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História Eu Estou Aqui - Capítulo I


Escrita por: Lost_Cause

Notas do Autor


Olá, pessoas! Essa é a minha primeira longfic \o/ e minha primeira jasico também.
Tenham paciência comigo ok? ;-; mas se algo os incomodar, não deixem de me avisar ^^
É isso! Bem-vindos e espero que gostem da fic :)

Capítulo 1 - Capítulo I


"Walking down to the waters edge

Asking why I'm here instead of home

Now I stand alone"

- My Fault, Imagine Dragons

            Jason corria furiosamente, enquanto a poeira ao seu redor ficava cada vez mais densa. O que antes fora a Colina Meio-Sangue, agora era um amontoado de terra rodopiando em um redemoinho. Em diversos lugares ele poderia distinguir uma forma humana; uma mulher, especificamente, vestindo um vestido negro como o céu durante a noite, com um véu cobrindo seus olhos, os cabelos balançando suavemente. A forma reluzia e piscava, como a imagem de um filme antigo, e quando a mulher levantou a cabeça, ele se sobressaltou com a figura do rosto dela; seus olhos já não estavam fechados, e exibiam um sorriso completamente louco, com olhos arregalados e a boca repuxada para o alto.

            Tarde demais, filho de Júpiter, ria a voz de Gaia em sua mente. Por mais que gregos e romanos tenham se juntado, não conseguirão me derrotar. Estou renascendo, Jason Grace, neste exato momento enquanto você corre pateticamente rumo ao vazio. Não vê, filho de Júpiter? Você falharam.

            Jason fechou os olhos e posicionou os braços na frente do rosto numa tentativa frustrada de proteger seus olhos dos torrões de terra que os atingiam, fazendo-os lacrimejar. Não conseguia ver nada ao redor, só um grande redemoinho de terra e grama destruindo tudo à sua volta. Estava perdido.

            — Piper! –gritou. – Percy! Leo! Frank! Annabeth! – continuou, andando às cegas. – Hazel! Nico!

            Não obteve resposta.

            — Qualquer um... – sussurrou para si mesmo. Tentou controlar os ventos para que pudesse voar, mas o poder de Gaia era mais forte. Não estava desperta, não completamente, mas em alguns segundos...

            Patético, gargalhou a Mãe Terra. Chegou em um mau momento, filho do Trovão. Não sabia? Não preciso do sangue de dois semideuses derramado para despertar. Apenas um basta. Pense, Jason Grace, não é um dos sete. Sempre sozinho, a mente cheia, problemas demais para um só semideus aguentar. Receoso, atendo-se ao passado... sofrimento e dor... você conhece alguém assim?

            Uma faísca de compreensão se acendeu na mente de Jason.

            — Nico... – disse a si mesmo. Gaia riu em confirmação. – Não! Você... não pode fazer isso! Nico não...

            O semideus se interrompeu ao ouvir um grito. Era uma voz masculina conhecida... ele gritava com dor, um urro quase selvagem que vinha do fundo da garganta, a voz falhada e com dor crua. Um grito de agonia... de morte. E era a voz de Nico

            — Nico! – ele berrou.

O moreno berrou novamente. Aqueles gritos eram de partir o coração, como se ele estivesse sofrendo mais do que nunca. A dor tirava cada pingo de controle e de sanidade que restava ao filho de Hades.

            Jason correu o mais rápido que pode em direção ao local de onde vinha a voz de Nico. Correu como se sua vida estivesse em jogo. Não era exatamente o caso, mas era quase o mesmo. Ele não poderia se perdoar se qualquer tripulante do Argo || fosse morto porque ele não fora rápido o bastante.

A voz de Gaia começou a gargalhar fria e cruelmente, cada vez mais alto. Logo, a voz não estava mais na mente de Jason, mas no mundo real, ecoando ao redor da ilha. Isso definitivamente  não era bom. Jason parou de correr ao ver uma forma escura estirada no chão há alguns metros de distância. Arregalou os olhos: um líquido vermelho escorria incessante sob o corpo à sua frente. Jason começou a se mover o mais rápido que podia em direção ao semideus no chão, já sabendo de quem se tratava.

            A pele de Nico assumia um tom mais  pálido que o normal, o que não era pouco. Suas olheiras ficavam cada vez mais nítidas e seus olhos estavam arregalados, em pânico. Ele respirava ruidosamente e com dificuldade, e seu rosto mostrava pura dor, enquanto ele se contorcia no chão. Suas roupas escuras estavam molhadas com sague, que escorria diretamente de um ferimento fundo que ia de sua clavícula até o umbigo. Jason se ajoelhou ao seu lado.

            — Nico... – sussurrou, desesperado.

O olhos do garoto se voltaram para o Grace, mas eles estavam nublados. Uma nova onda de dor veio, e ele nem sequer conseguiu gritar. Tentava respirar, mas o ar estava preso dentro de seus pulmões. Sua cabeça se levantou ligeiramente enquanto ele arquejava com a agonia. Seu peito estava aberto, o sangue rubro formando uma poça ao seu redor. Ele olhou para Jason e seu rosto se contorceu em um apelo desesperado por ajuda.

Então seus olhos se reviraram lentamente e ele aos poucos parou de estrebuchar.

            Tarde demais Jason Grace. Disse Gaia. Quando a vida de Nico di Angelo se esvair completamente, eu despertarei.

            A raiva se apoderou do corpo de Jason. Ondas de poder percorriam seu corpo em forma de eletricidade. Ele deu um grito desafiador.

 

            Jason acordou sobressaltado, suando e ofegante.

Olhou ao redor. Estava em seu chalé no Acampamento Meio-Sangue. Não havia Gaia. Não havia Nico à beira da morte.

Não mais.

Enterrou o rosto nas mãos e respirou fundo, repetindo que era um sonho até se acalmar. Deitou-se novamente, mas sem coragem de voltar a dormir, ficou encarando o teto.

Era sempre o mesmo sonho, desde que haviam derrotado Gaia. Sempre o último momento, sempre aquela específica parte onde andava às cegas no redemoinho de poeira e terra. Sempre o momento que o corpo de Nico se estendia à sua frente, sua vida se esvaindo, e ele sem pode fazer nada para ajudar.

O que acontecera depois daquilo era um borrão em sua mente. Só o que sabia era que haviam derrotado Gaia, e ele havia ajudado. Pelo menos sabia que não havia sido um inútil, jogado no chão com uma ferida na cabeça enquanto os outros lutavam, como já havia acontecido antes.

            Eles não haviam perdido Nico. Mesmo que por um fio, di Angelo ainda estava vivo. Mesmo assim, Jason se sentia um fracasso. Se ele tivesse sido mais rápido, Nico não estaria na enfermaria desacordado há aproximadamente três semanas. Mas ele estava, e não havia nada que ele pudesse fazer sobre isso.

            Jason olhou seu relógio. Sete e meia. O café da manhã começaria em aproximadamente meia hora, mais do que suficiente para que ele pudesse tomar um banho gelado e mudar de roupa. E, mais uma vez, rezou para que os deuses permitissem que Nico e os outros feridos sobrevivessem.

A última coisa que o filho de Hades merecia era morrer, depois de todo o sofrimento pelo qual havia passado em toda sua vida.

*************** Mais Tarde ***************

            Jason sentou-se em sua mesa.

Teoricamente ele poderia sentar-se em qualquer mesa, pois o Acampamento estava uma bagunça: todo o território do mesmo estava a ser expandido para que pudessem receber os romanos.

Isso mesmo. Depois dessa guerra, decidiram que transformariam os acampamentos Meio-Sangue e Júpiter em um só, mas com duas sedes: uma onde o Acampamento Meio-Sangue é e outra em Nova Roma. Os nomes continuariam os mesmos, e as obras já estavam em andamento, lideradas pelos filhos de Atena (claro que o posto de arquiteto-chefe havia ficado para Annabeth, e qualquer que tentasse tirá-la de lá não acabaria muito bem). E, como sempre, eles estavam fazendo um ótimo trabalho.

Seria uma ótima mudança, Jason pensava. A maioria dos campistas passaria a maior parte do ano em Nova Roma ou no mundo mortal, mesmo, e passaria as férias no Acampamento Meio-Sangue. Os que já tivessem terminado o Ensino Médio poderiam ir fazer faculdade em Nova Roma e construir suas vidas lá.

Jason, mais que qualquer um, podia entender por que a paz entre acampamentos - ou melhor: gregos e romanos - era tão importante, já que ele havia praticamente mudado de Romano para Grego.

Nico se assemelhava um pouco. Era grego, porém considerava Hazel, que era filha da forma romana de seu pai uma irmã, e já havia vivido por um pequeno período de tempo em ambos acampamentos. A diferença, porém, era que Jason sentia que pertencia em ambos Júpiter e Meio-Sangue. Nico, porém, sentia exatamente o contrario, que não pertencia a nenhum deles.

Jason pegou-se pensando em se Nico acordaria logo. O garoto era tão triste, tanta dor contida... e ele não tinha ninguém com quem contar. Queria poder ajudá-lo, mas não sabia como.

            aAguém sentou ao seu lado, distraindo-o de seus pensamentos. Era Piper. Ela havia amarrado os cabelos castanho-escuros em duas tranças e usava seus habituais acessórios de penas penduradas no cabelo. Seus olhos mudavam de cor conforme a luz, e o fitavam com intensidade. Ela vestia uma camisa do Acampamento Meio-Sangue, shorts jeans rasgados e um all-star.

            — Ei, Jason. – ela disse, segurando a mão do loiro. – Por que não veio sentar com a gente?

            Jason deu de ombros.

            — Vamos lá! Anime-se! O acampamento... os acampamentos estão em festa. Nós vencemos.

            — Eu... – Jason suspirou e desviou seus olhos dos dela.

            — É sobre o Nico?

O que era isso agora? Ela lia pensamentos?

-- Eu já te disse, Jason. Não foi culpa sua. Você fez o que deveria ter feito. Não se lembra que foi você quem chamou o treinador Hedge com o navio para levar Nico? Se você não tivesse feito isso, ele com certeza teria morrido. E ele está vivo e logo vai ficar bem. Aposto que vai acordar daqui algum tempo, então.. tente relaxar, ok?

            Ele lançou-lhe um pequeno sorriso e deu-lhe um selinho. Depois disso, se moveu para a mesa de Poseidon, onde Percy ria descontroladamente de Tyson, que enfiava aproximadamente 30 ovos na boca ao mesmo tempo. Annabeth estava ao lado deles, com a mão cobrindo os olhos, com uma cara de “meus deuses, alguém me tire daqui”, enquanto Hazel os observava dando risada, com Frank ao seu lado. Numa mesa próxima, Calipso - sim, ela voltara. Leo e Percy exigiram que os deuses cumprissem sua palavra, e ela foi trazida ao Acampamento imediatamente - dava mais uma tirada épica em uma tentativa de Leo de bancar o bad boy sedutor.

Jason riu, mais animado, e aproximou-se para servir-se de ovos, antes que Tyson acabasse com todos.

            Do nada, ouviu-se uma explosão. Todos os campistas interromperam suas conversas e se viraram para ver o que estava acontecendo. Uma estátua mecânica de Vulcano veio correndo da floresta, passou pelos campistas - não sem antes jogar algumas mesas para o alto -  e continuou seu caminho rumo aos campos de morangos. Alguns segundos depois, filhos de Hefesto e de Vulcano passaram correndo atrás da estátua.

Leo veio correndo, perguntando o que estava acontecendo.

            — A estátua! – disse um romano, sacudindo as mãos freneticamente. – Aquele seu plano, de estátuas romanas que viravam gregas e tal, para por nos chalés... nós tentamos, mas deu errado!

            — O que?! – gritou Leo. Jason não se surpreenderia se fumaça começasse a sair de suas orelhas. – Eu não falei que era pra esperarem eu chegar antes de...

            — Você estava muito ocupado se exibindo para a moça da ilha! O que você queria que eu fizesse, ficasse lá segurando vela enquanto vocês...

E os se afastaram correndo, ainda discutindo.

            — Essa não! – sussurrou Annabeth, tapando a boca. – A estátua está indo para a enfermaria! Eles não chegarão a tempo!

Nico e os outros feridos vão morrer, pensou Jason.

E então correu atrás da estátua.    

Aos poucos, foi pegando velocidade e voou. Assim, foi mais rápido que a estátua, que andava em passos pesados, grandes e lentos. Chegou ao local alguns segundos antes do enorme Vulcano – que agora tinha mudado para Hefesto – de metal chegar destruindo a parede. Jason se sentiu tentado a informar Hefesto de que havia uma porta bem ao lado dele. Olhou para os doentes e feridos ao redor, aterrorizados.

-- Os que conseguem andar, saiam já daqui. Se afastem o máximo possível e ajudem os que não conseguem. - Enfiou a mão no bolso, pegou a moeda e a jogou para o alto, fazendo-a se transformar em espada. - Agora!

As dez pessoas - exceto Nico, que estava desacordado - se dirigiram para a porta dos fundos, a mais distante do autômato enlouquecido.

Jason olhou para o lado: Nico continuava deitado com os olhos fechados. A estátua se aproximava depressa: sabia que não podia lutar com ela sem machucar di Angelo. Aflito, Jason segurou Nico pela cintura. Ele abriu os olhos um pouco.

-- Humm? - resmungou.

            Jason voou um segundo antes de ser atingindo pelo enorme martelo na mão massiva de ferro do deus, que o olhou com uma expressão de mágoa profunda como se dissesse ué, você já vai? Quem eu vou esmagar com meu martelo agora?. Ouviu o grito de Nico em seu ouvido. O semideus tinha os olhos arregalados e esperneava, tentando desesperadamente se soltar.

            — Jason! Me ponha no chão! – ele gritava, em pânico.

            — Seu idiota! – Jason murmurou. – Assim você vai cair!

            — Chão! Baixo! Eu quero ir pra baixo! Me leve pra baixo!– Gritou Nico de novo, ignorando-o.

            Jason já ia colocar o garoto no chão, quando a estátua de Hefesto veio correndo abaixo dele, grunhindo e agitando o martelo. O Grace não tinha escolha: começou a voar mais alto.

            — Não, não, não! – Nico berrava. – Grace! Não! Eu quero descer! Me deixa descer!

Jason disparou com mais velocidade para frente, o que fez Nico se assustar mais ainda... mas perdeu o autômato de vista.

            — Calma, Nico. Pronto. – disse Jason, pousando no chão serenamente. Agora ele segurava o moreno no colo como se ele fosse uma donzela em perigo ou alguma coisa assim, ao estilo lua-de-mel, mas ele logo se soltou e pulou para o chão, o olhando com ódio.

            -- Coma minhas calças! - Nico xingou, em grego antigo. Essa era uma das maiores ofensas da língua. - Juro que se fizer isso de novo, eu vou...

            Jason riu e, sem pensar, abraçou o filho de Hades. Ele pode sentir o corpo dele ficar tenso e paralisado. As bochechas de Nico ficaram coradas. Ele não estava acostumado com essa proximidade. Quando percebeu o que tinha feito Jason soltou Nico imediatamente, seu rosto esquentando. 

            — Desculpe, eu só... – Jason começou, gaguejando. Nico desviou seus olhos para o chão, sem deixar claro se estava envergonhado ou irritado. – Você está vivo! Vivo e bem!

            — Estou vivo e bem o suficiente para dar um soco nessa sua cara se você me segurar daquele jeito de novo. – murmurou ele. – Mas, hã... você salvou minha vida, então acho que estamos quites.

        Jason deu de ombros, nada abalado pela indiferença por parte do filho de Hades.

-- É bom te ver de novo.

            Nico abriiu a boca como se quisesse dizer alguma coisa, mas mudou de ideia. Se virou, sem responder, e saiu andando pela colina.

 

 

 

 


Notas Finais


Alguém leu até aqui? Hahah ><


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