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História Eu e você. - Mudanças.


Escrita por: Winchester17

Capítulo 15 - Mudanças.


LOUISA POVS ON:

 

Eu era aquela garota invisível, que não fazia muita falta. Cresci, e resolvi mudar meu estilo, começando por minhas roupas extravagantes. Mas nada daquilo me fez crescer espiritualmente e profissionalmente. Agora estou sentada em um dos bancos do último andar do castelo. Lembrei do dia que Will estava comigo neste mesmo lugar e como ele me fez acordar para tais situações da minha vida.

“ – Então essa é sua vida, Clark? Você simplesmente gosta de assistir televisão e sair para o pub com o seu namorado? “

  Era o que eu costumava fazer. Tinha um corpo, dois braços e duas pernas. Todas as partes do meu corpo funcionavam completamente, mas eu não as usavam com astúcia. Talvez essa tenha sido a indignação de Will comigo quando soube do meu cotidiano parado. Ele que era um dos homens mais ocupados e mais ativos do país, se viu em um acidente em que perdeu os movimentos parciais de seu corpo. Por que diabos eu não poderia me esforçar? Querer ter um futuro profissional melhor? Essa era a minha oportunidade. A oportunidade perfeita.

  Aqueles olhos verdes e aqueles furinhos na bochecha que ficavam mais evidentes quando sorria ainda mexiam comigo. Passamos 6 meses juntos, e eu ainda me sinto culpada por não ter conseguido salvar Willian Trainor. Talvez isso tenha sido o meu maior desafio e eu falhei. E se eu não tiver capacidade de salvar essa tal de senhora Calbot? Mesmo que em situações distintas, eu sei que podem haver imprevistos.

   Finalmente eu consegui tirar Will da minha cabeça e ter um sentimento novo por outra pessoa. São pessoas diferentes e sentimentos diferentes, não tem como decidir quem é o melhor e quem é o pior. Sam me fazia esquecer dos meus problemas e entende minhas dores. Confesso que estou confusa. Não sei o que fazer. Talvez essa viagem me faça bem. Me faça escolher o meu futuro.

 

WILL POVS ON:

  Louisa Clark. O que falar daquela garota extravagante e desastrada que tanto me irritou nos primeiros meses? Mas que me encantou completamente no suposto final dos meus dias nessa terra. Ela olhava bem mais do que o meu corpo inválido. Louisa via quem eu era. Não aquele homem egoísta e esnobe, mas aquele antes de se transformar nisso. Agora estou aqui, em um jantar com a minha filha, a mãe dela e a minha mãe.

- Então, Will. Fale mais dessa viagem em família que você deseja realizar. – Camila ajeitou o guardanapo de pano em seu colo, enquanto perguntava.

- Bom... Eu queria que a Lily tivesse essa experiência ao meu lado, afinal estamos tentando criar vínculos, já que...

Percebi o rolar de olhos elegante que Tânia deu ao me ouvir falar sobre isso.

- Acho que vocês poderiam fazer essa viagem por aqui, não acha? – Minha mãe me interrompeu.

- Eu não sou mais um inválido, mãe. Tenho quase todos os movimentos dos braços. – Demonstrei a minha mais nova habilidade, levantando os dois braços e os movimentando.

- Mesmo assim, acho que o enfermeiro chefe pode ir com vocês.

- A Louisa pode ir com a gente. – Lily falou dando uma garfada na comida.

Camila olhou para mim discretamente e franziu a testa.

- Oh minha querida, essa garota não trabalha mais aqui.

- Mas pode voltar. – Eu me meti na conversa.

- Will...

- Eu acho que eu posso ir nessa tal viagem. – Tânia levantou uma das sobrancelhas.

Na mesma hora eu, Lily e minha mãe olhamos para ela surpresos.

- O que foi? Eu posso ir. – Ela deu de ombros.

Olhei para Lily e percebi que ela estava feliz com a situação e que Louisa não tinha mais chances nessa tal viagem.

- Pai? – Ela me olhou como filhotes de cachorro.

- Não vejo porque não. – Ainda estava contrariado, mas a minha filha sempre ia estar em prioridade.

Pude ver o sorrisinho de vencedor nos lábios de minha mãe e aquilo me deu náuseas.

- Com licença. Eu não estou muito disposto.

 

NARRADOR POVS ON:

 

- Sam? Posso te encontrar no restaurante do castelo? – Clark falava ao celular com o garoto.

- Claro. Te vejo as 20?

- Certo. – Ela desligou o celular e terminou de pentear seu cabelo. Se olhou no espelho mais uma vez, respirou fundo e saiu do quarto.

- Para onde a princesa vai toda arrumada? – Bernard perguntou ao ver a filha descendo as escadas.

- Vou jantar com o Sam.

- Humm... Aquele garoto simpático que veio aqui? – A mãe saiu da cozinha enxugando um prato.

- É, mãe. – Respondeu respirando fundo. – Onde está Treena?

- Ela saiu com Thomas e um rapaz. – A mãe deu um sorriso brincalhão.

- Um rapaz?

- É, diz ela que é um amigo, mas eu acho que aí tem coisa.

- Desde quando?

- Tem uns 3 meses.

Lou ficou um pouco aborrecida, afinal a irmã não lhe contou nada sobre o seu quase namorado.

- Bom, tenho que ir. O Sam está me esperando.

Louisa entrou no carro e cumprimentou o rapaz, mas percebeu que ele estava com uma cara abatida. Resolveu não comentar nada, talvez ele tenha tido um dia agitado.

Eles chegaram no restaurante e sentaram em uma mesa que dava para a vista mais bela do castelo.

- Então como foi o seu dia? – Lou perguntou um pouco empolgada.

- Salvei algumas vidas e o seu? – Ele tentou esconder a tristeza com um sorriso.

- Grandes emoções. – Ela sorriu. – Você está bem, Sam?

Ele não esperava essa perguntou, arqueou as sobrancelhas e ficou um tempo sem falar.

- Está tudo bem. Quis são essas novidades? – Ele fingiu estar alegre.

- Posso te conhecer por pouco tempo, mas sei quando você está mentindo, Sammuel.

Ele arregalou os olhos, talvez assustado com a afirmação da garota.

- A minha irmã piorou. Dessa vez não tem mais jeito.

Clark juntou as sobrancelhas e o olhou com piedade.

- Eu sinto muito. – Ela colocou a mão sobre a dele e apertou. Ele retribuiu e balançou a cabeça, com um aspecto cansado no rosto. - Quer falar sobre isso?

- Eu estou acostumado a ver pessoas morrerem o tempo todo, mas é a minha irmã, sabe? Eu sou o irmão mais velho, tenho responsabilidades de cuidar dela.

- Eu entendo... Não saberia o que fazer se Katrina estivesse em tal situação.

Ele fechou os olhos e colocou uma das mãos na cabeça.

- E o filho dela? Ele já sabe?

- Ainda não tivemos coragem de contar para ele.

- E ela ainda quer que desliguemos os aparelhos que a mantém viva. Olha que absurdo.

- Talvez não seja tão absurdo assim, Sam. Depois que aconteceu isso tudo com o Will eu pude entender essas decisões.

- Ela quer se matar. – Ele me olhou sério.

- Ela quer pôr fim na dor... Já não é mais ela.

- Louisa, você está querendo dizer que a minha irmã deve se matar?

- Não. Eu estou dizendo que ela precisa descansar. – Eu olhei para ele com carinho.

- Isso é uma idiotice. Não acredito que você pense em algo tão... Tão repugnante. – Ele me olhou artodoado.

- Sam... – Tentei acalma-lo, mas ele levantou da mesa.

- Não, Louisa. Eu pensei que depois que tudo o que aconteceu com você tivesse sido uma lição, que você tivesse sofrido o bastante para me compreender e achar que essa situação toda está errada, mas me enganei. Me enganei feio – Ele estava em pé, falando alto, enquanto todas as pessoas que estavam nas mesas próximas a nós, nos olhávamos discretamente e cochichavam.

Eu o culpava por esse comportamento e sei que em parte ele estava certo. Ele simplesmente balançou a cabeça com desprezo e saiu, me deixando completamente sozinha e com olhares curiosos na minha direção.



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