História Eu já fui feliz. Um dia... - Sinta o meu amor

~ Narração Garra On

Meu corpo, minha alma, minha vida, meu amor, é tudo dele. Exclusivamente dele. E eternamente dele. Não há espaço para mais nada...

Eu já não respiro mais por mim mesmo. Não como mais por mim mesmo. Não me movo mais por mim mesmo. Enfim, eu não vivo mais por mim mesmo. Tudo o que eu faço é por ele. Diretamente ou indiretamente. Isso pode parecer irracional ou talvez, até mesmo irreal, uma mera coisa da minha cabeça, um delírio, uma espécie de exagero gritante. Mas... Eu não penso mais como eu pensava. Não sinto o que acontece a minha volta como eu sentia. Não falo mais o que falava. Não ajo mais sem pensar como eu agia. Eu simplesmente não sou mais que eu era. Tudo o que sou agora é por ele. Pode parecer loucura, mas eu realmente mudei completamente por alguém que eu mal conheço... Por alguém que eu não sei nada... Por alguém que provavelmente não sente nada por mim, além de desejo.

Embora saiba das consequências eu quero estar sempre com ele. Perto, colado, grudado. Quero abraçá-lo e jamais solta-lo. Quero que ele me domine, me torture, me deixe vários dias sem andar. Não importa o que ele faça comigo desde que estejamos perto um do outro. Quero que nossos ossos se unam, nossos órgãos se esmaguem, nossos corações se abracem em um eterno abraço pulsante. Quero que a sua pele seja a nossa pele, quero ver o mundo através dos seus olhos. Quero compreendê-lo por inteiro, seus pensamentos, suas razões, seus medos, suas inseguranças. Quero saber cada detalhe da sua vida. Quero ajudá-lo. Quero carregar o seu “peso” em meus braços. Quero ser mais do que eu sou agora.

Eu não sei o que aconteceu comigo, mas eu tenho certeza que estou desesperado. Não sei o que fazer, como agir, como demonstrar o meu amor. Então meramente não faço nada.  Creio que estou louco.

~Narração Gaara Off

~Narração Pain On

Desde que saímos do quarto branco, Gaara me parece estranho. Agitado e inquieto. Estará ele preocupado com algo? Ele segura aquela faca como se a qualquer momento fosse estraçalhar alguém. Seus dedos me parecem até mesmo meio arroxeados, talvez, seja falta de sangue.

Fico pensando no que se passa pela cabeça dele. Será que ele ainda me odeia com tamanha ferocidade como tantas vezes me deixou claro? Será que toda essa impaciedade que ele me mostrou nesses últimos dias também é uma demonstração de ódio?  Será que eu realmente me importo se ele me odeia ou não? Será que eu realmente sinto quando ele é impassível ou não? Será que tudo que eu fiz até agora é perdoável?

~Narração Pain Off

~Narração Sasuke On

Deidara estava sentado no chão com a cabeça para baixo e os olhos fixos na mão direita que com o dedo indicador desenhava repetidamente um símbolo invisível no chão extremamente branco. Seus longos fios demasiadamente loiros estavam soltos e caiam por todos os lados, proporcionando a visão de um efeito cascata para quem quer que vise. Seus belos lábios estavam levemente entreabertos e apenas com isso eles já eram tentadores, entretanto de repente Deidara passou sua língua por eles e eu tive um forte impulso de querer beijá-lo. Toda via, Sasori se levantou rapidamente da cadeira onde antes estava sentado e se dirigiu até a porta da câmara anti-som na mais perfeita calma. Adentrou o lugar e se abaixou onde o loiro estava sentado, abraço-o e iniciou um beijo calmo ocupando toda a boca do loiro com sua ágil língua.

“Você se superou Dei-chan.” disse Sasori depois que o beijo terminou. Ele olhava bem fundo nos olhos do loiro como se a qualquer momento este fosse desaparecer no ar.

“Pelo menos agora podemos ouvir tudo o eles dizem lá dentro” falou Naruto sentando na cadeira ao meu lado, antes ocupada por Sasori. Eu não respondi nada, nem mesmo prestei muita atenção no que ele me dissera, estava muito ocupado prestando a devida atenção nas palavras que Deidara começava a pronunciar. Eu não queria perder uma sequer vírgula.

“Você realmente acha Danna?” indagou Deidara após um grande sorriso.

“Você tem alguma dúvida?” falou o ruivo alisando o cabelo do outro.

“Sabe, Danna, eu tenho uma dúvida sim...” Deidara respondeu manhoso. “Mas é sobre outra coisa...”.

“É sobre o que então?” perguntou Sasori levantando uma única sobrancelha e cruzando os braços. Ele parecia se preparar para receber uma má noticia.

“E o seu habitual ciúme? Fica a onde, Danna? Finalmente o superou?”

“Querido Dei-chan, o meu nome e a palavra “ciúme” na mesma frase é um erro gramatical muito sério. Fica completamente errado, se você quer mesmo saber.”.

“É... você está certo. Também concordo que fica errado.” disse serio o loiro enquanto fazia um sinal afirmativo com a cabeça “Mesmo porque, colocar as palavras “Sasori” e “ciúme” juntos será um pleonasmo vícios, uma completa redundância.” completou Deidara e disparou a rir.

Sasori por sua vez, apenas revirou os olhos quando ouviu a provação. Quando o loiro finalmente se recuperou da crise de risos perguntou “Mas me diga Sasori, o que você acha que eu mereço depois dessa atuação? Um pouco de água ou talvez comida?”.

Antes que o ruivo pudesse responder o teto da câmera de anti-som se abriu misteriosamente na horizontal e litros de água caíram diretamente em cima de Sasori e Deidara, praticamente os envolvendo. Eu e Naruto nos levantamos num impulso bem a tempo da água sair pela porta da câmara aberta e atingir nossos pés, felizmente ela não ultrapassou isso.

“A água é salgada” comentou Naruto depois se recuperar do susto.

Após ouvir suas palavras eu me abaixei e molhei as pontas dos dedos na água gelada, depois os direcionei aos meus lábios. O gosto do sal invadiu rapidamente toda a minha boca e eu me arrependi mortalmente por não ter acreditado no loiro. Ele estava certo. A água apesar de extremamente cristalina era salgada.

Quando eu olhei novamente para Deidara este tossia loucamente, agitando os braços e consequentemente movimentando as mãos para todos os lados, seus olhos pareciam estar marejados, repletos de lágrimas preguiçosas que se recusavam a cair. Mas eu não tinha muita certeza se aquilo eram lágrimas ou só água, porque ele estava literalmente encharcado. Sasori batia fortemente nas costas de Deidara enquanto este se debatia, parecia desejar sair dos braços do outro, mas Sasori não o largava de modo algum. Quando a tosse do loiro enfim deu uma trégua ele gritou para o ruivo. “O que você espera que eu faça batendo nas minhas costas desse jeito? Vomite os intestinos?”

“Você prefere por acaso que eu sente aqui no chão ao seu lado e espere imóvel você se recuperar?” retrucou Sasori.

“Talvez seja menos perigoso!”

“Você diz isso como se eu suportasse ver você sofrer e não fazer nada! Como se eu suportasse não te ajudar. Como se eu suportasse ficar sem você...”.

Os olhos do loiro se encheram novamente de lágrimas, mas desta vez elas pareciam ser reais. Pareciam ser lágrimas de alegria. “Obrigado por se importar tanto comigo.” afirmou ele.

“É claro que eu me importo com você, Deidara.” falou o ruivo limpando as lágrimas do outro.

“Mesmo assim obrigada, Sasori-kun” disse choroso o loiro enquanto olhava para baixo.

“Olhe para mim, por favor, Dei-chan. Tenho algo importante a lhe dizer.” afirmou Sasori forçando levemente para cima o queixo de Deidara para que ele o olhasse nos olhos. “Eu te amo e sempre te amarei. Não importa o que aconteça, quantas vezes nos separemos, quantas vezes briguemos ou meramente tenhamos leves discussões. Eu estou com você.” afirmou irredutível o ruivo. “Eu te amo, Deidara! Por favor, entenda isso. Sinta o meu amor.”

O loiro por sua vez colocou seus braços em volta do pescoço de Sasori e sussurrou fracamente em seu ouvido em meio a suas lágrimas “Eu também te amo.”.