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História "Eu irei proteger-te, Hinami..." HIATUS - O que faremos?


Escrita por: Shippadoraaa

Notas do Autor


FINALMENTEEEEE!!!
Voltei :3

Ah mano, este capítulo tem tanta revelação que fiquei até com medo de ficar sem conteúdo para o próximo man 😂😂😂

Mas agora falemos a sério... muitas revelações, por isso PREPAREM OS COLETES 😐😨🚨🚨

Espero que gostem do capítulo e boa leitura!! 💭💞

Capítulo 24 - O que faremos?


Fanfic / Fanfiction "Eu irei proteger-te, Hinami..." HIATUS - O que faremos?

Ayato Kirishima

Encaro Tanaka, à espera que o mesmo diga aquilo que quer dizer. Passando o meu olhar ao redor da mesa, encontro o loiro menor distraído a desenhar rabiscos numa folha de papel ameaçada. O ruivo espalha pela mesa os vários recortes de jornal, sendo seguido atentamente pelo olhar de Fueguchi, que observava tudo com curiosidade e interesse. Sorrio de canto, pousando a mão na cabeça da menor e afagando os seus cabelos lentamente, desarrumando um pouco os mesmos.

— Ontem à noite, quando eu e o Yukine saímos para caçar, encontrámos um ghoul da organização dos Bear.— Tanaka pega numa foto que se encontrava escondida entre os recortes de jornal e ergue-a no ar para que todos a possamos ver.

— Katatsuke Ota, braço direito do Bear mais velho, ou seja, o único que conhece os verdadeiros planos dos Bear. — revela Yukine, agora encarando Tanaka com um olhar sério.

— Exatamente.— o maior volta a pousar a foto sobre o tampo da mesa.— Continuando... Nós seguimos o mesmo durante algumas horas e descobrimos algo anormal.

— Anormal?— indago, curioso.

— Ele dirigia-se ao hospital particular da cidade.— completa o loiro.— Ficou lá durante muito tempo, não chegámos a vê-lo sair.

— Ou então ele saiu sem que a gente se apercebesse.— supôs Tanaka, sentando-se connosco à mesa.

— Entendi.— penso durante um tempo sobre as suas palavras, tentando de alguma maneira encaixar todas as peças.

— Meninos, acho que encontrei algo importante!— afirma Hinami, levantando a cabeça e possuindo em mãos um recorte de jornal.— Aqui diz que vários médicos cirurgiões e cientistas na área de transplante de órgãos desapareceram na última semana.

Tanaka, visivelmente intrigado, pega bruscamente o recorte das mãos de Hinami, analisando o mesmo atentamente. Arqueando uma sobrancelha e logo pegando em mais um monte de recortes que estavam espalhados pelo tampo da mesa, pareceu que Tanaka tinha chegado a uma conclusão. Não havia dúvidas. O semblante surpreso do maior já o entregara e agora apenas nos restava curiosidade para saber a que conclusão ele chegou. Do canto do olho consigo ver Hinami ansiosa e tão curiosa quanto eu, com os olhos bem abertos e atentos ao ruivo que se mantinha em silêncio com a sua postura séria habitual. Do outro lado da mesa o loiro fazia o mesmo, sem tirar os olhos do mais velho.

A espera estava demasiado longa, então adianto-me dizendo:

— Alguma conclusão, Tanaka?— encaro o ruivo, que retribui o olhar com um sorriso vitorioso mas, no entanto, um pouco preocupado e chocado.

— Se juntarmos todas as peças deste quebra-cabeças, podemos chegar a uma conclusão possível mas igualmente impossível.— começa por dizer, abrindo o mapa que cobria grande parte da mesa e colocando os vários recortes em pontos assinalados no mesmo.

— E essa conclusão seria...— Yukine espera ansiosamente para que o mais velho prosseguisse com a explicação.

— A minha conclusão é simples e direta.— a ponta da sua caneta vermelha passeia pelo mapa até parar num dos pontos assinalados.— Aqui fica o hospital particular de onde desapareceram estes médicos. — ele realça o antigo círculo vermelho com outro um pouco mais carregado na área onde fica o tal hospital.— Depois, a menos de um quilômetro de distância, temos a escola primária de onde desapareceram as crianças.— novamente a sua caneta dirige-se a outro ponto no mapa.— Sabemos que os Bear possuem um sofisticado arsenal de instrumentos cirúrgicos e dos mais variados tipos de soluções para muitos fins.

— Soluções? Como assim?— indaga a menor, arqueando uma sobrancelha, curiosa.

— Soluções como drogas líquidas, anestesias, venenos e coisas desse gênero, certo Tanaka?— responde Yukine num tom calmo e compreensivo.

Cheio de segundas intenções, a meu ver.

— Exato Yukine.— concorda Tanaka, voltando à sua postura séria.— Bem, tendo todos estes fatores reunidos, podemos chegar à minha conclusão.

Um silêncio amedrontador apodera-se da sala. Tanaka apoia ambos os cotovelos na mesa e entrelaça as próprias mãos, encarando seriamente cada um de nós com um olhar sinistro e mais sério que o normal. Apenas os sons das nossas respirações desencontradas entre si são ouvidos na divisão, acompanhados dos irritantes ponteiros do velho relógio de parede que ditam os segundos que passam arrastados um por um. Hinami aperta o tecido da minha blusa entre as mãos, ansiosa, sem tirar os olhos curiosos do ruivo. No intuito de a acalmar, levo a minha mão debaixo da mesa e entrelaço as nossas mãos firmemente, vendo a mesma corar e sorrir de leve.

O meu olhar volta a Tanaka, que mantinha em silêncio sem dizer uma palavra sequer. Após alguns arrastados segundos, o mesmo decide-se a falar:

— Os Bear podem estar a planear transformar as crianças em ghouls, ou melhor dizendo, semi-ghouls.— revela por fim, encarando-nos à espera das nossas reações.

Arregalo os olhos, chocado com a descoberta de Tanaka, apertando levemente a mão de Hinami que se mantinha entrelaçada à minha. Os olhos de Yukine quase saltam das suas órbitas de tão surpreso que ficou. O nível de maldade na mente e coração dos Bear choca-nos a todos de tal maneira que parece até uma mentira. Crianças ghouls, transformar crianças em ghouls é o objetivo daqueles psicopatas doentios? Custa a crer que cheguem a um nível desses tão extremo e elevado. Engulo em seco, pensando na possibilidade de ser esse mesmo o objetivo deles. O que crianças humanas fariam se fossem transformadas em híbridos ghouls? Crianças não matam, não lutam, são apenas crianças.

Após longos e torturantes segundos, alguém resolve quebrar o silêncio que se instalara com a pergunta que pairava sobre as nossas cabeças desde a revelação de Tanaka.

— Porquê crianças?— questionou Fueguchi, num tom baixo e confuso, encarando as nossas mãos entrelaçadas debaixo da mesa.

— Bem, é um pouco difícil de saber. Porém existe uma razão lógica e possível.— responde o ruivo calmo mas sério, pousando sobre a mesa a sua tão estimada caneta vermelha.— Crianças, quer humanas quer ghouls, são seres impulsivos movidos a emoções e extremamente sensíveis a sensações como medo e insegurança. Pensando assim, vou fazer-vos uma pergunta muito simples.— ele pausa por um segundo apenas para respirar fundo e prosseguir.— Qual seria a reação de uma criança com medo?

— Gritar pelos pais, chorar e talvez correr.— responde rapidamente Yukine, visivelmente atento a Tanaka assim como eu e Hinami.

— Está certo. E isso são tudo opções válidas que nos levam a outro ponto importante.— Tanaka pega numa folha de papel totalmente branca e volta a recuperar a sua caneta.

Vemos o mesmo desenhar a forma de um corpo bem pequeno, de um médio e outro maior que ocupava metade da largura da folha. Ele vira a folha para nós e retoma a sua explicação:

— Um adulto ghoul, — a ponta da caneta recai no boneco maior.— consegue suprimir as emoções e ativar o modo, digamos de caça, apenas quando necessário mesmo este estando a morrer de fome.— a caneta agora assinala o corpo médio.— Um jovem entre os 13 e 18 anos já não é tão controlado, porém não se move tanto pelas emoções e sim pela necessidade, pois sabe que precisa de sobreviver.— e finalmente a caneta chega ao desenho menor.— Já uma criança ghoul é completamente diferente de todos os outros...

— Uma criança é movida a emoções por ser muito sensível ao ambiente em redor dela.— interrompe Fueguchi, falando um tanto séria e curiosa.

— E tendo isso em mente, Hinami-chan, chegamos ao segundo ponto.— subitamente, Tanaka rasga o pedaço de papel ao meio, ficando numa das metades a criança e na outra os outros dois desenhos.— Neste mundo de humanos as crianças ghoul precisam de ser protegidas pelos pais e igualmente controladas pelos mesmos, pois elas são muito pequenas para conseguirem controlar-se a si próprias e ao seu instinto.

Lembro-me de repente de Arata dizer algo parecido num dos jantares que tínhamos em criança. Ele sempre dizia que devíamos ser gentis, não fazer mal ou desejá-lo a quem quer que seja, quer ghoul ou humano, a regra aplicava-se a todos os seres viventes. Manter a calma, pensar em coisas boas que amamos mais do que tudo, eram essas as suas palavras para quando perdíamos o controlo sobre os nossos instintos ghoul.

Pensar em coisas boas e que amamos...

Nesses momentos, a única coisa que me vinha à cabeça era Arata. Para me acalmar eu pensava em Arata, no seu sorriso cansado, nas palavras calorosas despejadas da sua boca, nos abraços antes de dormir que eu nunca recusava. A razão porque fazia isso ainda me é desconhecida. Outrora já fora conhecida, e muito bem conhecida por mim, porém o tempo que passara num raio fizera-me esquecer desse tal motivo. O que sei, e me arrependo, é que Arata Kirishima era o centro do meu mundo, talvez até a razão por eu amar um mundo onde apenas ele importa.

Mas eu cresci. Vi o meu progenitor morrer, o centro do meu mundo morrer, a razão de eu amar um mundo onde apenas ele importava. Foi morto pela sua fraqueza, pela sua inocência e idiota bondade. Amar aos outros, é? Pensamento idiota. Ideologia inútil e fraca. Onde o levou essa ideia inútil e fantasiada? Levou-o a uma morte humilhante, todas as suas esperanças e ideologias foram pelo canto abaixo e revelaram-se totalmente burras e desnecessárias. Morreu a pensar que podia mudar o mundo em que vivemos, a esperar com esperança e zelo que ghouls e humanos vivam em paz um com o outro no mesmo planeta. Vi com os meus próprios olhos o desmantelamento e a destruição de todo um conjunto de ideias positivas e esperançosas daquele homem a quem um dia eu chamei de pai. Observei todo o processo de humilhação de um ghoul que eu outrora venerava. Encarei de frente todas as palavras do mesmo, promessas e ensinamentos se desfazerem em pedaços cada vez mais pequenos que caiam ao chão junto das suas esperanças.

Era o fim de tudo o que ele tinha construído.

Mas não foi. Numa situação em que vi a minha vida ser ameaçada, Ela chegou para me socorrer. Os meus olhos viram o despertar de um poder que para mim existia apenas em histórias e relatos. O nascimento de uma asa libertadora e protetora de cor vermelha igual ao sangue, que ao mesmo tempo que se desfazia, recriava-se mais forte e apenas aumentava. Os olhos vermelho-sangue num fundo preto obscuro e profundo encararam-me durante o que me pareceu milésimos de segundos. Pequenas flechas eram lançadas em multidões de multidões, num número sem fim, juntas a um grito alto e poderoso, que atingiu todos aqueles que representavam uma ameaçada para nós, ou melhor dizendo, para mim. O sangue, mesmo que em uma quantidade mínima, escorria num pequeno rio pelas costas dela até encontrar a sua foz, o chão de madeira. Homens no chão, mortos ou apenas inconscientes, já não representavam ameaça alguma.

E então tudo parou. A asa que me protegia recolheu-se para o seu lar dentro do corpo de minha irmã mais velha e quando o meu olhar encontrou o dela, voltei a vislumbrar o olhar arroxeado e preocupado de uma irmã em pânico. Os braços de Touka acolheram-me num rápido abraço de alívio, até me pegarem pela mão e puxarem o meu corpo para fora daquele lugar. Ainda estava atônito com o tamanho poder que a minha irmã possuía, impressionado com o seu feito único e incrível. Acho que foi esse o começo para algo maior que apenas se veio a revelar mais tarde, nos meus anos de adolescente rebelde e movido a adrenalina.

O desejo de poder.

— Crianças sozinhas são como bombas programadas para explodir mas sem qualquer cronômetro a indicar quando essa explosão irá acontecer.— prosseguiu Tanaka, tirando-me do meu oceano de memórias.— E se pegarmos no que o Yukine disse à pouco, o que acham que faria uma criança, que acaba de se tornar um ghoul, com medo e sozinha num lugar desconhecido?

— Ela... Não teria para onde correr. Ela explodiria.— responde agora Hinami, pensativa e com um semblante um tanto triste no rosto. Aperto as nossas mãos entrelaçadas, acariciando a sua mão com o meu polegar.

— Era aí que eu queria chegar, Hinami-chan.— diz Tanaka, dividindo o olhar entre nós os três que o encaramos ansiosos.— Crianças são incontroláveis sem os pais por perto para as controlar. Crianças são imprevisíveis quando estão com medo. Crianças despertam um poder sobrenatural quando se sentem ameaçadas. Crianças são armas perfeitas, ou melhor, bombas perfeitas.

— Então isso quer dizer que...— deixo a frase pairar no ar. Todos sabíamos o resto da frase, então ninguém teve o trabalho de a completar, apenas mentalmente.

— Isso mesmo Kirishima-kun.— Tanaka assente, respirando profundamente antes de dizer o que todos já tínhamos concluído.— Os Bear vão usar aquelas crianças como armas para alguma coisa que ainda desconhecemos.

— Que cruel.— murmura Hinami com pesar, tocada pela situação.

— Já nada me surpreende vindo daqueles lunáticos.— afirmo, recostando as minhas costas na cadeira, cansado de alguma forma.

— Digo o mesmo.— concorda o loiro, suspirando também cansado.— E o que faremos com esta informação? Não parece que nos seja útil nem que tenha qualquer relação com a ameaça feita ao Kirishima.

— Verdade.— o maior pensa durante alguns segundos.— A início, pensei que com isto conseguiríamos encontrá-los mas não acabou como eu esperava.— o maior suspira.

— Então o que faremos?— desta vez foi Hinami a deixar a pergunta no ar, na mesma com algum pesar e insegura.

E novamente um silêncio invade a divisão depois que um suspiro coletivo abandonou as nossas bocas. Tanaka começa a batucar com a caneta no tampo da mesa, como que compondo alguma melodia. Yukine passeia os olhos pela divisão, observa o teto, o chão, os móveis antiquados e frágeis por causa do tempo. Hinami permanece com o olhar focado nas nossas mãos ainda entrelaçadas debaixo da mesa, com a cabeça numa outra dimensão que não esta. E eu, sem muito que possa dizer, apenas observo os outros três, espero que algum deles quebre este silêncio constrangedor em que nos encontramos e responda à pergunta que Hinami deixou no ar.

Os segundos passam arrastados e lentamente. O relógio de parede continua a determinar os segundos que passavam com altos cliques e com o som das rodas dentadas a fazer trabalhar aquela antiguidade. A melodia que Tanaka compunha com os toques da caneta na mesa era o único som além do relógio que preenchia este silêncio.

Que problemão...

— Então a pergunta não terá resposta, é?— indago, fazendo os três finalmente focarem a atenção no problema em questão.

— Estive a pensar, mas não me ocorreu nada.— confessa Tanaka, um tanto desiludido consigo mesmo.

— Então todo este tempo estivemos a investigar para nada?— resmunga o menor com raiva, exasperado.

— Não! Tudo isto teve que servir para alguma coisa!— nega o ruivo, pensando e pensando sem chegar a conclusão nenhuma.— Alguma peça está em falta! Tenho a certeza!

— Isso todos sabemos, Tanaka.— digo, suspirando cansado.— Só precisamos de encontrar os Bear e acabar com a raça deles, apenas isso.

— Não é tão fácil quanto pensas Ayato, e tu, melhor do que ninguém, sabes disso.— repreende Yukine, encarando-me com desdém.

— Se ao menos soubermos onde esconderam as crianças...— interrompo Tanaka de seguida.

— Mas nunca conseguiremos descobrir!— acabo por elevar um pouco o tom de voz.— Nós estamos a basear esta investigação nos que os merdosos dos humanos descobrem! Tudo o que sabemos, tudo o que descobrimos, foram a porra dos humanos a descobrir, não nós!

— Sim, mas...— volto a interromper Tanaka.

— Mas o quê?— pergunto retoricamente.— Se os humanos não descobrirem onde estão essas tais crianças nós nunca conseguiremos encontrar a porra daqueles doentes de merda dos Bear!

— Então fazemos o quê, Ayato?— foi a vez de Yukine perguntar.— Qual é a tua sugestão, já que estás tão revoltado connosco?

— Eu...— calo-me logo.

— Não reclames se não tens ideia do que poderemos fazer. Se não tens ideia melhor então cala a boca.— volto a ser repreendido, agora por Tanaka.— E cuidado com a língua, a Hinami-chan está presente.

É neste momento eu lembro-me desse pormenor, Hinami. Olho para o lado, vendo a mesma de cabeça baixa e mãos trêmulas. A mão que segura a minha aperta a mesma com força, mesmo estando a tremer ligeiramente. Eu dei medo a Hinami. Engulo em seco. Este não era o meu objetivo, de todo! Eu nunca quis que Hinami tivesse medo de mim, mas acabei por fazê-lo em poucos segundos.

Respiro fundo. Volto a acariciar a sua mão com o meu polegar e aproximo o meu rosto do dela, depositando um rápido beijo na sua bochecha e sussurrando ao seu ouvido:

— Desculpa Hinami, não queria assustar-te com os meus gritos. Não é preciso ter medo.— beijo o seu pescoço e volto à minha postura séria.

Pelo canto do olho vejo um sorriso fraco nos seus lábios. Sinto as suas mãos pararem de tremer, afirmando então que ela já se acalmara. Suspiro, coloco o meu olhar sobre os outros dois que me encaravam e simplesmente volto a esperar que alguém quebre o gelo.

— A pergunta continua sem resposta.— Afirma Yukine.— O que faremos agora?

Fixo o meu olhar na janela atrás de Tanaka. O sol ainda brilhava lá fora por detrás das nuvens, o som dos carros nas estradas avisava que chegámos à hora de ponta do tráfico automóvel, ou seja, hora de almoço para os humanos. As nuvens escuras que banhavam parte do céu alertavam a vinda de uma tempestade para breve.

De repente, vejo um vulto negro pousar na janela e olhar para nós. Os olhos vermelho-sangue entregavam o ghoul que agora focara o olhar em mim. A minha reação imediata foi arrastar a minha cadeira para trás e levantar-me, chamando a atenção de todos em meu redor. Num grito, entrego o ghoul na janela:

— APANHEM-NO!!!— mando, apontando com o dedo na direção da janela.

Tanaka e Yukine levantam-se dos seus lugares e olham também para a janela, podendo presenciar a partida do ghoul que fora apanhado pelo meu olhar atento. Yukine não perde tempo e logo escapa pela janela atrás do mesmo. Largo a mão de Fueguchi e salto por cima da mesa, dirigindo-me à janela para poder perseguir o tal ghoul que nos observava, porém, sou impedido por Tanaka.

— O que estás a fazer? Temos de ir atrás dele!— digo o óbvio, tentando escapar envão do maior.

— Fica e protege a Hinami.— ordena claro e direto.— Eu e o Yukine voltaremos assim que pudermos.

Assinto, dando razão ao maior, que mal terminara de proferir a ordem já tinha escapado janela fora em busca do ghoul que, felizmente, consegui flagrar a observarnos.

Passo a mão pelos meus cabelos, bufando estressado sem saber o que mais fazer. Os Bear estão a observar-nos de perto, podem invadir a qualquer momento e talvez até voltar a capturar Fueguchi. Toda a nossa investigação apenas nos deixou mais uma questão para resolver, não serviu para nada. Tanto tempo investido só para nos deixar mais questões e problemas a resolver. Acabei por me lembrar de Arata em meio a esta investigação, o que era suposto não acontecer nunca. Aquele a que um dia chamei de pai, e que, muito ironicamente, eu por mais que tente com todas as minhas forças não consigo odiar, assim como Touka.

Aquela irmã fraca...

Oh sim, eu já cheguei a amar a minha irmã, ou melhor dizendo, Touka Kirishima. Lembro-me do dia após a morte de Arata, quando nos encontrávamos sozinhos nas ruas de um lugar totalmente desconhecido, a vaguear sem rumo e a lutar contra a fome com todas as nossas forças. Touka insistia em manter a postura de irmã mais velha protetora e exemplar, sempre a avisar-me antes de tropeçar, a reclamar das minhas reclamações, a guerrear comigo enquanto me protege.

Na altura eu não percebi, mas mais tarde eu vim a perceber que eu, no mais fundo de mim, almejava chegar ao nível de poder da minha irmã. Sempre que via a sua kagune, em meio à admiração e curiosidade, eu invejava Touka Kirishima com todas as minhas forças. Nem quando despertei a minha kagune esse desejo, essa inveja deixou de existir. Via-a progredir cada vez mais a um nível impressionante e isso deu-me raiva, uma raiva profunda que, por momentos, superou qualquer amor ou afeto pela mesma.

Decidi então, com o desejo de adrenalina e aventura, abandona-la naquele café e seguir com a minha vida sozinho, sem ninguém a avisar-me dos meus tropeços nem das minhas falhas ou erros. No mais fundo do meu ser eu queria superar a minha tão forte irmã mais velha e mostrar-lhe que não sou mais o seu pequeno irmão indefeso. Bem, eu consegui superá-la ao ponto de quase matar a mesma. Nada mais me passava pela cabeça no momento a não ser esfregar naquela cara imunda que eu sou o mais forte.

O orgulho de Arata.

Acordo dos meus pensamentos ao sentir o toque suave e quente das pontas dos dedos de Hinami sobre a minha mão. Dirijo o meu olhar na sua direção, vendo encostado ao seu peito uma carta na sua mão. A sua feição preocupada preocupou-me a mim, então decido perguntar:

— Algum problema, Hinami?

Ela fica um tanto relutante em responder à minha questão, mas logo responde:

— Aquele ghoul deixou um bilhete antes de sair.— murmura entre sussurros, com o olhar focado no tal bilhete.— E traz uma mensagem da Bear-san.

— Que mensagem?— pergunto alarmado, esperando ansioso pela sua resposta.

Hinami ergue o bilhete à sua frente, respira fundo e começa a lê-lo:

— "Aconselho-te a proteger quem é importante para ti. Vai que decido tirar-te isso de ti também. Assinado Bear Naomi. P.S.: A hora da nossa vingança está próxima. Espero que estejas tai ansioso quanto eu. Beijos."— o olhar preocupado da menor recai sobre mim, esperando uma reação da minha parte.— O que faremos, Ayato?

Não tenho outro impulso a não ser abraçar Hinami com força, afundando o seu rosto contra o meu peitoral e sentindo os seus braços rodearem o meu corpo também. Beijo o topo da sua cabeça e digo num sussurro:

— Não importa o que aconteça: Eu irei proteger-te Hinami.


Notas Finais


AAAAAAHHH MANO E AGORA?
O que o Ayatinho vai fazer?

ACEITO TEORIAS 🌚🍃

Não tenho muito a dizer hoje... sei lá... to sem palavras hoje
\_("/)_/

Então fiquem só com o meu Sayonara.

SAYONARAAAAAA


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