que ele se afaste. Pavor, é isso que se estampa no rosto dele, enquanto ele dá um ou dois passos pra trás e engole seco. Respiro fundo tentando me acalmar enquanto um segurança chega, um dos rapazes que já vi várias vezes aqui aliás, ao mesmo tempo escuto algumas leves conversas do lado de dentro e me viro pra ver a Carrot com o Sanji chegando.

- O que tá acontecendo aqui?

- Senhor, este rapaz insiste em entrar mesmo depois que eu disse várias vezes que ele não está apropriado!

Bem, ele explicando a situação me poupa o trabalho, embora me deixe mais puto por ele ainda achar que está certo, o que me faz levantar uma sobrancelha. Inacreditável. Olho para o Sanji que abre e fecha a boca em espanto tentando falar algo, depois chacoalha a cabeça em negativa. 

- Carrot, por favor, assume o posto aqui pra mim. - diz o Sanji para moça antes de virar pra nós dois. - Vamos resolver isso lá dentro por favor, os dois.

O segurança, vendo que estava tudo sobre controle, dá meia volta para seu posto, enquanto nós três seguimos Sanji até um pequeno escritório na lateral por dentro. Estou com os punhos fechados tão forte e o dente cerrado com tanta força que começam a doer, sinto o coração batendo nas têmporas, minha vontade é de dar uma lição de verdade nesse idiota.

- Luffy, você tá bem? - balanço a cabeça em positivo e me encosto na parede ao fundo cruzando os braços.

Sanji faz sinal pra ele se sentar no lado da frente da mesa, enquanto ele se senta do outro lado.

Logo ele está perguntando pra ele exatamente o que aconteceu enquanto olha nas gravações das câmeras de segurança pelo computador tentando ver os detalhes. Me mantive em silêncio tentando me acalmar.

- Senhor ele… - Sanji ergue a mão o impedindo.

- Escuta, acho que quando te contratei deixei bem claro que era pra se encarregar das reservas, se tinha lugares de sobra e acomodar os clientes. Deixei bem claro que aceitamos todos os tipos de clientes, não importa…

- Senhor, ele não está apresentável e muito menos vai ter dinheiro pra pagar… - ele interrompe o Sanji que o corta de imediato.

- Porque? Você olhou na carteira dele? - o rapaz olha com a boca aberta.

- Mas senhor, olha pra ele: mal vestido, com chapéu velho, claramente um ômega que foi rejeitado pelo Alfa pela quantidade de cicatrizes no pescoço, provavelmente sem um centavo no bolso e sem maneiras alguma!

A cada palavra que sai da boca dele me dá mais raiva ainda, dou dois passos pra frente mas o olhar do Sanji implorando para eu não fazer nada dizendo que vai dar um jeito me segura. Mordo o lábio com força e cruzo os braços fincando a unha com certa força no meu braço, 'se acalma e não perde o controle. Voce não é o Ace' digo pra mim mesmo em pensamento.

- Olha Mister Lebno, não é porque a pessoa não está vestida formalmente que ela não tem dinheiro e vice versa, sem contar que no meu restaurante eu aceito todos os tipos de clientes, eu não tenho nem pretendo ter um código de vestimenta, desde que a pessoa esteja vestida. E com certeza não irei barrar nenhum ômega aqui, afinal, seria muita hipocrisia minha.

Ele olha sério para o rapaz que engole em seco.

- Fora isso, acho que deixei bem claro que era pra não se usar comando e nem liberar feromônios, isso pode causar incômodo, é inconveniente e com certeza pode trazer algum transtorno para os clientes e até mesmo para os outros funcionários, principalmente os ômegas que muitas vezes passam mal. Principalmente porque isso pode ser considerado assédio e ou agressão física, ainda mais se você encostar em alguém como foi o caso.

O rapaz fica pálido e em total silêncio.

- Você entende isso? Entende que é crime? - ele balança positivamente a cabeça - também entende que se for prestado queixa não vou te ajudar, pelo contrário, vou entregar às filmagens de segurança? - novamente ele balança a cabeça e engole seco.

- Mas senhor, o que eu faço então se alguém tentar entrar como hoje? Mesmo eu falando que não… 

- Bom, primeiro, você não tem que falar não, você tem que verificar reserva, falar se tem ou não lugares vagos e gentilmente explicar isso ao cliente. Quem fala não aqui sou eu, só eu, nem mesmo meu marido tem direito. Segundo, caso seja uma pessoa que está banida por algum motivo você chama o segurança e eu, não tente impedir de entrar, nós vamos lidar com essa situação. Terceiro, io que você fez é preconceito puro, pois mesmo que ele tenha várias marcas na nuca você não sabe se ele rejeitou, foi rejeitado ou se ele é simplesmente viúvo. Em todos esses casos ele acabaria com várias marcas, aliás, mesmo em caso de uma ligação fraca com o Alfa ou até mesmo em caso que seja por puro fetiche de casal isso acontece. E por último, nunca, sob hipótese nenhuma coloque sua mão sobre algum cliente, seja para o que for, é antiético e pior, é crime.

Ele parece pequeno encolhido no banco agora, quase sumindo.

- Sei que você é jovem, com quantos?... 18?

- 19 senhor.

- Então, 19 anos, mas com uma atitude assim não vai conseguir nada na vida. Isso não é maneira de agir nem mesmo dentro da sua casa, quanto mais em serviço.

Minha raiva diminui levemente conforme a conversa vai progredindo, mas ainda sim meus olhos queimam a nuca do dito cujo.

- Se por algum acaso o que você fez chamar a atenção, seja porque foi parar na delegacia ou por alguém postar na internet, não é só você que vai estar com problemas, vai manchar o nome do meu restaurante, posso falir por causa disso. O que você fez é caso de demissão por justa causa, entende isso?

Ele engole seco uma terceira vez enquanto fica com o rosto branco e espantado.

- P-por favor…

- Agora resta saber se o Luffy vai querer prestar queixa ou não - Sanji o corta dizendo e apontando uma caneta pra mim enquanto se recostava na cadeira e acariciava a barriga.

Ele olha pra mim espantado e com a boca aberta, abrindo e fechando como um peixe sem ter o que falar. Ele está mais branco do que neve, digno de pena de certa forma. Mas ele merece, merece muito que vá parar na delegacia, mas o que o Sanji disse ficou na minha cabeça, caso isso sair daqui, dessa sala, de alguma forma ele também vai sofrer por isso, e não é culpa dele.

- Pelo respeito e amizade com você, Sanji, não vou prestar. - falo entre dentes.

- Tem certeza Luffy?

- Sim, não quero te causar problemas.

As expressões do loiro se suavizam e ele esboça um sorriso rápido pra mim. O rapaz parece aliviado também.

- Agora, sobre seu emprego, você tem duas soluções: pede demissão hoje mesmo e sai sem causar problemas, ou eu te demito por justa causa, manchando sua ficha e sendo escoltado pelo segurança para fora.

Ele parece perder o chão.

- Por favor senhor, eu preciso do emprego pra pagar minha faculdade…

- Deveria ter pensado nisso antes de agir como agiu. Então, como vai ser?

Ele pensa um momento em silêncio.

- Eu… eu peço demissão.

- Ótimo. Quero sua carta de pedido de demissão nessa mesa até o fim do dia.

O rapaz olha pra baixo e começa a se levantar.

- Ah, e só pra saber, embora as aparências, o Luffy é bem mais rico que eu e é o único ômega registrado com ligação dupla.

Ele pára olhando pra mim no meio do caminho com queixo caído. Continuo a sustentar o olhar contra ele, que recobra a consciência e termina de se levantar e começando a sair. Quando passa por mim vira e me diz em quase sussurro: 

- Me desculpe…. E... Obrigado também….

- OK - respondi com muita raiva para realmente desculpá-lo.

Ele sai pela porta e Sanji solta um suspiro aliviado. 

- Obrigado Luffy, me poupou uma dor de cabeça a mais.

- Não foi nada. - digo finalmente destravando os braços e o maxilar, liberando o resto de raiva física do meu corpo aos poucos, mas na minha cabeça ainda querendo dar uma surra nele.

Suspiro meio longo e dou um passo pra frente mas me sinto tonto na mesma hora. Por algum motivo meu coração parece estar dentro dos ouvidos, enquanto escuto um zunido e vejo meu campo de visão diminuir um pouco. Pisco várias vezes e dou alguns passos pra frente e para trás tentando me equilibrar.

- Luffy. Luffy! Você tá bem?- ele vem depressa me ajudar e segura um dos meus ombros.

- Sim… só estou um pouco tonto. - digo enquanto a sensação começa a passar.

- Ai caralho, por favor não tem um treco aqui que eu tenho junto, e tenho duas crianças pra ter e cuidar!

Ele me ajuda a sentar na cadeira que o alfa estava agora a pouco e se encosta na mesa na minha frente. Respiro fundo. Aos poucos a tontura passa e volto a enxergar normal, mas a batida do coração e o zumbido se mantém no meu ouvido.


Notas Finais


Bom, pra explicar um pouco, algumas merdas aconteceram novamente, também um pouco de bloqueio, por isso parei de escrever. Dei um tempo da internet pra ser sincera.
Mas agora as coisas estão funcionando um pouco mais e acabei pegando de novo.
Não, não vou abandonar a fic. Posso demorar o tempo que for, apagar partes, reescrever, sumir um tempo, mas sempre vou voltar a escrever e consequentemente a postar.
Tenho um carinho muito grande por essa história que escrevi/que estou reescrevendo pq além de ela ficar presa na minha cabeça, muitas vezes me ajudou sendo um coping mecanismo sem eu perceber, nos meus momentos mais baixos.
Fora que através dela recebi muito carinho e encorajamento de vcs leitores e colegas fanfiqueiros/as o que me faz realmente feliz! ❤️
O próximo capítulo está quase pronto, então logo eu posto.
Beijão da AmHaVe 😘❤️


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