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História Eu preciso te dizer - Não, eu tenho certeza.


Escrita por: mingyuspuppy

Notas do Autor


não tem muito que falar
é isso
e mais nada

Capítulo 2 - Não, eu tenho certeza.


O segundo dia de viagem estava sendo terrível para Chanyeol. Detestava ter que estar ali sentado enquanto observava seus amigos entrarem no mar, somente porque pisara na porcaria de uma pedra. E só a chamava de porcaria, porque, se começasse a praguejar a pedra de verdade, era bem provável que uma das velhinhas que caminhavam por ali iria enfiar um sabão em sua boca suja. 

O rapaz se xingava por ter sido tão desatento. Estava brincando com Sehun na água, quando seu pé pressionou, com toda a força do mundo, uma pedra meio espinhosa que estava ali. E como doeu. Doeu tanto que não pode deixar de soltar um grito pavoroso e chorar bastante, o que alertou seus amigos e o fizeram perceber que não era somente um draminha do Park. E agora estava ali com o pé enfaixado. Sem poder aproveitar, curtir as férias, viver a vida... 

— Ei, Yeol! — Ele ouviu a voz de Baekhyun, que agora corria todo molhado em sua direção. Chanyeol corou só de olhar para ele daquele jeito e tentou não encarar tanto, mas... Caramba! — Tem certeza que não quer voltar pra casa? A gente pode inventar alguma coisa pra fazer, a gente sempre inventa.

— A gente esperou quase que uma vida por esse momento, Baek, eu que fiz merda e estraguei isso pra mim. 

— Pare com isso, seu idiota, foi um acidente. — O leve soquinho de Baekhyun em seu ombro somente despertou um drama maior ainda. Chanyeol deitou na areia e colocou o braço na frente do rosto, fingindo esconder uma careta de choro. —  Dramático pra caralho. 

Baekhyun sentou-se ao lado do amigo e ficou o observando. Primeiramente, riu daquela pose dramática para, então, analisar melhor o machucado do amigo. Quando Chanyeol chorava de verdade e berrava de dor, era porque aquilo realmente fora alguma coisa. 

— Ainda está doendo? — Perguntou para o mais alto com um tom preocupado. 

— Um pouco. Não se preocupe, não vou morrer e deixar meus action figures de Haikyuu pra você. — Até naquela hora, Chanyeol brincava. É, ele estava bem.

— Fica brincando pra você ver se eles não desaparecem da sua estante, seu ridículo. 

— Nem ouse, ladrão, eu tenho um sistema de alarmes. 

— Chanyeol, o máximo que Toben vai fazer comigo é mijar no meu pé de tanta felicidade. — O Byun lançou um sorriso debochado. 

— Pior que é verdade, ele deve estar morrendo de saudade de você. — Após aquele comentário de Chanyeol, foi impossível Baekhyun não olhar pra ele meio culposo. 

Os dois ficaram observando os outros amigos, que ainda se divertiam com as ondas. No entanto, existia ali, entre eles, um silêncio dominado pela necessidade de dizerem algo. 

— Acha que... a gente vai continuar a se falar durante e depois da faculdade? — O Byun disse, sem olhar para Chanyeol. 

— Não sei, Baek, a vida é... estranha. 

— Chanyeol, eu não quero ir pra faculdade, nem deixar vocês e, principalmente, você. — O menino confessou subitamente, fazendo o coração do mais alto disparar tão rápido que parecia querer saltar do peito. — Eu quero continuar conversando com você todos os dias, ter aquelas noites de videogames e música no tapete da sua sala. Eu... queria que o tempo parasse aqui e agora. 

O Park ouviu atentamente ao garoto, percebendo que lágrimas agora corriam no rosto dele. E Chanyeol admitia que sentia o mesmo. Não queria ir pra faculdade e deixar seus amigos pra trás, perder todos aqueles momentos, que ficariam apenas guardados na memória, e seguir uma vida nova. Porque, por mais que prometessem se encontrar de novo, Chanyeol sabia que não seria a mesma coisa. 

Então, chorou. E sentiu-se pior ainda por não se sentir independente e pronto o suficiente para enfrentar o que estava por vir. 

Os braços de Baekhyun passaram por cima de seus ombros num abraço, que Chanyeol retribuiu com toda a força. As mãos na cintura molhada do menor e o cheiro do mar nos fios castanhos dele procuravam acalmar o Park, mas só o faziam chorar ainda mais. Só o pensamento de perder Baekhyun e seus outros amigos doía-lhe tanto que mal podia respirar. 

— Ei, Yeol, eu te amo, tá? 

Certo. Chanyeol quase vomitou o próprio coração. 

— Baek, eu ainda nem me recuperei pra você mexer comigo desse jeito. — Entrou na brincadeira, ainda preso ao corpo molhado do amigo. No entanto, Baekhyun se afastou o suficiente e olhou no fundo de seus olhos em completo silêncio. — O quê? O que foi? 

— Eu 'to falando sério. Eu te amo do tipo "pelo amor de deus, eu quero te beijar até a gente morrer com falta de ar", entendeu? 

Certo. Ok. Caramba. O Park repassava na sua cabeça todas as orações possíveis, tentando associar cada palavrinha que seu amigo soltou nos últimos segundos. Talvez sua boca estivesse meio seca e aberta num "O" quase perfeito, mas a única certeza que tinha era que estava totalmente petrificado com aquela confissão. Não esperava que aquilo acontecesse nem em seus maiores sonhos! 

— Fala alguma coisa, por favor. — O Byun pediu com um olhar piedoso e desesperado. 

— Promete pra mim que não vai aparecer ninguém aqui com uma câmera, filmando essa minha cara de otário e dizendo que é pegadinha do Silvio Santos. 

— Tá, eu já entendi. Eu sei que é estranho, Chanyeol, mas, quando eu percebi que eu gostava de você desse jeito, já era tarde demais. E, bem, eu não queria perder sua amizade. — O mais baixo falava tão rápido que logo lhe faltou fôlego. — Então, se isso for uma rejeição, vamos fingir que nada aconteceu e segue o baile, tá? Eu não me impor- 

Sem dar tempo algum para Baekhyun pensar, Chanyeol só fez o que seu coração — e, por incrível que pareça, também sua razão — mandou. Puxou o rosto do amigo com suas duas mãos e tascou-lhe o beijão que sempre sonhou. Tá, talvez não estivesse tão bonito quanto nos sonhos, mas, só de ter os lábios de Baekhyun junto aos seus, os batimentos cardíacos do Park aceleraram tanto que sentia um infarto vindo aos pouquinhos. 

Não foi um beijo muito profundo, porque ainda não sentiam-se preparados o suficiente para trocarem salivas um com outro, mas aquilo, com certeza, ficaria para um outro dia. E quando Baekhyun passou as mãos pelo seu pescoço, nossa, ele realmente decidiu que queria fazer aquilo muitas vezes mais. Só pararam quando, por conta do pé machucado do Park, se desequilibraram e caíram deitados na areia. 

— Ai, tem areia no meu olho! — Chanyeol gritou, tentando inutilmente abrir os olhos. 

— Deixa que eu assopro! — O Byun rapidamente tomou a atitude, quase subindo em cima do mais alto enquanto tentava tirar aquele cisco do olho dele. 

— Caralho, manos, que viadagem é essa aqui? — Sehun gritou escandaloso, assustando os dois, que se afastaram meio sem graça. 

— O deus de vocês está de volta, bebês. — Jongin veio logo atrás, fazendo pose. — Sentiram minha falta? 

— Deus? Tá mais para demônio mesmo. — Junmyeon decidiu acabar com a brincadeira do outro Kim. 

— Por que o Baekhyun tava cuspindo no seu olho, Chanyeol? — A pergunta de Kyungsoo fez todo mundo rir. 

— Ei, eu não estava cuspindo! — O Byun tentou se defender. 

— Então, por que esse ridículo tá aí piscando que nem um retardado? 

— Tem areia no meu olho, me ajuda ou eu vou ficar cego! — Chanyeol bateu sem querer no rosto de Sehun, que lhe empurrou de volta pro chão. 

— Aquieta, até parece que vai morrer. 

— Pede pro Baek te dar um beijinho que passa. — Brincou Junmyeon, sem saber que os dois retesaram no lugar. 

O Byun olhou discretamente para Chanyeol, que também o encarou de volta antes de abaixar a cabeça com as bochechas coradas. 

— Ah, estou cansado! Vamos voltar? Quero jogar Gang Beasts, aposto que venço todos vocês. — Assobiou Jongin, debochando, agora jogando sua camisa em cima do ombro nu. 

— Eu vou derrubar você na porrada em todas as partidas, quer apostar quanto? — Kyungsoo desafiou, seguindo-o. 

Um beijinho.  

O rapaz de olhos grandes levantou o dedinho mindinho, o que fez o Kim erguer uma sobrancelha pra ele antes de se juntar a ele. 

— Vou cobrar, Jongin. — Falando por último, Kyungsoo saiu na frente. 

Os outros meninos riram enquanto Sehun gritava e rodava sua camisa no ar. Junmyeon ajudou Baekhyun a levantar Chanyeol para, então, seguirem seus amigos. 

— Baek? Consegue ajudar o Chan? Estou morto, acho que não vou ser muito prestativo. 

— Pode deixar, Jun, eu carrego esse gigante aqui. — Com aquela fala, Chanyeol só conseguiu rir irônico. O mais velho deles não questionou mais e foi andando na frente, preguiçosamente. 

O Park rodeou os ombros de Baekhyun com apenas um braço, somente como apoio, andando mancando junto com o amigo. O silêncio, mais uma vez, era o parceiro deles, mas sem incomoda-los de fato. O sol mal os queimava, já que as nuvens insistiam em controlar o céu, permitindo um clima agradável e de pouco vento. 

— Ei, hobbit. 

— Diz, elfo.

— Acho que eu esqueci de dizer uma coisa. 

— O quê?

Chanyeol se aproximou do ouvido de Baekhyun e diminui ligeiramente o tom da voz, ditando apenas cinco palavras. 

 

 

— Eu te amo bem mais, Baek.


Notas Finais


pensei em deixar por aí mesmo como final oficial
mas posso add um terceiro capitulo extra meio continuaçãozinha
depende
who knows
mas é


se você chegou até aqui, obrigadinha mesmo <3


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